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Napoleon Hill, Pense E Fique Rico

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Ficha Técnica Título original: Think And Grow Rich Título: Pense e Fique Rico Autor: Napoleon Hill Traduzido do inglês por M iguel M oiteiro M arques Revisão: Henrique Tavares e Castro Capa: rui[lúcio]carvalho Imagem de capa: Daniel Barillot/M asterfile Portugal ISBN: 9789892317847 LUA DE PAPEL [Uma chancela do grupo Leya] Rua Cidade de Córdova, n.º 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel. (+351) 21 427 22 00 Fax. (+351) 21 427 22 01 Edição Revista © 1966, 1994 por The Napoleon Hill Foundation Tradução portuguesa © 2007, Lua de Papel Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor [email protected] http://editoraluadepapel.blogs.sapo.pt www.leya.pt :: UMA PALAVRA DO AUTOR :: O segredo do sucesso Em todos os capítulos deste livro são feitas menções ao segredo de fazer dinheiro que permitiu a criação de riqueza a centenas de homens extremamente ricos, os quais analisei com cuidado durante um longo período de tempo. Foi Andrew Carnegie quem me chamou a atenção para o segredo, há mais de meio século. O astuto e encantador velhote escocês lançou a ideia na minha mente sem pensar duas vezes, quando eu era apenas um rapaz. Depois, sentou-se de novo na sua cadeira, com um brilho divertido nos olhos e ficou a ver atentamente se eu tinha cabeça para perceber o significado completo daquilo que ele me tinha contado. Quando ele viu que eu tinha apanhado a ideia, perguntou-me se estava disposto a passar vinte anos ou mais a preparar-me para dá-la a conhecer ao mundo, aos homens e às mulheres que, sem esse segredo, podiam seguir vida fora como falhados. Disse-lhe que sim e, com a cooperação de Carnegie, mantive a minha promessa. Este livro, Pense e Fique Rico, contém o segredo de Carnegie – um segredo que foi testado na prática por milhares de pessoas em quase todas as áreas profissionais. A ideia de Carnegie era que a fórmula mágica que lhe tinha dado uma fortuna estupenda deveria ser colocada ao alcance das pessoas que não têm tempo para investigar como é que os homens fazem dinheiro. A esperança dele era que eu pudesse testar e demonstrar a solidez da fórmula através da experiência de homens e de mulheres em todas as profissões. Ele acreditava que a fórmula deveria ser ensinada em todas as escolas públicas e universidades e considerava que, se fosse devidamente ensinada, iria revolucionar todo o sistema educativo, de forma que o tempo passado a estudar poderia ser reduzido a menos de metade. No capítulo 2 sobre a fé, irá ler a espantosa história da criação da gigantesca United States Steel Corporation, da forma como foi concebida e levada a cabo por um dos homens através dos quais Carnegie provou que a sua fórmula resultará com todos aqueles que estiverem prontos para ela. Esta simples aplicação do segredo por Charles M. Schwab permitiu-lhe ganhar uma enorme fortuna, tanto em dinheiro como em bens materiais. Falando por alto, esta aplicação da fórmula rendeu 600 milhões de dólares. Estes factos – e são factos bem conhecidos de todos aqueles que eram próximos de Carnegie – dão-lhe uma boa ideia daquilo que a leitura deste livro poderá trazer-lhe, desde que saiba o que quer. O segredo foi passado a milhares de homens e de mulheres que o usaram em benefício pessoal, tal como Carnegie planeou que o fizessem. Alguns fizeram fortunas com ele. Outros usaram-no com sucesso para criar harmonia no lar. Um sacerdote utilizou-o com tanta eficácia que lhe trouxe um rendimento anual acima dos 75 mil dólares. Arthur Nash, um alfaiate de Cincinnati, utilizou o seu negócio à beira da falência como “cobaia” para testar a fórmula. O negócio recuperou e permitiu aos seus proprietários ficarem ricos. A experiência foi de tal modo única que os jornais e as revistas, ao divulgarem-na, fizeram-lhe publicidade num valor superior a um milhão de dólares. O segredo foi passado a Stuart Austin Wier, de Dallas, no Texas. Ele estava preparado para o aplicar – de tal forma que abandonou a sua profissão e foi estudar Direito. Foi bem sucedido? Essa é uma história contada no capítulo 4 sobre o conhecimento especializado. Quando eu trabalhava como gestor de publicidade na Universidade de LaSalle1, tive o privilégio de ver J. G. Chapline, presidente da universidade, usar a fórmula de modo tão eficiente que tornou LaSalle numa das maiores escolas de ensino contínuo do país. O segredo a que me refiro é mencionado neste livro não menos de cem vezes. Não foi revelado directamente, pois parece resultar melhor quando é simplesmente deixado à vista, de forma a que aqueles que estejam preparados e que o procuram o possam apanhar. Foi por isso que Andrew Carnegie mo passou, sem me dar o seu nome específico. Se estiver preparado para o pôr em prática, irá reconhecer este segredo pelo menos uma vez em cada capítulo, mas não vai encontrar a explicação sobre o modo de saber se já está preparado. Isso iria retirar-lhe muitos dos benefícios que receberá quando fizer a descoberta pelos seus próprios meios. Se alguma vez se sentiu desencorajado, se já teve de ultrapassar dificuldades que lhe esgotaram as forças, se já tentou e falhou, se alguma vez esteve incapacitado por uma doença ou um sofrimento físico, a história do meu filho e da sua descoberta e uso da fórmula de Carnegie poderá revelar-se o oásis de que você estava à procura no Deserto da Esperança Perdida. Este segredo foi utilizado extensivamente pelo presidente Woodrow Wilson durante a Primeira Guerra Mundial. Foi passado a todos os soldados no treino que receberam antes de irem para a frente de batalha. O presidente Wilson disse-me que foi um factor influente na recolha de fundos necessários para a guerra. Uma particularidade deste segredo é que todos aqueles que chegaram a adquiri-lo e a usá-lo são literalmente arrastados para o sucesso. Contudo, como é referido várias vezes neste livro, obter algo a troco de nada é coisa que não existe. O segredo a que me refiro não pode ser alcançado sem pagar um preço, embora este seja muito inferior ao seu valor. Outra peculiaridade é que o segredo não pode ser dado nem comprado com dinheiro. Não pode ser obtido por aqueles que não tenham a intenção de o procurar, independentemente do preço. Isso deve-se ao facto de surgir em duas partes e, para o obter, uma das partes tem de estar já na sua posse. O segredo servirá a todos quantos estejam preparados para ele. A instrução escolar não tem qualquer influência. Muito antes de eu ter nascido, o segredo foi parar à posse de Thomas A. Edison e ele usou-o de forma tão inteligente que se tornou o inventor mais proeminente do mundo, apesar de ter frequentado o ensino apenas três meses. O segredo passou para Edwin C. Barnes, um homem de negócios associado a Edison. Ele usou-o de modo tão eficiente que acumulou uma grande fortuna e retirou-se da actividade quando ainda era um homem novo. Irá encontrar a sua história no início do próximo capítulo. Ela deverá convencê-lo de que as riquezas não estão fora do seu alcance, de que poderá ser o que quiser, de que o dinheiro, a fama, o reconhecimento e a felicidade podem ser atingidas por todos aqueles que estejam prontos e determinados a obter essas bênçãos. Como é que eu sei estas coisas? Deverá obter a resposta antes de terminar este livro. Poderá encontrá-la logo no primeiro capítulo ou na última página. Durante a pesquisa que realizei a pedido de Andrew Carnegie, analisei centenas de homens conhecidos, muitos dos quais atribuíram as suas vastas fortunas ao segredo de Carnegie. Entre esses homens estão: Henry Ford > Fundador da companhia de automóveis Ford começou sem dinheiro e pouca formação escolar, mas tornou-se um dos mais bem sucedidos self-made man da história americana. William Wrigley Jr. > Um vendedor que descobriu que os seus clientes gostavam mais da pastilha elástica que ele dava como brinde do que dos artigos que ele vendia; por isso, criou a sua própria empresa. John Wanamaker > Apelidado de Príncipe Mercador, criou o primeiro centro comercial do mundo e foi aclamado pelas suas inovações na área do marketing, do serviço aos clientes e dos benefícios aos empregados. James J. Hill > Conhecido como o Construtor de Impérios, construiu a companhia ferroviária transcontinental Great Northern Railway, encorajou a fixação de populações no Oeste e depois estabeleceu rotas marítimas entre a América e a Ásia. George S. Parker > Um professor que se cansou de arranjar as canetas dos seus alunos, criou um novo design, fundou a empresa de canetas Parker e transformou uma ideia simples numa fortuna. E. M. Statler > Filho de um pastor pobre, começou como paquete e abriu caminho até poder criar a sua própria cadeia de hóteis Statler, famosos pelo luxo e pelo “serviço com um sorriso”. Henry L. Doherty > Aos 12 anos era moço de recados na Columbia Gas mas acabou por possuir 53 empresas de serviços e de patentear 140 inovações para a produção de gás natural e petróleo. Cyrus H. K. Curtis > Começou com um pequeno semanário sobre agricultura, que transformou no Ladies’ Home Journal, fundou o Saturday Evening Post e congregou um dos maiores impérios da imprensa. George Eastman > Inventor e fundador da Eastman Kodak Company, criou muitas das inovações que popularizaram a fotografia e que transformaram a indústria do cinema. Charles M. Schwab > O braço direito de Andrew Carnegie, foi presidente da Carnegie Steel Company, mediou o negócio da criação da U.S. Steel e fundou também a Bethlehem Steel. Theodore Roosevelt > Vigésimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, 1901 1909. John W. Davis > Advogado e líder político, foi assistente do procurador-geral sob a presidência de Woodrow Wilson e foi nomeado, mais tarde, embaixador no Reino Unido. Elbert Hubbard > Filósofo, editor da revista The Fra e fundador da comunidade de artistas Roycrofters; foi também autor de muitos best-sellers, incluindo Uma Carta para Garcia. Wilbur Wright > O dono de uma loja de bicicletas que, com o seu irmão Orville, se tornou o primeiro americano a voar numa aeronave motorizada; foram pioneiros da indústria da aviação. William Jennings Bryan > Director de um jornal, candidato presidencial, secretário de estado da presidência de William McKinley, mas talvez mais conhecido como o advogado que defendeu o criacionismo no processo judicial Scopes Monkey2. Dr. David Starr Jordan > Pedagogo, cientista e autor de mais de cinquenta livros, foi o mais jovem reitor de uma universidade americana (Universidade de Indiana) e tornou-se o primeiro reitor da Universidade de Stanford. J. Ogden Armour > Herdou o negócio de carne embalada da sua família, transformou-o num conglomerado com mais de três mil produtos, foi um dos donos dos Chicago Cubs e director do National City Bank. Arthur Brisbane > Um cruzado do jornalismo e colaborador de agências noticiosas, era solicitado por todas as grandes empresas de comunicação social e era o mais lido e mais bem pago colunista da sua época. Dr. Frank Gunsaulus > Um padre de Chicago que fez um sermão tão poderoso que Philip D. Armour lhe deu um milhão de dólares para ele criar o Armour Institute of Technology, para o qual Gunsaulus foi nomeado presidente. Daniel Willard > Presidente da B&O Railroad durante mais de trinta anos, teve a honra de ver a cidade de Willard, Ohio, receber o seu nome. King Gillette > Vendedor e engenhocas nato, estava a tentar barbear-se num comboio em andamento quando lhe surgiu a ideia da lâmina de barbear segura, a qual se tornou o fundamento de uma gigantesca corporação. Ralph A. Weeks > Presidente das International Correpondence Schools, ajudou a financiar o Intra-Wall Institute de Napoleon Hill, criado para educar e reabilitar presidiários. Juiz Daniel T. Wright > Instrutor na Escola de Direito de Georgetown, onde Napoleon Hill estava a estudar quando a Bob Taylors’ Magazine lhe deu a tarefa de escrever um perfil de Andrew Carnegie. John D. Rockefeller > Com mil dólares de poupanças e outros mil emprestados pelo pai, criou uma empresa de petróleo, que fez crescer até se tornar a gigante Standard Oil, e uma das maiores fortunas do mundo. Thomas A. Edison > Inventor e empresário, aperfeiçoou a lâmpada eléctrica, o fonógrafo, a câmara de filmar e obteve os direitos de mais de mil inventos patenteados. Frank A. Vanderlip > Um pobre rapaz que se tornou jornalista, reformador social e milionário, um self-made man que foi presidente do National City Bank e secretário adjunto do Tesouro. F. W. Woolworth > Funcionário de um armazém, lançou a ideia pioneira da venda a preço fixo e do self-service, mudando para sempre a venda a retalho com a sua cadeia de lojas Woolworth “5 and 10 Cent”. Coronel Robert A. Dollar > Começou com uma pequena escuna comprada para rebocar madeira ao longo da costa oeste, criou a Dollar Steamship Company, a maior frota de paquetes de luxo que navegam sob a bandeira americana. Edward A. Filene > Fundador de lojas de comércio em Boston, inventou métodos revolucionários na distribuição e promoção de produtos e tornou-se famoso por criar o conceito de “Loja de Oportunidades”. Edwin C. Barnes > O único homem que Thomas Edison teve como sócio, aproveitou o dictafone, que não vendia, e transformou-o num tal sucesso que se tornou um objecto de escritório, fazendo-o multimilionário. Arthur Nash > Um fabricante de roupa de Cincinnati que usou o seu negócio à beira da falência como cobaia do segredo de Carnegie e que foi tão bem sucedido que os jornais o tornaram conhecido como Golden Rule Nash3. Clarence Darrow > Advogado, orador e defensor dos oprimidos, ficou conhecido como o advogado que defendeu o ensino da teoria da evolução no processo Scopes Monkey. Woodrow Wilson > Vigésimo oitavo presidente dos Estados Unidos da América, 1913-1921. William Howard Taft > Vigésimo sétimo presidente dos Estados Unidos da América, 19091913. Luther Burbank > Horticultor mundialmente conhecido que introduziu mais de 800 variedades de novas plantas, num esforço para melhorar a qualidade das espécies e, dessa forma, aumentar o fornecimento de comida no mundo. Edward W. Bok > Apesar de ter apenas seis anos de instrução escolar, era aos vinte anos o editor da Ladies’ Home Journal, revista que ajudou a tornar-se numa das de maior circulação no mundo. Frank A. Munsey > Um operador de telégrafo que desistiu do seu trabalho para lançar a revista Argosy, e que depois transformou a sua fortuna num império de comunicação social que incluía o Washington Times e o New York Herald. Elbert H. Gary > Presidente da U.S. Steel, na altura em que esta era a maior corporação do mundo, liderou a construção do maior projecto da empresa: a fábrica de aço de Gary Works e a cidade de Gary (Indiana). Dr. Alexander Graham Bell > Conhecido como o inventor do telefone, aperfeiçoou também aparelhos de gravação, fez avanços na aviação e foi cofundador da National Geographic Society. John H. Patterson > Presidente da National Cash Register, era conhecido como um visionário da publicidade e um génio a motivar o seu pessoal de vendas, o que fez da National Cash Register líder no mercado. Julius Rosenwald > Um pequeno fabricante que anteviu o futuro das encomendas por correio, comprou 25 por cento da Sears, Roebuck & Co. e, juntamente com Richard Sears, transformoua num ícone do negócio americano. Stuart Austin Wier > Um engenheiro de construção que Napoleon Hill conheceu nos campos de petróleo do Texas e que, inspirado pelo segredo de Carnegie, foi estudar Direito aos quarenta anos; esteve também envolvido na publicação da Napoleon Hill’s Magazine. Dr. Frank Crane > Um reconhecido psicólogo, ensaísta e autor do livro Four Minute Essays sobre matérias como “O preço da liberdade”, “Pragmatismo”, “O dever dos ricos” e “Como manter os amigos”. J. G. Chapline > Reitor da Universidade de LaSalle, em cujo departamento de vendas e publicidade Napoleon Hill trabalhou, e onde Hill se apercebeu, pela primeira vez, do seu talento para motivar pessoas. Jennings Randolph > Director de uma companhia aérea, congressista e senador da West Virginia, foi um eterno admirador de Napoleon Hill e foi ele quem encorajou este a desempenhar o cargo de conselheiro do presidente Franklin Delano Roosevelt. Estes nomes representam apenas uma pequena fracção das centenas de notáveis americanos cujas proezas, financeiras ou de outra ordem, provaram que aqueles que compreendem e aplicam o segredo de Carnegie alcançam elevados patamares na vida. Não conheci ninguém que, estando inspirado para usar o segredo de Carnegie, não tivesse alcançado um sucesso assinalável. Por outro lado, nunca conheci ninguém que se distinguisse ou acumulasse riquezas de qualquer tipo sem estar na posse do segredo. A partir destes dois factos, concluí que o segredo é mais importante para a autodeterminação do que qualquer outra coisa que se obtenha através da denominada “instrução escolar”. A certa altura, à medida que for lendo, o segredo saltará da página e tornar-se-á bem visível para si, mas só se estiver preparado para ele. Quando ele aparecer, irá reconhecê-lo. Quer receba um sinal no primeiro ou no último capítulo, pare um momento quando ele aparecer, anote a hora e o local. Você irá querer recordar-se, pois essa ocasião marcará o mais importante momento de viragem na sua vida. Lembre-se também, à medida que avançar no livro, de que ele lida com factos e não com ficção, que o seu objectivo é transmitir uma grande verdade universal através da qual você, se estiver preparado, poderá aprender o que fazer e como fazer. Também irá receber o estímulo necessário para começar. Como palavra final de preparação, permite-me fazer uma breve sugestão que poderá fornecer uma pista sobre a forma como o segredo de Carnegie pode ser reconhecido? É a seguinte: todos os empreendimentos realizados, todas as riquezas ganhas, têm o seu início numa ideia. Se você estiver preparado para o segredo, já possui metade dele; por isso, irá reconhecer prontamente a outra metade no momento em que ele atingir a sua mente. 1. Extension University no original: uma universidade de formação contínua ao longo da vida. (N. do T.) 2. O julgamento de um professor do Tennessee que violou uma lei de 1925, a qual proibia o ensino de qualquer teoria que negasse a criação divina do Homem relatada na Bíblia. (N. do T.) 3. Alcunha que faz referência ao livro de Nash, Golden Rule in Business (1923). (N. do T.) :: INTRODUÇÃO :: Os pensamentos são coisas O homem que “pensou” o seu caminho para se tornar sócio de Thomas A. Edison De facto, “os pensamentos são coisas” e são poderosos quando misturados com a definição de objectivos, a persistência e o desejo ardente da sua concretização em riquezas ou outros bens materiais. Há alguns anos, Edwin C. Barnes descobriu como é de facto verdade que os homens realmente pensam e ficam ricos. A sua descoberta não apareceu de uma assentada. Foi feita a pouco e pouco, começou com um desejo ardente de se tornar parceiro de negócios do grande Edison. Tanto a pobreza como a riqueza são fruto do pensamento. Uma das principais características do desejo de Barnes era ser bem definido. Ele queria trabalhar com Edison e não trabalhar para ele. Preste muita atenção ao modo como ele transformou o desejo em realidade e irá perceber melhor os princípios que conduzem à riqueza. Quando este desejo ou impulso do pensamento surgiu pela primeira vez na sua mente, ele não tinha meios para o pôr em prática. Tinha duas dificuldades no seu caminho. Não conhecia Edison e não tinha dinheiro suficiente para pagar um bilhete de comboio até West Orange, em New Jersey, onde estava localizado o famoso laboratório de Edison. As dificuldades seriam suficientes para desencorajar a maioria das pessoas a tentarem concretizar o seu desejo. Mas este não era um desejo qualquer! O INVENTOR E O VAGABUNDO Edwin C. Barnes apresentou-se pessoalmente no laboratório de Edison e revelou que vinha para entrar no negócio do inventor. Anos mais tarde, ao falar do primeiro encontro que teve com Barnes, Edison disse: “Ele estava diante de mim, com o aspecto de um comum vagabundo, mas havia algo na sua expressão facial que me deu a impressão de estar determinado a conseguir aquilo de que tinha vindo à procura. Eu tinha aprendido, ao longo de anos de experiência com os homens, que quando um homem deseja realmente uma coisa tão profundamente que está disposto a arriscar todo o seu futuro num simples tiro no escuro, é garantido que ele vai conseguir alcançar essa coisa. Dei-lhe a oportunidade que ele pedia porque percebi que estava decidido a ficar até ser bem sucedido. Os acontecimentos subsequentes provaram que não foi um erro.” Não pôde ter sido a aparência do jovem a permitir-lhe o arranque no escritório de Edison, pois isso jogava inteiramente contra ele. O que pesou foi aquilo que ele pensava. Barnes não conseguiu tornar-se sócio de Edison logo no primeiro encontro. Conseguiu a oportunidade de trabalhar no escritório de Edison com um salário muito baixo. Os meses passaram. Não acontecia nada que aproximasse Barnes da meta desejada, que ele tinha estabelecido como o seu mais importante e categórico objectivo. Mas algo essencial estava a passar-se na mente de Barnes. Intensificava constantemente o desejo de se tornar sócio de Edison. Os psicólogos afirmaram correctamente que “quando uma pessoa está verdadeiramente preparada para algo, essa coisa acontece”. Barnes estava preparado para uma sociedade com Edison. E estava determinado a manter-se preparado até conseguir aquilo que procurava. Ele não disse para si próprio: “Ora, para que é que serve isto? Acho que vou mudar de ideias e tentar um lugar de vendedor.” Mas disse: “Eu vim para entrar no negócio com Edison e irei alcançar esta meta, nem que leve o resto da minha vida.” Estava mesmo decidido a isso! Como seria diferente a história contada pelos homens, se ao menos tivessem estabelecido um objectivo preciso e mantido esse objectivo até ele, com o tempo, se tornar uma completa obsessão. Talvez o jovem Barnes não o soubesse na altura, mas a sua determinação, tenacidade e a sua persistência em se concentrar num único desejo, estavam destinadas a deitar abaixo toda a oposição e a trazer-lhe a oportunidade que ele procurava. Quando a oportunidade chegou, esta apareceu-lhe de uma forma e vinda de uma direcção diferentes daquelas que Barnes tinha esperado. Essa é uma das artimanhas da oportunidade. Ela tem o hábito matreiro de entrar despercebidamente pela porta das traseiras e, muitas vezes, vem disfarçada sob a forma de azar ou derrota temporária. Talvez seja por isso que muita gente não consegue reconhecer a oportunidade. Edison tinha acabado de aperfeiçoar um novo instrumento de escritório, conhecido na altura como “O Dictafone de Edison”. Os seus vendedores não estavam entusiasmados com a máquina. Não acreditavam que a conseguissem vender sem grande esforço. Barnes viu a sua oportunidade disfarçada sob a forma de uma máquina de aspecto estranho, que não interessava a mais ninguém a não ser a Barnes e ao seu inventor. Barnes sabia que conseguiria vender o Dictafone de Edison e disse-o a Edison. O inventor decidiu dar-lhe essa oportunidade. E ele conseguiu mesmo vender a máquina. De facto, vendeu-a com tanto sucesso que Edison ofereceu-lhe um contrato para a distribuir e comercializar em todo o país. A partir desta sociedade, Barnes tornou-se rico, mas fez algo infinitamente maior. Provou que uma pessoa pode realmente pensar e ficar rica. Não tenho forma de saber a quantidade de dinheiro que rendeu esse primeiro desejo de Barnes. Talvez lhe tenha trazido dois ou três milhões de dólares, mas a quantia, qualquer que ela seja, torna-se insignificante se comparada com o maior bem que ele conquistou: o conhecimento decisivo de que um impulso intangível do pensamento pode ser transformado em recompensas materiais através da aplicação de princípios conhecidos. Barnes literalmente pensou nele próprio como sócio do grande Edison! Pensou nele próprio rico. E não tinha nada com que começar, excepto saber o que queria e a determinação para se manter firme no desejo até o realizar. A UM METRO DO OURO Uma das causas mais comuns do falhanço é o hábito de se desistir quando se é assaltado por uma derrota temporária. Todas as pessoas cometem este erro, num ou noutro momento. Um tio de R.U. Darby foi apanhado pela “febre do ouro” na época da corrida ao ouro e foi para o oeste do Colorado escavar e tornar-se rico. Ele nunca ouvira dizer que tinha sido retirado mais ouro das mentes dos homens do que da terra. Reclamou os direitos sobre um pedaço de terra e pôsse a trabalhar com uma pá e uma picareta. Depois de semanas de trabalho, foi recompensado com a descoberta de um minério brilhante. Precisava de maquinaria para trazer o minério à superfície. Discretamente, cobriu a mina e regressou a casa em Williamsburg, em Maryland. Contou aos seus familiares e alguns vizinhos o seu achado. Em conjunto, juntaram o dinheiro necessário para a maquinaria e enviaram-na para a mina. R. U. Darby decidiu juntar-se ao tio, e regressaram ao trabalho na mina. O primeiro carro com minério foi carregado e enviado para uma fundição. Os resultados provaram que eles tinham uma das mais ricas minas do Colorado. Mais alguns carros com aquele minério chegariam para pagar as dívidas. Depois iriam começar os lucros. As brocas enterraram-se nas profundezas e as esperanças de Darby e do tio cresceram. Então, uma coisa aconteceu. O veio de ouro desapareceu! Tinham chegado ao fim do arco-íris e o pote de ouro já lá não estava. Continuaram a escavar, a tentar desesperadamente apanhar outra vez o veio de ouro – sem qualquer proveito. Finalmente, decidiram desistir. Venderam a maquinaria a um ferro-velho por algumas centenas de dólares e apanharam o comboio de regresso a casa. O ferro-velho pediu a um engenheiro de minas para dar uma olhadela à mina e fazer alguns cálculos. O engenheiro informou que o projecto tinha falhado porque os proprietários não estavam familiarizados com o terreno. Os seus cálculos mostraram que o veio poderia ser encontrado apenas a um metro do sítio onde os Darby tinham parado de escavar. Foi exactamente aí que foi encontrado! O ferro-velho retirou milhões de dólares da mina porque sabia bem que era necessário pedir o conselho de especialistas antes de desistir. Muito mais tarde, Darby refez-se desta perda uma quantidade de vezes, quando fez a descoberta de que o desejo pode ser transmutado em ouro. A descoberta surgiu depois de ele ter entrado no negócio da venda de seguros de vida. Recordando-se de que tinha perdido uma enorme fortuna por ter parado a um metro do ouro, Darby lucrou com esta experiência na área de trabalho a que se dedicara. Simplesmente disse para si mesmo: “Eu parei a um metro do ouro, mas jamais irei parar só porque os homens me dizem não quando lhes ofereço um seguro.” Darby passou a fazer parte de um restrito grupo de homens que venderam anualmente mais de um milhão de dólares em seguros de vida. A sua firmeza deveu-se à lição que tinha aprendido com a desistência no negócio da mina de ouro. Antes do êxito surgir na vida de qualquer pessoa, é garantido que ela irá enfrentar bastantes derrotas temporárias e, talvez, algum falhanço. Quando a derrota domina uma pessoa, a coisa mais fácil e lógica a fazer é desistir. É exactamente isso que a maioria faz. Mais de cinco centenas dos homens de maior sucesso que este país alguma vez teve disseram-me que o seu maior êxito surgiu apenas um passo além do ponto em que a derrota os teria assolado. O falhanço é um vigarista com um apurado sentido de ironia e de manha. O seu maior prazer é passar uma rasteira a alguém quando o êxito está quase a ser alcançado. UMA LIÇÃO DE CINQUENTA CÊNTIMOS SOBRE PERSISTÊNCIA Pouco tempo depois de Darby ter recebido o seu diploma na “Universidade dos Grandes Azares”, testemunhou uma situação que lhe demonstrou que não nem sempre significa NÃO. Uma tarde, encontrava-se a ajudar o tio a moer trigo num velho moinho. O tio explorava uma grande quinta na qual vivia um grande número de rendeiros negros que ficavam com parte das colheitas. A porta abriu-se silenciosamente e uma pequena criança negra, a filha de um rendeiro, entrou e pôs-se junto à porta. O tio ergueu os olhos, viu a criança e rosnou-lhe asperamente: “O que é que queres?” Submissa, a criança respondeu: “A minha mamã diz para lhe mandares cinquenta cêntimos.” “Não mando”, o tio retorquiu. “Vai já para casa.” Mas ela não se mexeu. O tio prosseguiu com o trabalho sem reparar que ela não se tinha ido embora. Quando ergueu os olhos e a viu ainda ali, gritou-lhe: “Eu disse-te para ires para casa! Vai já ou dou-te com o chicote.” Mas ela não arredou pé. O tio largou uma saca de cereais que estava prestes a despejar no funil de carga do moinho e avançou em direcção à criança. Darby susteve a respiração. Ele sabia que o tio tinha um temperamento feroz. Quando o tio chegou ao sítio onde a criança permanecia, ela deu rapidamente um passo em frente, olhou-o nos olhos e gritou a plenos pulmões: “A minha mamã tem de ter os cinquenta cêntimos!” O tio parou, olhou para ela durante um minuto, meteu a mão ao bolso, tirou meio dólar e deu-lhe a moeda. A criança pegou no dinheiro e lentamente recuou em direcção à porta, sem nunca tirar os olhos do homem sobre quem ela tinha acabado de levar a melhor. Depois de ela se ter ido embora, o tio sentou-se numa caixa e ficou mais de dez minutos a olhar para o vazio através da janela. Estava a reflectir seriamente sobre a derrota que tinha acabado de sofrer. Darby também reflectia. Tinha sido a primeira vez em toda a sua experiência de vida que tinha visto uma criança dominar deliberadamente um adulto. Como é que ela o conseguira fazer? O que é que acontecera ao seu tio para perder a ferocidade e tornar-se dócil como uma ovelha? Que estranho poder esta criança usou que a tornou senhora da situação? Estas questões passaram pela mente de Darby, mas não encontrou qualquer resposta até anos mais tarde, quando me contou esta história. Estranhamente, esta invulgar experiência foi-me contada no velho moinho, no mesmo lugar onde o tio tinha sofrido a sua derrota. Quando estávamos naquele moinho bafiento, Darby repetiu a história da invulgar conquista e terminou com a pergunta: “O que é que pensa disto? Que estranho poder usou aquela criança para derrotar completamente o meu tio?” A resposta a esta pergunta será encontrada nos princípios descritos neste livro. A resposta é completa e detalhada. contém detalhes e instruções suficientes para permitir a qualquer pessoa perceber e usar a mesma força que a pequena criança encontrou por acidente. Mantenha a sua mente alerta e perceberá exactamente que estranho poder veio em auxílio da criança. Poderá ter um vislumbre deste poder neste capítulo ou poderá surgir-lhe na mente num capítulo posterior. Se se mantiver alerta, haverá a possibilidade de encontrar algures neste livro a ideia que irá acelerar as suas capacidades receptivas e colocar sob o seu comando este poder irresistível. Poderá surgir sob a forma de uma ideia simples ou aparecer como um plano completo ou um propósito. Poderá até levá-lo a regressar às suas experiências passadas de falhanços e derrotas e, dessa forma, trazer à superfície algumas lições através das quais poderá recuperar tudo aquilo que perdeu com a derrota. Depois de ter explicado a Darby o poder que a criança utilizou sem o saber, ele rapidamente reconstituiu os seus trinta anos de experiência como vendedor de seguros de vida. Ao fazê-lo, tornou-se claro para ele que o seu sucesso se devia, em larga medida, à lição aprendida com aquela criança. Darby destacou: “Sempre que um potencial cliente tentava afastar-me sem comprar, eu via aquela criança a manter-se firme no velho moinho, com os grandes olhos a olharem furiosamente em desafio, e dizia para mim, ‘Eu tenho de fazer esta venda.’ A maior parte das vendas que fiz foram feitas depois de as pessoas terem dito não.” E relembrou também o seu erro por ter parado a apenas um metro do ouro. “Mas”, disse ele, “essa experiência foi uma bênção camuflada. Ensinou-me a continuar a insistir independentemente das dificuldades em seguir em frente, uma lição que precisei de aprender antes de conseguir ter êxito em qualquer coisa.” As experiências de Darby foram comuns e simples, mas continham a resposta ao destino da sua vida. Na verdade, elas foram tão importantes para ele como a própria vida e ele conseguiu lucrar com as duas dramáticas experiências porque as analisou e encontrou a lição que elas encerravam. Mas o que acontece se você não vir os acontecimentos da sua vida como sendo experiências de significado tão profundo? E o que é que acontece ao jovem que ainda não teve o mais pequeno falhanço para analisar? Onde e como é que ele irá aprender a arte de converter a derrota em degraus rumo à oportunidade? Foi por isso exactamente que este livro foi escrito – para responder a estas perguntas. Para dar a minha resposta elaborei treze princípios. Estes princípios funcionam individualmente ou em conjunto como catalisadores. A resposta específica de que você anda à procura pode já estar na sua mente. A leitura destes princípios pode ser o catalisador que faz com que a sua resposta lhe surja subitamente sob a forma de uma ideia, de um plano ou de um objectivo. Uma ideia sólida é tudo quanto precisa para ter êxito. Estes treze princípios contêm os melhores e mais eficazes meios de criar ideias. CONSCIÊNCIA DO ÊXITO Antes de avançarmos na descrição destes princípios, julgo que tem direito a saber o seguinte: quando as riquezas começam a aparecer, surgem tão rapidamente e em tão grande abundância que uma pessoa pergunta onde é que elas estiveram escondidas durante todos estes anos estéreis. Esta é uma afirmação espantosa, sobretudo quando tomamos em consideração a crença popular de que as riquezas só são alcançadas por aqueles que trabalham longa e arduamente. Quando começar a pensar e a ficar rico, irá observar que as riquezas têm início num estado de espírito, na definição precisa de objectivos, e com pouco ou nenhum trabalho árduo. O que precisa de saber é como chegar a esse estado de espírito que irá atrair as riquezas. Eu passei 25 anos a pesquisar a resposta a essa questão porque também queria saber “como é que os homens ricos se tornaram ricos”. Aquilo que irá aprender é que assim que começar a dominar os princípios desta filosofia e começar a seguir as instruções para aplicar esses princípios, verificará que a sua condição financeira começa a melhorar. Todas as coisas em que tocar irão transformar-se em vantagens para si. Impossível? De modo nenhum! Uma das principais fraquezas do homem comum é a excessiva familiaridade com a palavra impossível. Conhecemos todas as regras que não vão resultar. Sabemos todas as coisas que não podem ser feitas. Este livro foi escrito para aqueles que procuram as regras que trouxeram o sucesso a outros e que estão dispostos a apostar tudo nessas regras. O sucesso é alcançado por aqueles que despertam a consciência para o sucesso. O falhanço é para aqueles que se entregam à consciência do falhanço. O objectivo deste livro é ajudar todos os que procuram o sucesso a aprenderem a arte de mudar nas suas mentes a consciência do falhanço em consciência do êxito. Outra fraqueza é o hábito de medir tudo e todos a partir das suas próprias impressões e crenças. Algumas pessoas que lerem isto não acreditam que podem pensar e ficar ricas porque os seus hábitos de pensamento estão mergulhados na pobreza, na miséria, no falhanço e na derrota. Este tipo de pensamento faz-me lembrar a história de um homem que veio da China para estudar na Universidade de Chicago. Um dia, o reitor Harper encontrou-se com este jovem no campus da universidade e ficou a conversar com ele por alguns minutos. Perguntou-lhe qual era a característica que ele tinha achado ser a mais notável do povo americano. “Ora!”, exclamou o estudante, “a estranha forma dos vossos olhos.” É tudo uma questão de perspectiva e de hábito. O mesmo é verdade em relação à crença naquilo que uma pessoa consegue atingir. Se você criou o hábito de ver a vida apenas a partir da sua perspectiva pessoal, poderá cometer o erro de acreditar que as suas limitações são, de facto, a medida de todas as limitações. O “IMPOSSÍVEL” MOTOR FORD V-8 Quando Henry Ford decidiu produzir o seu famoso motor V-8, optou por construir um motor com os oito cilindros fundidos num só bloco. Ford ordenou aos seus engenheiros que produzissem um plano do motor. O plano foi posto no papel, mas os engenheiros consideraram que seria humanamente impossível fundir numa só peça um bloco de motor com oito cilindros. Ford disse: “Produzam-no de qualquer maneira.” “Mas”, responderam eles, “é impossível!” “Avancem”, ordenou Ford, “e continuem a trabalhar até terem sucesso, leve o tempo que levar.” Os engenheiros avançaram. Passaram-se seis meses e nada aconteceu. Mais seis meses e ainda nada tinha acontecido. Os engenheiros tentaram todos os planos concebíveis para cumprirem as ordens, mas estas pareciam estar fora de alcance. “Impossível!” No final do ano, Ford encontrou-se com os engenheiros e mais uma vez eles informaram-no de que não tinham encontrado nenhuma forma de conseguirem cumprir as suas ordens. “Avancem”, disse Ford, “Eu quero e vou consegui-lo.” Eles prosseguiram e então, num golpe de magia, o segredo foi descoberto. A determinação de Ford tinha vencido uma vez mais! Henry Ford alcançou o sucesso porque percebeu e aplicou os princípios do sucesso. Um deles é o desejo: saber claramente aquilo que se quer. Lembre-se da história de Ford e distinga as linhas através das quais o segredo desta estupenda proeza foi descrito. Se conseguir fazê-lo, se conseguir apontar com o dedo o grupo particular de princípios que tornaram Henry Ford rico, poderá igualálo nas suas proezas em quase todos os aspectos para que estiver talhado. A RAZÃO POR QUE VOCÊ É “O SENHOR DO SEU DESTINO” Quando o famoso poeta inglês William Henley escreveu estas linhas proféticas, “Eu sou o senhor do meu destino, sou o comandante da minha alma”, deveria ter-nos dito que somos os senhores dos nossos destinos, os comandantes das nossas almas porque temos o poder de controlar os nossos pensamentos. Ele deveria ter-nos dito que tal acontece porque, de certo modo, os nossos cérebros ficam “magnetizados” com os pensamentos dominantes que mantivermos na nossa mente e é como se as nossas mentes magnetizadas atraíssem as forças, as pessoas, e as circunstâncias da vida que estão em sincronia com os nossos pensamentos dominantes. Ele deveria ter-nos dito que antes de conseguirmos acumular riquezas em grande abundância, temos de magnetizar as nossas mentes com um desejo intenso de riqueza, temos de nos tornar “conscientes do dinheiro” até que o desejo por dinheiro nos conduza a criar planos precisos para o adquirirmos. Mas, sendo um poeta, Henley ficou satisfeito em apresentar uma grande verdade de forma poética, deixando para aqueles que vieram depois dele a interpretação do significado filosófico daquelas linhas. A pouco e pouco, a verdade revelou-se, até eu ter a certeza de que os princípios descritos neste livro contêm o segredo do domínio do nosso destino económico. PRINCÍPIOS QUE PODEM MUDAR O SEU DESTINO Estamos prontos para examinar o primeiro destes princípios e, à medida que o fizermos, peço-lhe que mantenha uma atitude de mente aberta. Lembre-se, à medida que for lendo, que estes princípios não são uma invenção minha, nem são uma invenção de qualquer outra pessoa. Estes princípios funcionaram literalmente com milhões de pessoas. Também você poderá colocá-los em prática em seu próprio benefício. Irá achar muito fácil e nada difícil fazê-lo. Há alguns anos, fiz a palestra de entrega dos diplomas na Universidade de Salem, em Salem, na West Virginia. Realcei com tanta veemência a necessidade de ter um desejo ardente que um dos alunos diplomados ficou completamente convencido e fez disso a pedra basilar da sua própria filosofia. Esse jovem tornou-se congressista e um elemento importante da administração de Franklin D. Roosevelt. Ele escreveu-me uma carta na qual apresentava tão claramente a sua opinião sobre o princípio do desejo abordado no próximo capítulo, que decidi publicá-la como introdução ao próximo capítulo. Meu caro Napoleon: Tendo-me dado o meu cargo no Congresso um conhecimento profundo dos problemas dos homens e das mulheres, venho escrever-lhe para oferecer uma sugestão que poderá ser útil a centenas de pessoas que a mereçam. Em 1922, quando fez a palestra da entrega dos diplomas na Universidade de Salem, eu era um dos alunos diplomados. Nessa palestra, fez brotar na minha mente uma ideia que foi responsável pela oportunidade que agora tenho de servir as pessoas do meu Estado, e será responsável, em maior medida, por todo o sucesso que eu venha a ter no futuro. Lembro-me, como se fosse ontem, da maravilhosa descrição que fez do método com o qual Henry Ford chegou ao topo, mesmo com pouca escolaridade, sem um tostão e sem amigos influentes. Decidi nessa altura, mesmo antes de ter terminado o discurso, que iria conquistar o meu lugar, independentemente das dificuldades que tivesse de superar. Milhares de jovens irão terminar os seus estudos neste e nos próximos anos. Cada um deles estará à procura de uma mensagem prática de encorajamento como aquela que recebi de si. Quererão saber para onde se hão-de virar, o que fazer, como iniciar a vida. O senhor poderá dizer-lhes porque ajudou a resolver os problemas de muita, muita gente. Hoje em dia, há milhares de pessoas na América que gostariam de saber como converter as ideias em dinheiro, pessoas que têm de começar do zero, sem financiamentos, e precisam de recuperar as suas perdas. Se alguém as pode ajudar, é o senhor. Se publicar o livro, gostaria de ter o primeiro exemplar que for impresso, autografado pessoalmente por si. Com os meus mais sinceros cumprimentos, JENNINGS RANDOLPH Desde 1922, vi Jennings Randolph progredir até se ter tornado num dos maiores gestores de companhias áreas, num grande e edificante orador e senador da West Virginia. Trinta e cinco anos depois de ter feito aquele discurso, tive o prazer de regressar, em 1957, à Universidade de Salem e fazer o discurso de formatura. Nessa altura, recebi o grau honorário de Doutor de Literatura da Universidade de Salem. :: CAPÍTULO 1 :: O desejo O ponto de partida de todos os empreendimentos O PRIMEIRO PASSO PARA A RIQUEZA Quando Edwin C. Barnes desceu do vagão de mercadorias em West Orange, New Jersey, poderia ter o aspecto de um vagabundo, mas os seus pensamentos eram os de um rei. À medida que se afastava dos carris em direcção ao escritório de Thomas A. Edison, a sua mente estava a trabalhar. Via-se a si próprio em pé na frente de Edison. Ouvia-se a si próprio a pedir a Edison uma oportunidade para levar a cabo a obsessão da sua vida, o desejo ardente de se tornar parceiro nos negócios do grande inventor. O desejo de Barnes não era uma esperança. Não era uma aspiração. Era um desejo fervoroso que transcendia todo o resto. Era algo imperativo. Alguns anos depois, Edwin C. Barnes estava de novo defronte de Edison, no mesmo escritório onde tinha conhecido o inventor. Desta vez, o seu desejo tinha-se transformado em realidade. Era sócio de Edison. O sonho dominante da sua vida tinha-se tornado realidade. Tudo aquilo que a mente humana pode conceber e em que pode acreditar, também pode alcançar. Barnes teve sucesso porque escolheu um objectivo preciso, colocou toda a sua energia, todo o seu poder, todo o seu esforço – apostou tudo o que tinha para atingir aquele objectivo. Passaram-se cinco anos até ele ter a oportunidade que tinha procurado desde a sua chegada. Para todos, menos para si próprio, ele era somente mais uma peça na engrenagem dos negócios de Edison. Mas na mente dele, era parceiro de Edison a cada minuto, desde o primeiro dia em que começara a trabalhar naquele local. É um exemplo extraordinário do poder de um desejo preciso. Barnes conseguiu o seu objectivo porque queria ser sócio de Edison para além de qualquer outra coisa. Criou o plano para atingir esse objectivo, e queimou todas as pontes atrás dele. Manteve-se firme no seu propósito até este se tornar a obsessão dominante da sua vida – e, finalmente, um facto. Quando foi para West Orange, não disse para si mesmo: “Vou tentar levar Edison a dar-me um trabalho qualquer.” Ele disse: “Vou ter com Edison e informá-lo de que vim para entrar no negócio dele.” Ele não disse: “Vou manter os meus olhos abertos para outras oportunidades, no caso de falhar aquilo que quero na empresa de Edison.” Ele disse: “Só há uma coisa no mundo que eu estou determinado a ter, e isso é fazer sociedade com Thomas A. Edison. Vou queimar todas as pontes atrás de mim e apostar todo o meu futuro na minha capacidade para obter o que quero.” Colocou-se numa posição sem recuo possível. Tinha de vencer ou morrer! Isto é tudo o que há para dizer sobre a história do êxito de Barnes! NÃO ACEITE BATER EM RETIRADA Há muito tempo, um grande guerreiro confrontou-se com uma situação que o obrigava a tomar uma decisão que assegurasse o seu sucesso no campo de batalha. Estava prestes a enviar os seus exércitos contra um inimigo poderoso, cujo número de homens superava o seu. Embarcou as suas tropas em barcos, navegou até ao território do inimigo, desembarcou os soldados e o equipamento e depois deu ordem para serem queimados os barcos que os tinham carregado. Dirigindo-se aos homens antes da primeira batalha, disse-lhes: “Estão a ver os barcos a transformarem-se em fumo? Isso significa que não poderemos deixar estas terras vivos, a não ser que vençamos! Não temos opção – vencemos ou morremos!” Venceram. Qualquer pessoa que vença em qualquer empreendimento tem de estar disposto a queimar os barcos e a cortar todos os caminhos de fuga. Só assim é possível manter o estado de espírito conhecido como o desejo ardente de vencer. É essencial para o êxito. Na manhã após o grande incêndio de Chicago, um grupo de comerciantes permanecia na State Street, a olhar para os restos fumegantes que tinham sido as suas lojas. Reuniram-se para decidir se deveriam tentar reconstruir as lojas ou deixar Chicago e começar de novo numa zona mais promissora do país. Decidiram ir-se embora. Todos menos um. O comerciante que optou por ficar e reconstruir o seu negócio apontou para os restos da sua loja e disse: “Meus senhores, neste mesmo local vou construir a maior loja do mundo, arda as vezes que arder.” Isto foi em 1871. A loja foi construída e ainda hoje se mantém no mesmo local. O centro comercial Marshall Field é um importante monumento ao poder daquele estado de espírito chamado desejo ardente. O mais fácil para Marshall Field teria sido fazer o mesmo que os seus colegas comerciantes. Quando as coisas estavam difíceis e o futuro parecia sombrio, eles pegaram na bagagem e foram para onde as coisas pareciam ser mais fáceis. Grave bem esta diferença entre Marshall Field e os restantes comerciantes. É esta diferença que distingue aqueles que obtêm sucesso daqueles que falham. Qualquer ser humano suficientemente maduro para compreender o valor do dinheiro aspira a têlo. Mas aspirar ao dinheiro não traz riquezas. Desejar riquezas com um estado de espírito que se torna uma obsessão, depois planear formas precisas e meios de adquirir as riquezas, e sustentar esses planos com persistência – uma persistência que não reconheça o falhanço –, isso irá trazer riqueza. SEIS FORMAS DE TRANSFORMAR OS DESEJOS EM OURO O método através do qual o seu desejo de riqueza pode ser transmutado no seu equivalente financeiro consiste em seis passos precisos e práticos: 1. Determine na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja. Não é suficiente dizer apenas “Quero ter muito dinheiro”. Seja preciso na quantia. (Há uma razão psicológica para esta definição, a qual será explicada nos próximos capítulos.) 2. Determine exactamente aquilo que está disposto a dar em troca do dinheiro que deseja. (A ideia de “algo a troco de nada” não existe.) 3. Estabeleça uma data definitiva em que pretenda ter em sua posse o dinheiro que deseja. 4. Crie um plano preciso para levar a cabo o seu desejo e comece de imediato, esteja ou não preparado para pôr o plano em acção. 5. Agora ponha-o por escrito. Escreva uma declaração clara e concisa com a quantidade de dinheiro que pretende adquirir, determine a data limite para a sua aquisição, indique o que tenciona dar em troca do dinheiro e descreva claramente o plano através do qual pretende acumulá-lo. 6. Leia a sua declaração escrita em voz alta, duas vezes ao dia. Leia-a uma vez à noite antes de se deitar, e outra depois de se levantar de manhã. Enquanto lê, veja-se, sinta-se e acredite estar já na posse do dinheiro. É importante seguir as instruções descritas nos seis passos. É especialmente importante que cumpra e siga as instruções do sexto ponto. Poderá queixar-se de que lhe é impossível “ver-se a si próprio já na posse do dinheiro” antes de realmente o ter. É aqui que o desejo ardente virá em seu auxílio. Se realmente deseja o dinheiro com tanta vontade que o seu desejo é uma obsessão, não terá dificuldade em se convencer a si próprio de que o irá adquirir. O objectivo é querer dinheiro e tornar-se tão determinado a tê-lo que se irá convencer a si próprio de que o irá ter. Se não lhe ensinaram o funcionamento da mente humana, estas instruções podem parecer-lhe impraticáveis. Será útil saber que a informação que elas contêm foi-me transmitida por Andrew Carnegie, que se tornou ele próprio num dos mais bem sucedidos homens da história americana. Carnegie começou a trabalhar como operário numa fábrica de aço, mas conseguiu, apesar do seu início humilde, fazer com que estes princípios lhe dessem uma fortuna consideravelmente superior a 100 milhões de dólares. Será também útil saber que os seis passos foram analisados minuciosamente pelo famoso inventor e bem sucedido homem de negócios, Thomas A. Edison, que os aprovou, afirmando que os princípios não são apenas os passos essenciais para a acumulação de dinheiro, mas também para atingir qualquer objectivo. Os passos não implicam trabalho árduo. Não obrigam a qualquer sacrifício. A sua aplicação não exige uma grande formação escolar, mas a aplicação bem sucedida destes seis passos exige uma dose suficiente de imaginação para permitir ver e perceber que a acumulação de dinheiro não pode ser deixada ao acaso, à sorte e ao destino. Pode ficar já a saber que nunca terá riqueza em grande quantidade a não ser que se proponha desenvolver em si um fortíssimo desejo por dinheiro, acreditando realmente que o irá possuir. O PODER DOS GRANDES SONHOS Se está nesta corrida pela riqueza, deverá ser encorajado pela seguinte verdade: o mundo em que vivemos está a pedir novas ideias, novas maneiras de fazer as coisas, novos líderes, novas invenções, novos métodos, estilos, versões e variantes de tudo e a toda a hora. Por detrás desta procura de novas e melhores coisas existe uma qualidade que você deve possuir para ganhar. Essa qualidade é a precisão do objectivo – o conhecimento daquilo que quer e um desejo ardente de o possuir. Se realmente deseja a riqueza, lembre-se de que os grandes líderes do mundo foram sempre homens que exploraram e colocaram em uso as intangíveis e invisíveis forças da oportunidade. Os líderes são pessoas que convertem essas oportunidades em cidades, arranha-céus, fábricas, transportes, entretenimento e todo o tipo de comodidades que tornam a vida mais agradável. Ao planear a aquisição da sua parte de riqueza, não deixe que ninguém desdenhe de si por ser um sonhador. Para ganhar as grandes apostas neste mundo de mudanças, é preciso agarrar o espírito dos grandes pioneiros, cujos sonhos deram à civilização tudo aquilo que ela tem de valor. É esse espírito que funciona como o sangue vital do nosso próprio país – a sua oportunidade e a minha de desenvolvermos e negociarmos os nossos talentos. Um desejo ardente de ser e de fazer é o ponto de partida do qual o sonhador tem de arrancar. Os sonhos não nascem da indiferença, da preguiça, ou da falta de ambição. Se aquilo que deseja fazer está correcto e acredita nisso, vá em frente e faça-o. Nunca se preocupe com aquilo que “eles” dizem ao confrontar-se com derrotas temporárias, porque “eles” não sabem que cada falhanço contém a semente de um sucesso equivalente. Marconi sonhou com um sistema para enviar sons de um lugar para o outro sem a utilização de fios. Poderá ser interessante para si saber que os “amigos” de Marconi o colocaram sob custódia para ser examinado num hospital psiquiátrico, quando ele anunciou que tinha descoberto um princípio através do qual era possível mandar mensagens através do ar. A prova de que ele não sonhou em vão pode ser encontrada em todos os rádios do mundo. Felizmente os sonhadores de hoje são mais bem tratados. Actualmente o mundo está cheio de oportunidades que os sonhadores do passado nunca conheceram. Se duvida desta verdade e se sente esmagado por causa de um falhanço recente, está prestes a descobrir como o seu falhanço pode ser o seu bem mais valioso. Quase todos aqueles que foram bem sucedidos na vida escaparam a um mau início e passaram por vários sobressaltos antes de “chegar”. O ponto de viragem nas vidas daqueles que tiveram sucesso surge, normalmente, nos momentos de alguma crise, através dos quais se conhece o “outro eu”. Sydney Porter descobriu o génio que dormia no seu cérebro só depois de ter sofrido um grande infortúnio. Foi acusado de desvio de fundos e encarcerado, em Columbus, Ohio. Foi aí que ele veio a conhecer o seu “outro eu”. Começou a escrever contos. Então, fechado na sua cela, começou a vender essas histórias às revistas sob o pseudónimo de O. Henry. Através do uso da sua imaginação, descobriu que era um grande escritor em vez de ser um marginal e criminoso miserável. Na altura em que foi colocado em liberdade, O. Henry era o escritor de contos mais popular do país. Thomas Edison sonhou com uma lâmpada que poderia funcionar com electricidade, começou do nada para pôr o sonho em acção e, apesar de mais de dez mil falhanços, manteve-se firme no sonho até ser conduzido à descoberta do génio que dormia dentro do seu cérebro. Henry Ford, pobre e sem instrução, sonhava com uma carruagem sem cavalos. Começou a trabalhar com as ferramentas que tinha, sem esperar que uma oportunidade o favorecesse, e hoje a prova do seu sonho está à vista por todo o lado. Ele apostou mais na sua empresa do que qualquer outra pessoa porque não tinha medo de apoiar os seus sonhos. Há uma diferença entre aspirar a uma coisa e estar pronto para a receber. Ninguém está preparado para uma coisa até acreditar que a pode ter. O estado de espírito tem de ser a crença, não apenas a mera esperança ou aspiração. A abertura de espírito é essencial para a crença. Mentes fechadas não inspiram a fé, a coragem e a crença. Lembre-se de que não é exigido mais esforço para chegar alto na vida, para procurar abundância e prosperidade, do que aquele que é exigido para aceitar a miséria e a pobreza. Uma grande poetisa4 afirmou correctamente esta verdade universal através destas linhas: Fiz o negócio com a Vida por um cêntimo E a Vida não quis pagar mais. Porém, à noite eu mendiguei Feitas as contas à minha parca provisão. A Vida é um justo empregador, Dá-nos aquilo que pedimos Mas uma vez aceite o salário Então, temos de suportar o trabalho. Trabalhei pelo soldo de um servo Para descobrir, desanimado, Que qualquer recompensa pedida à Vida Ser-me-ia paga de boa vontade. O DESEJO VENCE A NATUREZA PELA ASTÚCIA Como ponto alto apropriado para este capítulo, gostava de apresentar uma das mais excepcionais pessoas que alguma vez conheci. Vi-o pela primeira vez poucos minutos depois de ter nascido. Ele nasceu sem orelhas e o médico admitiu, quando pressionado para dar uma opinião sobre o caso, que a criança deveria ser surda e muda para toda a vida. Eu desafiei a opinião do médico. Tinha o direito de o fazer. Eu era o pai da criança. Também tinha chegado a uma decisão, mas exprimi a minha opinião silenciosamente, no sigilo do meu coração. Na minha mente, sabia que o meu filho iria ouvir e falar. Como? Tinha a certeza de que havia um caminho e sabia que o iria encontrar. Pensei nas palavras do imortal Emerson: “O percurso completo das coisas serve para nos ensinar a fé. Só temos de obedecer. Há uma orientação para cada um de nós e, ouvindo humildemente, iremos escutar a palavra certa.” A palavra certa? Desejo! Mais do que qualquer coisa, eu desejava que o meu filho não fosse surdo-mudo. A partir desse desejo, nunca desisti, nem por um segundo. O que poderia eu fazer? De algum modo, haveria de encontrar uma forma de transferir para a mente daquela criança o meu próprio desejo ardente através de meios e de formas de passar o som para o seu cérebro sem a ajuda das orelhas. Assim que a criança fosse suficientemente crescida para poder colaborar, eu iria encher a sua mente tão completamente com o desejo ardente de ouvir que a Natureza, pelos seus próprios métodos, iria transferi-lo para a realidade física. Todo este pensamento ocorreu na minha mente, mas nunca falei dele a ninguém. Todos os dias renovava o compromisso que tinha feito a mim próprio, de que o meu filho não seria surdo-mudo. À medida que ele cresceu e começou a reparar nas coisas à sua volta, percebemos que ele tinha um certo grau de audição. Quando chegou à idade em que normalmente as crianças começam a falar, não fez nenhuma tentativa, mas conseguíamos perceber por algumas das suas acções que ele conseguia ouvir levemente certos sons. Isso era tudo quanto eu precisava de saber! Estava convencido de que se ele conseguisse ouvir, ainda que pouco, poderia desenvolver ainda mais a sua capacidade de audição. Então, aconteceu algo que me deu esperança. A sua origem foi completamente inesperada. Comprámos um fonógrafo. Quando a criança ouviu música pela primeira vez, ficou em êxtase e rapidamente se apropriou da máquina. Numa ocasião, ele tocou um disco vezes sem conta durante quase duas horas, mantendo-se defronte do fonógrafo com os dentes cravados na aresta da caixa. O significado deste hábito só se tornou claro alguns anos mais tarde, pois até então não tínhamos ouvido falar do princípio da “condução do som através dos ossos”. Pouco depois de ele se ter apropriado do fonógrafo, descobri que conseguia ouvir-me com bastante clareza quando eu falava com os meus lábios a tocarem o seu osso mastóide, na base do crânio. Tendo determinado que ele conseguia ouvir o som da minha voz nitidamente, comecei, de imediato, a transferir para a sua mente o desejo de ouvir e de falar. Quando descobri que o meu filho gostava de histórias para adormecer, lancei-me ao trabalho de criar histórias concebidas para desenvolver nele a autoconfiança, a imaginação e um forte desejo de ouvir. Havia uma história em particular que eu realçava dando-lhe uma nova coloração dramática de cada vez que a contava. Fora concebida para lançar na sua mente o pensamento de que o seu padecimento não era algo negativo, mas sim uma vantagem de grande valor. Em consequência dos meus estudos e da minha experiência pessoal, eu acreditava firmemente que todas as adversidades trazem em si a semente de vantagens equivalentes. contudo, apesar da minha crença, tenho de confessar que não tinha a mínima ideia de como este sofrimento se poderia tornar num valor. ELE GANHOU UM NOVO MUNDO COM SEIS CÊNTIMOS Quando analiso a experiência em retrospectiva, consigo ver agora que a fé do meu filho em mim teve muito a ver com os resultados fabulosos obtidos. Ele não pôs em causa nada do que eu lhe disse. Vendi-lhe a ideia de que ele possuía uma vantagem distintiva em relação ao seu irmão mais velho e que essa vantagem iria reflectir-se nele próprio de muitas maneiras. Por exemplo, os professores na escola iriam aperceber-se de que ele não tinha orelhas e, por isso, iriam dar-lhe especial atenção e tratá-lo com uma bondade extraordinária. Sempre o fizeram. Vendi-lhe também a ideia de que quando ele fosse suficientemente crescido para vender jornais (o irmão mais velho tinha-se tornado já um comerciante de jornais), teria uma grande vantagem sobre o irmão. O meu raciocínio era que as pessoas iriam pagar dinheiro extra pelos seus produtos porque viam que ele era um rapaz brilhante e activo, pese embora não ter orelhas. Quando ele tinha quase sete anos, deu a primeira prova de que o nosso método de estimular a sua mente estava a dar frutos. Durante vários meses, suplicou pelo privilégio de vender jornais, mas a mãe não dava o seu consentimento ao projecto. Finalmente, ele próprio se encarregou do assunto. Uma tarde, quando foi deixado em casa com os criados, empoleirou-se na janela da cozinha, escapuliu-se para a rua e lançou-se por sua conta. Pediu emprestados seis cêntimos ao vizinho sapateiro, investiu-os em jornais, e vendeu-os todos. Pegou no lucro, reinvestiu-o em mais jornais e repetiu o processo até ao final da tarde. Depois de fazer as contas e de pagar os seis cêntimos que tinha pedido emprestados ao seu banqueiro, realizou um lucro líquido de quarenta e dois cêntimos. Quando chegámos a casa nessa noite, encontrámo-lo na cama a dormir com o dinheiro apertado na mão. A mãe abriu-lhe a mão, retirou-lhe as moedas e chorou. Para mim, ela parecia estar a chorar pela primeira vitória do seu filho. A minha reacção foi oposta. Eu ri-me, pois sabia que a minha decisão de colocar na mente do meu filho uma postura de fé em si próprio tinha vingado. A mãe viu, na sua primeira aventura comercial, um pequeno rapaz surdo que se tinha aventurado nas ruas e arriscado a vida para ganhar dinheiro. Eu vi um bravo, ambicioso e auto-confiante pequeno homem de negócios, cujas próprias acções tinham subido cem por cento por ele ter entrado no negócio por sua própria iniciativa e ter vencido. Eu não estava apenas agradado, estava impressionado. Ele demonstrara claramente os primeiros sinais de uma fonte de recursos que o acompanharia pela vida fora. O rapazinho surdo foi passando de ano na escola, no secundário e na universidade, sem conseguir ouvir os professores, excepto quando eles gritavam alto, a curta distância. Não foi para uma escola de surdos e nós não lhe permitimos que aprendesse uma língua gestual. Estávamos determinados a que ele vivesse uma vida tal como qualquer rapaz que ouvisse e falasse. Mantivemo-nos firmes nessa decisão, apesar de nos ter custado muitas discussões acesas com os funcionários escolares. Quando andava no ensino secundário, experimentou uma prótese auditiva eléctrica, mas não lhe serviu de nada. Durante a última semana na universidade, aconteceu uma coisa que se tornou o mais importante ponto de viragem da sua vida. Por um mero acaso, recebeu uma outra prótese auditiva eléctrica que lhe foi enviada à experiência. Ele estava relutante em experimentar, devido à desilusão provocada pelo outro aparelho similar. Finalmente, pegou no aparelho sem grande cuidado, colocou-o na cabeça e ligou-o. De repente, como num golpe de magia, o seu desejo de ouvir normalmente tinhase tornado realidade! Pela primeira vez na vida, ouvia quase tão bem quanto qualquer pessoa com audição normal. Radiante por causa do mundo diferente que lhe era dado a conhecer, correu para o telefone e ligou à mãe e ouviu a sua voz perfeitamente. No dia seguinte, conseguiu ouvir nitidamente as vozes dos professores na sala de aula pela primeira vez na vida! E pela primeira vez na vida, pôde conversar abertamente com outras pessoas sem necessidade de terem de falar alto. Na verdade, passara a ter nas mãos um mundo diferente. O desejo tinha começado a pagar dividendos, mas a vitória final ainda não era completa. Devia encontrar uma forma prática e precisa de converter a sua desvantagem numa vantagem equivalente. O PENSAMENTO QUE OPERA MILAGRES Inebriado pela alegria do recém-descoberto mundo do som, escreveu uma carta ao fabricante da prótese auditiva, descrevendo-lhe entusiasticamente a sua experiência. Algo na sua carta levou a empresa a convidá-lo a ir a Nova Iorque. Quando chegou, fez uma visita guiada à fábrica e, enquanto falava com o engenheiro-chefe e lhe relatava o seu novo mundo, um palpite, uma ideia ou uma inspiração – chame-lhe o que quiser – surgiu-lhe na mente. Foi este impulso do pensamento que transformou a sua incapacidade num bem destinado a render-lhe no futuro dividendos aos milhares, quer em dinheiro quer em felicidade. A forma e a substância daquele impulso de pensamento foi esta: ocorreu-lhe que poderia ajudar os milhões de surdos que vivem sem as vantagens de um aparelho auditivo, se conseguisse encontrar uma forma de lhes contar a história do seu mundo transformado. Durante um mês, fez uma pesquisa intensiva, durante a qual analisou o sistema de marketing do fabricante do aparelho auditivo. Depois, criou um plano para comunicar com pessoas com dificuldades auditivas tendo por objectivo partilhar com elas o seu recém-descoberto mundo novo. Quando terminou a tarefa, estabeleceu no papel um plano para dois anos, baseado nas suas descobertas. Apresentou o plano à empresa e foi-lhe dado automaticamente um lugar com o propósito de ele poder levar a cabo a sua ambição. Mal ele imaginava, quando foi trabalhar, que estava destinado a levar esperança e alívio real a milhares de pessoas, que, sem a sua ajuda, estariam condenadas a permanecer surdas para sempre. Na minha mente não há dúvidas de que Blair teria permanecido surdo e incapaz de falar durante toda a vida se a sua mãe e eu não tivéssemos moldado a sua mente do modo que fizemos. Quando lhe incuti o desejo de ouvir e de falar e de viver como as outras pessoas, juntamente com esse impulso verificou-se uma estranha influência que levou a Natureza a tornar-se uma autêntica “construtora de pontes” e a superar o abismo de silêncio entre o cérebro dele e o mundo exterior. Na verdade, o desejo ardente tem caminhos sinuosos para se transmutar num equivalente físico. Blair desejou ter uma audição normal; agora ele tem-na! Nasceu com uma deficiência que, naquela altura, facilmente poderia ter levado qualquer pessoa com um desejo menos preciso a mendigar nas ruas. A pequena “mentira inocente” que coloquei na mente dele quando Blair era uma criança, levando-o a acreditar que a sua condição se iria tornar num bem enorme do qual ele iria tirar proveito, justificou-se. Estou convencido de um facto: não existe nada no mundo, de certo ou de errado, que a crença, aliada ao desejo ardente, não consigam tornar realidade. Estas qualidades estão ao alcance de todos. Um curto parágrafo num despacho noticioso sobre a famosa cantora de ópera Schumann-Heink dá uma pista sobre o invulgar sucesso desta mulher. Cito o parágrafo porque a pista que contém não é outra senão o desejo. No início da sua carreira, a Senhora Schumann-Heink visitou o director da Ópera da Corte de Viena para ele testar a sua voz, mas ele não o fez. Após ter olhado para a rapariga com roupas estranhas e miseráveis, exclamou bruscamente: “Com uma cara dessas e sem personalidade como é que espera vir a ter sucesso na ópera? Minha pobre rapariga, desista da ideia. Compre uma máquina de costura e comece a trabalhar. Você nunca será uma cantora.” Nunca é tempo demais! O director da Ópera de Viena sabia muito sobre a técnica do canto. Mas sabia pouco sobre o poder do desejo, quando este assume as proporções de uma obsessão. Se ele soubesse mais sobre esse poder, não teria cometido o erro de rejeitar génios sem lhes dar uma oportunidade. Há alguns anos, um dos meus sócios ficou doente. À medida que o tempo passava, piorava e, finalmente, acabou por ser levado para ser operado no hospital. O médico avisou-me de que havia poucas hipóteses de o voltar a ver vivo outra vez. Mas essa era a opinião do médico, não era a opinião do paciente. Antes de ser levado de maca, ele sussurrou-me: “Não se preocupe, chefe, estou de volta dentro de poucos dias.” A enfermeira assistente olhou para mim com pena. Mas o paciente escapou são e salvo. Depois de tudo ter passado, o médico disse: “Nada a não ser o seu desejo de viver o salvou. Ele nunca teria recuperado a saúde se não tivesse recusado aceitar a possibilidade da morte.” Acredito no poder do desejo amparado pela fé em si mesmo, porque eu vi esse poder elevar homens de humildes posições para outras de poder e prosperidade; vi o poder do desejo trazer os mortos de volta à vida; vi-o servir de meio para as pessoas engendraram o seu regresso, depois de terem sido derrotadas de mil e uma maneiras; vi-o dar ao meu filho uma vida normal, feliz e com êxito, apesar de a Natureza o ter trazido ao mundo sem orelhas. Como é que se pode explorar e usar o poder do desejo? A primeira parte da resposta está na técnica referida no princípio deste capítulo. Você aprenderá mais no próximo e nos capítulos subsequentes deste livro. Através de um estranho e poderoso princípio, a Natureza encerra no impulso do desejo forte esse “algo” que não admite a palavra impossível e que não aceita o falhanço como realidade. 4. Jessie Belle Rittenhouse (1869-1948), poetisa, crítica literária e editora de vários volumes de poesia. (N. do T.) :: CAPÍTULO 2 :: A fé nas suas capacidades Visualização e crença na obtenção do desejo O SEGUNDO PASSO PARA A RIQUEZA A fé é o químico principal da mente. Quando a fé é misturada com o pensamento, o subconsciente capta automaticamente a vibração. Depois, o subconsciente traduz essa vibração e vai transmiti-la à inteligência infinita. As emoções da fé, do amor e do sexo são as mais poderosas de entre as principais emoções positivas. Quando as três se misturam, têm o efeito de “colorir” o pensamento de uma maneira que atinge instantaneamente o subconsciente. Aí, é transformado numa forma que induz a resposta de uma inteligência infinita. COMO DESENVOLVER A FÉ A afirmação seguinte é essencial para perceber a importância da auto-sugestão na transmutação do desejo num equivalente físico ou monetário: a fé é um estado de espírito que pode ser induzido ou criado através da afirmação ou da repetição de instruções para o subconsciente através do princípio da auto-sugestão. Não há limites para a mente excepto aqueles que admitimos. A repetição de afirmações equivale a dar ordens ao seu subconsciente e é o único método conhecido de desenvolvimento voluntário da emoção da fé (a crença absoluta de que se consegue realizar algo). Como exemplo, considere a razão pela qual está a ler este livro. Você quer adquirir a capacidade de transmutar o intangível impulso do pensamento do desejo no seu equivalente físico, o dinheiro. Ao seguir as instruções apresentadas no capítulo sobre auto-sugestão e o subconsciente, irá aprender técnicas para convencer o seu subconsciente de que você acredita que irá receber aquilo que pede. O seu subconsciente irá actuar sobre essa crença, e devolvê-la a si sob a forma de “fé”, seguida de planos precisos para encontrar aquilo que mais deseja. A fé em si próprio e nas suas capacidades é um estado de espírito que poderá desenvolver à vontade, depois de dominar os treze princípios deste livro. Isto é verdade porque a fé é um estado de espírito que se desenvolve naturalmente dentro de si através da aplicação e do uso destes princípios. As emoções, ou as partes de “sentimento” dos pensamentos, são aquilo que dá vitalidade, vida e acção aos seus pensamentos. As emoções da fé, do amor e do sexo, quando misturadas com qualquer impulso do pensamento, dão-lhe uma acção ainda maior. Todos os pensamentos que foram emocionalizados (aos quais foram dados sentimentos) e misturados com a fé (a crença absoluta nas suas capacidades) começam imediatamente a traduzir-se eles próprios no seu equivalente ou correlativo físico. Contudo, isto não é apenas verdade para os impulsos do pensamento que foram misturados com a fé, mas é verdade para qualquer emoção, mesmo as negativas. O que isto significa é que o subconsciente traduz no seu equivalente físico um impulso de pensamento de natureza negativa ou destrutiva, da mesma forma que agirá prontamente sobre os impulsos de pensamento de natureza positiva ou construtiva. A seguinte frase de um famoso criminologista ilustra este ponto: “Quando os homens contactam com o crime pela primeira vez, abominam-no. Quando se mantêm em contacto com o crime por algum tempo, começam a acostumar-se a ele e a suportá-lo. Se se mantêm em contacto com ele tempo demasiado, acabam finalmente por o abraçar e ficar sob a sua influência.” Isto é o equivalente a dizer que um impulso do pensamento negativo, repetidamente passado para o subconsciente com frequência suficiente, é finalmente aceite e age sobre o subconsciente. Este vai então proceder à tradução desse impulso no seu equivalente físico através do procedimento mais prático disponível. Isto explica o estranho fenómeno que milhões de pessoas experimentam e a que se chama azar. Há milhões de pessoas que acreditam estarem condenadas à pobreza e ao falhanço por causa de uma estranha força a que chamam azar, sobre a qual acreditam não ter qualquer tipo de controlo. Mas a verdade é que são elas as criadoras das suas próprias infelicidades, por causa da sua crença negativa no azar, a qual é captada pelo subconsciente e traduzida num equivalente físico. A sua crença ou fé é o elemento que determina a acção do seu subconsciente. Esta é a altura de lhe lembrar novamente que poderá obter benefícios ao passar para o seu subconsciente qualquer desejo que queira ver traduzido no seu equivalente físico ou monetário, mantendo um estado de expectativa ou de crença de que essa mudança irá realmente ocorrer. O subconsciente irá transmutar no seu equivalente físico, através do meio mais directo e prático disponível, qualquer ordem que lhe for dada em estado de crença ou de fé de que essa ordem será cumprida. Nesta altura, também deve ser realçado que, devido ao modo como o subconsciente opera, não há nada que o impeça de “iludir” o seu subconsciente quando lhe dá instruções através da autosugestão. Foi isso que eu fiz quando “iludi” o subconsciente do meu filho. Para tornar este “engano” ainda mais realista, na altura em que invocar o seu subconsciente, deverá comportar-se tal como se já estivesse na posse do bem material que procura. É essencial que encoraje as emoções positivas como forças dominantes na sua mente, mas a fé em si mesmo não advém da mera leitura de instruções. Agora que já compreendeu a teoria, tem de começar a aplicá-la. Através da experiência e da prática, irá desenvolver a capacidade de misturar a fé com qualquer ordem que dê ao seu subconsciente. Quando tiver fé nas suas capacidades, então poderá dar instruções ao seu subconsciente, as quais serão aceites e cumpridas de imediato. Quando a sua mente estiver dominada por emoções positivas, ela irá encorajar o estado de espírito conhecido como fé. A FÉ EM SI PRÓPRIO É UM ESTADO DE ESPÍRITO QUE PODE CRIAR PELA AUTO-SUGESTÃO Ao longo dos tempos, os líderes religiosos exortaram as pessoas a “ter fé”. Eles dizem para ter fé neste, naquele ou noutro dogma ou credo, mas não conseguiram dizer às pessoas como ter fé. Eles não afirmaram que “a fé é um estado de espírito que pode ser induzido pela auto-sugestão”. Este livro explica, numa linguagem que qualquer um pode compreender, o princípio através do qual pode ser desenvolvida a fé na sua capacidade de atingir um objectivo, onde e quando aquela não existia. Antes de começarmos, deve ser lembrado mais uma vez que: A Fé é “o elixir eterno” que dá vida, poder e capacidade de acção ao impulso do pensamento. A afirmação anterior merece uma segunda leitura e uma terceira e uma quarta. Merece ser lida em voz alta! A Fé é o ponto de partida para a acumulação de riqueza. A Fé é a base de todos os “milagres” e de todos os mistérios que não podem ser analisados através das leis da ciência. A Fé é o único antídoto conhecido para o falhanço. A Fé é o elemento que, quando misturado com o desejo, dá acesso directo à inteligência infinita. A Fé é o elemento que transforma a vulgar vibração do pensamento, criada pela mente humana, no seu equivalente espiritual. A Fé é a única forma pela qual a força da inteligência infinita pode ser dominada e usada. A MAGIA DA AUTO-SUGESTÃO É um facto que acabará por acreditar naquilo que repetir para si próprio, independentemente da afirmação ser verdadeira ou falsa. Se repetir uma mentira vezes sem conta, acabará eventualmente por aceitar essa mentira como verdade. Mais do que isso, acreditará que é verdade. Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite que ocupem a sua mente. Os pensamentos que coloca deliberadamente na sua mente, encorajados com indulgência e misturados com uma ou mais emoções, constituem as forças motoras que direccionam e controlam todos os seus movimentos, actos e feitos. A seguinte frase é uma significativa afirmação da verdade: os pensamentos que são misturados com qualquer um dos sentimentos de emoção tornam-se como que uma força magnética que atrai pensamentos semelhantes ou com eles relacionados. Um pensamento que é “magnetizado” com uma das emoções pode ser comparado a uma semente. Quando é lançado em solo fértil, germina, cresce e multiplica-se vezes sem conta. O que no início era uma pequena semente transforma-se em infinitos milhões de sementes do mesmo tipo. A mente humana atrai constantemente vibrações que estão em sincronia com o pensamento que domina a mente. Qualquer ideia, plano ou objectivo que tiver em mente atrai uma multidão de “acordes relativos”. Acrescente estes “acordes relativos” à sua própria força e aquilo que tiver em mente cresce até se tornar a principal força matriz da pessoa em cuja mente estiver instalada. Voltemos agora ao ponto de partida. Como é que a semente original de uma ideia, plano ou objectivo pode ser lançada na mente? A resposta: qualquer ideia, plano ou objectivo pode ser lançado na mente através da repetição de pensamento. É por esta razão que lhe é pedido que escreva uma declaração do seu principal objectivo, ou meta imperativa, que a memorize e repita em voz alta, dia após dia, até que estas vibrações de som atinjam o seu subconsciente. Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite ocuparem a sua mente. Se quiser, poderá afastar quaisquer más influências do seu passado e construir a sua própria vida da forma que pretender que ela seja. Por exemplo, ao fazer o balanço dos seus pontos fortes e dos seus pontos fracos mentais, poderá vir a descobrir que a sua maior fraqueza é a falta de autoconfiança. Esta pode ser superada e convertida em coragem, através do princípio da auto-sugestão. Pode fazer isto ao escrever uma lista de impulsos do pensamento positivos, apresentados de forma simples, memorizando-os e repetindo-os até eles se tornarem parte da engrenagem do seu subconsciente. Segue-se o exemplo de uma pessoa cujo objectivo principal é superar a falta de autoconfiança. A FÓRMULA DA AUTOCONFIANÇA 1. Sei que tenho a capacidade de alcançar o meu objectivo principal na vida. Por isso, exijo de mim próprio uma acção persistente e contínua rumo à sua consecussão, e prometo aqui e agora que irei executar essa acção. 2. Tenho a consciência de que os pensamentos na minha mente acabarão por se reproduzir na acção física exterior e que gradualmente se irão converter numa realidade física. Por isso, vou concentrar os meus pensamentos durante trinta minutos por dia na visualização da pessoa que quero ser. Desta forma irei criar na minha mente uma nítida imagem mental do que quero. 3. Sei, através do princípio da auto-sugestão, que qualquer desejo que eu mantiver com persistência na minha mente acabará por encontrar meios concretos para atingir o meu objectivo. Por isso, vou dedicar dez minutos por dia a exigir de mim próprio o desenvolvimento da autoconfiança. 4. Escrevi uma descrição clara do meu principal objectivo na vida e não vou deixar de tentar até ter desenvolvido a autoconfiança necessária para o alcançar. 5. Percebo perfeitamente que nenhuma riqueza ou posição dura muito tempo se não for baseada na verdade e na justiça. Por isso, não me envolverei em nenhum negócio que não traga benefícios para todos os envolvidos. Vou ter sucesso atraindo para junto de mim as forças que desejo usar e a colaboração de outras pessoas. Vou convencer outras pessoas a ajudar-me devido à minha boa-vontade em ajudar os outros. Vou eliminar o ódio, a inveja, o ciúme, o egoísmo e o cinismo ao fomentar o amor por toda a humanidade, porque sei que uma atitude negativa em relação aos outros nunca me poderá trazer o sucesso. Vou fazer com que os outros acreditem em mim porque vou acreditar neles e em mim próprio. Vou assinar o meu nome nesta fórmula, guardá-la na memória e repeti-la em voz alta uma vez por dia, com uma fé total que irá gradualmente influenciar os meus pensamentos e acções de forma a tornar-me uma pessoa auto-confiante e bem sucedida. Por detrás desta fórmula está uma lei da Natureza a que os psicólogos chamam auto-sugestão. Esta é uma técnica comprovada que irá contribuir para o seu sucesso, se for usada de forma construtiva. Em contrapartida, se for usada de forma destrutiva, irá provocar a destruição com igual rapidez. Nesta afirmação pode ser encontrada uma grande verdade, nomeadamente que é devido à aplicação negativa do princípio da auto-sugestão que alguns são derrotados e acabam as suas vidas na pobreza, na miséria e na aflição. Todos os impulsos do pensamento têm a tendência para se transformarem no seu equivalente físico. A CATÁSTROFE DO PENSAMENTO NEGATIVO O subconsciente não faz qualquer distinção entre os impulsos do pensamento construtivos ou destrutivos. Ele funciona com o material que lhe fornecemos através dos nossos impulsos do pensamento. O subconsciente irá converter em realidade um pensamento comandado pelo medo tão prontamente como irá converter em realidade um pensamento comandado pela coragem ou pela fé. A electricidade, assim como faz mover a engrenagem da indústria e presta um serviço útil se for usada construtivamente, também irá matar se for usada de forma errada. Da mesma forma, o princípio da auto-sugestão irá conduzi-lo à paz e à prosperidade, ou arrastá-lo-á para o vale da miséria, do falhanço e da morte. Isso apenas depende do seu grau de compreensão e de aplicação da auto-sugestão. Se encher a sua mente de medo e de dúvida e se não acreditar na sua capacidade de se ligar com as forças da inteligência infinita de usá-las, não será capaz de utilizar estas forças. O princípio da auto-sugestão irá pegar na sua falta de fé e usar essa dúvida como um padrão através do qual o seu subconsciente a irá converter no seu equivalente físico. Tal como o vento que empurra um barco para Este e outro para Oeste, o princípio da autosugestão irá elevá-lo ou arrastá-lo de acordo com o modo como armar as velas do seu pensamento. O princípio da auto-sugestão, através do qual qualquer pessoa pode elevar-se às altitudes do êxito que desafiam a imaginação, é bem descrito no seguinte poema. Observe as palavras que foram realçadas e compreenderá o sentido profundo que o poeta tinha em mente5. Se pensa que está derrotado, está mesmo, Se pensa que não arrisca, não arrisca mesmo; Se gosta de vencer, mas pensa que não consegue, É quase certo que não irá vencer. Se pensa que vai perder, está perdido, Porque em todo o lado descobrimos Que o êxito começa com a vontade – Está tudo no estado de espírito. Se pensa que está ultrapassado, está mesmo, Tem de pensar alto para elevar-se, Tem de estar seguro de si próprio antes De conseguir ganhar qualquer prémio. As batalhas da vida nem sempre são ganhas Pelo mais forte ou pelo mais rápido, Mas cedo ou tarde aquele que ganha É o homem que pensa que consegue! Se deseja ter provas do poder da fé, estude os feitos de homens e de mulheres que o utilizaram. À cabeça da lista surge Jesus de Nazaré. A base do Cristianismo é a fé, não importa quantas pessoas possam não ter compreendido correctamente ou ter deturpado o significado desta enorme força. A essência dos ensinamentos e dos feitos de Cristo, que podem ter sido interpretados como “milagres”, não eram mais nem menos do que fé. Se os “milagres” existem, eles são feitos apenas através do estado de espírito conhecido como fé. Pense em Mahatma Gandhi, um dos mais espantosos exemplos das possibilidades da fé. Gandhi tinha uma capacidade de poder superior a qualquer homem do seu tempo e dispunha deste poder apesar de não possuir qualquer um dos instrumentos ortodoxos do poder como dinheiro, barcos de guerra, soldados e outro material de guerra. Gandhi não tinha dinheiro, não tinha casa, a roupa que vestia era a sua única posse, mas ele detinha o poder. Como é que ele obteve esse poder? Criou-o a partir da compreensão do princípio da fé e através da sua capacidade de passar essa fé para as mentes de 200 milhões de pessoas. Gandhi realizou a extraordinária façanha de levar 200 milhões de almas a fundir-se e a agir em uníssono como se fossem uma única mente. COMO UMA IDEIA CRIOU UMA FORTUNA O acontecimento escolhido para dar este exemplo remonta a 1900, quando a United States Steel Corporation foi formada. À medida que ler a história, tenha em mente factos fundamentais apresentados e irá perceber como as ideias podem ser convertidas em enormes fortunas. Primeiro, a United States Steel Corporation nasceu na mente de Charles M. Schwab sob a forma de uma ideia criada pela sua imaginação. Segundo, ele misturou a fé com a sua ideia. Terceiro, formulou um plano para a transformação da sua ideia numa realidade física e financeira. Quarto, pôs o seu plano em acção com o seu famoso discurso no University Club6. Quinto, aplicou e cumpriu o seu plano com persistência, sustentou-o com firme determinação até ter sido completamente concretizado. Sexto, preparou o caminho para o sucesso por meio de um ardente desejo de sucesso. Se você é daqueles que se questiona frequentemente sobre o modo como se constroem grandes fortunas, esta história da criação da United States Steel Corporation será elucidativa. Se tem alguma dúvida de que uma pessoa pode pensar e ficar rica, esta história deverá afastar essa dúvida. Poderá ver com clareza, no exemplo da United States Steel, a aplicação da maior parte dos princípios descritos neste livro. Esta espantosa descrição do poder de uma ideia foi contada de forma empolgante por John Lowell, num artigo do New York World-Telegram aqui reproduzido. UM GRANDE DISCURSO POR MIL MILHÕES DE DÓLARES Quando, na noite de 12 de Dezembro de 1900, cerca de oitenta notáveis do mundo financeiro americano se juntaram na sala de banquetes do University Club na Quinta Avenida, nem meia dúzia dos convidados se apercebeu de que iria presenciar o mais significativo episódio da história industrial americana. J. Edward Simmons e Charles Stewart Smith, com os corações cheios de gratidão pela sumptuosa hospitalidade com que tinham sido agraciados por Charles M. Schwab numa recente visita a Pittsburgh, organizaram um jantar para apresentar o homem do aço, de 38 anos, à sociedade banqueira da costa leste. Mas não estavam à espera que ele lançasse o pânico entre a assistência. Tinham-no avisado de que os corações presunçosos de Nova Iorque não iriam aderir à oratória e que, se ele não queria aborrecer os Stillman e os Harriman e os Vanderbilt, era melhor limitar-se a quinze ou vinte minutos de simpáticas banalidades e ficar-se por aí. Até John Pierpont Morgan, sentado à direita de Schwab, como convinha à sua dignidade imperial, tencionava honrar a mesa do banquete com a sua presença apenas por breves instantes. E quanto à imprensa e ao público, todo o acontecimento era tão pouco importante para eles que nenhuma menção foi feita na imprensa do dia seguinte. Os dois anfitriões e o seu distinto convidado foram comendo os habituais sete ou oito pratos. Houve pouca conversa e a que houve foi restringida. Poucos banqueiros e correctores tinham conhecido Schwab, cuja carreira florescera ao longo das margens do Monongahela, e nenhum deles o conhecia bem. Mas antes da noite chegar ao fim, eles – e com eles Morgan, o senhor do dinheiro – iriam ficar arrebatados, e um bebé bilionário, a United States Steel Corporation, iria ser concebido. Talvez seja de lamentar, para o bem da História, que não tenha sido feito nenhum registo do discurso de Charlie Schwab ao jantar. Provavelmente, porque se tratou de um discurso “caseiro”, de alguma forma agramatical (as delicadezas da linguagem nunca preocuparam Schwab), cheio de epigramas e vivacidade de espírito. Mas à parte disso, teve uma força galvanizadora e um efeito sobre os cinco biliões de capital estimado que os convidados representavam. Quando chegou ao fim e a assistência ainda estava sob o seu efeito, apesar de Schwab ter discursado durante noventa minutos, Morgan conduziu o orador para uma janela num recanto, sentaram-se a abanar as pernas num assento alto e desconfortável e conversaram durante mais de uma hora. A magia da personalidade de Schwab tinha sido ligada, era uma força total, mas o que era mais importante e duradouro era o programa preciso e sustentado que ele tinha esboçado para o engrandecimento da Steel. Muitos outros homens tinham tentado incitar Morgan a criar um consórcio do aço, à semelhança do que acontecera com os acordos nas áreas das bolachas, das bobines de arame, do açúcar, da borracha, do whisky, do petróleo ou da pastilha elástica. John W. Gates, o jogador, tinha instigado Morgan a isso, mas este não confiava nele. Os “rapazes” Moore, Bill e Jim, correctores da bolsa que tinham associado um consórcio de fósforos a uma empresa de fogo de artifício, também tinham instigado Morgan e falharam. Elbert H. Gary, o hipócrita advogado da província, quis promover o empreendimento, mas não tinha estatura suficiente para impressionar. O projecto era visto como um sonho delirante de excêntricos esbanjadores, até que a eloquência de Schwab elevou J. P. Morgan a uma altura de onde conseguiu visualizar os sólidos resultados do mais audaz empreendimento financeiro alguma vez concebido. O magnetismo financeiro que há uma geração começou a unir centenas de pequenas e por vezes mal geridas empresas em grandes e competitivos consórcios tinha sido posto em acção no mundo do aço pelas mãos do jovial tubarão de negócios John W. Gates. Gates já tinha criado a American Steel e a Wire Company a partir de uma cadeia de pequenas empresas, e juntamente com Morgan, tinha criado a Federal Steel Company. Mas ao lado do gigantesco consórcio vertical de Andrew Carnegie, um consórcio detido e gerido por cinquenta e três parceiros, essas outras combinações eram bagatelas. Eles poderiam conseguir um entendimento satisfatório, mas todos eles juntos não conseguiriam fazer mossa à organização de Carnegie, e Morgan sabia-o. Também o velho excêntrico escocês o sabia. Das magníficas alturas do castelo de Skibo, ele tinha assistido, primeiro divertido e depois ressentido, às tentativas das pequenas empresas de Morgan de lhe roubarem o negócio. Quando estas tentativas se tornaram demasiado audazes, o temperamento de Carnegie deu lugar à raiva e à retaliação. Ele decidiu duplicar o número de siderurgias que os seus rivais possuíam. Até então, não se tinha interessado pelo fabrico de arames, tubos, arcos ou chapas. Em vez disso, limitava-se a vender a essas empresas o aço em bruto e a deixá-las transformá-lo na matéria que quisessem. Agora, com Schwab como chefe e hábil braço direito, planeou encostar os seus inimigos à parede. Foi então que, no discurso de Charles M. Schwab, Morgan viu a resposta para o problema do seu consórcio. Um consórcio sem Carnegie – o maior de todos eles – não seria nenhum consórcio, seria um pudim de ameixas, como disse um escritor, sem as ameixas. O discurso de Schwab, na noite de 12 de Dezembro de 1900, apresentou sem dúvida a ilação, mas não a garantia, de que a vasta empresa de Carnegie poderia ser submetida ao jugo de Morgan. Ele falou do futuro mundo do aço, da reorganização para obter eficicácia, da especialização, da eliminação de siderurgias mal sucedidas e da concentração do esforço nas unidades florescentes, das poupanças no comércio do minério, das poupanças nos departamentos administrativos e de supervisão, na conquista dos mercados estrangeiros. Mais do que isso, ele disse àqueles “corsários” onde é que estavam os erros da sua “pirataria”. Os seus objectivos, referiu Schwab, tinham sido criar monopólios, subir os preços e receber chorudos dividendos por monopolizarem o mercado. Criticou este sistema da forma mais veemente. A falta de perspectiva de tal política, disse Schwab aos seus ouvintes, residia no facto de restringir o mercado numa época em que tudo apontava para a expansão. Ao baixar o custo do aço, argumentou, seria criado um mercado em contínua expansão; seriam concebidos novos usos para o aço e uma boa fatia do comércio mundial seria capturado. Na verdade, mesmo sem o saber, Schwab era um apóstolo da moderna produção de massa. E assim acabou o jantar no University Club. Morgan foi para casa pensar nas profecias áureas de Schwab. Schwab voltou para Pittsburgh para gerir o negócio do aço para o “Pequeno Andrew Carnegie”, enquanto Gary e os restantes regressaram aos seus registadores de cotações na bolsa, a andar de um lado para o outro à espera da próxima jogada. Não demorou muito a acontecer. Morgan levou cerca de uma semana a digerir o “banquete” de sensatez que Schwab lhe colocara na frente. Depois de se assegurar que não resultaria daí uma “indigestão” financeira, mandou chamar Schwab – e achou o jovem algo reservado. Schwab deu a entender que Carnegie poderia não gostar se descobrisse que o fiel presidente da sua companhia tinha andado a namoriscar com o Imperador de Wall Street, um caminho que Carnegie estava decidido a nunca tomar. Foi então sugerido por John W. Gates, o mensageiro, que se Schwab se encontrasse “por acaso” no Hotel Bellevue em Filadélfia, J. P. Morgan poderia também estar lá “por acaso”. Contudo, quando Schwab chegou, Morgan estava inoportunamente doente na sua residência de Nova Iorque e, por isso, a convite insistente do mais velho, Schwab foi a Nova Iorque e apresentou-se na biblioteca do financeiro. Alguns historiadores de economia estão convencidos de que, desde o início até ao fim do drama, a encenação foi preparada por Andrew Carnegie – que o jantar oferecido a Schwab, o famoso discurso, o encontro de domingo à noite entre Schwab e o Rei do Dinheiro foram acontecimentos arranjados pelo astuto escocês. A verdade é precisamente o oposto. Quando Schwab foi convocado para concluir o negócio, não sabia se “o pequeno chefe”, como Andrew era conhecido, daria sequer ouvidos a uma oferta para vender, em especial a um grupo de homens que ele considerava envolvidos em algo não respeitável. Mas Schwab muniu-se para o encontro com seis folhas de números escritos por ele próprio e que representavam, na sua mente, o valor físico e a potencial capacidade de gerar lucros de todas as companhias de aço que ele considerava serem estrelas fundamentais no novo firmamento do metal. Quatro homens reflectiram sobre estes números durante toda a noite. O chefe, é claro, era Morgan, fiel à sua crença no direito divino do dinheiro. Com ele estava um sócio aristocrata, Robert Bacon, académico e cavalheiro. O terceiro era John W. Gates, que Morgan desprezava por ser um jogador e que usava como ferramenta. O quarto era Schwab, que sabia mais sobre o processo de fazer e de vender aço do que qualquer grupo de homens na altura. Ao longo da discussão, os números de Schwab nunca foram postos em causa. Se ele dizia que uma empresa valia tanto, ela valia isso e não mais do que isso. Insistiu também para serem incluídas no consórcio apenas as empresas que ele indicara. Tinha concebido uma corporação na qual não haveria duplicações, nem mesmo para satisfazer a ganância de amigos que queriam aliviar o peso das suas empresas nas “costas largas” de Morgan. Quando rompeu o dia, Morgan levantou-se e endireitou as costas. Restava apenas uma questão. – Pensa que podemos convencer Andrew Carnegie a vender? – perguntou. – Posso tentar – disse Schwab. – Se você conseguir fazer com que ele venda, tomarei o assunto a meu cargo – disse Morgan. Até aí tudo bem. Mas será que Carnegie iria vender? Quanto é que ele iria pedir? (Schwab estimou em cerca de 320 milhões de dólares.) O que é que ele aceitaria como pagamento? Acções normais ou privilegiadas? Títulos? Dinheiro? Ninguém conseguiria juntar um terço de mil milhões de dólares em dinheiro. Em Janeiro, decorreu uma partida de golfe, no matagal gelado dos campos de golfe de St. Andrews, em Westchester, com Andrew embrulhado em camisolas para se proteger do frio e com Charlie a tagarelar, como de costume, para manter o ânimo. Mas não foi proferida qualquer palavra relativa a negócios até que o par se sentou no conforto do calor da casa de campo que Carnegie tinha nas redondezas. Então, com a mesma capacidade de persuasão que tinha fascinado oitenta milionários no University Club, Schwab apresentou as promessas douradas de uma reforma em beleza, de incontáveis milhões para satisfazer os caprichos sociais do velho. Carnegie cedeu, escreveu um número num pedaço de papel, entregou-o a Schwab e disse: “Está bem, é por esse valor que eu vendo.” O valor era de aproximadamente 400 milhões de dólares e fora calculado tendo os 320 milhões referidos por Schwab como valor de base, acrescidos de 80 milhões que representavam o aumento do valor do capital dos últimos dois anos. Mais tarde, no convés de um paquete transatlântico, o escocês disse a Morgan com pesar: “Quem me dera ter-lhe pedido mais 100 milhões de dólares.” “Se os tivesse pedido, tê-los-ia recebido”, disse-lhe Morgan com boa disposição. Houve um grande rebuliço, é claro. Um correspondente britânico enviou um telegrama a dizer que o mundo internacional do aço estava “horrorizado” com o gigantesco pacto. O reitor da Universidade de Yale, Arthur Twining Hadley, declarou que se os monopólios não fossem regulamentados, o país poderia contar com “um imperador em Washington dentro dos próximos vinte e cinco anos”. Mas o especulador da bolsa, Keene, lançou-se à tarefa de acenar com as novas acções ao público de forma tão vigorosa que todas as acções excedentes – num valor estimado por alguns em cerca de 600 milhões de dólares – foram absorvidas num ápice. Assim, Carnegie obteve os seus milhões, o consórcio de Morgan recebeu 62 milhões de dólares pelo seu “trabalho” e toda a “rapaziada”, de Gates a Gary, receberam também os seus milhões. A RIQUEZA COMEÇA NO PENSAMENTO A dramática história do grande negócio que acabou de ler é uma perfeita ilustração do método com que o desejo pode ser transformado no seu equivalente físico! Aquela organização gigantesca foi criada na mente de um homem. O plano através do qual essa organização foi dotada das fábricas de aço que lhe garantiram a estabilidade financeira foi criado na mente do mesmo homem. A sua fé, o seu desejo, a sua imaginação, a sua persistência foram os verdadeiros ingredientes que entraram na formação da United States Steel. As fábricas de aço e o equipamento adquirido pela corporação, depois de ela ter ganho forma e existência legal, foram secundários. Contudo, uma análise atenta revela que o valor estimado das propriedades adquiridas pela corporação cresceu em cerca de 600 milhões de dólares. O aumento do valor dos bens é atribuível à simples transacção que os juntou sob uma mesma direcção. Por outras palavras, a ideia de Charles M. Schwab, mais a fé com que a transmitiu às mentes de J. P. Morgan e dos outros, foi comercializada com um lucro de aproximadamente 600 milhões de dólares. Não é uma quantia insignificante por uma ideia apenas! A United States Steel Corporation prosperou e tornou-se uma das mais ricas e mais poderosas empresas da América, empregando milhares de pessoas, desenvolvendo novas aplicações para o aço e abrindo novos mercados, demonstrando assim que os 600 milhões de dólares de lucro que a ideia de Schwab rendeu foram merecidos. A riqueza começa sob a forma de pensamento. A quantia é condicionada apenas pela pessoa em cuja mente o pensamento é posto em acção. A fé faz desaparecer as limitações! Lembre-se disto quando estiver preparado para negociar com a vida qualquer que seja o preço que exige por ter percorrido o seu caminho. 5. Trata-se de Walter D. Wintle, cujo poema apresentado por Napoleon Hill se tornou muito conhecido e citado. (N. do T.) 6. Um clube criado em 1865 com o objectivo de promover as artes e que exigia aos seus membros um grau académico universitário. (N. do T.) :: CAPÍTULO 3 :: A auto-sugestão O meio para influenciar o subconsciente O TERCEIRO PASSO PARA A RIQUEZA A auto-sugestão é um termo que se aplica às sugestões e aos estímulos autoministrados e que chegam à sua mente através dos cinco sentidos. Dito de outra forma, a auto-sugestão é uma sugestão autónoma. É o meio de comunicação entre a parte da mente onde tem lugar o pensamento consciente e aquela que actua como sede da acção do subconsciente. Um desistente nunca ganha e um vencedor nunca desiste. Através dos pensamentos dominantes que permitimos existirem ao nível mental consciente (não importa que estes pensamentos sejam positivos ou negativos), o princípio da auto-sugestão atinge o subconsciente e influencia-o com estes pensamentos. A Natureza criou os seres humanos de tal forma que, através dos cinco sentidos, podemos ter controlo sobre o material que chega ao nosso subconsciente. Contudo, isto não quer dizer que nós exerçamos sempre este controlo. Na grande maioria dos casos não o exercemos, o que explica porque tantas pessoas vivem a vida toda na pobreza. Lembre-se do que eu disse a propósito do subconsciente se assemelhar a um jardim fértil, no qual acabarão por crescer ervas daninhas se não forem lançadas à terra sementes de colheitas mais desejáveis. A auto-sugestão é o meio pelo qual você pode alimentar o seu subconsciente com pensamentos criativos ou pode, ao negligenciá-lo, permitir que pensamentos de natureza destrutiva abram caminho para esse fértil jardim da mente. VEJA E SINTA O DINHEIRO NAS SUAS MÃOS No último dos seis passos descritos no capítulo 1, O desejo, recomendámos que lesse duas vezes por dia, em voz alta, a declaração escrita do seu desejo de dinheiro. Foi-lhe também ordenado que se visse e sentisse desde já na posse do dinheiro. Ao seguir estas instruções, você comunica directamente o objecto do seu desejo ao subconsciente num espírito de fé absoluta. Pela repetição deste procedimento, criam-se hábitos sólidos que vão reforçar os nossos esforços para transformar o desejo no seu equivalente monetário. Leia estes passos de novo, com muita atenção, antes de avançar. 1. Determine na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja. Não é suficiente dizer apenas “Quero ter muito dinheiro”. Seja preciso na quantia. 2. Determine exactamente o que tenciona dar em troca do dinheiro que deseja. (A ideia de “algo a troco de nada” não existe.) 3. Estabeleça uma data definitiva em que pretenda ter em sua posse o dinheiro que deseja. 4. Crie um plano preciso para levar a cabo o seu desejo e comece de imediato, esteja ou não preparado para pôr o plano em acção. 5. Agora coloque-o por escrito. Escreva uma declaração objectiva e concisa com a quantidade de dinheiro que pretende adquirir, determine a data limite para a sua aquisição, indique o que tenciona dar em troca do dinheiro e descreva claramente o plano através do qual tenciona acumulá-lo. 6. Leia a sua declaração escrita em voz alta, duas vezes ao dia. Leia-a uma vez à noite antes de se deitar, e outra de manhã depois de se levantar. Enquanto lê, veja-se, sinta-se e acredite estar já na posse do dinheiro. Lembre-se, enquanto estiver a ler em voz alta a declaração do seu desejo (através da qual irá desenvolver uma “consciência do dinheiro”), de que a mera leitura das palavras não tem qualquer efeito – a não ser que misture emoção ou sentimento com as suas palavras. O seu subconsciente reconhece e age apenas a partir de pensamentos que foram bem misturados com emoção ou sentimento. Este facto reveste-se de tal importância que se justifica a sua referência em quase todos os capítulos. A falha da sua compreensão é a principal causa da inexistência de resultados satisfatórios na maioria das pessoas que tentam aplicar o princípio da auto-sugestão. Palavras simples e desprovidas de emoção não influenciam o subconsciente. Você não obterá resultados visíveis enquanto não aprender a alcançar o subconsciente com palavras ou pensamentos bem “emocionalizados” com a fé. Não se deixe desencorajar se não conseguir controlar e direccionar as suas emoções à primeira tentativa. Lembre-se, não existe a possibilidade de obter algo a troco de nada. Você não consegue fazer batota, mesmo que deseje fazê-lo. O preço da capacidade de influenciar o seu subconsciente é a persistência na aplicação dos princípios aqui descritos. Não se pode desenvolver a capacidade desejada por um preço mais baixo. Você, e só você, pode decidir se a recompensa (a consciência do dinheiro) vale ou não o preço que tem de pagar por ela através do seu esforço. A sua capacidade de usar o princípio da auto-sugestão vai depender em grande medida da sua capacidade de se concentrar num desejo determinado até esse desejo se tornar uma completa obsessão. COMO FORTALECER OS SEUS PODERES DE CONCENTRAÇÃO Quando começar a seguir as instruções dos seis passos, precisará de usar o princípio da concentração. Seguem-se sugestões para utilizar eficazmente a concentração. Quando iniciar o primeiro dos seis passos, que lhe dá instruções para “determinar na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja”, feche os olhos e concentre o seu pensamento nessa quantia de dinheiro até conseguir ver de facto a aparência física do dinheiro. Faça isto pelo menos uma vez por dia. À medida que faz estes exercícios, siga as instruções dadas no capítulo 2 sobre a fé, e veja-se de facto na posse do dinheiro. Eis um facto da maior importância: o subconsciente recebe quaisquer ordens que lhe sejam dadas com espírito de fé absoluta e age com base nessas ordens. Mas, frequentemente, essas ordens têm de ser dadas várias vezes (afirmação positiva repetida) antes de serem interpretadas pelo subconsciente. Por causa disto, pode considerar a hipótese de pregar uma “partida” perfeitamente legítima ao seu subconsciente. Faça-o acreditar (porque você acredita nisso) que tem de ter a quantia de dinheiro que está a visualizar. Faça-o acreditar que este dinheiro já está à espera que você o reclame, para que o subconsciente lhe forneça planos concretos para adquirir o dinheiro que é seu. Coloque este pensamento na sua imaginação e veja o que ela consegue ou irá fazer para criar planos concretos com vista a acumular dinheiro através da transformação do seu desejo. Não espere por um plano preciso com o qual irá trocar serviços ou mercadorias pelo dinheiro que está a visualizar. Comece, desde já, a olhar para si próprio na posse desse dinheiro, exigindo e esperando que o subconsciente lhe revele os planos de que precisa. Esteja alerta e quando os planos aparecerem ponha-os imediatamente em acção. Nessa altura, os planos irão provavelmente surgir-lhe sob a forma de uma inspiração ou de uma intuição (da inteligência infinita). Trate essa inspiração com respeito e aja em sintonia com ela assim que a receber. No quarto passo, é-lhe recomendado que “crie um plano preciso para concretizar o seu desejo e comece desde logo a pôr esse plano em acção”. Faça o mesmo aqui. Feche os olhos e crie na sua mente uma imagem vívida de si a cumprir as instruções. Não abandone à “razão” a tarefa de criar o seu plano de acumulação de dinheiro através da transformação do desejo. A sua faculdade de raciocínio pode ser preguiçosa, e se depender inteiramente dela, poderá ficar desapontado. Quando estiver a visualizar o dinheiro que pretende acumular, veja-se a si próprio a fornecer o serviço ou a entregar a mercadoria que pretende dar em troca desse dinheiro. Isto é importante! ESTIMULE O SUBCONSCIENTE As instruções dadas previamente nos passos necessários para concretizar o seu desejo de dinheiro serão agora sumarizadas e misturadas com os princípios abordados neste capítulo, da seguinte maneira: 1. Vá para um lugar tranquilo onde não seja incomodado ou interrompido. Feche os olhos e repita em voz alta (de forma a ouvir as suas próprias palavras) a declaração escrita com a quantia de dinheiro que pretende acumular. Seja preciso quanto ao prazo limite para esta acumulação e quanto à descrição do serviço ou mercadoria que tenciona dar em troca do dinheiro. À medida que leva a cabo estas instruções, veja-se a si próprio já na posse do dinheiro. Por exemplo, suponha que pretende acumular 50 mil dólares até ao primeiro dia de Janeiro, daqui a cinco anos, e que tenciona oferecer os seus serviços pessoais como vendedor em troca do dinheiro. A declaração escrita do seu objectivo deve ser semelhante à seguinte: Até ao dia 1 de Janeiro de ______, terei na minha posse 50 mil dólares, os quais irei obtendo em várias quantidades e a intervalos regulares até essa altura. Em troca deste dinheiro, prestarei os serviços mais eficazes de que sou capaz. Darei a maior quantidade possível, e com a melhor qualidade possível, de serviço como vendedor de __________ (descreva o serviço ou a mercadoria que pretende vender). Acredito que irei ter este dinheiro na minha posse. A minha fé é tão forte que consigo ver agora este dinheiro diante dos meus olhos. Consigo tocar-lhe com as minhas mãos. Ele está, neste momento, à minha espera e será transferido para mim quando for entregue em sua troca a equivalente proporção de serviço. Estou a aguardar um plano para obter esse dinheiro e seguirei esse plano quando o tiver em mãos. 2. Repita este procedimento de manhã e à noite, até conseguir ver (na sua imaginação) o dinheiro que pretende acumular. 3. Coloque uma cópia escrita da sua declaração num sítio onde a consiga ver de manhã e à noite, e leia-a antes de se deitar e ao levantar-se, até a decorar. À medida que for seguindo estas instruções, lembre-se de que está a aplicar o princípio da autosugestão – com o objectivo de dar ordens ao seu subconsciente. Lembre-se também de que o seu subconsciente só cumprirá instruções que sejam “emocionalizadas” e entregues com “sentimento”. A fé é a mais forte e a mais produtiva das emoções. A princípio, estas instruções podem parecer abstractas. Não deixe que isto o perturbe. Siga as instruções independentemente de lhe parecerem abstractas ou impraticáveis. Se cumprir estas instruções, não só em espírito, mas também por meio de acções, chegará rapidamente o momento em que um completo e novo universo de poder lhe irá ser revelado. O cepticismo em relação a novas ideias é uma característica de todos os seres humanos. Se seguir as instruções, o seu cepticismo será rapidamente substituído pela crença. E a crença ficará cristalizada em fé absoluta. Muitos filósofos afirmaram que o Homem é o senhor do seu destino na terra, mas a maior parte deles não conseguiu dizer porquê. A razão pela qual o Homem se pode tornar senhor de si próprio e daquilo que o rodeia é porque ele tem o poder de influenciar o seu próprio subconsciente. A verdadeira transformação do desejo em dinheiro só pode ser obtida através da auto-sugestão. Esse é o princípio através do qual poderemos alcançar e influenciar o subconsciente. Os outros princípios são apenas ferramentas para poder usar da auto-sugestão. Tenha este pensamento em mente e estará consciente, a toda a hora, do importante papel do princípio da auto-sugestão nos seus esforços para acumular dinheiro seguindo os métodos descritos neste livro. Depois de ter lido o livro integralmente, retome este capítulo e siga, em espírito e em acção, esta instrução: leia o capítulo completo em voz alta, uma vez todas as noites, até ficar verdadeiramente convencido de que o princípio da auto-sugestão é sólido e de que irá alcançar para si tudo aquilo que foi pedido. À medida que for lendo, sublinhe com um lápis as frases que o impressionarem. Siga esta instrução à letra e ela irá abrir-lhe o caminho para a compreensão e o domínio completos dos princípios do êxito. :: CAPÍTULO 4 :: O conhecimento especializado Experiências e observações pessoais O QUARTO PASSO PARA A RIQUEZA Há duas espécies de conhecimento. Um é o conhecimento geral e o outro é o especializado. O conhecimento geral serve de pouco para a acumulação de dinheiro, por maior que seja a sua quantidade ou a sua variedade. As faculdades das grandes universidades possuem praticamente todas as formas de conhecimento geral conhecido na civilização. A maioria dos professores tem pouco dinheiro. Eles especializam-se em ensinar o conhecimento, mas não se especializam na organização ou no uso do conhecimento. Cada adversidade, cada falhanço e cada desgosto trazem consigo a semente de um benefício equivalente ou ainda maior. O conhecimento não atrairá o dinheiro a não ser que seja organizado e dirigido através de planos concretos para o fim específico da acumulação de dinheiro. A falta de compreensão deste facto tem sido fonte de confusão para milhões de pessoas que falsamente acreditaram que “o conhecimento é poder”. Não é nada disso! O conhecimento é apenas poder em potencial. Só se torna poder quando, e se for organizado com planos precisos de acção e direccionado para um fim concreto. O elo que falta em todos os sistemas de educação é que as instituições falham ao não ensinar aos seus alunos como organizar e usar o conhecimento depois de adquirido. Muitas pessoas cometem o erro de assumir que Henry Ford era um homem com escassa educação por ter tido pouca formação escolar. Aqueles que cometem este erro não compreendem o verdadeiro significado da palavra educar. Esta palavra deriva do verbo latino educare, que significa extrair, retirar de ou desenvolver a partir do interior. Uma pessoa educada não é, necessariamente, alguém que tem abundância de conhecimento generalizado ou especializado. Uma pessoa educada é alguém que tem as suas faculdades mentais tão desenvolvidas que ele ou ela consegue obter qualquer coisa que queira, ou o seu equivalente, sem violar os direitos dos outros. Durante a Primeira Guerra Mundial, um jornal de Chicago publicou vários editoriais, num dos quais Henry Ford era apelidado de “pacifista ignorante”. Ford ficou desagradado com as afirmações e processou o jornal por difamação. Quando o processo chegou ao tribunal, os advogados do jornal chamaram Ford para depor, com o objectivo de provar ao júri que ele era ignorante. Fizeram-lhe uma série de perguntas, todas elas com o objectivo de provar que, embora possuísse um considerável conhecimento especializado sobre a construção de automóveis, era basicamente um ignorante. Fizeram a Ford perguntas tais como: “Quem foi Benedict Arnold?” e “Quantos soldados foram enviados para a América pelos britânicos para pôr cobro à Revolta de 1776?” Em resposta a esta pergunta, Ford disse: “Eu não sei o número exacto de soldados britânicos que foram enviados, mas ouvi dizer que era um número consideravelmente maior do que aquele que regressou.” Finalmente, Ford começou a ficar cansado com este tipo de perguntas. Ao responder a uma pergunta particularmente ofensiva, inclinou-se, apontou o dedo ao advogado que lhe tinha feito a pergunta e disse: “Se eu realmente quisesse responder à pergunta estúpida que acabou de fazer, ou a qualquer uma das outras que tem feito, deixe-me recordar-lhe que eu tenho uma fileira de botões na minha secretária e, ao carregar no botão desejado, posso chamar em meu auxílio pessoas que conseguem responder a qualquer pergunta que eu queira fazer sobre as matérias a que consagro a maior parte do meu esforço. Agora, poderá fazer o favor de me dizer porque é que eu tenho de atafulhar a cabeça com conhecimento generalizado, com o propósito de conseguir responder a perguntas, quando tenho pessoas à minha volta que podem fornecer o conhecimento de que necessito?” Esta resposta deixou o advogado sem palavras. Todas as pessoas no tribunal se aperceberam de que não era a resposta de um ignorante, mas sim de um homem educado. Uma pessoa educada sabe onde encontrar o conhecimento de que necessita e como utilizar esse conhecimento para estabelecer planos precisos de acção. Através do apoio do seu grupo Master Mind7, Henry Ford teve sob o seu comando todo o conhecimento especializado de que necessitou para se tornar um dos homens mais ricos da América. Não era essencial que ele tivesse este conhecimento na sua própria mente. É POSSÍVEL OBTER TODO O CONHECIMENTO DE QUE NECESSITA Antes de conseguir transformar o seu desejo em dinheiro, precisará de obter um conhecimento especializado do serviço, mercadoria ou profissão que pretende oferecer em troca da fortuna. Talvez venha a precisar de mais conhecimento especializado do que a capacidade ou a aptidão de que dispõe para o obter. Se isto for verdade, poderá superar as suas fraquezas com a ajuda do seu grupo Master Mind. O grupo Master Mind pode ser definido como: “Coordenação do conhecimento e do esforço, em espírito de harmonia, entre duas ou mais pessoas para a obtenção de um objectivo preciso.” O sentido mais amplo do grupo Master Mind é explicado com maior detalhe em capítulos posteriores. A acumulação de grandes fortunas exige poder e o poder adquire-se através do conhecimento especializado, altamente organizado e dirigido com inteligência. Esse conhecimento não tem de estar necessariamente na posse da pessoa que acumula a riqueza. Esta ideia deverá dar esperança e encorajamento àqueles que desejam acumular riqueza mas não têm a necessária “instrução” que lhes forneça conhecimento especializado. Há pessoas que passam a vida a sofrer de complexos de inferioridade porque não são pessoas com “instrução”. A pessoa que consegue organizar e dirigir um grupo Master Mind, cujos membros possuem o conhecimento necessário, é alguém com tanta instrução como qualquer um dos indivíduos do grupo. Thomas A. Edison teve apenas três meses de escolaridade em toda a sua vida. Mas não tinha falta de formação, nem morreu pobre. Henry Ford tinha menos do que o sexto ano de escolaridade, mas saiu-se muito bem financeiramente. Albert Einstein trabalhava como funcionário numa firma de patentes quando começou a desenvolver as teorias científicas que viriam a alterar o mundo. O conhecimento especializado está entre as formas de serviço mais generosas e mais baratas de que podemos dispor. Se duvida disto, consulte o rol de pagamentos de qualquer universidade. SABER OBTER CONHECIMENTO COMPENSA – E COMPENSA SABER ONDE ENCONTRÁ-LO Primeiro que tudo, decida que tipo de conhecimento especializado vai precisar e a razão por que ele é necessário. Em larga medida, o seu maior objectivo na vida, a meta em direcção à qual se dirige, irá ajudá-lo a determinar de que conhecimento precisa. O passo seguinte implica ter informação precisa sobre as fontes de conhecimento fiáveis. As mais importantes são: > A sua própria experiência e formação > A experiência e formação disponibilizadas pela cooperação de outros (uma aliança Master Mind) > Escolas superiores e universidades > Bibliotecas públicas > Cursos especiais de formação (em particular através de escolas nocturnas ou de cursos por correspondência) À medida que o conhecimento vai sendo adquirido, deve ser organizado e posto em prática com um objectivo preciso e planos concretos. O conhecimento não vale de nada, a não ser por aquilo que pode ser ganho através da sua aplicação com vista a um fim rendível. As pessoas com êxito nunca deixam de acumular conhecimentos especializados relacionados com os seus mais importantes objectivos, negócios ou profissão. Quem falha comete normalmente o erro de acreditar que o período de aquisição de conhecimentos termina quando se acaba a escola. A verdade é que as escolas pouco mais fazem do que ensinar como obter conhecimentos práticos. Uma das mais fiáveis e eficazes fontes de conhecimento disponíveis para quem necessita de ensino especializado são as escolas nocturnas, os cursos de ensino contínuo à distância e os seminários. O ensino por correspondência disponibiliza formação especializada para qualquer ponto onde cheguem os correios dos Estados Unidos da América. Uma das vantagens do estudo em casa é a flexibilidade do programa de aprendizagem, permitindo que se aprenda nos tempos livres. Outra vantagem do estudo em casa (se a escola for escolhida com cuidado) é que a maior parte dos cursos fornecem sistemas de consulta e apoio, o que pode ter um valor inestimável para aqueles que necessitam de conhecimento especializado. onde quer que resida, poderá usufruir destas vantagens. A LIÇÃO DE UMA AGÊNCIA DE COBRANÇAS Qualquer coisa obtida sem esforço e de graça é geralmente desvalorizada e até mesmo desacreditada. Talvez seja por isso que tiramos tão pouco partido da maravilhosa oportunidade de estudar no ensino público. A autodisciplina que irá desenvolver num programa de estudo especializado poderá compensar a oportunidade desperdiçada de obter conhecimentos sem qualquer custo. Ser obrigado a pagar, quer tenha boas ou más notas, produz o efeito de levá-lo a prosseguir o curso, enquanto que, se não fosse pago, acabaria por desistir. Aprendi isto por experiência própria, quando me inscrevi num curso de publicidade por correspondência. Depois de completar oito ou dez lições, deixei de estudar. Mas a escola não deixou de me enviar as contas. Na realidade, eles insistiam que eu pagasse, independentemente de eu continuar a estudar ou não. Decidi que, se tinha de pagar o curso (algo a que me tinha comprometido por lei), devia completar as aulas e tirar proveito do dinheiro gasto. As escolas por correspondência são um negócio muito bem organizado. Nessa altura, achei que o sistema de cobrança da escola estava bem organizado demais, mas mais tarde aprendi que constituiu uma valiosa parte da minha educação. A verdade é que esse sistema de cobranças foi o melhor tipo de treino que eu tive em processos de decisão, prontidão e do hábito de acabar aquilo que se começou. O sistema de cobrança que me obrigou a acabar o curso veio a revelar-se valioso, sobretudo sob a forma de dinheiro ganho posteriormente. O CAMINHO PARA O CONHECIMENTO ESPECIALIZADO Temos na América aquele que é considerado o melhor sistema de ensino público do mundo. Uma das coisas mais estranhas sobre seres humanos é que estes valorizam apenas aquilo que tem um preço. As escolas e as bibliotecas públicas gratuitas da América não impressionam as pessoas porque são de graça. Esta é a principal razão pela qual muitas pessoas consideram necessário obter formação adicional depois de terminarem a escola e irem trabalhar. É também uma das principais razões que leva os empregadores a preferirem os empregados que fazem cursos de formação especializada. Eles aprenderam que quem é ambicioso ao ponto de abdicar do seu tempo livre para estudar em casa tem as qualidades necessárias para liderar. Há uma fraqueza humana para a qual não existe remédio. É a fraqueza universal da falta de ambição. As pessoas que abdicam do seu tempo livre para fazerem cursos raramente permanecem muito tempo nas posições mais baixas. Ao fazerem tais cursos, abrem caminho para a escalada em direcção ao lugar mais alto, afastam muitos obstáculos que se lhes atravessam à frente e conseguem atrair a atenção daqueles que têm o poder de os ajudar. O método de formação através de cursos por correspondência adequa-se especialmente às pessoas que já começaram a trabalhar. Frequentemente, elas verificam que, depois de terem deixado de estudar, ainda necessitam de conhecimentos especializados adicionais, mas não têm tempo disponível para voltar à escola. Stuart Austin Wier era um engenheiro de construção civil. Trabalhou nesta área até a Grande Depressão atingir e limitar severamente o negócio da construção. Nessa altura fez um balanço à sua vida e decidiu mudar para Direito. Voltou à escola e tirou cursos especiais de forma a preparar-se para ser advogado de empresas. Completou a sua formação, passou no exame da Ordem e depressa desempenhou uma próspera actividade como advogado de patentes. Para não fugir à questão, e para antecipar quaisquer desculpas do tipo “eu não poderia voltar à escola porque tenho uma família para sustentar” ou “sou demasiado velho”, acrescentarei que Wier já tinha passado dos quarenta e era casado quando voltou à escola. Para além do mais, ao escolher cuidadosamente cursos altamente especializados, Wier acabou em dois anos aquilo que a maioria dos estudantes de Direito leva quatro anos a fazer. Compensa saber como obter conhecimento. UMA IDEIA SIMPLES QUE DEU LUCRO Eis outro exemplo concreto sobre o vendedor de uma mercearia que subitamente ficou desempregado. Como tinha alguma experiência em contabilidade, tirou um curso especial nessa área, familiarizou-se com o mais recente equipamento de contabilidade e de escritório e criou um negócio por conta própria. Começou com o merceeiro para quem tinha trabalhado e fez contactos com mais de uma centena de pequenos comerciantes para lhes fazer a contabilidade a um valor mensal simbólico. A sua ideia foi tão eficaz que rapidamente teve a necessidade de montar um escritório móvel de contabilidade numa pequena carrinha de distribuição. Hoje em dia tem uma frota destes escritórios de contabilidade “sobre rodas”. Emprega uma grande quantidade de assistentes que fornecem aos pequenos comerciantes um serviço de contabilidade ao nível do melhor que há, mas a um baixo custo. Conhecimento especializado aliado à imaginação foram os ingredientes utilizados no êxito deste negócio singular. No ano passado, o seu proprietário pagou de impostos dez vezes mais do que aquilo que recebia da mercearia de onde foi despedido. O início deste bem sucedido negócio de contabilidade móvel foi uma ideia. Eu sei que isto é verdade porque fui eu quem lha deu. Agora gostava de contar a história de uma outra ideia. E foi o meu amigo contabilista quem, indirectamente, ma sugeriu. Quando lhe propus pela primeira vez a ideia da contabilidade, ele disse: “Eu gosto da ideia, mas não sei como transformá-la em dinheiro.” Por outras palavras, ele não sabia como comercializar o seu conhecimento de contabilidade depois de o ter adquirido. Por isso, com a ajuda de uma jovem dactilógrafa, fez-se uma apresentação muito atractiva para descrever as vantagens do novo sistema de contabilidade. A brochura deu a conhecer este novo negócio de forma tão eficiente que o seu proprietário rapidamente ficou com mais clientes do que aqueles que conseguia gerir. Há milhares de pessoas por todo o país que precisam dos serviços de um especialista de merchandising capaz de preparar uma maneira atractiva de promover os serviços pessoais. Esta ideia nasceu da necessidade de resolver um problema específico, mas não se limitou a servir apenas uma pessoa. A mulher que concebeu esta apresentação tinha uma imaginação viva. Entreviu na sua recente criação o nascimento de uma nova profissão para servir milhares de pessoas necessitadas de uma orientação eficaz na promoção dos seus serviços pessoais. Estimulada a agir pelo êxito do seu primeiro “plano de promoção dos serviços pessoais”, esta mulher dedicou-se à resolução de um problema semelhante que afectava o seu filho. Ele tinha acabado o seu curso superior, mas não conseguia encontrar mercado para os seus serviços. O plano que ela criou foi o melhor exemplo de promoção de serviços pessoais que alguma vez vi. Quando a apresentação ficou completa, continha cerca de cinquenta páginas de informação devidamente organizada e dactilografada de forma atractiva. Na apresentação, era narrada a história das capacidades naturais do seu filho, o percurso académico, as experiências pessoais e uma grande variedade de outras informações. O livro também continha uma descrição pormenorizada da posição desejada pelo filho, acompanhado de um relato maravilhoso do plano exacto que ele seguiria assim que ocupasse o lugar. A preparação da apresentação exigiu várias semanas do seu tempo, durante as quais mandava o filho à biblioteca pública quase diariamente para obter dados específicos e necessários para ela vender os serviços dele com maior eficácia. Disse também ao filho que fosse junto dos concorrentes do seu futuro empregador, de forma a obter informação sobre os seus métodos de negócio. Isto teve uma grande importância na formação do plano que ele pretendia usar quando ocupasse o lugar que desejava. Quando o plano ficou concluído, tinha mais de meia dúzia de sugestões úteis que poderiam beneficiar o seu futuro empregador. NÃO TEM DE COMEÇAR POR BAIXO Poderá ter vontade de perguntar: “Para quê ter toda esta chatice para garantir um trabalho?” E a resposta é: “Preparar bem uma coisa nunca é uma chatice. O plano preparado por esta mulher para o seu filho ajudou-o a conseguir o trabalho na primeira entrevista e com um salário fixado por ele próprio.” Mais ainda – e isto também é importante –, a posição obtida não obrigava o jovem a começar por baixo. Começou como aspirante a executivo com um salário de executivo. “Para quê passar por toda esta chatice?” Bom, mais que não seja, a apresentação planeada deste jovem poupou-lhe nada menos do que dez anos de “trabalho para subir na empresa”. Esta ideia de começar por baixo e subir a pulso até ao topo pode parecer sólida, mas a sua principal objecção é: muitos daqueles que começam por baixo nunca chegam a levantar as cabeças suficientemente alto para serem vistos por aqueles que contam. E o resultado de estar no fundo não é muito brilhante ou encorajador, tem a tendência para aniquilar a ambição. Entra-se num trilho e acaba-se por aceitar o destino porque a rotina diária se torna um hábito. Frequentemente, este hábito acaba por se tornar tão forte que nem sequer se tenta afastá-lo e essa é outra razão por que compensa começar um ou dois degraus acima do fundo. Ao fazer isto, irá criar o hábito de olhar em volta, de ver como os outros progridem, de estar atento às oportunidades e de as agarrar sem hesitações. Um óptimo exemplo daquilo que quero dizer é Dan Halpin. Nos seus tempos de universidade, ele era o director da famosa equipa de futebol americano Notre Dame, no campeonato de 1930, quando a formação tinha como treinador o falecido Knute Rockne. Halpin terminou a universidade numa altura pouco favorável. A Grande Depressão tinha tornado escassos os empregos. Por isso, depois de uma rápida passagem pela área da banca e do cinema, agarrou no primeiro trabalho com potencial de futuro que encontrou. A sua função era vender aparelhos auditivos eléctricos à comissão. Qualquer pessoa poderia desempenhar aquele tipo de trabalho, e Halpin sabia-o, mas era o suficiente para lhe abrir a porta das oportunidades. Durante quase dois anos manteve este emprego, mas não estava satisfeito com ele. Nunca teria ido mais longe se não tivesse feito algo com a sua insatisfação. Halpin apontou primeiro para o lugar de subdirector de vendas na empresa e conseguiu esse lugar. Esse simples passo ascendente colocou-o numa posição suficientemente alta sobre a multidão para conseguir descobrir outras oportunidades melhores. Ao mesmo tempo, colocou-o onde as oportunidades o poderiam ver a ele. Conseguiu vender aparelhos auditivos tão bem na sua nova posição que A. M. Andrews, presidente da direcção da Dictograph Products Company, concorrente da empresa para a qual Halpin trabalhava, pediu-lhe para se encontrarem. Andrews queria saber pormenores sobre aquele homem, Dan Halpin, que andava a roubar clientes à já estabelecida Dictograph Company. Quando a entrevista chegou ao fim, Halpin era o novo director de vendas, responsável pela secção de acústica da Dictograph. Então, para ver de que era capaz o jovem Halpin, Andrews foi para a Florida durante três meses, deixando-o sozinho para vencer ou morrer na sua nova função. Não foi derrotado! A máxima de Knute Rockne, “O mundo gosta de vencedores e não perde tempo com derrotados”, inspirou-o a dar tanto no trabalho que acabou por ser eleito vicepresidente da companhia. Vice-presidente era um lugar que a maior parte das pessoas ficaria orgulhosa por alcançar ao fim de dez anos de trabalho aplicado, mas Halpin conseguira a proeza em pouco menos de seis meses. Um dos pontos importantes que procuro destacar em toda esta filosofia é que nós ascendemos a altas posições ou permanecemos no fundo devido a condições que controlamos. Mas só se o desejarmos é que as conseguiremos controlar. Estou também a procurar salientar um outro ponto – tanto o sucesso como o falhanço são, em boa medida, o resultado de hábitos. Não tenho a mínima dúvida de que a ligação próxima entre Dan Halpin e o maior treinador de futebol americano que a América conheceu fez brotar na sua mente o mesmo tipo de desejo de triunfo que tornou mundialmente famosa a equipa de futebol Notre Dame. Realmente, há alguma verdade por detrás da ideia de que idolatrar um herói é útil, desde que se idolatre um vencedor. A minha crença na teoria de que as boas relações no mundo de negócios são factores vitais, tanto no falhanço como no sucesso, foi claramente demonstrada quando o meu filho Blair negociou um lugar com Dan Halpin. Este ofereceu-lhe um salário inicial que era metade daquilo que ele poderia conseguir numa companhia rival. Enquanto pai, fiz pressão e encorajei Blair a aceitar a proposta de Halpin. Acredito que relações próximas com pessoas que se recusam a conformar-se com as circunstâncias são uma mais-valia que não pode ser medida em termos de dinheiro. O fundo da tabela é algo monótono, desolador e nada proveitoso para qualquer pessoa. Foi por isso que durante este tempo estive a descrever como começar por baixo pode ser superado através de um planeamento adequado. FAÇA RENDER AS SUAS IDEIAS ATRAVÉS DO CONHECIMENTO ESPECIALIZADO A mulher que preparou o plano de vendas dos serviços pessoais do seu filho recebe agora pedidos de todas as partes do país de pessoas que precisam da sua ajuda para prepararem planos semelhantes de forma a promoverem os seus serviços pessoais por mais dinheiro. Mas não pense que o que ela faz se baseia apenas na ideia de que é bom negócio ajudar os clientes a ganhar mais dinheiro pelos mesmos serviços que antes vendiam por menos. Ela preocupa-se com os interesses de quem adquire os serviços, tanto quanto com quem os vende. prepara os seus planos de maneira a que os empregadores recuperem o valor do dinheiro adicional que lhe pagam. Se tiver imaginação e procurar um mercado mais rendível para os seus serviços pessoais, esta sugestão pode ser o estímulo de que tem andado à procura. A ideia pode garantir-lhe um rendimento bem maior do que o de um médico, advogado ou engenheiro “médio”, cuja formação exigiu vários anos na universidade. Não há um preço fixo para as grandes ideias. Por detrás de todas as ideias está o conhecimento especializado. Mas lembre-se, o conhecimento especializado é mais abundante e mais facilmente adquirido do que as ideias. Por causa desta verdade há cada vez mais oportunidades para quem é capaz de ajudar os homens e as mulheres a venderem os seus serviços pessoais. Capacidade significa imaginação – a única qualidade necessária para combinar conhecimento especializado com ideias, de forma a criar planos consistentes que irão render fortunas. Se tiver imaginação, este capítulo poderá apresentar-lhe uma ideia que será o princípio da riqueza que você deseja. Lembre-se de que a ideia é o mais importante. O conhecimento especializado pode ser encontrado ao virar da esquina – de qualquer esquina. 7. A designação Master Mind refere-se a um grupo de trabalho que, pelo facto de estar em sintonia, cria uma espécie de consciência supra-individual. (N. do T.) :: CAPÍTULO 5 :: A imaginação A oficina da mente O QUINTO PASSO PARA A RIQUEZA A imaginação é, na verdade, a oficina onde todos os projectos são concebidos. É aí que o impulso e o desejo ganham corpo, forma e movimento com a ajuda da faculdade imaginativa da mente. Foi dito anteriormente que podemos criar tudo aquilo que formos capazes de imaginar. Com a ajuda da imaginação, descobrimos e controlámos mais forças da Natureza nos últimos cinquenta anos do que em toda a história da espécie humana. E apesar de tudo o que conquistámos, estamos bem longe do limite das nossas capacidades. A única limitação razoável reside no desenvolvimento e no uso da nossa imaginação. A imaginação humana oferece inúmeras possibilidades; é como se só agora tivéssemos descoberto que temos imaginação e tivéssemos começado a usá-la de forma elementar. DUAS ESPÉCIES DE IMAGINAÇÃO A faculdade imaginativa funciona de dois modos: a “imaginação sintética” e a “imaginação criativa”. A felicidade encontra-se em fazer e não apenas em ter. Imaginação sintética. Através desta faculdade organizamos antigos conceitos, ideias ou projectos em novas combinações. A imaginação sintética não cria nada. Apenas trabalha com a matéria resultante da experiência, da educação e da observação, da qual se alimenta. É a faculdade utilizada pela maioria dos inventores, com excepção dos génios que recorrem à imaginação criativa quando não conseguem resolver problemas através da imaginação sintética. Imaginação criativa. Pela faculdade da imaginação criativa, a mente humana finita comunica directamente com a inteligência infinita, a faculdade através da qual os “palpites” e as “inspirações” são recebidos. É através desta faculdade que todas as ideias básicas ou novas são entregues à humanidade. É através desta faculdade que captamos “vibrações” de outras pessoas e, nesse sentido, podemos estar em sintonia ou comunicar com o subconsciente dos outros. A imaginação criativa funciona automaticamente, mas apenas quando o nível consciente tem motivação e energia e trabalha a um ritmo de tal forma elevado que se torna extremamente perceptivo e receptivo, como, por exemplo, acontece quando o consciente é estimulado pela emoção de um forte desejo. Os grandes líderes do mundo dos negócios, da indústria e das finanças, bem como os grandes artistas, músicos, poetas e escritores tornaram-se grandiosos precisamente porque desenvolveram a faculdade da imaginação criativa. O desejo é um pensamento, um impulso. É nebuloso e efémero. É algo de abstracto, sem qualquer valor, até ser transformado no seu equivalente físico. Embora a imaginação sintética venha a ser a mais frequentemente utilizada no processo de transformação do desejo em dinheiro, haverá circunstâncias e situações que exigirão igualmente o uso da imaginação criativa. Tanto a imaginação sintética como a imaginação criativa tornam-se mais despertas e receptivas com o uso, e se a faculdade imaginativa enfraquecer devido à falta de uso, poderá revitalizá-la. Tal como um músculo ou um órgão do corpo se desenvolve à medida que é usado, também a imaginação se torna mais receptiva em resposta ao nível de uso que lhe é dado. USE A SUA IMAGINAÇÃO SINTÉTICA Concentremos, em primeiro lugar, a nossa atenção no desenvolvimento da imaginação sintética. Esta é a faculdade que irá utilizar com maior frequência para converter o seu desejo em dinheiro. A transformação do impulso intangível do desejo na realidade tangível do dinheiro exige um plano ou planos. Para fazer planos, tem de usar a imaginação. Para isso, terá de utilizar, sobretudo, a imaginação sintética, enquanto recorre à sua experiência, à sua instrução e às suas observações. Leia o livro do princípio ao fim, regresse depois a este capítulo e ponha a sua imaginação a trabalhar na elaboração de um plano que transforme o seu desejo em dinheiro. São dados exemplos e instruções para elaborar planos em quase todos os capítulos. Execute as instruções que melhor se adaptem às suas necessidades e redija o seu plano. No momento em que o terminar, terá dado definitivamente uma forma concreta ao seu desejo intangível. Leia agora esta frase mais uma vez, de modo ligeiramente diferente: “No momento em que redigir o meu plano, terei dado definitivamente uma forma concreta ao meu desejo.” Leia agora em voz alta e tome consciência do que está a dizer para si próprio. O desejo é apenas um pensamento. Através da imaginação sintética, a sua experiência, a sua instrução e as suas observações vão dar-lhe corpo, forma e movimento. A partir do momento em que seguir estas instruções e declarar por escrito o seu desejo e o seu plano terá, na realidade, dado o primeiro de uma série de passos que lhe permitirão converter o pensamento no seu equivalente físico. ACEDER À IMAGINAÇÃO CRIATIVA No planeta onde vive, você próprio e todas as coisas materiais são o resultado de um processo evolutivo, por meio do qual pedaços de matéria foram organizados e dispostos de forma ordenada. Tanto quanto foi possível determinar cientificamente, o universo é constituído por apenas quatro elementos: tempo, espaço, matéria e energia. Além disso – e esta afirmação é de enorme importância –, este planeta, cada um dos biliões de células que fazem parte do seu corpo, cada partícula sub-atómica da matéria começou por ser uma forma intangível de energia. Tudo o que é perceptível, da maior estrela até ao homem, foi criado através da combinação de energia com matéria. O desejo é um impulso do pensamento. Os impulsos do pensamento são formas de energia. Quando der início ao processo de adquirir dinheiro, usando o impulso do pensamento relativo ao desejo, estará a pôr ao seu serviço a mesma “substância” que a Natureza usou para criar a Terra, bem como qualquer forma material no universo, incluindo o corpo e o cérebro em que os impulsos do pensamento actuam. Existem leis da Física e princípios da Psicologia que podem ajudá-lo a transformar o seu desejo no equivalente físico ou monetário. Mas antes de mais, tem de dar tempo a si próprio para se familiarizar com estas leis e aprender a usá-las. Pela repetição e descrição destes princípios, segundo todas as perspectivas possíveis, espero poder revelar-lhe o segredo por meio do qual todas as grandes fortunas foram acumuladas. Por estranho e paradoxal que pareça, o “segredo” não é segredo. É algo evidente na Terra, nas estrelas, nos planetas, nos elementos acima de nós e à nossa volta, em cada folha de erva, em todas as formas de vida que podemos vislumbrar. Não se sinta desencorajado se não compreender ou não aceitar esta teoria. Não espero que aceite numa primeira leitura tudo o que vir neste capítulo. Assimile tudo o que puder enquanto lê pela primeira vez. Posteriormente, quando o reler e estudar, descobrirá que algo veio clarificá-lo e darlhe uma maior compreensão do conjunto. Acima de tudo, não pare ou hesite no estudo destes princípios antes de ter lido o livro pelo menos três vezes. Nessa altura, não vai querer parar. COMO FAZER USO PRÁTICO DA IMAGINAÇÃO As ideias são o ponto de partida de qualquer fortuna e as ideias são produto da imaginação. Seguem-se duas histórias verídicas acerca de ideias que renderam grandes fortunas. Espero que estas histórias possam revelar como é importante o papel que a imaginação pode desempenhar na transformação de uma ideia em êxito, e que ilustrem o método através do qual a imaginação pode ser usada para acumular riqueza. A CHALEIRA MÁGICA No final da década de 1880, um velho médico de província foi até à cidade, amarrou o cavalo, entrou discretamente numa drogaria pela porta das traseiras e pôs-se a “negociar” com o jovem empregado. Durante mais de uma hora, o médico e o empregado conversaram em voz baixa por trás do balcão. Depois o médico saiu, foi buscar à carroça uma chaleira antiga e uma grande colher de pau (que servia para mexer o conteúdo da chaleira) e deixou-as nas traseiras da drogaria. O empregado examinou a chaleira, meteu a mão ao bolso e tirou um maço de notas que entregou ao médico. O maço continha exactamente quinhentos dólares – a totalidade das poupanças do empregado! O médico entregou-lhe uma pequena tira de papel onde estava escrita uma fórmula secreta. As palavras escritas naquela tira de papel valiam uma fortuna, mas não para o médico. Aquelas palavras mágicas eram essenciais para pôr a chaleira a ferver, mas nem o médico nem o empregado imaginavam as fortunas fabulosas que iriam brotar daquela chaleira. O médico ficou satisfeito por vender o utensílio por 1500 dólares. Já o empregado correu um grande risco ao investir as poupanças de uma vida numa simples tira de papel e numa chaleira velha. Ele não podia imaginar que o seu investimento iria fazer com que a chaleira transbordasse de ouro, mais ainda do que a lâmpada de Aladino. O que o empregado comprou foi, na verdade, uma ideia! A chaleira, a colher de pau e a mensagem secreta na tira de papel eram algo de secundário. A magia daquela chaleira só começou a funcionar quando o novo dono juntou às instruções secretas um ingrediente que o médico desconhecia. Veja se consegue descobrir qual foi o ingrediente que o jovem empregado acrescentou à fórmula secreta para fazer a chaleira transbordar de ouro. Esta é uma história de acontecimentos estranhos, que ultrapassam a ficção – acontecimentos esses que começaram com uma ideia. Repare nas fortunas a que esta ideia deu origem. Ela rendeu, e continua a render, enormes riquezas a homens e mulheres em todo o mundo, os quais distribuem o conteúdo da chaleira a milhões de pessoas. A chaleira é hoje um dos maiores consumidores de açúcar, dando assim emprego aos milhares de homens e mulheres que cultivam a cana-de-açúcar, refinam e comercializam o açúcar. A chaleira consome anualmente milhões de garrafas de vidro, dando emprego a um grande número de trabalhadores. A chaleira dá emprego a uma multidão de empregados, estenógrafos, publicitários e especialistas em marketing em todo o país e trouxe fama e fortuna a imensos artistas, pelas imagens criadas para apresentar o produto. A chaleira transformou Atlanta, uma pequena cidade sulista, na capital de negócios do Sul, com benefícios, directos ou indirectos, para todas as empresas e para quase todos os habitantes da cidade. A influência exercida por esta ideia traz actualmente benefícios a todos os países civilizados do mundo, num fluxo contínuo de dinheiro que flui para todos os que lhe tocam. O ouro da chaleira ajudou a construir e a sustentar uma das mais prestigiadas universidades do Sul, onde milhares de jovens recebem a preparação necessária para o êxito. Se o produto daquela velha chaleira de latão falasse, contaria histórias empolgantes nas mais diversas línguas. Histórias de amor, de negócios, de profissionais que são diariamente por ele estimulados. Tenho conhecimento de, pelo menos, uma dessas histórias de amor, pois fiz parte dela e começou bem perto do lugar onde o empregado da drogaria comprou a chaleira. Foi aí que conheci a minha mulher e foi ela quem me falou da chaleira mágica pela primeira vez. Estávamos precisamente a beber o produto daquela chaleira, quando lhe pedi para me aceitar “para o melhor e para o pior”. Quem quer que seja, onde quer que viva, qualquer que seja a sua ocupação, lembre-se, de cada vez que vir as palavras Coca-Cola, que esse grande império de riqueza e de influência se expandiu a partir de uma simples ideia. E que essa ideia, o ingrediente misterioso que o empregado da drogaria – Asa Candler – misturou com a fórmula secreta foi… a imaginação! Pare e pense nisso por um instante. Lembre-se de que os passos para a riqueza descritos neste livro são exactamente os mesmos princípios através dos quais a influência da Coca-Cola se estendeu até cada cidade, vila e aldeia do mundo. Mas o que de mais importante se deve lembrar é: as ideias que você criar podem ter o potencial de repetir o enorme sucesso desta bebida mundialmente conhecida. O QUE EU FARIA COM UM MILHÃO DE DÓLARES A história seguinte comprova o velho ditado “querer é poder”. Foi-me contada pelo conhecido pedagogo e pastor Frank W. Gunsaulus, que começou a sua carreira como pastor nas zonas limítrofes de Chicago. Quando Gunsaulus estava a estudar na universidade, deu conta de várias falhas no nosso sistema educativo; falhas que ele pensava poder corrigir, se estivesse à frente de uma universidade. Decidiu então organizar uma nova universidade, onde pudesse pôr em prática as suas ideias, sem os constrangimentos dos métodos de educação mais ortodoxos. Ele precisava de um milhão de dólares para levar o projecto a bom porto! Como poderia obter tal quantia? Era, sobretudo, essa a questão que consumia a mente deste jovem pastor ambicioso, sem que conseguisse fazer qualquer avanço. Todas as noites adormecia a pensar nisso. Acordava com esse pensamento todas as manhãs. Onde quer que estivesse, estava sempre a pensar no mesmo. Dava voltas e mais voltas ao assunto, até que se tornou para ele uma obsessão. Sendo um filósofo, para além de pregador, acabou por perceber, como acontece com todos aqueles que têm sucesso, que ter um objectivo bem definido é o ponto de partida por onde se deve começar. Percebeu igualmente que, quando sustentada por um desejo fervoroso de os transformar no seu correlativo material, essa precisão de objectivos ganha vida e energia próprias. Apesar de saber todas estas verdades, desconhecia onde e como deitar a mão a um milhão de dólares. O mais normal seria ter desistido, dizendo: “A ideia era boa, mas não posso fazer nada porque não consigo arranjar um milhão de dólares.” Isso é o que a maioria das pessoas teria dito, mas não o que Gunsaulus disse. O que ele disse e fez é de tal modo importante, que vou transmitirlhes as suas próprias palavras: “Numa tarde de sábado, estava sentado no meu quarto a pensar numa forma de conseguir o dinheiro para pôr em prática os meus planos. Há quase dois anos que pensava nisso, e não tinha feito nada senão pensar. Era altura de passar à acção! “Decidi, naquele preciso lugar e momento, que iria conseguir o milhão de dólares necessário no prazo de uma semana. Como? Não estava preocupado com isso. O mais importante era tomar a decisão de arranjar o dinheiro num prazo de tempo determinado. Devo dizer que, quando tomei definitivamente a decisão de conseguir o dinheiro num determinado espaço de tempo, tive uma estranha sensação de confiança, algo que nunca tinha sentido antes. Algo dentro de mim parecia dizer: ‘Porque é que não tomaste essa decisão há mais tempo? O dinheiro esteve à tua espera durante todo este tempo!’ “Os acontecimentos precipitaram-se rapidamente. Telefonei para os jornais e anunciei que na manhã seguinte iria pregar um sermão intitulado: ‘O Que Eu Faria Com Um Milhão de Dólares’. “Pus-me a trabalhar no sermão de imediato, mas devo dizer que a tarefa não foi difícil, pois há quase dois anos que o andava a preparar. “Acabei de escrever o sermão muito antes da meia-noite. Deitei-me e adormeci com um forte sentimento de confiança, pois já me conseguia imaginar com o milhão de dólares. “Na manhã seguinte levantei-me cedo, fui à casa de banho, li o sermão, ajoelhei-me e pedi que o meu sermão despertasse a atenção de alguém que pudesse fornecer o dinheiro necessário. “Quando estava a rezar, tive de novo a certeza de que o dinheiro haveria de aparecer. No meu entusiasmo, saí sem o sermão e só dei conta do meu descuido quando estava no púlpito, prestes a proferi-lo. “Era demasiado tarde para ir buscar os meus apontamentos e graças a Deus que não pude voltar atrás! Em vez disso, o meu subconsciente forneceu-me aquilo de que eu precisava. Quando me levantei para começar o meu sermão, fechei os olhos e falei dos meus sonhos com o coração nas mãos. Julgo que não falei apenas para a minha assistência, mas também para Deus. Disse o que faria com um milhão de dólares, caso tal soma me fosse dada. Descrevi o meu projecto para criar uma grande instituição educativa, onde os jovens pudessem aprender coisas práticas e simultaneamente desenvolver as suas mentes. “Quando acabei e me sentei, vi um homem levantar-se lentamente do seu lugar, quase ao fundo da igreja, e dirigir-se ao púlpito. Perguntei-me o que é que ele iria fazer. Ele veio até ao púlpito, estendeu-me a mão e disse: ‘Reverendo, gostei do seu sermão. Acredito que pode fazer tudo o que disse que faria se tivesse um milhão de dólares. E para provar que acredito em si e no seu sermão, venha ao meu escritório amanhã de manhã, e dar-lhe-ei o milhão de dólares. Chamo-me Philip D. Armour.” O jovem Gunsaulus foi ao escritório de Armour e foi-lhe entregue um milhão de dólares. Com esse dinheiro, fundou o Armour Institute of Technology, hoje conhecido como Illinois Institute of Technology. O milhão de dólares que lançou o Armour Institute surgiu a partir de uma ideia. Por detrás dessa ideia, estava o desejo que o jovem Gunsaulus tinha alimentado na sua mente durante quase dois anos. Repare num aspecto importante: ele recebeu o dinheiro trinta e seis horas depois de ter decidido de forma definitiva que o ia conseguir – e de ter elaborado um plano concreto para o conseguir! Não havia nada de novo ou de extraordinário no facto de o jovem Gunsaulus pensar vagamente em ter um milhão de dólares e na sua esperança de o vir a receber. Outros terão tido semelhante pensamento. Mas havia algo de único e de diferente na decisão que tomou nesse sábado memorável, quando pôs a incerteza para trás das costas e disse claramente: “Vou arranjar esse dinheiro no prazo de uma semana!” O princípio graças ao qual Gunsaulus conseguiu o seu milhão de dólares continua em vigor. Pode encontrá-lo em si próprio. É uma lei universal, tão viável hoje como quando o jovem pregador a utilizou com tanto sucesso. COMO CONVERTER AS IDEIAS EM DINHEIRO Asa Candler e o Dr. Frank Gunsaulus tinham uma coisa em comum. Ambos conheciam uma espantosa verdade: as ideias podem ser transformadas em dinheiro através do poder da definição de objectivos e de planos. Se é daquelas pessoas que acredita que o trabalho árduo e a honestidade, por si só, lhe vão trazer riqueza, esqueça! Não é verdade. A riqueza em grande quantidade nunca é o resultado de trabalho árduo apenas. A riqueza surge, quando surge, em resposta a uma procura definida, baseada na aplicação de princípios precisos e não apenas por acaso ou por sorte. Em termos gerais, uma ideia é um pensamento que o impele para a acção porque desperta a sua imaginação. Todos os grandes vendedores sabem que se pode vender ideias quando não se consegue vender o produto. Os vendedores comuns não o sabem. E é por isso que são “comuns”. Um editor de livros baratos descobriu algo de grande valor para todos os editores. Compreendeu que muitas pessoas compram os títulos e não o conteúdo dos livros. Mudando simplesmente o título de um livro que não estava a vender, o volume de vendas desse livro aumentou mais de um milhão de exemplares. A parte interior do livro não foi alterada em nada. Ele retirou simplesmente a capa e colocou uma nova, com um título mais apelativo para o grande público. Embora possa parecer simples, foi uma ideia. Foi imaginação. Não existe um preço fixo para as ideias. O inventor estabelece o seu próprio preço e, se for inteligente, consegue-o. Quase todas as histórias de grandes fortunas começam no dia em que um inventor e um vendedor de ideias se juntam e começam a trabalhar em harmonia. Carnegie soube rodear-se de pessoas que sabiam fazer o que ele não conseguia, homens que tinham ideias e que punham as ideias a funcionar, e foi isso que os tornou, a ele e aos outros, incrivelmente ricos. Há milhões de pessoas que passam a vida à espera do “momento certo”. Talvez uma circunstância favorável possa trazer-lhe uma oportunidade, mas é melhor não depender da sorte. Foi uma “circunstância” favorável que me proporcionou a maior oportunidade da minha vida – mas mais de vinte anos de esforço determinado tiveram de ser consagrados a essa oportunidade até que ela se tornasse um bem. O momento certo foi a sorte de ter conhecido Andrew Carnegie e ter obtido a sua colaboração. Nessa altura, Carnegie lançou na minha mente a ideia de sistematizar os princípios do êxito numa filosofia do êxito. As descobertas feitas ao longo de anos de pesquisa foram aproveitadas por milhões de pessoas e muitas fortunas foram acumuladas graças à aplicação desta filosofia. O início foi fácil. Foi uma ideia que qualquer pessoa poderia ter desenvolvido. O momento certo foi proporcionado por Carnegie, mas não terão sido mais importantes a determinação, a definição do objectivo, o desejo de o atingir e o persistente esforço durante todos esses anos de pesquisa? Não foi um simples desejo aquilo que me permitiu resistir ao desapontamento, ao desencorajamento, às derrotas ocasionais, às críticas e ao pensamento constante de que estava a desperdiçar o meu tempo. Foi sim um desejo ardente! Uma obsessão! Depois de Carnegie lançar a ideia na minha mente, ela teve de ser impulsionada, alimentada e incitada para perdurar. A pouco e pouco, a ideia tornou-se um gigante com vida própria e impulsionou-me, incitou-me e impeliu-me. É assim que as ideias funcionam. No início é necessário dar-lhes vida, movimento e um rumo, até que ganham uma força própria e afastam todo e qualquer obstáculo. As ideias são forças intangíveis, mas têm mais poder do que o cérebro que lhes dá origem. Têm o poder de permanecer, muito depois de o cérebro que as criou se converter em pó. :: CAPÍTULO 6 :: O planeamento eficiente A cristalização do desejo em acção O SEXTO PASSO PARA A RIQUEZA Já sabe que tudo aquilo que criamos ou adquirimos começa sob a forma de desejo. Numa primeira etapa, o desejo passa de um nível abstracto para o concreto na oficina da imaginação, onde são criados e sistematizados os planos para essa transição. No capítulo 1, Desejo, foram-lhe dadas instruções no sentido de executar seis passos concretos para começar a transformar o seu desejo de dinheiro no seu equivalente monetário. Um dos passos que deve dar é a criação de um plano – ou planos – preciso e concreto, através do qual se pode fazer esta transformação. Diga ao mundo o que pretende fazer, mas primeiro mostre-o. Eis as instruções básicas para fazer planos concretos: > Reúna o grupo de todas as pessoas de que precisar para a criação e concretização do seu plano ou planos para a acumulação de dinheiro – servindo-se do princípio Master Mind. É essencial que respeite esta regra. Não a descure. > Antes de criar o seu grupo Master Mind, estabeleça as recompensas e os benefícios a oferecer aos membros do grupo pela sua colaboração. Ninguém trabalha indefinidamente sem qualquer forma de compensação. Nenhuma pessoa inteligente pode pedir ou esperar que outra trabalhe sem uma compensação adequada, embora esta nem sempre tenha de surgir sob a forma de dinheiro. > Marque pelo menos duas reuniões por semana (se possível mais) com o seu grupo até aperfeiçoar o plano ou planos necessários para a acumulação de riqueza. > Mantenha um ambiente de perfeita harmonia entre si e todos os membros do seu grupo. Se não conseguir cumprir à letra esta instrução, tem de contar com o fracasso. O princípio Master Mind não pode funcionar se não existir uma harmonia perfeita. Lembre-se de alguns factos: > Está envolvido num empreendimento de importância capital para si. Para ter garantias de êxito, os seus planos não podem ter falhas. > Você deve tirar partido da experiência, da formação, das capacidades inatas e da imaginação de outras mentes. Foi assim que procederam todas as pessoas que conseguiram uma grande fortuna. Nenhum indivíduo tem a experiência, a formação, as capacidades inatas e o conhecimento suficientes para garantir a acumulação de uma grande fortuna sem a colaboração de outras pessoas. Todos os planos que adoptar para fazer dinheiro devem ser fruto de uma colaboração entre si e todos os membros do seu grupo. Poderá criar os seus planos, total ou parcialmente, mas certifiquese de que eles são verificados e aprovados pelos membros do seu grupo Master Mind. SE O PRIMEIRO PLANO FALHAR – EXPERIMENTE OUTRO! Se o primeiro plano que adoptou não resultar, substitua-o por um novo. Se este novo plano falhar, volte a substituí-lo por outro e assim sucessivamente, até encontrar um plano que funcione. É aqui que a maioria das pessoas fracassa, devido à falta de persistência necessária para criar novos planos quando os anteriores falham. Mesmo a pessoa mais inteligente não terá sucesso na acumulação de dinheiro – ou em qualquer outro empreendimento – sem planos concretos e exequíveis. Lembre-se disto, e quando os planos falharem, pense que a derrota temporária não é um fracasso definitivo. Pode apenas querer dizer que os seus planos não eram consistentes. Faça outro plano. Recomece do início. Uma derrota temporária deverá significar apenas uma coisa: a certeza absoluta de que algo estava errado no plano. Há milhões de pessoas que vivem a vida toda na infelicidade e na pobreza porque lhes falta um plano consistente para acumular riqueza. A medida do seu sucesso depende dos planos que fizer. Nunca estará derrotado, até desistir – na sua mente. James J. Hill, o maior construtor de caminhos-de-ferro, conheceu o sabor da derrota quando tentou pela primeira vez juntar o capital necessário para construir o Great Northern Railroad de Este para Oeste, mas transformou a derrota em vitória graças a novos planos. Henry Ford sofreu derrotas temporárias, tanto no início da sua carreira no mundo automóvel, como já num momento avançado do seu percurso. Mas também ele elaborou novos planos e prosseguiu rumo ao sucesso financeiro. Vemos pessoas que acumularam grandes fortunas, mas geralmente apenas reconhecemos os seus triunfos e esquecemo-nos das derrotas temporárias que tiveram de sofrer antes de chegarem ao sucesso. Nenhum seguidor desta filosofia deve esperar acumular uma fortuna sem experimentar a “derrota temporária”. Quando se deparar com a derrota, aceite-a como um sinal de que os seus planos não são suficientemente consistentes, reformule esses planos e parta de novo à conquista do seu objectivo. Se abandonar os seus objectivos antes de os alcançar, é um desistente. Quem desiste nunca ganha – e um vencedor nunca desiste. Escreva esta frase numa folha, em letras grandes, e coloque-a num lugar onde possa vê-la à noite, quando se for deitar, e de manhã, antes de sair para o emprego. Quando começar a escolher os membros do seu grupo Master Mind, prefira os que não levam a derrota a sério. Algumas pessoas pensam ingenuamente que apenas o dinheiro pode gerar dinheiro. Isto não é verdade. O desejo, transformado no seu equivalente monetário, segundo os princípios enunciados neste livro, é o caminho para “fazer” dinheiro. O dinheiro, em si mesmo, é apenas uma matéria inerte. Não se move, não pensa, nem fala, mas consegue “ouvir” quando alguém que o deseja chama por ele! Uma planificação inteligente é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento que se destine a acumular riqueza. Em seguida são dadas instruções detalhadas àqueles que têm de começar a acumular riqueza, através da venda dos seus serviços pessoais. Para que se sinta encorajado, saiba que praticamente todas as grandes fortunas começaram com a venda de serviços pessoais ou com a venda de ideias. Se pensar nisso, que mais podemos oferecer em troca de riquezas senão ideias e os nossos serviços, quando não temos bens nem propriedades? LÍDERES E SEGUIDORES Em termos gerais, existem dois tipos de pessoas no mundo. Um é conhecido como o grupo dos líderes, o outro como o dos seguidores. Decida desde o início se tenciona tornar-se um líder na sua área profissional ou se pretende manter-se um seguidor. A diferença nos ganhos é enorme. Um seguidor não pode esperar ganhar tanto como um líder, embora alguns seguidores cometam o erro de pensar que até deveria ser assim. Ser um seguidor não é motivo de vergonha. Por outro lado, também não é motivo de orgulho. Quase todos os grandes líderes começaram como seguidores e tornaram-se líderes porque eram seguidores inteligentes. Salvo raras excepções, quem não sabe seguir um líder não pode tornar-se um líder eficiente. E quem sabe seguir um líder de forma mais eficaz é normalmente aquele que se torna mais rapidamente num líder. Um seguidor inteligente tem muitas vantagens, tais como a oportunidade de obter conhecimentos com o líder. AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LIDERANÇA Estes são alguns factores importantes para uma boa liderança: 1. Coragem inabalável baseada no conhecimento de si próprio e da sua profissão. Nenhum seguidor quer ser dominado por um líder que tem falta de autoconfiança e de coragem. Com certeza que nenhum seguidor inteligente se deixará dominar por um tal líder durante muito tempo. 2. Auto-controlo. Uma pessoa que não se consegue controlar nunca conseguirá controlar os outros. O seu autocontrolo servirá de exemplo para os seus seguidores, e os mais inteligentes entre eles irão imitá-lo. 3. Um forte sentido de justiça. Sem um sentido de equidade e de justiça nenhum líder pode exigir e manter o respeito dos seus seguidores. 4. Precisão nas decisões. Aqueles que vacilam nas decisões mostram que não têm confiança em si próprios e que, por isso, não podem liderar os outros com êxito. 5. Precisão nos planos. Os líderes de sucesso devem planear o seu trabalho e trabalhar nos seus planos. Os líderes que trabalham por palpites, sem planos práticos e definidos são como um barco sem leme. Mais cedo ou mais tarde vai embater contra as rochas. 6. O hábito de fazer mais sem ser pago por isso. Uma das consequências da liderança é a necessidade de um líder se dispor a fazer mais do que aquilo que exige dos seus seguidores. 7. Uma personalidade agradável. A liderança exige respeito. Os seguidores não poderão respeitar um líder que não se distinga em todos os factores que tornam uma personalidade agradável. 8. Apoio e compreensão. Os líderes de sucesso devem estar em harmonia com os seus seguidores. Mais do que isso, devem compreendê-los e compreender os seus problemas. 9. O domínio dos pormenores. Uma liderança de sucesso exige um conhecimento pormenorizado da posição do líder. 10. Disponibilidade para assumir todas as responsabilidades. Os líderes de sucesso devem estar dispostos a assumir todas as responsabilidades pelos erros e pelas falhas dos seus seguidores. Se um líder tentar afastar esta responsabilidade não continuará a ser o líder. Se um dos seus seguidores cometer um erro ou for incompetente, deve considerar isso como uma falha sua. 11. Cooperação. Um líder de sucesso deve compreender e aplicar o princípio do esforço conjunto e tem de ser capaz de levar os seus seguidores a fazer o mesmo. A liderança exige poder e o poder exige cooperação. Há duas formas de liderança. A primeira, e de longe a mais eficaz, é a liderança com o consentimento e o apoio dos seguidores. A segunda é a liderança imposta pela força, sem o consentimento ou o apoio dos seguidores. A História está repleta de provas de que a liderança através da força não consegue perdurar. São significativos a queda e o desaparecimento de ditadores e de reis. Significam que as pessoas não vão seguir indefinidamente uma liderança imposta pela força. Napoleão, Mussolini e Hitler foram exemplos de liderança imposta pela força. A sua liderança desapareceu. Os que restam vêem o seu poder desgastar-se e escapar-se-lhes. A liderança com o acordo dos seguidores é a única que pode perdurar. As pessoas podem seguir temporariamente uma liderança imposta pela força, mas não o fazem voluntariamente. Os líderes de sucesso irão adoptar os onze factores da liderança descritos neste capítulo, bem como alguns outros factores. Aqueles que fizerem destes atributos a base da sua liderança encontrarão amplas oportunidades para liderar em qualquer aspecto da vida. AS DEZ PRINCIPAIS CAUSAS DE FALHANÇO NA LIDERANÇA Seguem-se as principais falhas dos líderes que fracassam. É tão importante para si saber o que não deve fazer como saber o que fazer. 1. Incapacidade para organizar os detalhes. Uma liderança eficaz exige a capacidade de organizar e dominar os detalhes. Um verdadeiro líder nunca está “demasiado ocupado” para fazer algo que lhe possa ser exigido na qualidade de líder. Quer seja um líder ou um seguidor, quando reconhece que está “demasiado ocupado” para mudar os seus planos ou para dar atenção a algo urgente, está a reconhecer a sua ineficiência. Um líder de sucesso deve ser senhor de todos os detalhes ligados à sua posição. Isso significa, como é óbvio, que deve ganhar o hábito de delegar os detalhes a subalternos competentes. 2. Relutância em prestar serviço humilde. Os líderes verdadeiramente notáveis estão dispostos, quando as circunstâncias o exigem, a desempenhar qualquer tipo de tarefa que pediriam aos outros para desempenhar. “O maior de entre vós será o servo de todos” é uma verdade que todos os líderes capazes cumprem e respeitam. 3. Expectativa de ser pago por aquilo que “sabe”, em vez de ser pago por aquilo que faz com aquilo que sabe. O mundo não lhe paga por aquilo que você “sabe”. Paga-lhe pelo que faz ou pelo que leva os outros a fazer. 4. Medo da concorrência dos seguidores. Os líderes que temem que um dos seus seguidores tome o seu lugar acabam quase sempre, mais cedo ou mais tarde, por ver os seus medos tornarem-se realidade. Os líderes capazes preparam substitutos em quem possam delegar qualquer um dos aspectos da sua posição. Só desta forma é que os líderes se podem desdobrar, estar em vários lugares e dar atenção a várias coisas ao mesmo tempo. É uma verdade intemporal que os líderes recebem maior paga pela sua capacidade de levar outros a executar do que receberiam pelos seus próprios esforços. Através do conhecimento da função e de uma personalidade magnética, um líder eficiente pode aumentar significativamente a eficiência dos outros e levá-los a prestar mais e melhor serviço do que poderiam prestar sem a orientação do líder. 5. Falta de imaginação. Sem imaginação, um líder é incapaz de dar resposta a emergências ou de elaborar planos para orientar os seguidores de forma eficiente. 6. Egoísmo. Os líderes que reclamam todo o reconhecimento pelo trabalho dos seus seguidores vão seguramente confrontar-se com o ressentimento. Um líder verdadeiramente notável não reclama qualquer reconhecimento. Os grandes líderes ficam satisfeitos por ver o reconhecimento, quando ele existe, ir para os seus seguidores, porque os grandes líderes sabem que a maioria das pessoas trabalhará mais pela obtenção de louvores e reconhecimento do que apenas pelo dinheiro. 7. Descontrolo. Os seguidores não respeitam um líder descontrolado. Mais ainda, quem cede ao descontrolo, sob qualquer forma, vê a sua resistência e vitalidade serem destruídas. 8. Deslealdade. Talvez esta devesse ter surgido no topo da lista. Os líderes que não são fiéis ao seu dever e àqueles que lhes estão tanto acima como abaixo não podem manter a sua liderança por muito tempo. A deslealdade torna-o menos do que o pó da terra e irá trazer-lhe o desdém merecido. Falta de lealdade é uma das principais razões para o falhanço em qualquer aspecto da vida. 9. Ênfase na “autoridade” do líder. Um líder eficiente comanda através do encorajamento, e não pela tentativa de incutir o medo no coração daqueles que o seguem. Os líderes que tentam impressionar os seus seguidores com a sua “autoridade” integram-se na categoria da liderança imposta pela força. Se você é um verdadeiro líder, não terá necessidade de propagandear esse facto. É algo visível na sua conduta – pelo seu apoio, compreensão, equidade e pela demonstração de que sabe aquilo que faz. 10. Ênfase no estatuto. Os líderes competentes não precisam que nenhum “título” lhes dê o respeito dos seus seguidores. Os líderes que dão muita importância aos seus títulos geralmente pouco mais têm para realçar. As portas do gabinete do verdadeiro líder estão abertas a todos e desprovidas de qualquer formalidade ou ostentação. Estas estão entre as causas mais comuns para o fracasso na liderança. Qualquer destas falhas é suficiente para provocar o fracasso. Analise cuidadosamente esta lista se aspira à liderança e assegure-se de que está livre destas falhas. QUANDO E COMO CANDIDATAR-SE A UM CARGO A informação aqui descrita é o resultado final de muitos anos de experiência durante os quais milhares de homens e mulheres foram ajudados a negociar os seus serviços de forma eficaz. 1. Agências de emprego. É preciso tomar cuidado para escolher apenas companhias respeitáveis que possam apresentar um bom número de resultados satisfatórios. 2. Anúncios em jornais, revistas e publicações especializadas. Os classificados podem dar resultados satisfatórios para aqueles que se candidatam a um lugar de aprendiz, de secretariado ou de simples assalariado. Para aqueles que procuram um cargo de executivo, um anúncio bem escrito e bem concebido, apesar de mais caro, pode ser mais aconselhável. O anúncio deve ser preparado por um especialista que saiba como destacar as qualidades mais vendáveis de modo a produzir respostas. 3. Cartas pessoais de candidatura. Estas devem ser dirigidas a empresas particulares ou a indivíduos que possam precisar do tipo de serviço e de experiência que tem para oferecer. As cartas devem ser sempre impecavelmente dactilografadas e assinadas à mão. Deve incluir um currículo completo ou um perfil com as suas qualificações. Tanto a carta de candidatura como o currículo devem ser preparados por um especialista. 4. Candidatura pessoal. Em alguns casos, pode ser mais eficaz se o candidato oferecer pessoalmente os seus serviços a potenciais empregadores, e neste caso deve ser apresentada uma declaração escrita completa com as qualificações para o cargo, visto que frequentemente os seus potenciais empregadores irão querer discutir o seu currículo com os sócios. 5. Candidatura através de conhecimentos pessoais. Sempre que possível, o candidato deve abordar potenciais empregadores através de conhecidos comuns. Este método é particularmente vantajoso no caso daqueles que procuram contactos a um nível mais alto e que não querem dar a impressão de que se andam a “vender de porta em porta”. INFORMAÇÃO A SER FORNECIDA NUM CURRÍCULO Um bom currículo deve ser preparado de forma tão cuidadosa como um advogado prepararia o processo de um caso a ser julgado em tribunal. A não ser que o candidato tenha experiência na preparação destes documentos, deve consultar um especialista para este fim. Quando as empresas de sucesso querem fazer publicidade, contratam especialistas que compreendem a psicologia da publicidade para vender os seus produtos. Se está a “vender” os seus serviços pessoais, deve fazer o mesmo. A informação que se segue deve surgir sempre na sua apresentação: 1. Estudos. Refira de forma breve, mas precisa, que estudos fez e em que áreas se especializou, expondo as razões para essa especialização. 2. Experiência profissional. Se teve experiência ligada a cargos semelhantes àquele que procura, descreva-a na íntegra. Indique os nomes e moradas de anteriores empregadores. Certifique-se de que salienta qualquer eventual experiência anterior que seja relevante para ocupar o cargo que procura. 3. Referências. Quase todas as empresas desejam saber tanto quanto possível sobre o passado de potenciais funcionários que procuram cargos de responsabilidade. Junte cópias de cartas de anteriores empregadores, de professores com quem estudou e de pessoas importantes em cujo parecer se pode confiar. 4. Uma fotografia. Inclua uma fotografia recente e com ar profissional como parte da sua apresentação. 5. Candidate-se a um cargo específico. Nunca se candidate a “apenas um emprego”. Isso indica que lhe falta formação especializada. 6. Exponha as suas qualificações para o cargo específico a que se candidata. Forneça detalhes completos sobre as razões pelas quais julga estar habilitado para o cargo específico que pretende. Este é o pormenor mais importante da sua candidatura. Ele irá determinar, mais do que tudo o resto, o tratamento que irá receber. 7. Ofereça-se para trabalhar à experiência. Esta pode parecer uma sugestão radical, mas a experiência comprovou que raramente falha em conseguir, pelo menos, uma tentativa. Se está certo das suas qualificações, tudo o que precisa é de uma hipótese. A propósito, uma oferta deste tipo revela que tem confiança na sua capacidade para ocupar o cargo que deseja. É de facto muito convincente. Deixe bem claro que a sua oferta se baseia na confiança que tem na sua capacidade para ocupar o cargo, na crença de que o seu potencial empregador o irá contratar depois do período de experiência e na sua determinação em conseguir o cargo. 8. Conhecimento da empresa do seu potencial empregador. Antes de se candidatar a um cargo, faça a pesquisa necessária para se familiarizar com a empresa e refira os conhecimentos que adquiriu nessa área. Isto irá causar boa impressão porque mostrará que tem imaginação e um interesse real pelo cargo que procura. Lembre-se de que não é o advogado que conhece mais leis, mas o que prepara melhor o caso, aquele que o ganha. Se o seu “caso” for bem preparado e apresentado, está meio ganho à partida. Não receie tornar a sua apresentação demasiado longa. Os empregadores estão tão interessados em adquirir os serviços de pessoas devidamente qualificadas quanto você está em assegurar o seu emprego. De facto, o sucesso da maioria dos empregadores deve-se à sua capacidade de seleccionar subalternos qualificados. E eles querem toda a informação disponível. Lembre-se de outra coisa: o cuidado na preparação do seu currículo e da sua candidatura irão indicar que é uma pessoa aprumada. Os vendedores de sucesso têm cuidado com a sua aparência. Sabem que as primeiras impressões são duradouras. A sua apresentação é o seu representante de vendas. Dê-lhe uma boa aparência, de forma que se destaque em contraste nítido com tudo o que o seu potencial empregador alguma vez viu. Se o cargo que pretende vale a pena, é necessário ir atrás dele com zelo. Mais importante do que isso, se você se vender a si próprio de uma forma que destaque a sua individualidade, irá provavelmente receber mais dinheiro desde o início do que se se candidatasse ao emprego da forma habitual e convencional. Quando todos os documentos da candidatura estiverem completos, deve preparar cópias individuais e personalizadas para cada empresa ou pessoa a quem vão ser apresentadas. Este toque pessoal vai seguramente chamar a atenção. Tenha-o dactilografado de forma limpa, revisto, impresso e devidamente encadernado no papel da melhor qualidade que conseguir arranjar. A sua fotografia deve ser incluída numa das páginas. Prepare encadernações individuais com o nome correcto de cada empresa, caso pretenda mostrar o currículo a mais do que uma. Se procurar emprego através de uma agência de emprego faça com que o agente use cópias da sua apresentação quando estiver a vender os seus serviços. Isso ajudá-lo-á a ganhar a preferência tanto do agente como dos potenciais empregadores. Eu ajudei a preparar apresentações para clientes tão apelativas e fora do vulgar que resultaram na contratação do candidato sem entrevista pessoal. Se pretende resultados idênticos, siga as instruções à letra, aperfeiçoando-as da forma que a sua imaginação sugerir. COMO CONSEGUIR EXACTAMENTE O CARGO QUE DESEJA Toda a gente gosta de fazer o tipo de trabalho a que melhor se adapta. Um artista adora trabalhar com tintas, um artesão com as suas mãos, um escritor adora escrever. Aqueles que têm talentos menos definidos têm as suas preferências por determinadas áreas de negócios ou da indústria. Se a América faz alguma coisa bem, é oferecer um vasto leque de ocupações profissionais. 1. Defina exactamente que tipo de emprego quer. Se esse emprego ainda não existe, talvez você possa criá-lo. 2. Escolha a empresa ou a pessoa para quem deseja trabalhar. 3. Examine o seu potencial empregador no que diz respeito a políticas da empresa, pessoal e possibilidades de progressão. 4. Através da análise de si próprio, dos seus talentos e das suas capacidades, calcule o que pode oferecer. Planeie formas e meios de assegurar mais-valias, serviços, desenvolvimentos ou ideias que acha que pode fornecer com êxito. 5. Esqueça a ideia de “um emprego”. Esqueça se há ou não há uma vaga. Esqueça a rotina habitual do “tem um emprego para mim?” Concentre-se naquilo que pode oferecer. 6. A partir do momento em que tiver o seu plano em mente, passe-o para o papel de forma clara e com o maior detalhe possível. 7. Apresente-o à pessoa responsável indicada e o resto virá automaticamente. Todas as empresas estão à procura de pessoas que possam dar algo de valor, quer se trate de ideias, serviços ou “contactos”. Todas as empresas têm lugar para uma pessoa com um plano de acção preciso que traga vantagens para essa empresa. Este procedimento pode levar alguns dias ou semanas de tempo extra, mas a diferença no rendimento, na progressão e na obtenção de reconhecimento vão poupar-lhe anos de trabalho duro com um salário pequeno. Tem muitas vantagens e uma delas é que muitas vezes irá poupar-lhe um a cinco anos da sua vida para atingir um determinado objectivo. Todas as pessoas que começam ou que “entram” no meio da hierarquia fazem-no graças a um planeamento deliberado e cuidadoso. A NOVA FORMA DE NEGOCIAR SERVIÇOS Os homens e mulheres que negoceiam os seus serviços têm de estar conscientes das mudanças ocorridas no que respeita à relação entre empregador e empregado. A relação do futuro deverá ser mais da natureza de uma sociedade que consiste no empregador, no empregado e no público que servem. No passado, empregadores e empregados negociavam entre si, sem terem em consideração que na realidade estavam a negociar às custas do terceiro elemento, o público que serviam. Tanto o empregador como o empregado deveriam considerar-se como colegas de trabalho cuja função será servir o público de forma eficaz. Durante a Grande Depressão, passei vários meses na região das minas de antracite da Pensilvânia a estudar os factores que destruíram por completo a indústria mineira. Os exploradores das minas e os sindicatos foram intransigentes nas negociações dos contratos de trabalho. O custo desta “negociação” passou para o cliente através do aumento do preço do carvão. De qualquer maneira, descobriram no final que as suas acções se tinham virado contra eles. Aquilo que os seus atrasos e os seus preços elevados tinham realmente conseguido fazer fora abrir o mercado aos seus concorrentes. Inadvertidamente, tinham criado um fantástico negócio para os fabricantes de fogões e de fornos a petróleo, bem como para os produtores de petróleo. Uma situação semelhante aconteceu com as companhias de gás. Todos nos lembramos do tempo em que o homem que fazia a contagem do gás batia à porta com força suficiente para a partir. Quando a porta se abria, entrava bruscamente, sem ser convidado, com uma expressão carrancuda que claramente queria dizer: “Por que raio me fez estar à espera?” Tudo isso sofreu uma grande alteração. Agora, o homem do contador comporta-se como um cavalheiro para quem “é um prazer servi-lo, senhor”. Antes que as companhias de gás percebessem que os seus carrancudos homens do contador estavam a ofender os clientes, os seus concorrentes – os educados vendedores de fogões a petróleo – apareceram e fizeram um óptimo negócio. Estes exemplos são mencionados para mostrar que estamos onde estamos e somos o que somos devido à nossa própria conduta. Se há um princípio de causa-efeito que rege os negócios, as finanças e os transportes, esse mesmo princípio rege os indivíduos e determina o seu estatuto económico. “Cortesia” e “serviço” são hoje em dia as palavras de ordem do marketing e aplicam-se ainda mais directamente à pessoa que está a negociar serviços pessoais do que ao patrão. Em última análise, você é contratado pelo cliente. Se não conseguir servir bem, tanto você como o seu patrão irão pagar por isso com a perda do privilégio de poder servir. QUAL É O SEU COEFICIENTE “QQE”? Na secção anterior, foram claramente descritas as causas do sucesso na negociação eficaz e contínua de serviços. Se estas causas não forem estudadas, analisadas, compreendidas e aplicadas, ninguém pode negociar serviços com continuidade e eficácia. Cada homem ou mulher deve ser o próprio exército de vendas dos seus serviços pessoais. A qualidade e a quantidade de serviço prestado, assim como o espírito com que é prestado, determinam o preço e a duração do emprego. Para negociar eficazmente os seus serviços (o que significa uma negociação permanente, a um preço satisfatório e em circunstâncias agradáveis), você tem de adoptar a fórmula “QQE”. QQE significa que a Qualidade, mais a Quantidade, mais o Espírito de cooperação adequado conduzem à arte perfeita de vender serviços. Lembre-se da fórmula “QQE”, mas faça mais – torne o seu uso um hábito! Analise a fórmula para se certificar de que compreende exactamente o que ela significa. > Qualidade do serviço significa a execução de cada pormenor ligado ao seu cargo da maneira mais competente possível, tendo sempre em mente a obtenção de uma maior eficicácia. > Quantidade do serviço significa o hábito de prestar todo o serviço de que é capaz, em todas as ocasiões, com o objectivo de aumentar a sua quantidade, à medida que desenvolve maior destreza através da prática e da experiência. A ênfase é de novo posta na palavra hábito. > Espírito de serviço significa um hábito de comportamento agradável e harmonioso, que irá suscitar a cooperação dos seus associados e colegas. Qualidade e quantidade adequadas de serviço não são o suficiente para manter uma negociação permanente dos seus serviços. O espírito com o qual presta um serviço é um factor de peso determinante que está relacionado quer com o preço que lhe pagam, quer com a duração do seu contrato. Andrew Carnegie sublinhou este aspecto na sua descrição dos factores que conduzem ao sucesso na negociação de serviços pessoais. realçou repetidamente a necessidade de um comportamento harmonioso. sublinhou o facto de não ir manter ao seu serviço ninguém que não trabalhasse com espírito de harmonia, por maior quantidade ou por mais eficiente que fosse a qualidade do seu trabalho. Carnegie insistia que o seu pessoal trabalhasse em conjunto, de forma agradável. Para provar que dava muito valor a esta qualidade, ajudou muitos que preenchiam estes requisitos a tornarem-se muito ricos. Os que não se adaptavam tinham de dar lugar aos que o conseguiam fazer. A importância de se ter uma personalidade agradável foi destacada porque esta é essencial para prestar serviço dentro do espírito correcto. Se tiver uma personalidade que agrada e presta serviços num espírito de harmonia, estes elementos compensam frequentemente aquilo que lhe pode faltar, tanto na qualidade como na qualidade do serviço que presta. Nada pode substituir com sucesso uma conduta agradável. O VALOR MONETÁRIO DOS SEUS SERVIÇOS Uma pessoa cujos rendimentos provêm inteiramente da venda de serviços pessoais é um comerciante, tal como a pessoa que vende bens materiais, e essa pessoa está sujeita exactamente às mesmas regras que o comerciante que vende mercadorias. Chamo a atenção para isto porque muitas pessoas que vivem da venda de serviços pessoais cometem o erro de julgar que estão livres das regras de comportamento e das responsabilidades a que estão ligados aqueles que se dedicam à venda de artigos. Os dias dos individualistas foram suplantados pelos dos altruístas. O verdadeiro valor monetário da sua inteligência pode ser determinado através do rendimento que consegue gerar com a venda dos seus serviços. Pode fazer uma estimativa aproximada do valor monetário da sua inteligência partindo dos seguintes pressupostos: o dinheiro (o valor monetário) pode ser obtido através de um empréstimo bancário a uma dada taxa de juro. O dinheiro não vale mais do que a inteligência e, com frequência, vale muito menos do que ela. Assim, se a sua inteligência vale tanto quanto o dinheiro, na verdade você deveria estar a “emprestar” a sua inteligência (o seu valor monetário) pelo menos à mesma taxa de juro a que os bancos emprestam dinheiro. Isto significa que aquilo que você ganha num ano (o seu rendimento) é comparável àquilo que o banco ganha com um empréstimo num ano (os juros que cobram). Pode calcular o valor monetário da sua inteligência utilizando esta fórmula: divida 100 pela actual taxa de juro que os bancos cobram por um empréstimo. Em seguida, multiplique o resultado pela quantia correspondente ao seu rendimento anual. Como exemplo, imagine que a actual taxa de juro é de 5 por cento. Imagine que o seu rendimento anual é de 50 mil dólares. A fórmula seria a seguinte: 100 dividido por 5 dá 20, e 20 multiplicado por 50 mil dólares dá um milhão de dólares. Assim, se emprestar a sua inteligência (o seu capital) à mesma taxa que o banco empresta dinheiro (5 por cento de juros), a sua inteligência vale um milhão de dólares. Um “cérebro” competente, se for negociado de forma eficaz, representa uma forma de capital muito mais apetecível do que o dinheiro necessário para gerir um negócio de venda de produtos. Isto acontece porque o “cérebro” é uma forma de capital que não desvaloriza constantemente devido a depressões económicas, nem pode ser roubado ou gasto. Para além disso, o dinheiro necessário para gerir um negócio vale tanto quanto uma duna de areia, até ser misturado com um “cérebro” eficiente. AS TRINTA E UMA PRINCIPAIS CAUSAS DO FRACASSO A maior tragédia da vida são os homens e mulheres que se esforçam seriamente e falham. A tragédia consiste na esmagadora maioria de pessoas que falha, comparada com os poucos que têm êxito. Tive a possibilidade de analisar vários milhares de homens e mulheres, dos quais 98 por cento foram considerados “falhanços”. A minha análise demonstrou que há treze princípios fundamentais através dos quais as pessoas acumulam riquezas (cada um dos treze princípios do sucesso tem o seu próprio capítulo neste livro) e há trinta e uma causas para o fracasso, as quais são enumeradas a seguir. À medida que percorrer a lista, avalie-se ponto por ponto. Isso vai ajudá-lo a descobrir quantas destas causas se interpõem no caminho entre si e o êxito. 1. Antecedentes hereditários desfavoráveis. Pouco há a fazer, se é que algo se pode fazer, pelas pessoas que nascem com deficiência nas capacidades mentais. Esta é a única das trinta e uma razões para o fracasso que não pode ser facilmente corrigida por nenhum indivíduo. A minha filosofia pode apenas oferecer um método para colmatar este ponto fraco – com a ajuda do grupo Master Mind. 2. Falta de um objectivo preciso na vida. Não há qualquer esperança de sucesso para uma pessoa que não tem um objectivo central ou uma meta precisa para onde apontar. Noventa e oito em cada cem dos casos que analisei não tinham essa meta. Talvez essa seja a principal causa do seu fracasso. 3. Falta de ambição para aspirar a mais do que a mediocridade. Não posso dar qualquer esperança àqueles que são tão indiferentes que não querem progredir na vida e que não estão dispostos a pagar o preço. 4. Estudos insuficientes. Esta é uma falha que pode ser ultrapassada com relativa facilidade. A experiência tem provado que as pessoas com melhores estudos são frequentemente selfmade ou autodidactas. É preciso mais do que um diploma da faculdade para fazer de você uma pessoa com estudos. Qualquer pessoa que teve uma educação aprendeu a conseguir o que quer na vida sem violar os direitos dos outros. A educação consiste menos no conhecimento do que na aplicação do conhecimento de forma eficaz e persistente. Você não é pago apenas pelo que sabe, mas pelo que faz com aquilo que sabe. 5. Falta de autodisciplina. A disciplina nasce do autocontrolo. Isto significa que você deve controlar todos os seus defeitos. Antes de poder controlar as condições, tem de se controlar a si próprio primeiro. O autodomínio é a tarefa mais árdua que alguma vez terá de enfrentar. Se não levar a melhor sobre si próprio, vai ser derrotado por si mesmo. Ao colocar-se em frente de um espelho poderá ver simultaneamente o seu melhor amigo e o seu maior inimigo. 6. Falta de saúde. Ninguém pode desfrutar de grande sucesso se não tiver boa saúde. Muitas das causas da falta de saúde estão dependentes do autodomínio e do controlo. No essencial, elas são: > Comer alimentos pouco saudáveis em demasia. > Hábitos de pensamento errados ou pensamentos negativos. > Uso incorrecto ou excesso de sexo. > Falta de exercício físico adequado. > Falta de oxigenação devido a problemas respiratórios. 7. Más influências do meio durante a infância. “É de pequenino que se torce o pepino.” A maioria das pessoas com tendências criminosas adquire-as durante a infância ou juventude, em resultado do mau ambiente ou de companhias não recomendáveis. 8. Adiamento. Esta é uma das causas mais frequentes do fracasso. O adiamento esconde-se na sombra de cada ser humano, à espera de uma oportunidade para estragar as suas possibilidades de sucesso. A maior parte de nós vive a vida como falhados, porque estamos sempre à espera do “momento certo” para começar a fazer algo que valha a pena. Não espere. O momento nunca será “o certo”. Parta da situação em que está, trabalhe com as ferramentas que tiver ao seu dispor e vai ver que adquire melhores ferramentas à medida que for avançando. 9. Falta de persistência. Muitos de nós somos “bons no arranque”, mas maus a acabar tudo aquilo que começamos. As pessoas têm tendência para desistir ao primeiro sinal de derrota. Não há nenhum substituto para a persistência. Aquele que faz da persistência a sua palavra de ordem descobre que o “fracasso” se cansa e acaba por se ir embora. O fracasso não consegue lidar com a persistência. 10. Personalidade negativa. Não há qualquer esperança de sucesso para alguém que afasta as pessoas devido a uma personalidade negativa. O êxito surge pela aplicação do poder e o poder é obtido com o esforço conjunto de outras pessoas. Uma personalidade negativa não conseguirá suscitar a cooperação. 11. Falta de controlo das necessidades sexuais. A energia sexual é o mais poderoso de entre todos os estímulos que levam as pessoas a agir. Por ser a mais poderosa das emoções, se for controlada pode ser canalizada para outras áreas criativas. 12. Desejo descontrolado de “algo a troco de nada”. O instinto do jogo conduz milhões de pessoas ao fracasso. Podem ser encontradas provas disto na queda do mercado de acções de Wall Street em 1929, durante a qual milhões de pessoas tentaram fazer dinheiro apostando nos lucros das acções. 13. Falta de um poder de decisão preciso. Aqueles que têm sucesso tomam decisões rapidamente e alteram-nas muito devagar. Aqueles que fracassam demoram muito tempo a tomar decisões e alteram-nas frequentemente e com muita rapidez. A indecisão e o adiamento andam de mãos dadas. Onde se encontra um, geralmente encontra-se também o outro. Livre-se deste par antes que ele o amarre definitivamente ao círculo vicioso do fracasso. 14. Um ou mais de entre os seis medos básicos (medo da pobreza, das críticas, da falta de saúde, da perda do amor, da velhice e da morte). Irá encontrar uma análise aprofundada destes seis medos básicos no último capítulo. Eles têm de ser dominados antes de poder negociar os seus serviços eficazmente. 15. Má escolha de um parceiro no casamento. Esta é uma das causas do fracasso mais comum. A relação dentro do casamento leva as pessoas a um contacto íntimo. Se esta relação não for harmoniosa, é provável que se siga o fracasso. Para além disso, é uma forma de fracasso que destrói a ambição. 16. Cautela excessiva. Uma pessoa que não corre riscos fica geralmente com aquilo que sobra depois de os outros terem escolhido. A cautela excessiva é tão má como a falta de cautela. Ambos são extremos contra os quais se deve proteger. A própria vida está repleta de riscos. 17. Má escolha de parceiros de negócios. Esta é uma das causas mais comuns de fracasso nos negócios. Ao negociar serviços pessoais, tem de ter muito cuidado para escolher um patrão que seja uma inspiração e que seja inteligente e bem sucedido. Nós imitamos aqueles a quem nos associamos mais de perto. Escolha um patrão que valha a pena imitar. 18. Superstição e preconceito. A superstição é uma forma de medo. É também um sinal de ignorância. As pessoas de sucesso mantêm um espírito aberto e não têm medo de nada. 19. Má escolha da vocação. Não poderá alcançar um sucesso extraordinário num trabalho de que não gosta. O passo essencial na negociação de serviços pessoais é o de escolher uma profissão à qual se possa entregar de alma e coração. Ainda que o dinheiro ou as circunstâncias possam exigir que faça algo de que não gosta durante algum tempo, ninguém pode impedi-lo de desenvolver planos para converter o seu objectivo de vida em realidade. 20. Falta de concentração e de esforço. O “homem-dos-mil-ofícios” raramente é bom num deles. Concentre todos os seus esforços num objectivo preciso e central. 21. O hábito de gastar sem critério. Não poderá ter êxito se tiver continuamente medo da pobreza. Ganhe o hábito de poupar sistematicamente, pondo de parte uma determinada percentagem do seu rendimento. O dinheiro no banco dá-lhe uma sólida base de coragem quando estiver a negociar a venda dos seus serviços pessoais. Sem dinheiro, você é obrigado a aceitar o que lhe oferecem e a ficar satisfeito com isso. 22. Falta de entusiasmo. Sem entusiasmo não consegue ser convincente. Para além disso, o entusiasmo é contagioso e aquele que o tem (sob controlo) é geralmente bem recebido no seio de qualquer grupo de pessoas. 23. Intolerância. Uma pessoa com uma mente fechada em relação a qualquer assunto raramente consegue ser bem sucedido. A intolerância significa que se deixou de adquirir conhecimentos. As formas de intolerância mais prejudiciais são as que estão relacionadas com diferenças de religião, de raça e de opinião política. 24. Excessos. As formas de intemperança mais prejudiciais estão ligadas a excessos na alimentação, álcool, drogas ou actividade sexual. Abusar de qualquer um deles pode ser fatal para o sucesso. 25. Incapacidade de colaborar com os outros. Há mais pessoas que perdem os seus cargos e as suas grandes oportunidades na vida devido a esta falha do que por todas as outras razões juntas. É uma falha que nenhum indivíduo ou líder de negócios esclarecido irá aceitar. 26. Exercício de poder que não foi conquistado por esforço próprio (filhos e filhas de pais ricos, e outras pessoas que herdam dinheiro que não ganharam). O poder nas mãos daqueles que não o conquistaram gradualmente é muitas vezes fatal para o sucesso. A riqueza fácil é mais perigosa do que a pobreza. 27. Desonestidade intencional. Não há substituto para a honestidade. Devido a circunstâncias sobre as quais não tem qualquer controlo, você pode ser temporariamente desonesto, sem provocar danos permanentes. Mas estará perdido se for desonesto por opção. Mais tarde ou mais cedo, será atingido pelos seus próprios actos e pagará com a perda de reputação e talvez até com a perda da liberdade. 28. Egocentrismo e vaidade. Estas características servem como alertas que avisam os outros para se afastarem. São fatais para o êxito. 29. Palpitar em vez de pensar. A maioria das pessoas é demasiado indiferente ou preguiçosa a aprender factos e a reflectir sobre eles com clareza. Preferem agir com base em “opiniões” criadas a partir de palpites ou de juízos apressados. 30. Falta de capital. Esta é uma causa de fracasso entre aqueles que se lançam nos negócios pela primeira vez. Deverá ter uma reserva de capital suficiente para amortecer o choque dos seus erros e para se sustentar até conseguir ganhar alguma reputação. 31. Aqui, indique a causa de um fracasso vivido por si e que não se encontre incluída na lista precedente. Estas trinta e uma causas do fracasso contêm a descrição de praticamente todas as pessoas que tentam e falham. É útil que arranje alguém que o conheça bem para rever esta lista consigo e para ajudá-lo a analisar-se a si mesmo no que diz respeito a cada uma destas causas de fracasso. A maioria das pessoas não se consegue ver da forma que os outros as vêem. Você pode ser uma dessas pessoas. SABE O QUE VALE? A mais antiga das exortações é: “Conhece-te a ti mesmo!” Se negoceia mercadorias com sucesso, deve conhecer a mercadoria. O mesmo se aplica ao negócio dos serviços pessoais. Deve conhecer todas as suas fraquezas, de modo a colmatá-las ou eliminá-las por completo. Deve conhecer os seus pontos fortes, de forma a chamar a atenção para eles quando estiver a vender os seus serviços. Só se pode conhecer a si mesmo através de uma análise precisa. Conta-se a história de um jovem que se candidatou a um emprego e que estava a causar boa impressão até que o director lhe perguntou que salário esperava. Ele respondeu que não tinha nenhuma soma precisa em mente (falta de um objectivo preciso). O director disse então: “Vamos pagar-lhe aquilo que você mostrar que vale, depois de o pormos à experiência durante uma semana.” “Isso não posso aceitar”, respondeu o candidato, “mais do que isso já eu recebo onde estou empregado.” Pode parecer engraçado, mas toca num ponto muito sério. Antes de começar sequer a negociar um melhor salário no seu cargo actual ou de começar a procurar um emprego noutro lugar, certifique-se de que vale mais do que aquilo que recebe actualmente. Uma coisa é querer dinheiro – toda a gente quer mais – e outra completamente diferente é merecer mais. Muitas pessoas confundem aquilo que querem com aquilo que merecem. Os seus desejos de dinheiro não têm nada a ver com aquilo que você vale. O seu valor é inteiramente estabelecido pela sua capacidade de prestar um serviço útil ou pela sua capacidade de levar os outros a prestar esse serviço. FAÇA UM INVENTÁRIO DE SI PRÓPRIO Uma auto-análise anual é essencial para negociar serviços pessoais de forma eficaz, tal como um inventário anual quando se negoceia com mercadorias. Mais ainda, a sua análise actual deve mostrar um decréscimo nas suas falhas e um aumento das suas qualidades. Você avança, fica quieto ou retrocede na vida. O seu objectivo deveria ser avançar. Uma auto-análise anual vai revelar se conseguiu algum avanço e, nesse caso, quanto avançou. Irá também revelar eventuais recuos. A negociação eficaz dos serviços pessoais exige que se ande para a frente, mesmo que a progressão seja lenta. Esta auto-análise deve ser feita no final de cada ano, de modo a poderem ser incluídas nas decisões do Ano Novo todas as melhorias que essa análise recomenda. Faça este inventário fazendo a si mesmo as perguntas que se seguem e verificando as suas respostas com a ajuda de alguém que não lhe permita enganar-se a si mesmo. QUESTIONÁRIO DE AUTO-ANÁLISE 1. Atingi a meta que estabeleci como meu objectivo para este ano? (deve trabalhar com um objectivo anual preciso, a ser atingido como parte do seu grande objectivo na vida.) 2. Prestei serviços com a melhor qualidade de que fui capaz ou poderia ter melhorado qualquer aspecto deste serviço? 3. Prestei serviços na maior quantidade que podia? 4. O espírito da minha conduta foi, em todas as ocasiões, harmonioso e cooperante? 5. Permiti que o hábito de adiar diminuísse a minha eficiência e, neste caso, até que ponto? 6. Melhorei a minha personalidade e, neste caso, de que forma? 7. Fui persistente na concretização dos meus planos até à sua conclusão? 8. Tomei decisões com rapidez e precisão em todas as ocasiões? 9. Deixei que algum dos seis medos básicos fizesse diminuir a minha eficiência? 10. Fui demasiado cauteloso ou pouco cauteloso? 11. A relação com os meus companheiros de trabalho foi agradável ou desagradável? Se foi desagradável, a culpa foi parcial ou totalmente minha? 12. Dispersei alguma da minha energia devido a falta de concentração ou de esforço? 13. Mantive um espírito aberto e tolerante em relação a todos os assuntos? 14. De que forma melhorei a minha capacidade de prestar serviços? 15. Fui imoderado em algum dos meus hábitos pessoais? 16. Demonstrei, aberta ou secretamente, alguma forma de egocentrismo? 17. A minha conduta em relação aos meus companheiros foi de molde a que me respeitem? 18. As minhas opiniões e decisões basearam-se em palpites ou em análises e pensamentos rigorosos? 19. Segui o hábito de gerir o meu tempo, as minhas despesas e o meu rendimento, e fui prudente nesta gestão? 20. Quanto tempo dediquei a esforços inúteis, quando poderia tê-lo usado com melhor proveito? 21. Como posso reorganizar o meu tempo e mudar os meus hábitos, de forma a ser mais eficiente no próximo ano? 22. Fui responsável por algum comportamento que a minha própria consciência não aprovou? 23. De que forma prestei mais e melhores serviços para além daquilo que me pagaram para prestar? 24. Fui injusto para com alguém e, nesse caso, de que forma? 25. Se eu tivesse sido o comprador dos meus próprios serviços este ano, estaria satisfeito com a minha compra? 26. Estou na vocação certa e, se não, porquê? 27. O comprador dos meus serviços ficou satisfeito com o serviço que prestei e, se não, porquê? 28. Qual é a minha classificação quanto aos princípios fundamentais para o sucesso? (Estabeleça esta classificação de forma honesta e franca e confira-a com alguém suficientemente corajoso para o fazer com exactidão.) Quando tiver lido este livro até ao fim, pelo menos uma vez, e tiver a certeza de que assimilou as informações deste capítulo, estará preparado para criar um plano concreto para negociar os seus serviços pessoais. Neste capítulo, deve ter encontrado descrições adequadas de cada princípio essencial ao planeamento da venda de serviços pessoais. Estes princípios incluem as principais características da liderança e as suas falhas mais comuns, a descrição das áreas de oportunidade para a liderança, as principais causas de fracasso em todas as áreas da vida e as questões essenciais que devem ser utilizadas numa auto-análise. Esta exposição extensa e detalhada foi incluída porque ser-lhe-á necessária caso pretenda ganhar a sua fortuna através da negociação dos seus serviços pessoais. Aqueles que perderam as sua fortunas e aqueles que estão a começar a ganhar dinheiro não têm nada para oferecer em troca de riqueza senão os seus serviços pessoais; por isso é essencial ter uma informação prática e real do que é preciso para negociar os seus serviços com o maior proveito possível. A assimilação e a compreensão total desta informação vão ajudá-lo a negociar os seus serviços e a tornar-se mais analítico e capaz de julgar as pessoas. Se trabalha num cargo executivo em que faz a selecção de empregados, esta informação é inestimável. COMO E QUANDO ENCONTRAR OPORTUNIDADES PARA FAZER FORTUNA Agora que analisámos os princípios através dos quais a riqueza pode ser acumulada, naturalmente pergunta: “Onde é que posso encontrar as oportunidades para aplicar estes princípios?” Muito bem, vamos fazer um inventário e ver o que os Estados Unidos da América oferecem às pessoas que procuram riqueza. Para começar, lembre-se de que vivemos num país em que qualquer cidadão que cumpra a lei goza de liberdade de pensamento e de liberdade de acção, sem paralelo em qualquer outro lugar do mundo. A maior parte de nós nunca fez o inventário das vantagens proporcionadas por esta liberdade. Nunca comparámos a nossa liberdade ilimitada com a reduzida liberdade noutros países. Aqui temos liberdade de pensamento; liberdade na escolha e no usufruto da educação; liberdade religiosa; liberdade política; liberdade na escolha de um negócio, profissão ou ocupação; liberdade para acumular bens e propriedades e para possuir todos os bens e propriedades que conseguirmos acumular; liberdade para escolher o nosso lugar de residência; liberdade no casamento; liberdade de oportunidades iguais para todas as raças; liberdade de viajar de um estado para outro; liberdade na escolha dos alimentos; e liberdade para tentar atingir qualquer posição na vida para a qual nos tenhamos preparado, até para a presidência dos Estados Unidos. Temos outras formas de liberdade, mas esta lista dá uma visão geral das liberdades mais importantes que lhe oferecem a possibilidade de pensar e ficar rico. Os Estados Unidos são o único país que garante a todos os cidadãos, sejam eles naturais ou naturalizados, uma lista de liberdades tão extensa e tão variada. Em seguida, vamos contar de novo algumas das bênçãos que a nossa ampla liberdade colocou nas nossas mãos. Peguemos na família média americana, de rendimento médio e vamos resumir os benefícios disponíveis para cada membro da família nesta terra de oportunidades e de abundância! > Comida. Depois da liberdade de pensamento e de acção, vem a comida, o vestuário e a habitação – as três necessidades básicas da vida. Graças à nossa liberdade universal, a família média americana tem à sua disposição a mais variada selecção de comida que se pode encontrar no mundo e a preços acessíveis. > Habitação. Esta família vive num apartamento ou numa vivenda confortável, que inclui luz, aquecimento, água e diversas comodidades. A torrada que comeram ao pequeno-almoço foi feita numa torradeira eléctrica, que custa apenas alguns dólares; o apartamento é limpo com um aspirador que funciona a electricidade. Têm sempre à disposição água quente e fria, na cozinha e na casa de banho. A comida é mantida fresca num frigorífico, as roupas são lavadas e secas, a louça é lavada, e numerosos utensílios para facilitar as tarefas funcionam a electricidade obtida pela colocação de uma ficha numa tomada na parede. A família recebe divertimento e informações de todo o mundo, vinte e quatro horas por dia, se assim o desejar, apenas carregando num interruptor do rádio, da televisão ou do computador. Existem outras comodidades, mas a lista precedente dá-lhe uma boa ideia de algumas das provas concretas das liberdades de que a América goza. > Vestuário. Em qualquer lugar dos Estados Unidos, uma família com necessidades de vestuário médias pode vestir-se facilmente a um preço que constitui apenas uma pequena parte dos seus rendimentos. Foram mencionadas apenas as três necessidades básicas de comida, vestuário e habitação. O americano médio tem também outras opções e vantagens disponíveis em troca de um esforço normal. O americano médio tem assegurados os seus direitos de propriedade, que não existem em nenhum outro país do mundo. Podemos pôr algum dinheiro que tenhamos a mais num banco com a garantia de que o nosso governo irá protegê-lo e compensar-nos, caso o banco falhe. Qualquer pessoa que deseje viajar de um estado para o outro não precisa de passaporte nem da autorização de ninguém. Pode ir onde quiser e pode viajar de carro, de comboio, de autocarro, de avião, de barco ou por qualquer outro meio que possa pagar. O “MILAGRE” QUE NOS DEU ESTAS BÊNÇÃOS Ouvimos frequentemente os políticos proclamarem a liberdade da América quando pedem votos, mas raramente perdem tempo ou se dão ao trabalho de analisar a origem desta “liberdade”. Não tendo quaisquer interesses pessoais a defender, nenhum rancor a manifestar, nem segundas intenções, vou fazer-lhes uma análise franca dessa “coisa” misteriosa, abstracta e muitas vezes mal interpretada que dá a cada cidadão da América mais bênçãos, mais oportunidades para acumular riqueza e mais liberdade de qualquer natureza do que noutro país do mundo. Tenho o direito de analisar a origem e a natureza desta força invisível porque conheço, e conheci durante mais de meio século, muitos dos homens que organizaram essa força e muitos dos que são hoje responsáveis pela sua manutenção. O nome deste misterioso benfeitor da humanidade é o capital. O capital consiste não apenas em dinheiro, mas também em grupos inteligentes e altamente organizados de indivíduos que elaboram formas e meios de utilizar o dinheiro com eficiência para bem do público e de forma rentável para eles próprios. Estes grupos consistem em cientistas, educadores, químicos, inventores, analistas de negócios, publicitários, especialistas de transportes, contabilistas, advogados, médicos e outros homens e mulheres com conhecimentos altamente especializados em todas as áreas da indústria e dos negócios. Eles exploram, experimentam e abrem caminho em novas áreas de empreendimento. Apoiam universidades, hospitais, escolas, constroem boas estradas, publicam jornais, pagam a maior parte das despesas governamentais e cuidam dos muitos detalhes essenciais para o progresso humano. Dito de forma simples, os capitalistas são o cérebro da civilização porque fornecem todo o material de que são feitos a educação, o esclarecimento e o progresso humano. O dinheiro sem um cérebro é sempre perigoso. Usado correctamente, é o bem mais precioso da civilização. Para lhe dar uma ideia de quão importante é o capital organizado, tente imaginar que a sua função é fornecer e preparar um simples pequeno-almoço para a família, mas que tem de o fazer sem a ajuda do capital. Para fornecer o chá teria de fazer uma viagem até à China ou à Índia. A menos que seja um excelente nadador, ficaria cansado antes de poder fazer a viagem de ida e volta. Em seguida, teria de se confrontar com outro problema. O que iria usar como dinheiro, mesmo que tivesse a resistência física para atravessar o oceano? Para fornecer o açúcar teria de nadar de novo, até às ilhas das Caraíbas, ou fazer uma longa caminhada até à zona das plantações de açúcar de beterraba do Utah. Mas mesmo assim, poderia voltar sem o açúcar, visto que é necessário esforço organizado e dinheiro para produzi-lo, já para não falar do que é necessário para o refinar, transportar e colocar na mesa ao pequeno-almoço em qualquer lugar da América. Poderia obter os ovos com relativa facilidade em quintas próximas, mas teria de fazer uma longa caminhada até à Florida ou à Califórnia para poder servir sumo de toranja. Teria de fazer outra longa caminhada até ao Kansas ou a outro estado produtor de trigo quando fosse buscar pão de trigo. Os cereais teriam de ser excluídos da ementa, porque só estariam disponíveis através do trabalho de um grupo qualificado de trabalhadores e de maquinaria adequada, o que exige capital. Depois de descansar, teria de nadar mais um pouco até à América do Sul, onde poderia apanhar algumas bananas. No regresso, poderia fazer uma pequena caminhada até à vacaria de uma quinta mais próxima e trazer manteiga e leite. E então a sua família estaria pronta para se sentar e apreciar o pequeno-almoço. Parece absurdo, não é? Bem, o procedimento descrito seria a única maneira possível destes simples alimentos serem entregues se não tivéssemos o sistema capitalista. A PEDRA ANGULAR DAS NOSSAS VIDAS A quantidade de dinheiro necessária para a construção e manutenção de aviões, camiões, comboios e barcos de mercadorias usados na entrega daquele simples pequeno-almoço é tão grande que desafia a imaginação. Ascende a milhões de dólares, para não falar dos exércitos de empregados especializados necessários para fazer funcionar todos esses aviões, camiões, barcos e comboios. Mas o transporte é apenas uma parte das necessidades da civilização moderna na América capitalista. Antes de haver algo para transportar é preciso que algo cresça na terra ou seja fabricado e preparado para ser comercializado. Isto exige mais biliões de dólares para equipamento, maquinaria, acondicionamento, comercialização e para pagar os salários de milhões de homens e mulheres. Os sistemas de transporte não nascem da terra nem funcionam automaticamente. Surgem em resposta a um apelo da civilização, através do trabalho, engenho e capacidade de organização de pessoas com imaginação, fé, entusiasmo, capacidade de decisão e persistência. Estes homens e mulheres são conhecidos como capitalistas. são motivados pelo desejo de edificar, de construir, de concretizar, de prestar um serviço útil, de ganhar lucro e de acumular riqueza. E porque prestam um serviço sem o qual a civilização não existiria, ganham grandes fortunas. Só para manter o discurso simples e compreensível, vou acrescentar que estes capitalistas são os mesmos homens e mulheres que são frequentemente denunciados como constituindo o “sistema ganancioso” ou “Wall Street”. Não estou a tentar apresentar um caso a favor ou contra nenhum grupo ou nenhum sistema económico. O objectivo deste livro – um objectivo a que me dediquei fielmente durante mais de meio século – é apresentar, a todos quantos queiram esse conhecimento, a filosofia mais fiável com a qual os indivíduos podem acumular riqueza, qualquer que seja a quantia que desejem. As razões por que analisei as vantagens do sistema capitalista são: 1. Para salientar que todos os que desejam riquezas têm de reconhecer e de se adaptar ao sistema que controla o acesso à fortuna, quer seja grande ou pequena. 2. Para mostrar o outro lado da questão, oposto ao que é apresentado por políticos e demagogos que frequentemente se referem ao capital organizado como se fosse algo de maligno. Estamos num país capitalista. Ele desenvolveu-se através do uso do capital. Nós que reclamamos o direito de compartilhar das bênçãos da liberdade e da oportunidade, nós que procuramos acumular riquezas deveríamos saber que nem a riqueza nem as oportunidades estariam disponíveis se o capital organizado não tivesse fornecido esses benefícios. Há apenas um método fiável de acumular e manter legalmente a riqueza, que é prestar serviço útil. Nunca foi criado um sistema pelo qual alguém possa adquirir legalmente riquezas apenas pela força dos números ou sem dar em troca algo equivalente, sob qualquer forma. AS SUAS OPORTUNIDADES ENTRE OS RICOS A América proporciona toda a liberdade e todas as oportunidades para fazer fortuna que uma pessoa honesta pode exigir. Quando você vai à caça, selecciona os terrenos de caça onde haja abundância de animais. Quando você procura riquezas, aplica-se logicamente a mesma regra. Se é de riqueza que anda à procura, não despreze as possibilidades de um país cujos cidadãos são tão ricos que só as mulheres gastam por ano biliões de dólares em cosméticos e outros produtos de beleza. Não tenha demasiada pressa em sair de um país onde os homens dão todos os anos, de forma voluntária e até mesmo entusiástica, biliões de dólares para o futebol, o basquetebol, o basebol e todos os produtos relacionados com estes e outros eventos desportivos. Foram mencionados apenas alguns dos luxos e dos bens supérfluos, mas lembre-se de que o negócio de produzir e de comercializar estes poucos produtos dá trabalho fixo a muitos milhões de homens e mulheres, os quais recebem mensalmente pelos seus serviços muitos milhões de dólares, gastando-os livremente, tanto em luxos como em bens essenciais. Lembre-se em especial de que, detrás de todas estas transacções de mercadorias e de serviços pessoais, existe uma plenitude de oportunidades para acumular riqueza. Nesta matéria, a nossa liberdade americana vem em seu auxílio. Não há nada que o impeça a si ou a qualquer outra pessoa de empreender a parte de esforço necessária para levar a cabo estes negócios. Se tem um talento superior, formação e experiência, pode acumular riqueza em grandes quantidades. Os menos afortunados podem acumular quantias mais pequenas. Qualquer um pode ganhar a vida em troca de uma quantidade de trabalho muito pequena. Por isso, aí tem! A conjuntura colocou à sua disposição uma montra de produtos. Dê um passo em frente, escolha o que quer, crie o seu plano, ponha o plano em acção e leve-o até ao fim com persistência. A América capitalista fará o resto. Pode contar pelo menos com isto: a América capitalista garante a cada pessoa a oportunidade de prestar serviço útil e de arrecadar dinheiro em proporção ao valor do serviço. O “sistema” não nega a ninguém este direito, mas não promete e não pode prometer algo a troco de nada. O sistema, em si mesmo, é irrevogavelmente controlado pelas leis da economia, as quais não aceitam nem admitem por muito tempo que se esteja a receber sem dar. :: CAPÍTULO 7 :: A decisão Controlar o adiamento O SÉTIMO PASSO PARA A RIQUEZA A análise de vinte e cinco mil homens e mulheres que tiveram falhanços revelou que a falta de decisão estava quase no topo da lista das trinta e uma principais causas do fracasso. O adiamento, o oposto da decisão, é um inimigo comum que quase todas as pessoas têm de vencer. Terá a oportunidade de testar a sua capacidade de tomar decisões rápidas e precisas quando acabar de ler este livro e começar a pôr os princípios em prática. A minha análise a centenas de pessoas que acumularam fortunas bem para além do tecto de um milhão de dólares revelou que todas elas tinham o hábito de tomar decisões rapidamente e de alterar essas decisões lentamente. As pessoas que não conseguem acumular dinheiro, sem excepção, têm o hábito de tomar decisões muito lentamente, quando as tomam, e de alterar essas decisões rapidamente e com muita frequência. A arrogância é uma névoa que envolve o verdadeiro carácter do homem para lá do seu próprio reconhecimento. Enfraquece as suas capacidades e reforça todas as suas inconsistências. Uma das mais extraordinárias qualidades de Henry Ford era o seu hábito de tomar decisões de forma rápida e precisa e de as alterar lentamente. Esta qualidade era tão vincada em Ford que lhe valeu a fama de ser teimoso. Foi esta qualidade que levou Ford a continuar a produzir o seu famoso modelo T (o carro mais feio do mundo) quando todos os seus conselheiros e muitos dos compradores do carro insistiam com ele para que o alterasse. Talvez Ford tenha demorado demasiado tempo a fazer as alterações, mas o outro lado da história é que a firmeza da sua decisão rendeu-lhe uma grande fortuna antes da alteração do modelo se tornar necessária. Alguns dizem que a decisão de Ford era apenas teimosia, mas até esta qualidade é preferível à lentidão na tomada de decisões e à rapidez em as alterar. TOMAR AS SUAS PRÓPRIAS DECISÕES A maioria das pessoas que fracassa na acumulação do dinheiro de que precisa é, de um modo geral, facilmente influenciada pelas opiniões dos outros. permitem que os mexericos, os boatos, as opiniões de outras pessoas e os repórteres dos jornais pensem por elas. As opiniões são a mercadoria mais barata do mundo. Toda a gente tem um monte de opiniões que está disposta a dar a quem quiser ouvir. Se for influenciado em demasia pelas opiniões dos outros quando toma decisões, não vai ter sucesso em nenhum empreendimento e muito menos no de transformar o seu próprio desejo em dinheiro. Se for influenciado pelas opiniões dos outros, não terá nenhum desejo realmente seu. Aconselhe-se consigo próprio. Confie em si para tomar as suas decisões quando começar a pôr estes princípios em prática e acarrete até ao fim as suas decisões. Não faça confidências a ninguém, excepto aos membros do seu grupo Master Mind, e certifique-se bem de que escolhe para o seu grupo apenas aqueles que estão em total acordo e harmonia com o seu objectivo. Os amigos íntimos e os familiares, sem querer, acabam frequentemente por prejudicar uma pessoa com as suas “opiniões” e, por vezes, pelo ridículo, quando pensam que estão a ser engraçados. Milhares de homens e mulheres carregam durante toda a vida complexos de inferioridade porque alguém com boas intenções, mas ignorante, lhes destruiu a confiança com opiniões negativas ou expondo-as ao ridículo. Você tem um cérebro e uma mente próprios. Use-os e tome as suas próprias decisões. Se precisa de factos ou de informação de outros para o ajudar a tomar decisões, obtenha os factos ou as informações de que precisa discretamente, sem desvendar o seu objectivo. É característico das pessoas que têm um conhecimento superficial dar a entender que sabem mais do que realmente sabem. Essas pessoas falam geralmente em demasia e ouvem muito pouco. Mantenha os olhos e ouvidos bem abertos – e a boca fechada – se deseja adquirir o hábito de tomar decisões rápidas. Aqueles que falam demasiado, pouco mais fazem. Se falar mais do que ouve, pode deixar escapar alguma informação importante que poderia ter-lhe sido muito útil. Se falar demasiado pode também revelar os seus planos e objectivos a pessoas que terão grande prazer em derrotá-lo, porque têm inveja de si. Lembre-se, sempre que abrir a boca na presença de alguém, estará a revelar o seu jogo e a mostrar a essa pessoa a quantidade de conhecimento que possui ou a revelar a sua inexistência! A marca da genuína sabedoria é a modéstia e o silêncio. Tenha em mente que todas as pessoas, tal como você, estão à procura de uma oportunidade para acumular dinheiro. Se falar dos seus planos de forma demasiado aberta, pode ficar surpreendido quando souber que outra pessoa o ultrapassou, utilizando os planos de que se tinha vangloriado. Deixe que uma das suas primeiras decisões seja a de manter a boca fechada e os ouvidos e os olhos abertos. Como lembrete para si próprio, copie o seguinte epigrama em letras grandes e coloque-o num lugar onde o possa ver todos os dias: “Diga ao mundo o que tenciona fazer, mas primeiro mostreo.” Isto equivale a dizer que “o que conta mais são os actos, e não as palavras”. O valor das decisões depende da coragem necessária para as executar. As grandes decisões que constituíram os fundamentos da civilização foram tomadas assumindo grandes riscos, que muitas vezes acarretavam a possibilidade da morte. A decisão de Lincoln emitir a famosa Proclamação da Emancipação, que concedeu a liberdade aos Afro-Americanos, foi cumprida com a perfeita noção de que este acto iria voltar milhares de amigos e de apoiantes políticos contra si. Quando os governantes de Atenas deram a Sócrates a escolha entre renegar os seus ensinamentos ou ser condenado à morte, a decisão de Sócrates beber a taça do veneno, em lugar de renegar as suas crenças pessoais, foi uma decisão de coragem. Avançou o tempo em mil anos e deu o direito de liberdade de pensamento e de expressão a pessoas que ainda não eram nascidas. CINQUENTA E SEIS QUE SE ARRISCARAM À FORCA A maior decisão de todos os tempos, no que diz respeito aos cidadãos americanos, foi tomada em Filadélfia, a 4 de Julho de 1776, quando cinquenta e seis homens assinaram o seu nome num documento que eles sabiam ir trazer a liberdade a todos os americanos ou fazer com que cada um fosse levado à forca! Já ouviu falar deste célebre documento, a Declaração da Independência, mas retirou dele a grande lição sobre a realização pessoal que ele tão claramente ensina? Todos nos lembramos da data desta importante decisão, mas poucos de nós se dão conta da coragem que essa decisão exigiu. Lembramo-nos da nossa história, tal como nos foi ensinada; lembramo-nos das datas e dos nomes dos homens que lutaram; lembramo-nos de Valley Forge e de Yorktown; lembramo-nos de George Washington e de Lord Cornwallis. Mas pouco sabemos da força real por detrás destes nomes, datas e lugares. E sabemos ainda menos sobre essa força intangível que garantiu a liberdade, muito antes de os exércitos de Washington terem chegado a Yorktown. Não deixa de ser trágico que os cronistas da História tenham deixado passar por completo a mínima referência ao poder irresistível que deu origem e liberdade à nação destinada a estabelecer novos padrões de independência para todos os povos do mundo. Digo que é uma tragédia porque ele é o mesmo poder que deve ser utilizado por cada indivíduo que ultrapassa as dificuldades da vida e obriga a vida a pagar o preço exigido. Vamos recapitular brevemente os acontecimentos que deram origem a este poder. A história começa com um incidente em Boston, a 5 de Março de 1770. Soldados britânicos patrulhavam as ruas, ameaçando abertamente os cidadãos com a sua presença. Os colonos não gostavam que homens armados marchassem no meio deles, e começaram a mostrar o seu desagrado abertamente, lançando pedras e insultos aos soldados que marchavam, até que o oficial de comando deu ordens: “Preparar baionetas… Atacar!” A batalha tinha começado. Resultou na morte e ferimento de muitos. O incidente suscitou tal descontentamento que a Assembleia Provincial (constituída pelos colonos mais proeminentes) convocou uma reunião com o objectivo de tomar acções definitivas. Dois dos membros dessa assembleia eram John Hancock e Samuel Adams. Disseram o que pensavam de forma corajosa e afirmaram que era necessário fazer algo para expulsar todos os soldados britânicos de Boston. Lembre-se disto – uma decisão, na mente de dois homens, bem pode ser considerada o início da liberdade de que nós agora desfrutamos nos Estados Unidos. Lembre-se também que a decisão destes dois homens exigiu fé e coragem, pois era perigosa. Antes do encerramento da sessão, Samuel Adams foi designado para se encontrar com Hutchinson, o governador da província, e pedir a retirada das tropas britânicas. O pedido foi concedido e as tropas foram retiradas de Boston, mas o incidente não estava terminado. Tinha provocado uma situação que estava destinada a mudar por completo o rumo da civilização. Richard Henry Lee tornou-se um elemento importante nesta história porque ele e Samuel Adams se correspondiam com frequência, partilhando livremente os seus medos e as suas esperanças quanto ao bem-estar dos povos das suas províncias. A partir deste hábito, Adams concebeu a ideia de que uma troca mútua de cartas entre as treze colónias poderia ajudar a estabelecer a coordenação de esforços de que tão desesperadamente necessitavam para a resolução dos seus problemas. Em Março de 1772, dois anos depois do confronto com os soldados em Boston, Adams levou esta ideia à Assembleia. Apresentou uma moção para ser criado um comité para a correspondência entre as colónias, com correspondentes concretamente designados, “com o objectivo de uma cooperação amigável para o melhoramento das colónias da América Britânica”. Foi o início da organização do vasto poder que estava destinado a dar-nos a liberdade, a mim e a si. Um grupo Master Mind já estava organizado. Era constituído por Adams, Lee e Hancock. Foi organizado o Comité da Correspondência. Os cidadãos das colónias tinham provocado conflitos desorganizados com os soldados britânicos, semelhantes aos incidentes de Boston, mas sem qualquer benefício. Os seus ressentimentos individuais não tinham sido reunidos num grupo Master Mind. Nenhum grupo de indivíduos tinha unido os seus corações, mentes, almas e corpos e tomado a decisão definitiva de resolver os seus problemas com os soldados britânicos de uma vez por todas – até que Adams, Hancock e Lee se juntaram. Entretanto, os Britânicos não estavam parados. Também eles estavam a fazer planos e a formar o seu Master Mind. E eles tinham a vantagem de poder contar com o dinheiro e uma força militar organizada. UMA DECISÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA A Coroa nomeou Gage para tomar o lugar de Hutchinson como governador de Massachusetts. Uma das primeiras medidas do novo governador foi enviar um mensageiro a casa de Samuel Adams com o objectivo de o levar a suspender a sua oposição – através do medo. Compreenderá melhor o espírito do que aconteceu conhecendo a conversa entre o Coronel Fenton (o mensageiro enviado por Gage) e Adams. Coronel Fenton: “Fui autorizado pelo governador Gage a garantir-lhe, Mr. Adams, que foram concedidos plenos poderes ao governador para lhe atribuir todos os benefícios que considere satisfatórios, na condição de suspender a sua oposição às medidas do governo. O governador aconselha-o, Sir, a não provocar mais o descontentamento de Sua Majestade. A sua conduta foi de tal ordem que se sujeita a sanções penais, de acordo com um Decreto de Henrique VIII, pelo qual uma pessoa pode ser enviada para Inglaterra para ser julgada por alta traição ou por conivência em crime de alta traição, por decisão do governador da província. Contudo, se alterar a sua posição política, não só receberá grandes benefícios pessoais como se reconciliará com o Rei.” Samuel Adams tinha de optar entre duas decisões. Podia suspender a sua oposição e receber subornos, ou podia mantê-la e arriscar-se a ser enforcado! Tinha chegado a altura de Adams ser obrigado a tomar imediatamente uma decisão que poderia custar-lhe a vida. Pediu ao coronel Fenton, sob compromisso de honra, para transmitir ao governador a sua resposta exactamente como lha iria dar. Eis a resposta de Adams: “Nesse caso pode dizer ao governador Gage que confio ter feito as pazes com o Rei dos Reis há muito tempo. Nenhuma consideração pessoal me levará a abandonar a causa justa do meu país. E diga ao governador Gage que Samuel Adams o aconselha a não voltar a insultar os sentimentos de um povo exasperado.” Quando o governador Gage recebeu a resposta cáustica de Adams ficou furioso e emitiu uma proclamação que rezava: “Venho por este meio, em nome de Sua Majestade, oferecer e garantir o seu perdão solene a todas as pessoas que deponham imediatamente as armas e retomem os seus deveres pacíficos, excluindo desse perdão Samuel Adams e John Hancock, cujos crimes são de natureza demasiado criminosa para terem outro tratamento que não o de um castigo condigno.” Adams e Hancock estavam em apuros. A irada ameaça do governador obrigou os dois homens a tomarem outra decisão, igualmente perigosa. Convocaram apressadamente uma reunião secreta com os seus mais fiéis seguidores. Depois da reunião ter sido iniciada, Adams trancou a porta, guardou a chave no bolso e informou todos os presentes de que era absolutamente necessário que fosse organizado um congresso dos colonos e que nenhum homem sairia daquela sala até que a decisão de formar um tal congresso tivesse sido tomada. Seguiu-se uma grande agitação. Alguns pesaram as consequências de tal radicalismo. Outros exprimiram sérias dúvidas sobre a sensatez de uma decisão tão definitiva de desafiar a Coroa. Trancados naquela sala estavam dois homens imunes ao medo, cegos em relação à possibilidade de um falhanço: Hancock e Adams. Por influência das suas mentes os outros foram levados a concordar que, através do Comité da Correspondência, deveriam fazer-se os preparativos para a realização da reunião do Primeiro Congresso Continental, a ter lugar em Filadélfia, em 5 de Setembro de 1774. Lembre-se desta data. Ela é mais importante do que a de 4 de Julho de 1776. Se não tivesse havido a decisão de convocar um Congresso Continental, a assinatura da Declaração da Independência não teria acontecido. Antes da primeira reunião do novo Congresso, um outro líder, noutra zona do país, estava comprometido numa luta tenaz pela publicação de uma Perspectiva Sumária dos Direitos da América Britânica. Tratava-se de Thomas Jefferson, da província da Virgínia, cujas relações com Lord Dunmore (o representante da Coroa na Virgínia) eram tão tensas como as de Hancock e Adams com o seu governador. Pouco depois da sua obra ter sido publicada, Jefferson foi informado de que era acusado de alta traição contra o governo de Sua Majestade. Inspirado pela ameaça, um dos colegas de Jefferson, Patrick Henry, disse corajosamente aquilo que pensava, concluindo as suas observações com uma frase que permanecerá para sempre um clássico: “Se isto é traição, aproveitem-na ao máximo”. Foram homens como estes que, sem poder, sem autoridade, sem força militar e sem dinheiro, se sentaram em solene reflexão sobre o destino das colónias na abertura do Primeiro Congresso Continental, que prosseguiu a intervalos ao longo de dois anos – até que, a 7 de Junho de 1776, Richard Henry Lee se levantou, dirigiu-se ao Presidente e avançou com uma moção perante uma Assembleia desconcertada: “Meus senhores, apresento uma moção para que estas Colónias Unidas sejam, e por direito devem-no ser, estados livres e independentes, libertos de qualquer obediência à Coroa Britânica, e que toda e qualquer ligação política entre elas e o estado da Grã-Bretanha seja, e assim deverá ser, totalmente dissolvida.” A DECISÃO MAIS IMPORTANTE ALGUMA VEZ POSTA NO PAPEL A surpreendente moção de Lee foi debatida fervorosamente durante tanto tempo que ele começou a perder a paciência. Finalmente, depois de dias de debate, voltou a tomar a palavra e declarou, num tom claro e firme: “Sr. Presidente, debatemos este assunto durante dias. É o único caminho que podemos seguir. Então, senhor, porque é que continuamos a adiar? Porquê continuar a deliberar? Deixemos que este dia dê origem a uma República Americana. Deixe que ela se erga, não para devastar e conquistar, mas para restabelecer o domínio da paz e da ordem.” Antes da sua moção ser finalmente votada, Lee teve de regressar à Virgínia devido a grave doença de um familiar. Mas antes de partir, deixou a sua causa nas mãos do seu amigo Thomas Jefferson, que prometeu lutar até que fosse tomada uma medida favorável. Pouco tempo depois, o presidente do Congresso (Hancock) nomeou Jefferson presidente de uma comissão para redigir uma Declaração de Independência. A comissão trabalhou longa e arduamente num documento que significaria, depois de aprovado pelo Congresso, que cada homem que o assinasse estaria a assinar a sua sentença de morte, caso as colónias perdessem a batalha que se seguiria contra a Grã-Bretanha. O documento foi redigido e, em 28 de Junho, o primeiro esboço foi lido perante o Congresso. Durante vários dias foi debatido, alterado e concluído. Em 4 de Julho de 1776, Thomas Jefferson ergueu-se perante a Assembleia e leu corajosamente a mais importante decisão que alguma vez foi posta no papel. “Quando no decurso dos acontecimentos humanos se torna necessário um povo dissolver os laços políticos que o ligaram a outro, e assumir entre as forças do mundo o lugar independente e igual, a que as leis da natureza e de Deus lhe dão direito, o respeito sério pelas opiniões da humanidade exige que ele declare as causas que o conduziu à separação…” Quando Jefferson terminou, o documento foi submetido à votação, aceite e assinado pelos cinquenta e seis homens, cada um deles arriscando a sua própria vida ao tomar a decisão de apor nele o seu nome. Com esta decisão nasceu uma nação destinada a oferecer à humanidade para sempre o privilégio de tomar decisões. Analise os acontecimentos que levaram à Declaração da Independência e fique com a certeza de que esta nação, que agora detém uma posição de elevado respeito e poder entre todas as nações do mundo, nasceu de uma decisão tomada por um grupo Master Mind, constituído por 56 homens. Repare bem no facto de ter sido a sua decisão que garantiu o sucesso dos exércitos de Washington, porque o espírito dessa decisão estava no coração de cada homem que combateu a seu lado, e serviu de força espiritual, que não admite qualquer fracasso. Repare também (com grande proveito pessoal) que o poder que deu a esta nação a sua liberdade é o mesmo poder que deve ser utilizado por qualquer pessoa que se torna autodeterminada. Este poder obtém-se com os princípios descritos neste livro. Não será difícil encontrar na história da Declaração da Independência pelo menos seis destes princípios: desejo, decisão, fé, persistência, o grupo Master Mind e planeamento organizado. SAIBA O QUE QUER E QUASE SEMPRE O CONSEGUIRÁ Com esta filosofia vai deparar-se com a ideia de que o pensamento, apoiado num forte desejo, se transforma no seu equivalente físico. A história da fundação da América e a história da organização da United States Steel Corporation são exemplos perfeitos do método com o qual o pensamento opera esta fantástica transformação. Na sua busca do segredo do método não procure um milagre, pois não irá encontrá-lo. Vai encontrar apenas as leis eternas da Natureza. Estas leis estão ao dispor de qualquer pessoa que tenha fé e coragem de as usar. Elas podem ser usadas para dar a liberdade a uma nação ou para fazer fortuna. Aqueles que tomam decisões de forma rápida e precisa sabem o que querem e geralmente conseguem-no. Os líderes, em qualquer campo da actividade humana, decidem rápida e firmemente. Essa é a principal razão pela qual são líderes. O mundo tem o hábito de dar espaço às pessoas cujas palavras e acções mostram que sabem onde querem chegar. A indecisão é um hábito que geralmente surge quando uma pessoa é jovem. Torna-se um hábito cada vez mais frequente à medida que a juventude atravessa a escola, o liceu e até a universidade, sem definição de objectivos. O hábito da indecisão acompanha o estudante quando ele ou ela escolhe uma profissão. Em geral, um jovem que acabou de sair da escola procura qualquer emprego que possa arranjar. Os jovens aceitam o primeiro emprego que encontram porque caíram no hábito da indecisão. A grande maioria das pessoas que trabalha hoje em dia está no lugar em que está porque lhes faltou precisão na decisão de definir um cargo e conhecimentos para escolher um empregador. A precisão na decisão exige sempre coragem. Por vezes grande coragem. Os cinquenta e seis homens que assinaram a Declaração de Independência arriscaram as suas vidas com a decisão de pôr a sua assinatura naquele documento. A pessoa que decide claramente lutar por um emprego específico e fazer com que a vida pague o preço que ele ou ela exigem, não arrisca a sua vida com essa decisão; arrisca a sua independência económica. A independência económica, a riqueza e lugares de emprego apetecíveis não estão ao alcance de uma pessoa que se esquece ou se recusa a esperar, planear e exigir estas coisas. A pessoa que aspira à fortuna com o mesmo espírito com que Samuel Adams desejava a liberdade para as colónias irá certamente acumular riqueza. :: CAPÍTULO 8 :: A persistência O esforço contínuo, necessário para suscitar a fé O OITAVO PASSO PARA A RIQUEZA A persistência é um factor essencial no processo da transformação do desejo no seu equivalente monetário. A base da persistência é a força de vontade. Ninguém alcança um grande êxito sem estar disposto a fazer sacrifícios pessoais. A força de vontade e o desejo, quando devidamente combinados, formam um par irresistível. Quem acumula grandes fortunas é por vezes chamado frio ou implacável. Muitas vezes, simplesmente, porque os seus detractores não percebem que o que eles têm é, na verdade, um forte desejo sustentado pela força de vontade que misturam com a persistência. É esta combinação que garante que atinjam os seus objectivos. A maioria das pessoas está preparada para deitar fora as suas metas e os seus objectivos e a desistir ao primeiro sinal de oposição ou de infelicidade. Alguns pouco persistem até atingirem o seu objectivo, a despeito dos obstáculos. Poderá não haver nenhuma conotação heróica na palavra persistência, mas a persistência faz ao seu carácter o que o carbono faz ao ferro – endurece-o até se transformar em aço. Fazer fortuna envolve a aplicação de cada um dos treze factores desta filosofia. Estes princípios têm de ser compreendidos e aplicados com persistência por todos aqueles que juntam dinheiro. O SEU TESTE DE PERSISTÊNCIA Se está a ler este livro com a intenção de aplicar estes conhecimentos com seriedade, o primeiro teste para a sua persistência surgirá quando começar a percorrer os seis passos descritos no capítulo 1. A não ser que seja uma daquelas raras pessoas com um objectivo já bem definido e com planos precisos para o atingir, poderá ler as instruções mas nunca as aplicar realmente na sua vida quotidiana. A falta de persistência é uma das principais causas do falhanço. Para além disso, a minha experiência com milhares de pessoas provou que a falta de persistência é uma fraqueza comum entre a maioria das pessoas. Contudo, é uma fraqueza que pode ser ultrapassada por meio de esforço. A facilidade com que a falta de persistência pode ser ultrapassada dependerá inteiramente da intensidade do seu desejo. O ponto de partida de qualquer empreendimento é o desejo. Tenha isto sempre em mente. Desejos fracos trazem resultados fracos, tal como uma fogueira pequena produz pouco calor. Se tem falta de persistência, esta fraqueza pode ser remediada fazendo uma fogueira maior para tornar ardentes os seus desejos. Continue a ler o livro até ao fim, depois volte ao capítulo 1 e comece imediatamente a pôr em prática as instruções para dar os seis passos. O entusiasmo com que seguir estas instruções irá indicar, de forma clara, exactamente quanto dinheiro deseja acumular. Se descobrir que isso lhe é indiferente, pode ter a certeza de que ainda não adquiriu a “consciência do dinheiro” de que precisa para ter a certeza de acumular uma fortuna. As fortunas giram em torno daqueles cujas mentes foram preparadas para as atrair, da mesma forma que a água corre para o mar. Se lhe falta persistência, concentre-se nas instruções do capítulo 9 – O Poder do Master Mind. Rodeie-se de um grupo Master Mind e, através da colaboração dos membros desse grupo, poderá desenvolver a persistência. Irá encontrar instruções adicionais para o desenvolvimento da persistência no capítulo 3 e no capítulo 11. Siga as instruções destes capítulos até adquirir os hábitos que fornecerão ao seu subconsciente uma imagem clara do objecto do seu desejo. A partir desse ponto deixará de ter falta de persistência. O seu subconsciente trabalha continuamente, quer esteja acordado, ou a dormir. VOCÊ TEM A “CONSCIÊNCIA DO DINHEIRO” OU A “CONSCIÊNCIA DA POBREZA”? Um esforço ocasional para aplicar as regras não lhe valerá de nada. Para obter resultados, tem de aplicar todas as regras até elas se tornarem um hábito permanente para si. Não há qualquer outra forma de desenvolver a “consciência do dinheiro”. Tal como o dinheiro é atraído por aqueles que deliberadamente se concentram nele, também a pobreza é atraída por aqueles que têm o espírito aberto para ela. E se a consciência do dinheiro tem de ser desenvolvida intencionalmente, a consciência da pobreza desenvolve-se sem a aplicação consciente de hábitos que lhe sejam propícios. A consciência da pobreza apodera-se da mente que não estiver ocupada com a consciência do dinheiro. Se compreendeu o essencial do parágrafo anterior, perceberá então a importância da persistência na construção de uma fortuna. Sem persistência, estará derrotado ainda antes de começar. Com persistência, vencerá. Se alguma vez teve um pesadelo, irá perceber o valor da persistência. Está deitado na cama, meio-acordado, com a sensação de que vai asfixiar. É incapaz de se virar ou de mexer um músculo. Apercebe-se de que tem de retomar o controlo dos seus músculos. Por meio de um esforço persistente da força de vontade, consegue finalmente mexer os dedos de uma mão. Continuando a mexer os dedos, aumenta o seu controlo até aos músculos de um braço e consegue levantá-lo. Depois ganha controlo sobre o outro braço. Finalmente, ganha controlo sobre os músculos de uma perna e depois estende-o até à outra perna. Depois – com um supremo esforço de vontade – retoma o controlo total do seu sistema muscular e “livra-se” do pesadelo. conseguiu-o passo a passo. Pode descobrir que tem de se “livrar” da sua inércia mental de modo semelhante, primeiro mexendo-se devagar, aumentando depois a velocidade até ganhar controlo total sobre a sua vontade. Seja persistente, mesmo que tenha de se mexer muito devagar no início. Com a persistência virá o sucesso. “LIVRE-SE” DA INÉRCIA MENTAL Se escolher o grupo Master Mind com cuidado, terá nele pelo menos uma pessoa para o ajudar no desenvolvimento da persistência. Algumas pessoas que acumularam grandes fortunas fizeram-no por necessidade. Elas desenvolveram o hábito de serem persistentes porque as circunstâncias as obrigaram a tornarem-se persistentes. Quem cultiva o hábito da persistência parece ter um seguro contra o fracasso. Não importa quantas vezes sejam derrotados, acabam por chegar ao topo da escadaria. Por vezes, parece que há algum guia escondido cujo dever é testar-nos com todo o tipo de experiências desanimadoras. Aqueles que se levantam depois da derrota e continuam a tentar acabam por conseguir, e toda a gente diz: “Eu sabia que eras capaz!” O guia oculto não deixa ninguém desfrutar de um grande sucesso sem passar o teste da persistência. Aqueles que não conseguem suportá-lo não são bem sucedidos. Os que conseguem “aguentar” são recompensados pela sua persistência e em troca obtêm o objectivo que perseguem. Mas não é tudo! Recebem algo infinitamente mais importante do que qualquer compensação material – o conhecimento de que “cada derrota traz consigo a semente de um benefício equivalente”. PERSISTA PARA ALÉM DOS FALHANÇOS As pessoas que aprendem por experiência própria a importância da persistência não aceitam a derrota como algo que não seja temporário. São aquelas cujos desejos são aplicados de forma tão persistente que a derrota acaba por se transformar em vitória. Vemos um número esmagador de pessoas caírem por terra derrotadas, para nunca mais se levantarem. Também vemos os poucos que encaram o castigo da derrota como uma necessidade de um esforço maior. Mas o que não vemos, aquilo que muitos de nós nunca suspeitam que existe, é a força silenciosa, mas irresistível, que vem em socorro daqueles que continuam a lutar face ao desânimo. Se falamos deste poder, chamamos-lhe persistência. Uma coisa é certa: sem persistência, não alcançará êxito digno de nota em nenhuma circunstância. Enquanto escrevo estas linhas, olho pela janela e posso ver, a menos de um quarteirão, a grande e misteriosa Broadway, o “Cemitério das Esperanças Mortas” e o “Átrio da Oportunidade”. Pessoas de todas as partes do mundo vieram para a Broadway à procura de fama, fortuna, poder, amor ou o que quer que seja que os seres humanos chamam êxito. De vez em quando, alguém se destaca do grande cortejo de aspirantes e o mundo ouve dizer que outra pessoa conquistou a Broadway. Mas a Broadway não é fácil nem rapidamente conquistada. A Broadway reconhece o talento, o génio e dá dinheiro só depois de uma pessoa se ter recusado a desistir. O segredo está sempre ligado de forma inseparável a uma palavra: persistência. PRIMEIRO PONTO DE VIRAGEM Quando terminei o curso na Universidade de Economia, arranjei emprego como estenógrafo e guarda-livros. Depressa desenvolvi o hábito de trabalhar mais e melhor do que aquilo para que tinha sido contratado; consequentemente, progredi rapidamente até assumir um cargo de responsabilidade e receber um salário muito acima do normal para a minha idade. Depois o Destino veio ter comigo e deu-me um ligeiro empurrão. O meu patrão perdeu a fortuna e eu perdi o emprego. Esta foi a minha primeira verdadeira derrota, e apesar da sua causa estar para além do meu controlo, não retirei dela nenhuma lição até muitos anos mais tarde. SEGUNDO PONTO DE VIRAGEM O meu emprego seguinte foi como gestor de vendas numa grande serração do Sul. Aprendia depressa e bem, tanto que o patrão me convidou para formar sociedade. Começámos a ganhar dinheiro e eu voltei a sentir-me o melhor do mundo. Como um relâmpago num céu sem nuvens, o pânico de 19078 abateu-se sobre mim e, do dia para a noite, vi o meu negócio ser destruído, perdendo todo o dinheiro que tinha. TERCEIRO PONTO DE VIRAGEM Esta foi a minha primeira derrota a sério. Na altura, interpretei-a como um falhanço. Mas não foi, e antes de terminar esta lição, explicar-vos-ei porquê. Foi necessário o pânico de 1907, e a derrota que daí adveio, para que eu redireccionasse os meus esforços do negócio das serrações para um curso de Direito. Entrei na Faculdade de Direito com a firme convicção de que sairia de lá duplamente preparado para reclamar o meu lugar ao sol. Frequentava a faculdade à noite e durante o dia trabalhava como vendedor de automóveis. O trabalho mostrou-me que era necessário formar mecânicos especializados. Criei um departamento de formação na fábrica e comecei a treinar simples maquinistas de forma a serem capazes de fazer reparações e de montar peças. A escola prosperou, e daí retirei um lucro mensal de mais de mil dólares. O meu banqueiro sabia que eu estava a prosperar, tanto que me emprestou dinheiro para me poder expandir. Uma característica particular dos bancos é que eles nos emprestam dinheiro sem hesitar quando estamos na mó de cima. O banco concedeu-me crédito até eu ficar por completo nas mãos dele; nessa altura tomou serenamente conta do negócio, como se este sempre lhe tivesse pertencido. E de facto tinha. De repente, passei de um lucro de mais de mil dólares por mês para a mais completa pobreza. QUARTO PONTO DE VIRAGEM Como a família da minha mulher era influente, consegui o lugar de assistente do director de uma das maiores empresas de carvão do mundo. Dei por mim a trabalhar entre amigos e conhecidos, e tinha um cargo que poderia manter pelo tempo que desejasse, sem ter de me esforçar muito. O que mais poderia querer? Nada, comecei a dizer para mim próprio. Até que um dia, sem consultar a minha família ou amigos, e sem qualquer aviso prévio, demitime. Este era o primeiro ponto de viragem que tinha partido de mim. E que não me tinha sido imposto. Despedi-me porque o trabalho era demasiado fácil e não tinha de me esforçar muito para o fazer. Esta decisão veio-se a revelar o momento de viragem mais importante da minha vida, apesar de ter sido seguida de dez anos de esforço árduo e de muita dor. Decidi tentar a minha sorte em Chicago. Convenci-me de que se conseguisse ganhar boa reputação em Chicago, em qualquer tipo de trabalho honrado, isso iria provar que eu era capaz de ser realmente bom nalguma área. QUINTO PONTO DE VIRAGEM O meu primeiro trabalho em Chicago foi como director de publicidade numa grande escola de ensino à distância. Saí-me tão bem no cargo que o presidente da escola me convenceu a despedir-me e a montar com ele um negócio de rebuçados e caramelos. Fundámos a Betsy Ross Candy Company da qual fui o primeiro presidente. O negócio correu de vento em popa e, de repente, tínhamos uma cadeia de lojas em 18 cidades diferentes. Os meus sócios traíram-me, fui preso e, na altura, apesar de saber que a acusação era falsa, senti que me estava a acontecer uma desgraça terrível. Não foi uma experiência agradável, e não desejo passar por ela novamente, mas devo admitir que valeu toda a dor que me causou, porque me deu a oportunidade de descobrir que a vingança não faz parte do meu carácter. SEXTO PONTO DE VIRAGEM Esta fase chegou pouco depois dos meus sonhos de sucesso no negócio dos rebuçados terem sido frustrados, quando me passei a dedicar ao ensino de publicidade e vendas num colégio de Midwest. A minha escola prosperou logo desde o início. Tinha uma turma residente e uma escola de ensino à distância através da qual ensinava alunos em quase todos os países de expressão inglesa. Depois veio a recruta obrigatória, o que praticamente destruiu a escola, pois apanhou quase todos os meus estudantes. De repente, voaram mais de 75 mil dólares em propinas. Mais uma vez estava sem um tostão! SÉTIMO PONTO DE VIRAGEM Para contar o sétimo dos pontos de viragem da minha vida, tenho de voltar a 11 de Novembro de 1918 – o Dia do Armistício, o fim da Primeira Guerra Mundial. A guerra deixou-me completamente falido, como já tinha referido, mas estava feliz por saber que a carnificina tinha acabado e a sensatez reclamava agora a civilização de volta. Tinha chegado o momento de mais um ponto de viragem. Sentei-me diante da máquina de escrever e, qual não foi o meu espanto, quando as minhas mãos começaram a tocar uma canção no teclado. Nunca antes tinha escrito com tanta rapidez e com tanta fluidez. Não imaginei nem pensei no que estava a escrever – escrevia aquilo que me vinha à cabeça. FAÇA O SEU PRÓPRIO “INVENTÁRIO DE PERSISTÊNCIA” A persistência é um estado de espírito e por isso pode ser trabalhada. Como todos os estados de espírito, a persistência baseia-se em causas precisas, entre as quais as seguintes: > Precisão de objectivos. Saber o que se quer é o primeiro e o mais importante passo para o desenvolvimento da persistência. Um motivo forte irá forçá-lo a ultrapassar as dificuldades. > Desejo. É relativamente fácil adquirir e manter a persistência na perseguição de um objecto alvo de um desejo intenso. > Autoconfiança. A crença nas suas capacidades para levar a cabo um plano encoraja-o a prosseguir com ele persistentemente até ao fim. (A autoconfiança pode ser desenvolvida através dos princípios descritos no capítulo 3.) > Precisão de planos. Planos organizados, mesmo que possam ser fracos ou impraticáveis, estimulam a persistência. > Conhecimento exacto. Saber que os seus planos são consistentes e se baseiam na experiência ou na observação estimula a persistência; “adivinhar” em vez de “saber” destrói a persistência. > Cooperação. O apoio, a compreensão e a cooperação com outros tende a desenvolver a persistência. > Força de vontade. O hábito de concentrar o pensamento na elaboração de planos para atingir objectivos precisos conduz à persistência. > Hábito. A persistência é o resultado directo do hábito. A mente absorve e torna-se parte das experiências quotidianas de que se alimenta. O medo, o pior de todos os inimigos, pode ser ultrapassado, obrigando-se a si próprio a executar e a repetir actos de coragem. Todos os que prestaram serviço activo na guerra sabem isso. Faça um inventário de si mesmo e determine o que é que lhe falta nesta qualidade essencial que é a persistência. Avalie-se a si próprio, ponto por ponto, e veja quantos dos oito factores de persistência antes expostos lhe faltam. A análise pode conduzir a descobertas que lhe vão dar uma nova compreensão de si mesmo e daquilo que você precisa para ser bem sucedido. A lista que se segue apresenta os inimigos reais que se interpõem entre si e a realização do empreendimento. Estes não são apenas os “sintomas” que indicam uma fraca persistência, mas também as causas subconscientes profundamente localizadas desta fraqueza. Preste atenção a esta lista e examine-se de forma honesta, se realmente deseja saber quem você é e do que é capaz de fazer. Estas são as fraquezas que devem ser dominadas por quem realmente quer acumular riquezas: 1. Incapacidade de perceber e definir claramente aquilo que se quer exactamente. 2. Adiamento, com ou sem razão. (Normalmente sustentado por uma longa lista de álibis e de desculpas). 3. Falta de interesse em adquirir conhecimentos especializados. 4. Indecisão e hábito de “arranjar bodes expiatórios”, em lugar de enfrentar os problemas com firmeza. (Também sustentados por álibis e desculpas). 5. Hábito de recorrer a desculpas, em vez de fazer planos precisos para resolver os problemas. 6. Auto-satisfação. Há poucos remédios e nenhuma esperança para quem sofre disto. 7. Indiferença, habitualmente reflectida na facilidade para se resignar, em vez de enfrentar os obstáculos e lutar contra eles. 8. Hábito de culpar os outros pelos seus erros e de aceitar as circunstâncias como inevitáveis. 9. Ausência de um desejo forte em virtude de se ter descuidado a escolha de motivos que instigariam à acção. 10. Mentalização para desistir ao primeiro sinal de derrota. (Com base num ou mais dos seis medos básicos). 11. Ausência de um planeamento organizado, devidamente redigido de forma a ser analisado. 12. Hábito de não agir a partir de ideias ou de não agarrar a oportunidade quando ela se apresenta. 13. Aspirar a algo em vez de querer. 14. Hábito de se contentar com a pobreza, em vez de almejar à riqueza. Ausência de ambição no que respeita a ser, fazer ou possuir. 15. Andar à cata de caminhos fáceis para atingir a riqueza, tentar receber sem dar o seu justo equivalente. Isto reflecte-se geralmente no hábito de jogar ou de fazer negócios pouco sérios. 16. Receio das críticas, o que origina a incapacidade de formular planos e de pô-los em prática, em virtude do que os outros possam pensar, fazer ou dizer. Este é um dos inimigos mais perigosos, porque reside frequentemente no subconsciente e podemos nem sequer saber que lá está. (Veja os Seis Medos Básicos na Nota Final). SE TEM RECEIO DAS CRÍTICAS Segue-se uma análise dos sintomas do receio das críticas. A maioria das pessoas permite que os seus familiares, amigos e o público em geral as influencie de tal forma que deixam de poder viver as suas próprias vidas com receio das críticas. Muitas pessoas fazem maus casamentos, mas permanecem casadas e vivem toda a vida infelizes e deprimidas porque temem as críticas. Qualquer pessoa que se tenha submetido a este tipo de medo sabe os estragos irreversíveis que provoca, pois ele destrói a ambição e o desejo de ser bem sucedido. Milhões de pessoas abdicam de voltar atrás e retomar os estudos, depois de terem saído da escola, porque têm medo das críticas. Um número incontável de homens e mulheres permite que os seus parentes lhes arruínem a vida em nome do dever familiar porque têm medo das críticas. O dever não lhe exige que se submeta à destruição das suas ambições e do direito de viver a vida à sua maneira. As pessoas recusam-se a correr riscos nos negócios com receio das críticas que possam advir no caso de falhar. Aí, o receio das críticas é maior do que o desejo de sucesso. Demasiadas pessoas recusam-se a estabelecer metas elevadas para si próprias, porque têm medo das críticas de familiares e amigos, que podem dizer: “Não tenhas tantas ambições, as pessoas vão pensar que estás louco.” Quando Andrew Carnegie me sugeriu que dedicasse vinte anos da minha vida a organizar uma filosofia do sucesso individual, o meu primeiro impulso foi o receio do que as pessoas pudessem dizer. A sugestão dele representava muito mais do que aquilo que eu alguma vez imaginara para mim. O meu primeiro instinto foi arranjar desculpas, todas elas atribuíveis ao medo das críticas. Algo dentro de mim dizia: “Tu não és capaz – o trabalho é demasiado grande e exige demasiado tempo – o que é que a tua família vai pensar de ti? – como é que vais ganhar a vida? – nunca ninguém organizou uma filosofia do sucesso, que direito tens tu de acreditar que o consegues? – afinal, quem és tu para ter tão grandes ambições? – lembra-te das tuas origens humildes – o que é que tu sabes de filosofia? – as pessoas vão pensar que tu estás louco (e pensaram mesmo) – porque é que ninguém fez isto antes?” Estas e muitas outras questões vieram-me à cabeça. Parecia que o mundo inteiro tinha subitamente concentrado a atenção em mim com o único objectivo de me levar a desistir, através do ridículo, de qualquer desejo de levar a cabo a sugestão de Carnegie. Descobri mais tarde, depois de ter analisado milhares de pessoas, que a maior parte das ideias morre à nascença. Para crescer, as ideias precisam do sopro da vida nelas infundido através de planos precisos para acções imediatas. O momento para fomentar uma ideia é o momento em que ela nasce. Cada minuto de vida dá-lhe mais hipóteses de sobrevivência. O medo das críticas é aquilo que mata a maior parte das ideias, que nunca atingem o estádio do planeamento e da acção. AS “OPORTUNIDADES” PODEM SER FEITAS DE ENCOMENDA Muitas pessoas acreditam que o êxito é o resultado de “golpes de sorte”. Pode haver uma parte de verdade nisso, mas se estiver a contar com a sorte quase de certeza que irá ficar desapontado. A única “oportunidade” com que alguém pode contar é com a “oportunidade” criada por si mesmo. Ela surge pela aplicação da persistência. O ponto de partida é a precisão de objectivos. Se abordar as primeiras cem pessoas que encontrar na rua e lhes perguntar o que mais querem na vida, noventa e oito de entre elas não saberão dizer-lho. Se insistisse com elas para lhe darem uma resposta, algumas diriam segurança, muitas diriam dinheiro, umas quantas diriam felicidade e outras diriam fama e poder. Algumas poderiam dizer-lhe que queriam reconhecimento social, outras uma vida fácil, dotes para cantar, dançar ou escrever; mas nenhuma delas lhe deixaria entrever a mínima indicação de ter um plano através do qual espera atingir essas aspirações formuladas de forma vaga. A riqueza não responde a aspirações. Ela responde apenas a planos precisos, sustentados por desejos precisos, através da persistência constante. COMO DESENVOLVER A PERSISTÊNCIA Há quatro passos simples que conduzem ao hábito da persistência. Não exigem grande inteligência, nenhum grau de estudos em particular e requerem pouco tempo e esforço. Estes passos fundamentais são: 1. Um objectivo preciso sustentado pelo desejo ardente da sua concretização. 2. Um plano preciso, traduzido numa acção continuada. 3. Uma mente bem protegida contra todas as influências negativas e desencorajadoras, incluindo sugestões negativas de familiares, amigos e conhecidos. 4. Uma aliança amistosa com uma ou mais pessoas que o encorajem a prosseguir com os seus planos e os seus objectivos. Estes quatro passos são essenciais para o sucesso em todos os aspectos da vida. Um objectivo importante dos treze princípios desta filosofia é permitir-lhe dar estes quatro passos como se fossem um hábito. São passos através dos quais poderá controlar o seu destino económico. São passos que conduzem à liberdade e à autonomia de pensamento. São passos que conduzem à riqueza, em pequenas ou grandes quantidades. São passos que indicam o caminho para o poder, para a fama e para o reconhecimento social. São passos que lhe garantem “oportunidades” favoráveis. São passos que transformam os sonhos em realidades físicas. São passos que conduzem também ao domínio sobre o medo, desencorajamento e indiferença. Há uma magnífica recompensa para quem aprender a dar estes quatro passos. Trata-se do privilégio de apresentar a sua própria factura e de fazer a vida pagar qualquer preço que lhe seja exigido. COMO SUPERAR AS DIFICULDADES Que poder místico confere às pessoas persistentes a capacidade de superar as dificuldades? Será que a qualidade da persistência desencadeia na sua mente qualquer forma de actividade espiritual, mental ou química que lhe dá acesso a forças sobrenaturais? Será que a inteligência infinita se lança sobre a pessoa que continua a lutar quando o mundo inteiro parece estar contra ela? Esta e muitas outras questões semelhantes tomavam forma na minha cabeça à medida que via Henry Ford começar do nada e erguer um império industrial com pouco mais do que persistência. Ou Thomas A. Edison, que com menos de três meses de estudos se tornou no maior inventor do mundo. Ele transformou a sua persistência em máquinas de gravação e reprodução de som, câmaras de filmar e de projectar, e na luz incandescente, já para não falar de dezenas de outras invenções úteis. Tive a oportunidade de analisar de perto e pessoalmente, durante um longo período de tempo, ano após ano, tanto Edison como Ford. Por isso falo com conhecimento de causa quando digo que não encontrei em nenhum deles nenhuma outra qualidade que aparentasse sequer remotamente constituir a principal fonte dos seus feitos formidáveis, excepto a persistência. Se fizer um estudo imparcial dos profetas, dos filósofos e dos líderes religiosos do passado, chegará à inevitável conclusão de que a persistência, a concentração de esforços e a precisão dos seus objectivos foram as principais causas dos seus feitos. Pense, por exemplo, na história fascinante de Maomé. Analise a vida dele, compare-a com a dos homens de sucesso nesta era moderna da indústria e das finanças e repare como todos eles têm um traço excepcional em comum: a persistência. Se quer saber mais sobre o poder da persistência e a forma como funciona, aconselho vivamente que leia a biografia de Maomé, especialmente a de Essad Bey. A breve recensão que foi publicada no Herald-Tribune dará uma antevisão do prazer que espera todo aquele que dedicar algum tempo a ler a história completa de um dos mais fantásticos exemplos do poder da persistência conhecidos pela nossa civilização. O ÚLTIMO GRANDE PROFETA NOTA DE LEITURA DE THOMAS SUGRUE Maomé foi um profeta, mas nunca realizou um milagre. Não era um místico; não foi à escola; só começou a sua missão aos quarenta anos. Quando anunciou que era o grande mensageiro de Deus, que trazia a mensagem da verdadeira religião, foi ridicularizado e classificado como um lunático. As crianças passavam-lhe rasteiras e as mulheres atiravam-lhe imundícies. Foi banido da sua cidade natal, Meca, e os seus seguidores foram despojados de bens materiais e enviados com ele para o deserto. Ao fim de dez anos de pregação, não tinha nada para mostrar senão o exílio, a pobreza e o ridículo. Contudo, antes de passarem outros dez anos, tinha-se tornado ditador de toda a Arábia, senhor de Meca e líder de uma nova religião mundial que havia de se estender até ao Danúbio e aos Pirinéus antes de esgotar o ímpeto que ele lhe dera. Esse poder era triplo: o poder das palavras, a eficácia da oração e a semelhança entre o homem e Deus. O seu percurso nunca fez sentido. Maomé nasceu entre os membros empobrecidos de uma família proeminente de Meca. A cidade de Meca, encruzilhada do Mundo, terra da pedra mágica chamada Caaba, grande centro de negócios e de rotas comerciais, era insalubre e, por isso, as crianças ali nascidas eram entregues aos beduínos para crescerem no deserto. Maomé foi alimentado desta maneira, retirando a força e a saúde do leite de mães nómadas substitutas. Guardou ovelhas e cedo foi contratado por uma viúva rica como líder das suas caravanas. Viajou por todas as partes do Oriente, falou com muitos homens de diferentes crenças e viu o declínio do Cristianismo cindido em seitas inimigas. Quando tinha vinte e oito anos caiu nas graças da viúva, Khadija, e esta casou com ele. O pai dela ter-se-ia oposto a tal casamento, por isso ela embriagou-o e prendeu-o até ele dar o seu consentimento paternal. Durante os doze anos seguintes, Maomé viveu como um comerciante rico, respeitado e astuto. Então, começou a ter o hábito de vaguear no deserto e, um dia, voltou com o primeiro verso do Corão e disse a Khadija que o arcanjo Gabriel lhe tinha aparecido e lhe tinha dito que ele era o Mensageiro de Deus. O Corão, a revelação da palavra de Deus, foi a coisa mais parecida com um milagre na vida de Maomé. Ele não era poeta; não tinha nenhum dom para as palavras. No entanto, os versos do Corão, tal como ele os recebeu e recitou fielmente, eram melhores do que quaisquer versos que os poetas profissionais das tribos conseguiam produzir. Isto era um milagre para os Árabes. Para eles o dom da palavra era o maior de todos os dons, o poeta era todo-poderoso. Além disso, o Corão dizia que todos os homens eram iguais perante Deus, que o mundo devia ser um estado democrático – o Islão. Foi esta heresia política, mais o desejo de Maomé destruir os 360 ídolos que se encontravam no pátio da Caaba, que provocaram o seu exílio. Os ídolos atraíam as tribos do deserto a Meca, o que significava comércio. Por isso, os homens de negócios de Meca, os capitalistas, dos quais ele tinha sido um, viraram-se contra Maomé. Então, ele retirou-se para o deserto e pediu a soberania sobre todo o mundo. A ascensão do Islão começou. Do deserto surgiu uma chama que não se deixaria extinguir – um exército democrático que lutava como uma unidade e que estava preparado para morrer sem pestanejar. Maomé convidara Judeus e Cristãos a juntarem-se-lhe; porque ele não estava a criar uma nova religião. Ele estava a chamar todos os que acreditavam num só Deus para se juntarem numa única fé. Se os Judeus e os Cristãos tivessem aceite o seu convite, o Islão teria conquistado o mundo. Eles não aceitaram. Nem sequer aceitaram a inovação de Maomé no modo de fazer guerra entre os homens. Quando o exército do profeta entrou em Jerusalém, nem uma única pessoa foi morta por ter uma outra crença. Quando os cruzados entraram na cidade, séculos mais tarde, nenhum homem, mulher ou criança muçulmana foi poupada. Mas os Cristãos aceitaram uma ideia muçulmana – o lugar do saber, a universidade. 8. O pânico a que o autor se refere remete para o Verão de 1907, em que um vasto número de bancos e de empresas norteamericanas declararam falência. (N. do T.) :: CAPÍTULO 9 :: O poder do Master Mind A força de atracção O NONO PASSO PARA A RIQUEZA O poder é essencial para ter sucesso na acumulação de dinheiro. Os planos são insuficientes sem o poder necessário para os pôr em acção. Este capítulo irá descrever o método com que os indivíduos podem obter e aplicar o poder. O poder pode ser definido como “o conhecimento organizado e inteligentemente direccionado”. O poder, como é aqui referido, remete para o conhecimento organizado, necessário para permitir a um indivíduo transformar o desejo no seu equivalente monetário. O esforço organizado é produzido através da coordenação de esforços de duas ou mais pessoas que trabalham tendo em vista um fim preciso, em espírito de harmonia. O poder é necessário para acumular dinheiro. O poder é necessário para ficar com o dinheiro depois de ele ter sido acumulado. A escada do sucesso nunca está cheia no cimo. Como é que o poder pode ser adquirido? Se o poder é “conhecimento organizado”, vamos analisar as fontes de conhecimento: > Inteligência infinita. Pode-se ter acesso a esta fonte de conhecimento com o auxílio da imaginação criativa, através do subconsciente, como é descrito nos anteriores capítulos sobre a fé, a auto-sugestão e a imaginação, e como será aprofundado no capítulo 11, O Subconsciente, e no capítulo 12, O Cérebro. > Experiência acumulada. A experiência acumulada da humanidade pode ser encontrada em qualquer biblioteca pública bem equipada. Uma parte significativa desta experiência acumulada é ensinada nas escolas públicas e nas universidades, onde foi ordenada e organizada. > Experiências e investigações. No campo da ciência, e em praticamente todas as áreas do conhecimento, as pessoas reunem, classificam e organizam novos factos diariamente. Esta é a fonte a que deve recorrer quando o conhecimento não está disponível pela “experiência acumulada”. Também aqui a imaginação criativa deve ser usada com frequência. O conhecimento pode ser adquirido através de qualquer das fontes anteriormente enumeradas. Pode ser convertido em poder ao ser organizado em planos precisos e ao pôr-se esses planos em acção. Se analisar as três fontes de conhecimento, verá como seria difícil se apenas pudesse contar com os seus esforços para reunir todo o conhecimento de que precisa e transformá-lo em planos precisos de acção. Se os seus planos são longos e exaustivos, normalmente terá de arranjar outras pessoas para colaborarem consigo, se quer organizar o seu conhecimento de forma a transformar os seus planos em poder. GANHAR PODER ATRAVÉS DO MASTER MIND O Master Mind pode ser definido como “a coordenação de conhecimento e de esforços, em espírito de harmonia, entre duas ou mais pessoas, com o fim de atingir um objectivo preciso”. Nenhum indivíduo pode ter grande poder sem utilizar o Master Mind. No capítulo 6, o Planeamento Eficiente, teci considerações sobre a forma de criar planos para traduzir o desejo no seu equivalente monetário. Se executar estas instruções com persistência e inteligência e fizer uso do seu discernimento na escolha do seu grupo Master Mind, será meio caminho andado para atingir o seu objectivo, mesmo antes de se aperceber disso. Para melhor compreender o poder potencial disponibilizado através de um grupo Master Mind devidamente seleccionado, vou explicar as duas principais características do princípio Master Mind. Um tipo de poder é económico, e o outro mental. > Poder económico. A componente económica é óbvia. Qualquer pessoa que se rodeia das opiniões, dos conselhos e da colaboração de um grupo de pessoas que estão dispostas a ajudála de coração aberto, num espírito de perfeita harmonia, irá retirar daí benefícios económicos. Esta forma de aliança cooperativa foi a base de quase todas as grandes fortunas. A compreensão desta grande verdade pode determinar definitivamente o seu estatuto financeiro. > Poder mental. Aquilo que eu refiro como a fase psíquica do princípio Master Mind é um pouco mais difícil de compreender. Conseguirá perceber melhor o sentido da expressão com esta afirmação: “Não há duas mentes que se unam sem criar uma terceira força invisível, intangível que pode ser comparada a uma terceira mente.” Quando as mentes de duas pessoas estão coordenadas num espírito de harmonia, a energia de cada mente parece “captar” a energia da outra, o que constitui a fase “psíquica” do Master Mind. Foi Andrew Carnegie quem pela primeira vez chamou a minha atenção para o princípio Master Mind, ou antes, para a sua componente económica. A descoberta deste princípio foi responsável pela escolha do trabalho da minha vida. O grupo Master Mind de Carnegie era constituído por um corpo de aproximadamente cinquenta pessoas de que ele se rodeou com o objectivo de produzir e vender aço. Ele sabia pouco sobre o lado técnico do negócio do aço; a sua força foi a capacidade de conseguir que outros trabalhassem em perfeita harmonia para atingir um objectivo comum. Carnegie atribuiu toda a sua fortuna ao poder que acumulou através da sua aliança Master Mind. Se analisar o percurso de qualquer pessoa que tenha feito uma grande fortuna, e de muitos daqueles que fizeram outras modestas, irá verificar que eles aplicaram, consciente ou inconscientemente, o princípio Master Mind. Nenhum outro princípio permite acumular um grande poder! COMO MULTIPLICAR O SEU PODER MENTAL O cérebro humano pode ser comparado a uma pilha. É um facto que um conjunto de pilhas irá fornecer mais energia do que apenas uma pilha. É também um facto que a quantidade de energia fornecida por cada pilha depende do número e da capacidade das células que contém. O cérebro funciona de modo semelhante. Alguns cérebros são mais eficazes do que outros. Um grupo de cérebros coordenados (ou ligados) num espírito de harmonia irá fornecer mais energia de pensamento do que apenas um cérebro, da mesma forma que um conjunto de pilhas irá fornecer mais energia do que apenas uma pilha. Através desta metáfora, pode ver que o princípio Master Mind detém o segredo do poder exercido por aqueles que se rodeiam de outras pessoas com grande poder mental. O que se segue irá definir mais aprofundadamente a chamada fase mental do princípio Master Mind: quando um grupo de mentes individuais estão coordenadas e funcionam em harmonia, a redobrada energia criada através dessa aliança fica disponível para qualquer mente individual do grupo. Henry Ford começou a sua carreira de negócio com a desvantagem da pobreza, da falta de instrução e da ignorância. No prazo incrivelmente curto de dez anos, Ford superou todas estas desvantagens e, em vinte e cinco anos, tornou-se num dos homens mais ricos da América. Como o conseguiu? Eis uma pista importante: os passos mais rápidos de Ford tornaram-se visíveis quando se tornou amigo pessoal do famoso inventor Thomas A. Edison. Na história do sucesso de Ford, esta é apenas a primeira indicação daquilo que a influência de uma mente sobre outra pode conseguir. Siga esta história e terá ainda mais provas de que o poder pode ser produzido por uma aliança amistosa de mentes. É uma realidade que os feitos mais extraordinários de Ford se tornaram ainda mais marcantes posteriormente, depois de ele ter conhecido Harvey Firestone, John Burroughs e Luther Burbank (todos eles homens de grande capacidade mental). As pessoas adquirem a natureza, os hábitos e o poder de pensamento daqueles a quem se associam em espírito de simpatia e harmonia. Através da sua associação com Edison, Burbank, Burroughs e Firestone, Ford juntou ao seu poder mental a inteligência, a experiência, o conhecimento e as forças espirituais destes quatro homens. Henry Ford usou o princípio Master Mind exactamente da mesma forma que é descrita neste livro. Este princípio está ao seu alcance. Já mencionei Mahatma Gandhi. Permita-me que recapitule o método pelo qual ele conseguiu o seu espantoso poder. Pode ser explicado em poucas palavras. Ele obteve o poder ao induzir mais de duzentos milhões de pessoas a trabalharem em coordenação, de corpo e alma, com espírito de harmonia, por um objectivo preciso. Em resumo, Gandhi realizou um milagre, pois é um verdadeiro milagre quando duzentos milhões de pessoas são induzidas – e não forçadas – a colaborar em espírito de harmonia. Se duvida que isto é um milagre, tente fazer com que apenas duas pessoas colaborem em espírito de harmonia durante qualquer período de tempo. Todas as pessoas que gerem um negócio sabem como é difícil fazer com que os empregados trabalhem juntos num espírito que se pareça remotamente com a harmonia. ENCONTRAR OS SEUS MEMBROS MASTER MIND Alie-se a um grupo de pessoas tão grande quanto lhe for necessário para formar um Master Mind que o ajude a criar e a levar a cabo o seu plano ou planos para acumular dinheiro. É absolutamente essencial que respeite esta regra. Opte por se associar a pessoas que partilhem valores, objectivos e interesses comuns e que tenham um forte desejo de contribuir para o esforço global. A tentativa e o erro podem fazer parte do processo, mas há sobretudo duas qualidades a ter em mente. A primeira é a capacidade para realizar esse trabalho. Não escolha pessoas para a sua aliança apenas porque as conhece e gosta delas. Essas pessoas têm valor para si porque aumentam a sua qualidade de vida, mas não são necessariamente adequadas para uma aliança Master Mind. O seu melhor amigo pode não ser o profissional de marketing mais conhecedor, mas talvez lhe possa apresentar alguém que o seja. A segunda qualidade é a capacidade para trabalhar com os outros num espírito de harmonia. Tem de haver uma completa união de mentes, sem quaisquer reservas. A ambição pessoal tem de ser submetida à realização do objectivo da aliança. Isto inclui a sua própria ambição. Tem também de insistir na confidencialidade. Algumas pessoas podem revelar uma ideia apenas porque gostam de falar. Você não precisa delas no seu grupo. Esteja em sintonia com cada membro do grupo. Tente imaginar como reagiria numa determinada situação se estivesse no seu lugar. Preste atenção à linguagem corporal. Por vezes, as expressões faciais ou os movimentos dizem muito mais sobre o que uma pessoa sente do que as palavras que saem da sua boca. Seja sensível àquilo que não é dito. Por vezes, aquilo que é omitido é muito mais importante do que aquilo que é referido. Não tente convencer o grupo com demasiada rapidez. Faça de advogado do diabo e aceite aqueles que querem experimentar outras ideias. RECOMPENSAR O SEU MASTER MIND Antes de formar a sua aliança Master Mind, decida que vantagens e benefícios pode oferecer a cada um dos membros do seu grupo em troca da sua colaboração. Ninguém irá trabalhar indefinidamente sem qualquer forma de compensação. Nenhuma pessoa inteligente deve pedir ou esperar que outra trabalhe sem uma compensação adequada. A riqueza será obviamente o maior atractivo para os seus membros. Seja justo e generoso na sua oferta. Para alguns membros do seu grupo, o reconhecimento e a auto-expressão poderão ser tão importantes quanto o dinheiro. Lembre-se de que em tais parcerias o princípio de “dar o litro” (fazer mais e melhor do que aquilo pelo que é pago) é especialmente importante. Enquanto líder, deve dar o exemplo para os outros o seguirem. Cada membro deve aceitar desde o início qual a contribuição que vai dar e a divisão dos benefícios e lucros. Caso contrário, pode estar certo de que as divergências irão surgir, terá desperdiçado o tempo de todos e o seu empreendimento será destruído. REUNIR-SE COM O SEU MASTER MIND Arranje um meio de se reunir com os membros do seu grupo Master Mind pelo menos duas vezes por semana, e se possível mais, até terem aperfeiçoado em conjunto um plano ou planos para acumularem dinheiro. A primeira reunião terá como função identificar pontos fortes e pontos fracos e afinar os planos. A sua aliança tem de estar activa para ter algum efeito. Estabeleça responsabilidades específicas e medidas de acção a serem tomadas. À medida que o seu Master Mind amadurece e a harmonia cresce entre os membros, irá descobrir que as reuniões dão origem a um fluxo de ideias na mente de cada membro. Não deixe que as reuniões se tornem tão frequentes e formais que impeçam telefonemas e outros contactos menos formais. A MANUTENÇÃO DO MASTER MIND Mantenha uma harmonia perfeita entre si e todos os membros do seu grupo Master Mind. Se não conseguir executar esta instrução à letra, tem de contar com o falhanço. O princípio Master Mind não pode funcionar onde não impera uma perfeita harmonia. Crie um ambiente que não seja agressivo. Explore todas as ideias com igual interesse e consideração pelos sentimentos do seu criador. Toda a gente deve lidar com os outros numa base de ética total. Nenhum membro deve procurar tirar vantagem à custa de outros. Enquanto líder, deve inspirar a confiança dos seus membros através da sua dedicação ao desejo – que é o objectivo do grupo. Os membros devem ter a certeza de que podem contar consigo e de que é digno de confiança e leal. Quando finalmente estiver pronto para apresentar os resultados dos vossos esforços a investidores, compradores e ao público, poderá ter de enfrentar o maior desafio à sua liderança na manutenção da harmonia do seu Master Mind. Os esforços do grupo irão então ser avaliados por estranhos e enfrentar o julgamento requer coragem e persistência. A coragem dos indivíduos separadamente não é nada comparada com a de uma equipa unida. Quanto maior for a capacidade de manter a harmonia, maior será o poder. E quanto maior for o poder, maior será a capacidade de superar a oposição. O CASAMENTO E O MASTER MIND Uma aliança Master Mind com a pessoa que mais ama é de indescritível importância. Se é casado e não construiu a sua relação com base nos mesmos princípios de harmonia essenciais para qualquer aliança, poderá ter de fazer alguns acertos com o seu cônjuge. Reserve todos os dias algum tempo para conversar sobre aquilo que quer atingir e sobre o que está a fazer para isso. Confie na sua rigorosa definição de objectivos para desenvolver as suas capacidades de persuasão de forma a convencer o seu/sua parceiro/a dos benefícios do trabalho que está a fazer. É pouco provável que o seu trabalho não venha a afectar o seu marido ou a sua mulher de modo significativo, e não deve de forma nenhuma arrastar involuntariamente o seu/sua parceiro/a para qualquer aventura. Construa a sua aliança Master Mind no seu casamento desde o início e ele será firme e dar-lhe-á apoio nos momentos mais difíceis. Na realidade, toda a sua família deveria fazer parte da sua aliança. A falta de harmonia em casa pode facilmente extravasar para outras áreas. Uma família unida é uma equipa fantástica. O MASTER MIND E A INTELIGÊNCIA INFINITA A lista das fontes através das quais pode obter poder é encabeçada pela inteligência infinita. Quando duas ou mais pessoas estão coordenadas num espírito de harmonia e trabalham em vista de um objectivo preciso, colocam-se em posição de absorver o poder directamente daquele armazém universal a que me refiro através da expressão inteligência infinita. Esta é a maior de todas as fontes de poder. É a fonte a que recorrem os génios e os grandes líderes (quer tenham consciência desse facto ou não). No capítulo 11, O Subconsciente, e no capítulo 12, O Cérebro, serão descritos com maior detalhe os métodos para aceder à inteligência infinita. Isto não é um curso de religião. Nem o princípio da inteligência infinita, nem qualquer outro princípio deste livro devem ser interpretados como uma forma de interferir, aprovar ou repudiar as crenças religiosas de quem quer que seja. Este livro limita-se exclusivamente a ensinar ao leitor como transformar o objectivo preciso do desejo de dinheiro no seu equivalente monetário. Leia e pense realmente naquilo que está a ler. O assunto ser-lhe-á em breve completamente desvendado e poderá vê-lo em perspectiva. Neste momento está apenas a ver o pormenor de cada capítulo. O PODER DAS EMOÇÕES POSITIVAS O dinheiro é tímido e esquivo. Tem de ser cortejado e conquistado por métodos não muito diferentes dos usados por um amante determinado. E o poder que usa para cortejar o dinheiro não é muito diferente daquele que usa para atrair quem você ama. É o poder das emoções positivas. Para ser usado com sucesso na busca do dinheiro, esse poder tem de ser misturado com a fé. Tem de ser misturado com o desejo. Tem de ser misturado com a persistência. Tem de ser aplicado através de um plano e esse plano tem de ser posto em acção. Quando o dinheiro surge em grande quantidade, corre em direcção àquele que o acumula com tanta facilidade como a água corre pelos vales. Existe uma grande e invisível corrente de poder, que pode ser comparada a um rio que corre em duas direcções. Numa margem corre numa direcção, transportando consigo todos os que entram nessa margem para a frente e para cima, em direcção à riqueza. Na outra margem corre em sentido oposto, arrastando para baixo todos os que têm a infelicidade de aí cair (e que daí não conseguem sair), em direcção à desgraça e à pobreza. Todos os que acumularam grandes fortunas reconheceram a existência desta corrente da vida. Ela consiste no processo de pensamento de cada pessoa. As emoções positivas constituem o lado da corrente que o levará até à fortuna. As emoções negativas formam o lado que o arrastará para a pobreza. Este é um aspecto de grande importância para quem segue este livro com o objectivo de fazer fortuna. Se foi apanhado pelo lado da corrente de poder que conduz à pobreza, este livro deve servir como um remo com que pode tomar impulso para passar para o outro lado da corrente, embora apenas lhe possa ser útil por meio da sua aplicação e uso. Se se limitar a ler e a emitir um juízo sobre ele, quer num sentido quer noutro, não lhe trará qualquer benefício. A pobreza e a riqueza podem trocar de lugar, mas quando a riqueza toma o lugar da pobreza, essa mudança apenas ocorre através de planos bem concebidos e cuidadosamente executados. O mesmo já não se pode dizer da pobreza. A pobreza não precisa de planos. Não precisa que ninguém a ajude, porque ela é ousada e implacável. A riqueza é tímida e reservada. Tem de ser “atraída”. :: CAPÍTULO 10 :: A sexualidade Carisma E Criatividade O DÉCIMO PASSO PARA A RIQUEZA CARISMA O mundo é governado e o destino da civilização é estabelecido pelas emoções humanas. As pessoas são mais influenciadas pelas emoções do que pela razão. A sua criatividade é posta em acção exclusivamente através das emoções e não pela razão fria. Os pensamentos dos homens deram mais ouro do que aquele que alguma vez foi retirado da terra. A mente humana responde a estímulos, através dos quais pode ser “excitada” de tal forma que ganha características como o entusiasmo, a imaginação criativa e o desejo intenso. Os estímulos aos quais a mente responde mais livremente são: 1. O desejo de expressão sexual 2. O amor 3. Um desejo ardente de fama, poder ou ganhos financeiros; dinheiro 4. Música 5. Amizade próxima e/ou admiração 6. Uma aliança Master Mind baseada na harmonia de duas ou mais pessoas que se aliam com vista ao seu progresso 7. Partilha do sofrimento, como o que é sentido pelas pessoas que são perseguidas 8. Auto-sugestão 9. Medo 10. Álcool e drogas O desejo de expressão sexual surge no topo da lista de estímulos que “aceleram” a mente e fazem girar as “rodas” do movimento físico. As emoções associadas ao instinto sexual humano dão origem a um estado de espírito. Quando motivadas por este desejo, as pessoas dão frequentemente mostras de coragem, força de vontade, persistência, imaginação e capacidades criativas que normalmente não têm. O desejo de expressão sexual é tão forte e tão estimulante que as pessoas arriscam de boa vontade a vida e a reputação por causa dele. Pode-se fazer uma barragem e suster a água de um rio durante algum tempo, mas ela acabará por abrir uma saída à força. O mesmo se aplica às emoções relacionadas com a expressão sexual. Ela pode ser submergida e controlada durante algum tempo, mas a sua própria natureza faz com que esteja sempre à procura de formas de expressão. O desejo de expressão sexual é inato e natural. O desejo não pode e não deve ser submergido ou eliminado, mas podemos dar-lhe outros escapes que valorizam o corpo, a mente e o espírito. Quando dominada e redireccionada, esta força motivadora tem sido utilizada como uma poderosa força criativa na literatura, na arte, e para outros fins, incluindo a acumulação de riqueza. Um professor que preparou mais de trinta mil vendedores chegou à conclusão de que os indivíduos que têm maior confiança em termos sexuais são os vendedores mais eficientes. A explicação para isto é que o factor da personalidade conhecido como “magnetismo pessoal” é uma manifestação de energia sexual. Quando contrata pessoal de vendas, um bom director comercial coloca, desde logo, como prérequisito o magnetismo pessoal ou o carisma. As pessoas a quem falta este tipo de energia sexual nunca serão entusiastas nem irão inspirar os outros com o seu entusiasmo. E o entusiasmo é um dos pré-requisitos mais importantes na arte de vender, independentemente do que se está a vender. O orador público, o pregador, o advogado ou o vendedor que tem falta de carisma é um fracasso no que diz respeito à capacidade de influenciar os outros. Isso, mais o facto de a maior parte das pessoas ser influenciada por um apelo às suas emoções, deverá facilmente convencê-lo da importância do carisma enquanto parte das capacidades de um vendedor. Os grandes vendedores atingem a superioridade nas vendas porque eles transformam, consciente ou inconscientemente, o carisma (energia sexual) em entusiasmo nas vendas. Esta afirmação explica o sentido prático e verdadeiro da transmutação sexual. O significado da palavra transmutar é, numa linguagem simples, “a mudança ou transferência de um elemento ou forma de energia para outra forma de energia”. A transmutação de energia sexual significa desviar a mente de pensamentos de expressão física para pensamentos de outra natureza. Os vendedores que sabem como activar o carisma adquiriram a arte da transmutação sexual, quer o saibam ou não. A maioria dos vendedores que transmutam a sua energia sexual fá-lo sem estar consciente do que está a fazer ou de como está a fazê-lo. Você pode cultivar e desenvolver esta qualidade nas relações comerciais com outros. Através do seu aperfeiçoamento e compreensão, pode valer-se desta força de motivação vital e usá-la com grande proveito nas relações com outras pessoas. Esta energia pode ser transmitida aos outros dos seguintes modos: 1. O aperto de mão. O toque da mão indica automaticamente a presença ou a ausência de carisma. 2. O tom de voz. O carisma, ou energia sexual, é o factor que pode dar cor, música e encanto à voz. 3. Porte e postura corporal. As pessoas com carisma mexem-se energicamente, com elegância e à-vontade. 4. As vibrações do pensamento. As pessoas com carisma projectam sexualidade através da sua personalidade de uma forma que influencia aqueles que estão à sua volta. 5. Roupas e estilo. As pessoas carismáticas são habitualmente muito cuidadosas com a sua aparência pessoal. Em geral, escolhem roupas com um estilo adequado para favorecerem a sua personalidade, físico, cor de pele, etc. CRIATIVIDADE Foi para mim muito significativo descobrir que praticamente todos os grandes líderes que tive a oportunidade de analisar eram homens cujos feitos tinham sido inspirados em boa medida por uma mulher. Na maior parte dos casos, a mulher era a esposa, de quem o público pouco ou nada tinha ouvido falar. Em alguns dos casos que estudei a fonte de inspiração era “a outra mulher”. As páginas da História estão repletas de testemunhos de grandes homens, cujos feitos se podem ligar directamente à influência de mulheres que estimularam as faculdades criativas das suas mentes. Napoleão Bonaparte foi um deles. Enquanto inspirado pela sua primeira mulher, Josefina, foi irresistível e invencível. Quando o seu “discernimento” ou faculdade de raciocínio o induziu a afastar Josefina, começou o seu declínio. A sua derrota e o exílio para Santa Helena não tardaram. Abraham Lincoln foi um exemplo notável de grande líder que alcançou a sua grandeza através da descoberta e do uso da faculdade da sua imaginação criativa. Quase todos os livros sobre a sua vida referem que ele descobriu e começou a utilizar esta faculdade em resultado do amor que sentiu quando conheceu Anne Rutledge. Isto é mais do que uma curiosidade histórica; tem um grande significado no que diz respeito ao papel que a sexualidade desempenha no estudo da fonte do génio. Segue-se uma lista de homens famosos cujos feitos foram extraordinários: George Washington Napoleão Bonaparte William Shakespeare Abraham Lincoln Ralph Waldo Emerson Robert Burns Thomas Jefferson Elbert Hubbard Elbert H. Gary Woodrow Wilson John H. Paterson Andrew Jackson Enrico Caruso Quaisquer que sejam os testemunhos disponíveis sobre a vida destes homens de sucesso, todos indicam de forma convincente que cada um deles possuía uma natureza sexual altamente desenvolvida. Uma análise da informação retirada de biografias e de registos históricos leva às seguintes conclusões: 1. Os homens de maior sucesso possuem uma natureza sexual altamente desenvolvida, mas aprenderam a arte da transmutação da energia sexual. 2. Aqueles que acumularam grandes fortunas e que alcançaram renome na literatura, na arte, na indústria, na arquitectura e em todas as áreas da actividade humana foram influenciados por um(a) companheiro(a) ou um(a) amante. Ao serem impelidos por estas emoções, as pessoas ficam imbuídas de um super poder de acção. Se for capaz de compreender isto, compreenderá também que a transmutação sexual contém o segredo da capacidade criativa. É claro que isto não quer dizer que todas as pessoas que têm um grande apetite sexual são génios. As pessoas atingem o estatuto de génio apenas quando, ou se, estimulam as suas mentes de modo a poderem recorrer às forças disponíveis pela faculdade criativa da imaginação. Ainda que seja o mais importante de todos os estímulos ou catalisadores, a mera posse de energia sexual não é suficiente para produzir um génio. Essa energia deve ser transmutada do desejo de contacto físico para outra forma de desejo ou de acção antes de poder elevar alguém ao estatuto de génio. O GÉNIO E A IMAGINAÇÃO CRIATIVA Uma definição de génio poderia ser: “Alguém que descobriu como aumentar a intensidade do pensamento ao nível a que se consegue comunicar livremente com fontes de conhecimento não disponíveis no modo de pensamento normal”. Esta definição deve suscitar algumas questões na mente das pessoas que lerem este livro. A primeira questão poderá ser: “Como é possível comunicar com forças de conhecimento que não estão disponíveis através do pensamento normal?” A questão seguinte pode ser: “Existem fontes de saber que estão apenas à disposição dos génios, e, em caso afirmativo, que fontes são essas e de que forma podem ser alcançadas?” De seguida, faculto-lhe alguns métodos para poder fazer a experiência e provar para si mesmo que isto é verdade. Ao fazê-lo, obterá a resposta a ambas as perguntas. A existência de um “sexto sentido” tem sido razoavelmente comprovada. Este sexto sentido é a imaginação criativa. A faculdade da imaginação criativa é algo que a maioria das pessoas não usa durante a vida, e se a utiliza acontece por mero acaso. Apenas um reduzido número de pessoas usa deliberadamente a imaginação criativa com um objectivo específico. Aqueles que utilizam esta faculdade voluntariamente e conhecem plenamente as suas funções são génios. A imaginação criativa é o elo directo entre a sua mente finita e aquilo que designei por inteligência infinita. Todas as revelações e todas as descobertas de princípios básicos ou novos no campo das invenções provêm da faculdade da imaginação criativa. Quando as ideias, os conceitos ou os palpites lhe surgem subitamente, só podem ter vindo de uma das seguintes fontes: 1. Da mente de outra pessoa que acabou de libertar o pensamento, ideia ou conceito através do pensamento consciente. 2. Do seu subconsciente, que armazena todos os pensamentos e impressões que alguma vez atingiram o seu cérebro através de qualquer dos cinco sentidos. 3. Do armazém do subconsciente de outra pessoa. 4. Da inteligência infinita. Não existem outras fontes das quais possamos receber ideias “inspiradas” ou “palpites”. Quando a acção do cérebro é estimulada por qualquer um dos dez estimulantes da mente enumerados no início deste capítulo, isso eleva-o muito acima do horizonte do pensamento normal. Permite-lhe visionar pensamentos com um alcance, envergadura e qualidade não disponíveis num plano inferior, como quando resolve questões triviais de negócios. Quando se é elevado a um nível mais alto de pensamento, através do estímulo da mente, é como se se tivesse levantado voo num avião. Pode-se então ver acima e além do horizonte que limita a nossa visão quando estamos no chão. Para além disso, quando estamos nesse nível superior de pensamento, nem sequer nos preocupamos em satisfazer as três necessidades básicas de comida, vestuário e casa. Vivemos num mundo em que os pensamentos normais do quotidiano desapareceram, da mesma forma que os montes e vales que obstruem a visão no solo não produzem qualquer interferência quando voamos num avião. Quando nos encontramos nesse elevado plano de pensamento, a faculdade criativa tem liberdade para agir. O caminho está livre e o sexto sentido pode funcionar. torna-se receptivo a ideias que poderiam não nos chegar noutras circunstâncias. O sexto sentido é a faculdade que marca a diferença entre um génio e uma pessoa vulgar. DESENVOLVER A SUA IMAGINAÇÃO CRIATIVA Um estimulante mental consiste em qualquer influência que aumente temporária ou permanentemente a intensidade do pensamento. Os dez principais estimulantes anteriormente referidos são aqueles a que mais frequentemente se recorre. Através destas fontes, pode comunicar com a inteligência infinita, entrar no armazém do seu subconsciente ou até no de outra pessoa. É isso que um génio faz. Quanto mais utilizar a sua faculdade criativa, mais desperta e receptiva ela se torna a factores que ocorrem fora da sua mente consciente. E quanto mais esta faculdade criativa for usada, mais poderá confiar nela nos seus pensamentos e ideias. Esta faculdade apenas pode ser cultivada e desenvolvida através do seu uso. Aquilo a que geralmente nos referimos como a nossa “consciência” opera totalmente através da faculdade do sexto sentido. Os grandes artistas, escritores, músicos e poetas tornam-se grandiosos porque se habituam a confiar na “voz da consciência” que fala do interior, através da sua imaginação criativa. Um dos mais conhecidos oradores públicos reconheceu que as suas actuações só são grandiosas quando fecha os olhos e se entrega confiada e totalmente à faculdade da imaginação criativa. Quando lhe perguntei porque é que ele fechava os olhos mesmo antes do clímax do seu discurso, respondeu-me: “Faço isso porque, nessa altura, falo através de ideias que me vêm de dentro.” Um dos especialistas em finanças mais bem sucedidos e célebres da América tem o hábito de fechar os olhos durante dois ou três minutos antes de tomar uma decisão. Quando interrogado sobre o motivo, respondeu: “Com os olhos fechados, sou capaz de recorrer a uma fonte de inteligência superior.” Elmer R. Gates criou e registou mais de duzentas patentes úteis através do hábito de cultivar e usar a sua faculdade criativa. O seu método é importante e interessante para todos aqueles que pretendam atingir o estatuto de génio. Gates foi um dos maiores, ainda que menos propalados, cientistas do mundo. No seu laboratório, tinha aquilo a que chamava a sua “sala de comunicação pessoal”. Era praticamente à prova de som e não deixava entrar luz. Tinha uma pequena mesa onde conservava um bloco de papel para escrever. Em frente da mesa, na parede, encontrava-se o interruptor da luz. Quando Gates queria recorrer às forças ao seu dispor através da imaginação criativa, ia para a sua sala, sentava-se à mesa, apagava as luzes e concentrava-se nos factores conhecidos da invenção em que estava a trabalhar. Ficava nessa posição até que as ideias relacionadas com os factores desconhecidos da invenção começassem a “vir-lhe” à cabeça. Numa determinada altura, as ideias surgiram-lhe tão depressa que ele foi obrigado a escrever durante quase três horas. Quando os pensamentos deixaram de fluir, olhou para as anotações e descobriu que elas continham uma descrição pormenorizada de princípios sem paralelo nos dados do mundo científico conhecidos até então. Mais do que isso, a solução do seu problema estava precisamente naquelas anotações. Gates ganhou a vida “sentado à espera de ideias”. Fê-lo para indivíduos e para empresas, e algumas das pessoas mais consideradas e algumas das maiores empresas tradicionais da América pagaram-lhe para isso. A parte da mente que normalmente se utiliza para raciocinar pode ser imperfeita, porque é, em grande medida, orientada pela experiência acumulada. Nem todo o conhecimento que adquiriu através da experiência é correcto. Muitas vezes, as ideias “criativas” são muito mais fiáveis por provirem de fontes mais fiáveis do que as que estão ao dispor da capacidade de raciocínio da mente. OS MÉTODOS USADOS PELOS GÉNIOS ESTÃO AO SEU DISPOR A principal diferença entre o génio e o inventor comum é que o génio faz uso quer da faculdade sintética, quer da faculdade criativa da imaginação. Por exemplo, um inventor científico começa uma invenção organizando e combinando as ideias conhecidas ou os princípios acumulados através da experiência, por meio da faculdade sintética (a faculdade do raciocínio). Se considera que este conhecimento acumulado é insuficiente, o inventor recorre então às fontes de conhecimento disponíveis através da faculdade criativa. O processo através do qual o inventor faz isto varia segundo o indivíduo, mas a essência do procedimento é esta: 1. O inventor estimula a mente para que ela funcione num nível superior ao normal, através de um ou mais estimulantes mentais. 2. O inventor concentra-se então nos factores conhecidos (a parte acabada) da invenção e cria na sua mente a imagem perfeita dos factores desconhecidos (a parte inacabada da invenção). O inventor mantém esta imagem na sua mente até que o subconsciente se apodera dela, e depois relaxa, libertando a mente de qualquer pensamento, à espera que a resposta lhe “venha” à cabeça. Por vezes os resultados surgem nítidos e imediatos. Outras vezes são negativos, dependendo do estado de desenvolvimento do sexto sentido ou faculdade criativa. Thomas Edison experimentou mais de dez mil combinações de ideias diferentes por meio da faculdade sintética da sua imaginação, antes de se ter “sintonizado” através da faculdade criativa e obtido a resposta que aperfeiçoou a lâmpada incandescente. O fonógrafo resultou de uma experiência semelhante. A Natureza dotou o cérebro e a mente do ser humano de estimulantes internos que levam a mente, de uma forma segura, a ficar à escuta de pensamentos sublimes e excepcionais. Nunca foi encontrado um substituto satisfatório para os estímulos da Natureza. Contudo, não faltam na História exemplos de pessoas que ascenderam ao estatuto de génios em consequência do uso de estimulantes artificiais da mente. Edgar Allan Poe escreveu O Corvo sob a influência do álcool, “sonhando sonhos que nenhum mortal se atrevera a sonhar antes”. Samuel Taylor Coleridge escreveu Kubla Khan durante um sonho induzido pelo ópio e Robert Burns escrevia melhor quando estava embriagado. For Auld Lang Syne/ my dear/ we’ll take a cup of kindness yet/ for Auld Lang Syne9. É verdade que estas e outras figuras, conhecidas como génios, confiavam na estimulação artificial da mente, mas a lição mais importante a reter é que muitas delas se destruíram pelo uso destes estimulantes. Todas as pessoas inteligentes sabem que a estimulação em excesso, através de álcool ou de drogas, é uma forma destrutiva de intemperança. Para alguns, o excesso de expressão sexual pode tornar-se igualmente destrutivo. Uma pessoa sexualmente obcecada não é muito diferente de uma pessoa viciada em drogas ou no álcool. Ambas perderam o controlo das faculdades da razão e da força de vontade. A sexualidade humana é um poderoso impulso para a acção, mas a sua força é como a de um furacão – praticamente impossível de controlar totalmente. Quando um indivíduo é conduzido exclusivamente por emoções relacionadas com a sexualidade, essa pessoa pode ser capaz de grandes feitos, mas as suas acções são frequentemente desorganizadas e destrutivas. É verdade que uma pessoa pode procurar o sucesso financeiro ou o sucesso nos negócios explorando a força de atracção da energia sexual sem auto-controlo. Mas a história está repleta de provas de que essas pessoas têm provavelmente certos traços de carácter que lhes retiram a capacidade de manter ou de desfrutar das suas fortunas. O desconhecimento deste perigo potencial custou a milhares de pessoas a sua felicidade, apesar de possuírem riquezas. A partir da minha análise de mais de vinte e cinco mil pessoas, descobri que aqueles que têm sucesso notável muitas vezes só atingem o seu melhor rendimento quando passam dos quarenta ou dos cinquenta anos. Este facto foi tão surpreendente que me levou a dedicar-me ao estudo das suas causas com o maior cuidado. A minha investigação revelou que a principal razão pela qual as pessoas não têm sucesso na fase inicial da vida é a sua tendência para dispersar as energias devido aos excessos. A maioria das pessoas nunca se apercebe que a energia sexual tem outras possibilidades que não a sua expressão física. E muitos daqueles que fazem esta descoberta, fazem-na depois de a terem desperdiçado durante muitos anos, na altura em que a sua energia sexual estava no auge. A maioria das pessoas apercebe-se disto por acaso e muitas nem sequer sabem que tiveram acesso a este poder. Podem reconhecer que o seu poder de realização aumentou, mas não fazem ideia do que provocou essa mudança. Têm apenas a vaga percepção de que a natureza começa a harmonizar as emoções do amor e do sexo, de modo que podem recorrer a essas forças grandiosas e usá-las como estímulos da acção. A IMPORTÂNCIA DO AMOR O amor, o romance e o sexo são todos eles emoções capazes de levar as pessoas aos píncaros da realização suprema. Quando combinadas, estas três emoções podem elevar alguém à condição de génio. Qualquer pessoa que tenha sido influenciada pelo amor genuíno sabe que ele pode deixar vestígios duradouros no coração humano. O efeito do amor perdura, porque a sua natureza é espiritual. Aqueles que não podem ser estimulados pelo amor até aos píncaros da realização estão perdidos – estão mortos, embora pareçam viver. Se você pensa que é infeliz porque amou e perdeu, está errado. Alguém que amou verdadeiramente nunca pode perder completamente. O amor é caprichoso e temperamental. Ele vem quando lhe apetece e desaparece sem avisar. Aceite-o e aproveite-o enquanto dura, mas não perca tempo a preocupar-se quando ele desaparece. Preocupar-se não o trará de volta. Ponha de parte a ideia de que o amor só surge uma vez. O amor pode ir e vir vezes sem conta, mas não há duas experiências amorosas que o afectem exactamente da mesma maneira. Pode haver uma experiência amorosa que deixe uma marca mais profunda no coração do que todas as outras, mas todas as experiências amorosas são benéficas, excepto para aqueles que se tornam rancorosos e cínicos quando o amor desaparece. Até mesmo as recordações do amor podem elevar e estimular a sua mente. Regresse, de vez em quando, ao seu passado e mergulhe a sua mente nas belas recordações de um velho amor. Isso irá apaziguar as suas preocupações e dar-lhe-á uma forma de escape da desagradável realidade da vida. E talvez durante este retiro temporário no mundo da fantasia, o seu subconsciente lhe forneça ideias ou planos que podem mudar por completo o estatuto financeiro ou espiritual da sua vida. Não deve haver nenhuma decepção por causa do amor e não haveria se as pessoas percebessem a diferença entre as emoções do amor e do sexo. O amor é uma emoção com muitas nuances e cores, mas a mais intensa e ardente de todas é a que resulta da mistura das emoções do amor e do sexo. Os casamentos ou compromissos que não são abençoados com o amor devidamente contrabalançado com o sexo não podem ser felizes – e raramente duram muito tempo. Nem o amor, nem o sexo sozinhos trazem a felicidade. O amor é espiritual. O sexo é biológico. Nenhuma experiência que toca o coração humano com força espiritual pode ser prejudicial, excepto pela ignorância ou pelo ciúme. A presença de emoções destrutivas na mente pode envenená-la de tal forma que destrói o seu sentido de justiça e de equidade. Tal como um químico pode pegar em certos elementos químicos – que não são por si só perigosos – e, ao juntá-los, criar um veneno mortífero, da mesma maneira as emoções do sexo e do ciúme, quando misturadas, podem tornar-se igualmente letais. O amor é a emoção que serve de válvula de segurança e que traz equilíbrio, sensatez e esforço construtivo. O amor é, sem dúvida, a maior experiência da vida. Ele pode levá-lo à comunhão com a inteligência infinita. Quando o amor comanda as emoções, pode também conduzi-lo ao esforço criativo. O caminho para o génio consiste no desenvolvimento, controlo e uso do sexo, do amor e do romance. Sinteticamente, o processo pode ser descrito da seguinte forma: Encoraje a presença de emoções positivas enquanto pensamentos dominantes na sua mente e desencoraje as emoções destrutivas. A mente é uma criatura de hábitos. Desenvolve-se com base nos pensamentos dominantes com que é alimentada. Através da força de vontade, pode desencorajar ou encorajar a presença de qualquer emoção. Não é difícil controlar a sua mente através da força da sua vontade. O controlo nasce da persistência e do hábito. O segredo do controlo reside na compreensão do processo de transmutação. Quando qualquer emoção negativa surge na sua mente, pode ser transmutada numa emoção positiva ou construtiva pelo simples processo de mudar os seus pensamentos. Não existe outra via para o génio senão a do esforço individual voluntário. Quando a emoção do romance é adicionada às do amor e do sexo, os obstáculos entre a mente finita e a inteligência infinita são eliminados. Então, nasce um génio! 9. Verso do poema “Auld Lang Syne”, que se tornou numa das mais conhecidas músicas anglo-saxónicas, cantada tradicionalmente no primeiro dia do ano. (N. do T.) :: CAPÍTULO 11 :: O subconsciente O elo de ligação O DÉCIMO PRIMEIRO PASSO PARA A RIQUEZA O subconsciente consiste num campo da consciência onde são classificados e registados todos os impulsos de pensamento que chegam ao nível consciente através dos cinco sentidos. O subconsciente recebe e arquiva as impressões dos sentidos e os pensamentos, independentemente da sua natureza. Pode depositar-se no subconsciente qualquer plano, pensamento ou objectivo que se pretenda traduzir no seu equivalente físico ou monetário. Os desejos que foram misturados com sentimento emocional e fé nas capacidades são os mais fortes. Por isso, são eles os primeiros a que o subconsciente reage. O subconsciente trabalha de noite e de dia e, de um modo que não é totalmente compreendido, parece ser capaz de recorrer às forças da inteligência infinita para obter o poder de transmutar os desejos no seu equivalente físico. E fá-lo da forma mais prática e directa. Não se pode controlar totalmente o subconsciente, mas pode entregar-se-lhe qualquer plano, desejo ou objectivo que se queira ver transformado numa determinada forma. Reporte-se de novo às instruções do capítulo 3 para usar o subconsciente. O êxito não precisa de explicações. O fracasso não permite desculpas. A partir da minha pesquisa, concluí que o subconsciente é o elo de ligação entre a mente finita do homem e a inteligência infinita. É o intermediário através do qual se pode recorrer às forças da inteligência infinita. Só o subconsciente detém o processo através do qual os impulsos mentais (pensamentos) são modificados e convertidos no seu equivalente espiritual (energia). Só ele é o meio através do qual as preces (desejo) podem ser transmitidas à fonte capaz de lhes responder (a inteligência infinita). COMO POTENCIAR O SUBCONSCIENTE PARA O ESFORÇO CRIATIVO As possibilidades do que se pode fazer quando se liga o esforço criativo ao subconsciente são incríveis. enchem-me de profundo respeito. Nunca abordo a discussão do subconsciente sem um sentimento de pequenez e de inferioridade, pelo facto do conhecimento humano sobre este assunto ser lamentavelmente tão limitado. Antes de mais, deve aceitar como um facto a existência do subconsciente e do que ele pode fazer por si. Isto permitir-lhe-á perceber as suas potencialidades enquanto meio de transmutar os seus desejos no seu equivalente físico ou monetário, e compreenderá o significado completo das instruções fornecidas no capítulo 3, Desejo. Irá também perceber a importância de tornar claros os seus desejos e de os redigir, assim como entenderá a necessidade da persistência para seguir as instruções. Os treze princípios, base deste livro, são os estímulos com os quais adquire a capacidade de atingir e influenciar o seu subconsciente. Não se deixe desencorajar se não conseguir fazer isto à primeira tentativa. Lembre-se de que o subconsciente pode ser comandado apenas através do hábito. Ainda não teve tempo para dominar a fé. Seja paciente. Seja persistente. Muitas das afirmações dos capítulos sobre a fé e a auto-sugestão são aqui repetidos para benefício do seu subconsciente. Lembre-se, o seu subconsciente funciona, quer faça qualquer esforço para o influenciar ou não. Isto significa que pensamentos de medo, de pobreza e todas as ideias negativas vão afectar o seu subconsciente, a menos que domine estes impulsos e lhe ofereça um alimento mais apetecível para se sustentar. O subconsciente não fica parado. Se não plantar desejos na mente subconsciente, ela irá alimentar-se dos pensamentos que lhe chegarem em consequência da sua negligência. Tanto os pensamentos negativos como os positivos chegam continuamente ao seu subconsciente. Estes pensamentos provêm de quatro fontes: (1) conscientemente, através de outras pessoas, (2) o seu subconsciente, (3) subconscientemente, através de outras pessoas e (4) a inteligência infinita. Todos os dias, todos os tipos de impulsos do pensamento atingem o seu subconsciente sem o seu conhecimento. Alguns destes impulsos são negativos, outros são positivos. Neste preciso momento, você deveria estar a tentar especificamente cortar o fluxo de impulsos negativos e a trabalhar activamente para influenciar o seu subconsciente com impulsos positivos de desejo. Quando conseguir isto, possuirá a chave que abre a porta do seu subconsciente. Mais do que isso, irá controlar essa porta de tal forma que nenhum pensamento indesejável poderá influenciar o seu subconsciente. Tudo o que você cria começa sob a forma de um impulso do pensamento. Nada pode criar sem primeiro conceber em pensamento. Com a ajuda da imaginação, os pensamentos podem ser organizados em forma de planos. A imaginação, quando submetida ao seu controlo, pode ser usada para criar planos e objectivos que conduzam ao êxito na ocupação da sua escolha. Todos os pensamentos que queira converter num êxito, e que depositou no seu subconsciente, têm de passar pela imaginação e ser misturados com a fé (nas suas capacidades). A “mistura” da fé com um plano ou objectivo a submeter ao subconsciente só pode ser feita através da imaginação. A partir destas afirmações, deve ficar claro para si que, se quer fazer uso do seu subconsciente, isso irá exigir a coordenação e a aplicação integral dos treze princípios do êxito que constituem a base deste livro. FAÇA COM QUE AS EMOÇÕES POSITIVAS TRABALHEM POR/PARA SI O subconsciente é mais susceptível à influência do pensamento quando misturado com sentimentos ou emoções, do que à dos pensamentos provenientes apenas da parte da mente correspondente ao raciocínio. Na verdade, existem muitas provas a apoiar a teoria de que apenas os pensamentos “emocionalizados” têm influência real no subconsciente. É um facto que as emoções ou os sentimentos governam a maioria das pessoas. Se é verdade que o subconsciente reage melhor e mais depressa a pensamentos bem misturados com emoções, é essencial que se familiarize com as emoções mais importantes. Há sete emoções positivas principais e sete principais emoções negativas. As negativas penetram naturalmente nos seus pensamentos e vão directamente para o subconsciente sem qualquer ajuda da sua parte. As emoções positivas têm de ser injectadas por si nos impulsos do pensamento que pretende passar para o seu subconsciente, recorrendo ao princípio da auto-sugestão. Estas emoções, ou impulsos dos sentimentos, podem ser comparadas ao fermento num pedaço de pão. Elas são o elemento de acção que leva os impulsos do pensamento de um estado passivo para o estado activo. É por isso que os impulsos do pensamento que foram bem misturados com a emoção têm efeitos mais rápidos do que os impulsos do pensamento provenientes da “razão fria”. Você está a preparar-se para influenciar e controlar a “audiência interna” do seu subconsciente, com vista a entregar-lhe o desejo de dinheiro, que quer ver transmutado no seu equivalente físico, monetário. Por isso, é essencial que compreenda o método de abordar esta “audiência interna”. Tem de falar a sua linguagem. Ela entende melhor a linguagem da emoção ou do sentimento. Seguem-se as sete principais emoções positivas e as sete principais emoções negativas. Enumero-as aqui para que possa recorrer às positivas e evitar as negativas quando transmitir instruções ao seu subconsciente. AS SETE PRINCIPAIS EMOÇÕES POSITIVAS > Emoção do Desejo > Emoção da Fé > Emoção do Amor > Emoção do Sexo > Emoção do Entusiasmo > Emoção do Romance > Emoção da Esperança Existem outras emoções positivas, mas estas são as sete mais poderosas e as mais vulgarmente utilizadas no esforço criativo. Domine estas sete emoções (só podem ser dominadas com o uso) e as outras emoções positivas estarão às suas ordens quando precisar delas. Lembre-se de que está a estudar um livro que pretende ajudá-lo a desenvolver a “consciência do dinheiro”, preenchendo a sua mente com emoções positivas. AS SETE PRINCIPAIS EMOÇÕES NEGATIVAS A EVITAR > Emoção do Medo > Emoção do Ciúme > Emoção do Ódio > Emoção da Vingança > Emoção da Ganância > Emoção da Superstição > Emoção da Raiva As emoções positivas e negativas não podem ocupar a mente ao mesmo tempo. Uma ou outra deve dominar. É da sua responsabilidade assegurar que as emoções positivas constituam a influência dominante da sua mente. É aqui que a lei do hábito o irá ajudar. Adquira o hábito de aplicar e usar as emoções positivas. Elas acabarão por dominar a sua mente, de tal forma que as emoções negativas não poderão entrar. Só seguindo estas instruções à letra e continuamente é que poderá garantir o controlo do seu subconsciente. A presença de uma única emoção negativa na sua mente consciente é suficiente para destruir todas as possibilidades de ajuda construtiva por parte do seu subconsciente. Nós adquirimos hábitos com base no grau de reforço que recebemos. Os hábitos não fazem juízos morais; podem ser bons ou maus. Ambos se formam pela repetição. Se experimentamos algo e gostamos dos resultados, repetimos a acção. Pode substituir pensamentos negativos por positivos, pode substituir a inacção pela acção e pode adquirir qualquer hábito que queira. Os seus pensamentos são a única coisa que pode controlar totalmente, se decidir fazê-lo. Pode controlar os seus pensamentos para controlar os seus hábitos. O SEGREDO DAS PRECES EFICAZES A maioria das pessoas recorre à prece apenas quando tudo o resto falhou ou então reza através de um ritual de palavras sem sentido. E porque a maioria das pessoas que reza o faz apenas depois de tudo o resto ter falhado, vai rezar com as mentes cheias de medo e de dúvida. Como o medo e a dúvida são as emoções que se misturam à prece, são elas que o subconsciente transmite e são elas que a inteligência infinita recebe e, com base nelas, vai agir. Se reza por alguma coisa, mas enquanto reza tem medo de que possa não ser ouvido ou de que a inteligência infinita não aja com base na sua prece, a sua prece terá sido em vão. A prece resulta, por vezes, na realização daquilo por que se reza. Se alguma vez passou pela experiência de receber algo por que rezou, volte atrás com a memória e lembre-se do seu verdadeiro estado de espírito enquanto estava a rezar, e ficará a saber com toda a certeza que a teoria aqui descrita é mais do que uma teoria. O método através do qual pode comunicar com a inteligência infinita é muito semelhante ao modo como a vibração do som é transmitida pelas ondas de rádio. O som não pode ser transmitido através da atmosfera sem ter sido convertido num nível de vibração muito alto. O posto de rádio recebe o som da voz humana e modifica-o, aumentando a vibração milhões de vezes. Só deste modo é que a energia do som pode ser enviada à distância. Depois desta transformação ter tido lugar, a energia (que originalmente existia sob a forma de vibrações de som) é emitida ou transmitida como um sinal de rádio. Quando um aparelho de rádio recebe a transmissão a alta velocidade, ele reconverte essa energia no seu nível de vibração original mais lento, e quando é reduzida ao seu nível original, ela faz vibrar o diafragma do altifalante, que reproduz o som original da voz. O subconsciente é o intermediário que traduz as preces ou desejos em termos que a inteligência infinita pode receber. A resposta volta a si sob a forma de uma ideia ou de um plano preciso para conseguir o objectivo das suas preces. Quando compreender este princípio, saberá porque é que as simples palavras que lê num livro não podem servir como agente de comunicação entre a mente do homem e a inteligência infinita. :: CAPÍTULO 12 :: O cérebro A estação emissora e receptora do pensamento O DÉCIMO SEGUNDO PASSO PARA A RIQUEZA Foi quando estava a trabalhar com o falecido Alexander Graham Bell e com Elmer R. Gates que sugeri pela primeira vez a ideia de que qualquer cérebro humano é simultaneamente uma estação emissora e receptora para as vibrações do pensamento. De um modo semelhante ao princípio base do funcionamento de um aparelho de rádio, qualquer cérebro humano é capaz de captar vibrações do pensamento que estão a ser libertadas por outros cérebros. Não espere pelos problemas, pois eles habitualmente não o desapontam. Como foi explicado em capítulos anteriores, é a sua imaginação criativa que constitui o “aparelho receptor” do seu cérebro, que recebe pensamentos do seu subconsciente e, em determinadas circunstâncias, recebe pensamentos libertados pelos cérebros de outros. A sua imaginação criativa é a interligação entre o seu consciente ou mente racional e as quatro fontes de onde recebe estímulos de pensamento: (1) conscientemente, provindos de outras pessoas, (2) o seu subconsciente, (3) subconscientemente, provindos de outras pessoas e (4) a inteligência infinita. Quando estimulada ou acelerada para um nível elevado de vibração, a mente torna-se mais receptiva aos pensamentos que a atingem provenientes de fontes exteriores. Este processo de aceleração tem lugar quer através de emoções positivas, quer através de emoções negativas. Através das emoções, as vibrações do pensamento podem ser aumentadas. Um cérebro que foi estimulado pelas emoções funciona a um ritmo muito mais rápido do que quando essa emoção está sossegada ou ausente. O resultado é a intensificação do pensamento, a tal ponto que a imaginação criativa se torna altamente receptiva às ideias. Por outro lado, quando o cérebro funciona a um ritmo rápido, isso proporciona também aos seus próprios pensamentos o sentimento emocional que é essencial antes de eles serem captados e trabalhados pelo subconsciente. O subconsciente é a “estação emissora” do cérebro, através da qual as vibrações do pensamento são transmitidas. A auto-sugestão é o meio pelo qual você pode pôr em funcionamento a sua “estação emissora”. A imaginação criativa é o “aparelho receptor” através do qual a energia do pensamento é captada. AS MAIORES FORÇAS SÃO INTANGÍVEIS No passado, dependemos demasiado dos nossos sentidos físicos e limitámos o nosso conhecimento às coisas físicas que podíamos ver, tocar, pesar e medir. Creio que entrámos na mais maravilhosa de todas as eras – uma era que nos ensinará mais sobre as forças intangíveis do mundo à nossa volta. Talvez venhamos a descobrir que há um “outro eu” mais poderoso do que o eu físico que vemos quando nos olhamos ao espelho. Muitas pessoas não levam a sério esses intangíveis – as coisas que não podem apreender através de qualquer dos cinco sentidos. Contudo, minimizar a ideia da existência de forças que são intangíveis ou que não podem ser explicadas é ignorar o facto de que todos nós somos controlados, a cada dia que passa, por forças invisíveis e intangíveis. A humanidade não tem o poder de lidar nem de controlar a força intangível contida nas ondas agitadas do oceano. Ainda não compreendemos totalmente a força intangível da gravidade que mantém este pequeno planeta suspenso no espaço e que nos impede de cair dele, e muito menos temos o poder de controlar essa força. Somos completamente submissos à força intangível que acompanha uma tempestade e igualmente impotentes perante a força intangível da electricidade. Não compreendemos a força (e a inteligência) intangível contida no chão da Terra – a força que nos dá cada pedaço de comida que comemos, cada artigo de vestuário que usamos e cada dólar que trazemos no bolso. Por fim, mas não menos importante, com toda a cultura e educação que temos, continuamos a perceber pouco ou nada do maior de todos os intangíveis: o pensamento. Contudo, começamos a aprender bastante sobre o complexo funcionamento do cérebro físico e os resultados são surpreendentes. Sabemos que o painel central de comandos do cérebro humano – o número de linhas que ligam as células do cérebro umas às outras – é representado pelo número 1 seguido de quinze milhões de zeros. C. Judson Herrick, da Universidade de Chicago, diz: “O número é tão extraordinário que os dados astronómicos referentes a centenas de milhões de anos-luz se tornam insignificantes quando comparados com ele… Calcula-se que existem entre 10 a 14 milhares de milhões de células nervosas no córtex do cérebro humano e sabemos que elas estão organizadas segundo padrões precisos. Esta organização não é acidental. Ela segue uma ordem.” É para mim inconcebível que uma tal rede de maquinaria complexa exista com o único objectivo de executar as funções físicas ligadas ao crescimento e manutenção do corpo físico. Não é provável que o mesmo sistema que dá a milhares de milhões de células do cérebro um meio de comunicação umas com as outras forneça também os meios de comunicação com outras forças intangíveis? Depois deste livro ter sido escrito, pouco antes do manuscrito ir para o editor, o New York Times publicou um editorial mostrando que pelo menos uma grande universidade e um investigador inteligente no campo dos fenómenos mentais estão a conduzir uma investigação organizada, através da qual foram retiradas conclusões que encontram o seu paralelo em muitas das que são descritas neste e no próximo capítulo. O editorial analisava resumidamente o trabalho levado a cabo por J. B. Rhine e seus parceiros na Duke University: O QUE É A TELEPATIA? Há um mês citámos nesta página alguns dos espantosos resultados alcançados pelo Professor Rhine e seus parceiros na Duke University, a partir de mais de cem mil testes feitos para determinar a existência da “telepatia” e da “clarividência”. Estes resultados foram resumidos em dois artigos na Harper’s Magazine. No segundo, que acaba de surgir, o autor, E. H. Wright, tenta resumir o que foi descoberto ou o que parece razoável inferir, no que diz respeito à natureza exacta destes modos de percepção “extra-sensoriais”. A real existência da telepatia e da clarividência parece agora a alguns cientistas altamente provável, em resultado das experiências de Rhine. Foi pedido a várias pessoas dotadas de faculdades telepáticas que identificassem o maior número possível de cartas de um baralho especial, sem olhar para elas e sem recurso a qualquer outro sentido. Descobriu-se que cerca de vinte homens e mulheres podiam regularmente identificar tantas cartas correctamente que “não havia uma hipótese em muitos milhões de poderem ter feito tais proezas por sorte ou por acaso”. Mas como é que eles fizeram? Estes poderes, assumindo que eles existem, não parecem ser sensoriais. Não existe um órgão conhecido para eles. As experiências funcionaram tanto a distâncias de várias centenas de quilómetros como numa mesma sala. Estes factos, na opinião de Wright, afastam também a tentativa de explicar a telepatia ou a clarividência através de qualquer teoria física da radiação. Todas as formas de energia radiante diminuem inversamente ao quadrado da distância percorrida. A telepatia e a clarividência não. Mas elas variam realmente devido a causas físicas, tal como acontece com outros poderes mentais. Contrariamente à opinião geral, não melhoram quando o telepata está a dormir ou meio-adormecido, mas, pelo contrário, quando está mais desperto e alerta. Rhine descobriu que os narcóticos baixam invariavelmente o resultado de um telepata, enquanto que um estimulante o aumenta. Mesmo o mais fiável executante não consegue, aparentemente, um bom resultado se não se esforçar ao máximo. Uma conclusão que Wright daí retira com alguma confiança é que a telepatia e a clarividência são, na verdade, uma e a mesma coisa. Isto é, a faculdade que “vê” a face de uma carta virada para baixo numa mesa parece ser exactamente a mesma que “lê” um pensamento que se situa apenas noutra mente. Há várias razões para acreditar nisto. Até agora, os dois dons foram encontrados em todas as pessoas que possuem qualquer um deles. Se tem estas capacidades, ambas parecem ter a mesma força. Barreiras, muros, distâncias não têm efeito sobre qualquer uma delas. Wright manifesta o “palpite” de que outras experiências extra-sensoriais, tais como sonhos proféticos, premonições de catástrofes e experiências semelhantes podem também fazer parte da mesma faculdade. Não se exige ao leitor que aceite nenhuma destas conclusões, mas as provas que Rhine acumulou continuam a ser impressionantes. COMO UNIR AS MENTES NUM TRABALHO DE EQUIPA Tendo em conta as descobertas do Dr. Rhine sobre as condições em que a mente reage ao que ele designa por modos extra-sensoriais de percepção, gostaria de acrescentar as minhas próprias observações. Eu e os meus parceiros descobrimos aquilo que julgamos ser as condições ideais em que a mente pode ser estimulada, de modo a que este “sexto sentido” possa ser posto em funcionamento de uma forma prática. Para começar, devo explicar que existe uma ligação de trabalho muito próxima entre mim e dois dos membros do meu pessoal. Através da experimentação e da prática, descobrimos como estimular as nossas mentes de forma a podermos, por meio de um processo de junção das nossas três mentes numa só, encontrar a solução para uma grande variedade de problemas apresentados pelos meus clientes. O procedimento é muito simples. Sentamo-nos a uma mesa de reuniões, expomos claramente a natureza do problema que temos à nossa consideração e começamos a discuti-lo. Cada qual contribui com todos os pensamentos que lhe ocorram (aplicando o princípio usado relativamente aos “conselheiros invisíveis”, descrito no próximo capítulo). O estranho neste método de estimulação da mente é que ele põe cada participante em comunicação com fontes desconhecidas de conhecimento, decididamente para além da sua experiência. Se compreende o princípio descrito no capítulo do Master Mind, reconhece, com certeza, esta mesa redonda como uma aplicação prática do Master Mind. Este método de estimulação da mente, através da discussão de assuntos precisos entre três pessoas, ilustra o uso mais simples e mais prático do Master Mind. Quando recorrer ao poder do seu grupo Master Mind, descobrirá que quanto mais trabalharem juntos, mais cada membro irá aprender a antecipar as ideias de outros e a ligar-se imediatamente ao seu intenso entusiasmo e inspiração. Você não pode controlar totalmente este processo, mas quanto mais o usar mais ele entrará em acção. Ao adoptar e seguir um plano semelhante, estará a fazer uso da famosa fórmula de Carnegie descrita no capítulo 1. Se isto não significa nada para si nesta altura, assinale esta página e leia-a de novo depois de ter terminado o último capítulo. :: CAPÍTULO 13 :: O sexto sentido A porta do templo da sabedoria O DÉCIMO TERCEIRO PASSO PARA A RIQUEZA O décimo terceiro princípio é conhecido como sexto sentido, através do qual a inteligência infinita pode comunicar, e comunica de facto, voluntariamente, sem qualquer esforço ou solicitação por parte do indivíduo. Este princípio é o cume da filosofia do êxito. Só pode ser assimilado, compreendido e aplicado através do domínio dos outros doze princípios. O sexto sentido é aquela parte do subconsciente que foi referida como a imaginação criativa e também como o “aparelho receptor” com o qual as ideias, planos e pensamentos lhe vêm à cabeça. Esses flashes são por vezes chamados palpites ou inspirações. O sexto sentido desafia qualquer descrição. Não pode ser explicado a uma pessoa que não domine os princípios desta filosofia, porque ela não possui qualquer conhecimento e nem tem experiência com aquilo a que o sexto sentido se pode comparar. Os grandes feitos são geralmente fruto de grande sacrifício e nunca resultam do egoísmo. Depois de dominar os princípios deste livro, estará preparado para aceitar como verdadeira uma afirmação que, de outra forma, poderia parecer-lhe inaceitável. Através do sexto sentido, será avisado de perigos iminentes a tempo de os evitar e saberá de oportunidades a tempo de as agarrar. À medida que for desenvolvendo o seu sexto sentido, será como se um anjo da guarda viesse em seu auxílio e o apoiasse; um anjo da guarda que lhe irá abrir, em todas as ocasiões, a porta do templo da sabedoria. MILAGRES DO SEXTO SENTIDO Não sou crente nem defensor da existência de “milagres”, pela simples razão de que tenho conhecimento suficiente da Natureza para perceber que ela nunca se desvia das suas leis. Contudo, acredito que algumas das leis da Natureza são tão incompreensíveis que produzem aquilo que parecem ser milagres. O sexto sentido está mais perto de ser um milagre do que qualquer outra coisa que eu tenha conhecido. Isto eu sei – que há um poder, ou uma Primeira Causa, ou uma inteligência que perpassa cada átomo de matéria e que envolve cada unidade de energia perceptível pelo homem. Sei que a inteligência infinita é aquilo que converte as bolotas em carvalhos, que faz com que a água corra encosta abaixo respondendo à força da gravidade, que faz suceder a noite ao dia e o Inverno ao Verão, mantendo cada um o seu lugar certo e a relação com o outro. De acordo com a filosofia explicada neste livro, esta inteligência pode ajudá-lo a transformar os desejos numa forma concreta ou material. Eu sei isto porque experimentei – e porque o vivi. Passo a passo, ao longo dos capítulos anteriores, foi conduzido até aqui, ao último princípio. Se domina cada um dos anteriores, está agora preparado para aceitar, sem cepticismo, as extraordinárias afirmações feitas aqui. Se não domina os outros princípios, tem de o fazer antes de poder determinar definitivamente se as afirmações feitas neste capítulo são factos ou ficção. DEIXE QUE GRANDES PESSOAS DÊEM FORMA À SUA VIDA Nunca me livrei completamente do hábito de idolatrar heróis. Quando passei pela fase da veneração de heróis, dei por mim a tentar imitar aqueles que eu mais admirava. A minha experiência ensinou-me que a melhor coisa depois de ser verdadeiramente grande é imitar tanto quanto possível os grandes, tentar agir como eles, ser e sentir como eles tanto quanto se possa. Descobri que a fé com que tentava imitar os meus ídolos me dava a excepcional capacidade de os imitar com bastante êxito. Muito antes de ter escrito uma linha sequer com vista à sua publicação ou de ter feito qualquer discurso em público, tinha por hábito remodelar o meu carácter, tentando imitar os nove homens cujas vidas e obras mais me tinham impressionado. Estes nove homens eram Emerson, Paine, Edison, Darwin, Lincoln, Burbank, Napoleão, Ford e Carnegie. Todas as noites, durante longos anos, reuni em conselho imaginário com este grupo, a quem chamei os meus “conselheiros invisíveis”. Era assim que fazia. À noite, mesmo antes de adormecer, fechava os olhos e via na minha imaginação este grupo de homens sentados comigo em volta da mesa do conselho. Aí, tinha não só a oportunidade de me sentar entre aqueles que considerava serem grandes, mas, na verdade, de dominar o grupo ao desempenhar a função de presidente do conselho. Tinha um objectivo bem preciso ao usar a minha imaginação desta forma, que era o de reconstruir o meu próprio carácter para que ele se tornasse uma combinação dos caracteres dos meus conselheiros imaginários. Percebendo que tinha de ultrapassar a desvantagem de ter nascido num meio de ignorância e superstição, atribuí-me deliberadamente a tarefa de renascer por vontade própria através do método acima descrito. FORMAR O CARÁCTER ATRAVÉS DA AUTO-SUGESTÃO Eu sabia, é claro, que todos nos tornamos no que somos em função dos nossos pensamentos e desejos dominantes. Sabia que qualquer desejo profundamente enraizado leva uma pessoa a encontrar uma forma de transformar esse desejo em realidade. Sabia que a auto-sugestão é um poderoso factor para construir o carácter. Na verdade, é o único princípio através do qual o carácter é construído. Com este conhecimento do modo como a mente funciona, encontrava-me razoavelmente apetrechado com o equipamento necessário para reconstruir o meu carácter. Nestas reuniões imaginárias do conselho, solicitava dos membros do meu gabinete o conhecimento com que eu desejava que cada um contribuísse. Chegava a falar em voz alta com cada um deles, da maneira que se segue: “Sr. Emerson, desejo adquirir consigo a extraordinária compreensão do que é a Natureza, e que o distinguiu na vida. Peço que grave no meu subconsciente as qualidades que possuía e lhe permitiram compreender e adaptar-se às leis da natureza. Sr. Burbank, solicito que me transmita o conhecimento que lhe permitiu harmonizar de tal forma as leis da natureza que fez com que o cacto perdesse os espinhos e se tornasse num alimento comestível. Dê-me acesso ao conhecimento que lhe permitiu fazer com que duas folhas de erva crescessem onde antes só uma crescia. Napoleão, desejo adquirir consigo a extraordinária capacidade que possuía de inspirar os seus homens e de os estimular a agirem com espírito determinado. Desejo também adquirir o espírito de uma fé duradoura que lhe permitiu transformar a derrota em vitória e superar obstáculos espantosos. Sr. Paine, desejo adquirir consigo a liberdade de pensamento, a coragem e a clareza com que exprimiu as convicções que tanto o notabilizaram. Sr. Darwin, desejo adquirir consigo a extraordinária paciência e capacidade para estudar causas e efeitos, sem parcialidade nem preconceitos, tão bem exemplificadas por si no campo das ciências naturais. Sr. Lincoln, desejo inculcar no meu carácter o agudo sentido de justiça, o incansável espírito de paciência, o sentido de humor, a compreensão do ser humano e a tolerância que eram as suas características distintivas. Sr. Carnegie, desejo adquirir a compreensão exaustiva dos princípios do esforço organizado, que tão eficazmente utilizou na construção de uma grande empresa industrial. Sr. Ford, desejo adquirir o seu espírito de persistência, a determinação, a postura e a autoconfiança que lhe permitiram dominar a pobreza e organizar, unificar e simplificar o esforço humano, de modo a que possa ajudar outros a seguir as suas pisadas. Sr. Edison, desejo adquirir consigo o extraordinário espírito de fé com que desvendou tantos segredos da natureza, e o espírito de luta contínuo com que tantas vezes arrancou a vitória quando a derrota era certa.” O PODER SURPREENDENTE DA IMAGINAÇÃO O método de me dirigir aos membros do meu gabinete imaginário variava consoante os traços de carácter que estava mais interessado em adquirir. Estudei os relatos das vidas deles com um cuidado meticuloso. Após alguns meses deste hábito nocturno, fiquei surpreendido pois os meus conselheiros imaginários começavam a tornar-se cada vez mais reais para mim. Cada um destes nove homens desenvolveu características individuais que me surpreenderam. Por exemplo, Lincoln criou o hábito de chegar sempre atrasado e de andar às voltas com um andar solene. Tinha sempre uma expressão de seriedade no rosto. Raramente o vi sorrir. O mesmo não era verdade com os outros. Burbank e Paine divertiam-se frequentemente com conversas espirituosas, o que às vezes parecia chocar os outros membros do gabinete. Um dia, Burbank atrasou-se. Quando chegou, estava todo entusiasmado e explicou que se atrasara devido a uma experiência que andava a fazer, com a qual esperava produzir maçãs em qualquer tipo de árvore. Paine censurou-o, lembrando-o de que foi uma maçã que provocou todos os problemas entre o homem e a mulher. Darwin ria entre dentes, enquanto sugeria a Paine que tivesse cuidado com as pequenas serpentes quando ia à floresta apanhar maçãs, porque elas tinham o hábito de se tornar serpentes grandes. Emerson observou: “Sem serpentes, não há maçãs”. E Napoleão salientou: “Sem maçãs, não há estado!” Estas reuniões tornaram-se tão realistas que fiquei com medo das suas consequências e interrompi-as durante vários meses. A experiência foi tão estranha que receei que se continuasse com ela, perderia a noção de que as reuniões eram apenas experiências da minha imaginação. Ao escrever este livro, tive pela primeira vez a coragem de contar isto. Sabia, pela minha própria atitude em relação a estas experiências, que seria mal-interpretado se relatasse a minha invulgar experiência. Tenha agora a coragem de reduzir isto a escrito porque preocupo-me menos com o que “os outros dizem” do que em anos anteriores. Se é certo que os membros do meu gabinete são pura ficção e as reuniões existiram apenas na minha imaginação, não é menos verdade que me conduziram aos gloriosos caminhos da aventura, renovaram a minha concepção da verdadeira grandeza, estimularam a minha criatividade e inspiraram-me a ser honesto e audacioso ao expressar os meus pensamentos. USAR A FONTE DE INSPIRAÇÃO Algures na estrutura celular do cérebro há algo que recebe as vibrações do pensamento, às quais se chama vulgarmente palpites. Até agora, a ciência não descobriu onde se localiza este sexto sentido, mas isso não é importante. O facto é que os seres humanos recebem conhecimento preciso através de outras fontes para além dos sentidos físicos. Em geral, esse conhecimento é recebido quando a mente está sob o efeito de uma extraordinária estimulação. Qualquer incidente inesperado que desperta as emoções e faz com que o coração bata mais depressa pode pôr o sexto sentido em acção. Qualquer pessoa que tenha escapado por um triz a um acidente de carro sabe que o sexto sentido vem muitas vezes em seu socorro e, por uma fracção de segundo, ajuda a evitar o acidente. Faço referência a isto como pano de fundo para a seguinte constatação: em muitas ocasiões em que tive de enfrentar situações de emergência, algumas delas tão graves que a minha vida esteve em risco, fui milagrosamente guiado no meio de tais dificuldades pela influência dos meus “conselheiros invisíveis”. O meu objectivo inicial ao realizar reuniões do conselho com seres imaginários era apenas o de usar a auto-sugestão para gravar no meu subconsciente certas características que queria adquirir. Em anos mais recentes, as minhas experiências tomaram um rumo totalmente diferente. Agora apresento aos meus conselheiros imaginários todos os problemas difíceis com que eu e os meus clientes nos confrontamos. Durante as minhas reuniões com estes “conselheiros invisíveis”, a minha mente encontra-se extremamente receptiva a ideias, pensamentos e conhecimento que me chegam através do sexto sentido. Os resultados são muitas vezes surpreendentes, embora eu não dependa totalmente deste tipo de conselhos. O sexto sentido não é algo que uma pessoa possa pôr e tirar à vontade. A capacidade de usar este grande poder surge devagar, através da aplicação dos outros princípios delineados neste livro. Quem quer que você seja, ou qualquer que possa ter sido o seu objectivo ao ler este livro, pode tirar proveito dele, mesmo que não perceba totalmente como ou porque é que o princípio descrito neste livro funciona. Isto é especialmente verdadeiro se o seu objectivo principal for a acumulação de dinheiro ou de outras coisas materiais. Este capítulo sobre o sexto sentido foi escrito porque o livro tenciona apresentar uma filosofia completa, através da qual os leitores possam, de modo infalível, guiar-se a si próprios na obtenção do que desejam da vida. O ponto de partida de qualquer feito é o desejo. A meta é o tipo de conhecimento que leva à compreensão – compreensão de si mesmo, compreensão dos outros, compreensão das leis da natureza e reconhecimento e compreensão da felicidade. O perfeito conhecimento disto surge com a familiarização e o uso do princípio do sexto sentido. Ao ler este capítulo, poderá ter-se sentido elevado a um nível superior de estimulação mental. Esplêndido! Regresse a este capítulo daqui a um mês, leia-o mais uma vez e repare que a sua mente irá elevar-se a um nível ainda mais alto de estimulação. Repita esta experiência de tempos a tempos, sem se importar com o que aprende de cada vez. Acabará por se encontrar na posse de um poder que lhe permitirá libertar-se do desânimo, dominar o medo, superar a postergação e recorrer livremente à sua imaginação. Então terá sentido o toque daquele “algo” desconhecido, o espírito que insuflou todos os pensadores, líderes, artistas, músicos, escritores ou homens de estado verdadeiramente grandes. Então, terá a possibilidade de transmutar os seus desejos no seu equivalente físico ou financeiro, tão facilmente quanto, pelo contrário, poderia resignar-se e desistir ao primeiro sinal de contrariedade. :: NOTA FINAL :: Os seis fantasmas do medo Quantos estão no seu caminho? Antes de poder pôr em prática e com êxito qualquer parte desta filosofia, a sua mente tem de estar preparada para a receber. A preparação não é difícil. Começa com o estudo, a análise e o reconhecimento de três inimigos que terá de eliminar – a indecisão, a dúvida e o medo. O homem que realmente sabe o que quer da vida já percorreu um longo caminho para lá chegar. O sexto sentido jamais funcionará enquanto estes três pontos negativos, ou um deles, permanecer na sua mente. Os membros deste trio malévolo estão intimamente ligados; onde se encontra um, os outros dois estão por perto. A indecisão é a semente do medo. Lembre-se disto à medida que lê. A indecisão cristaliza em dúvida; as duas misturam-se e tornam-se no medo. O processo de “mistura” é muitas vezes lento. Esta é uma razão pela qual estes inimigos são tão perigosos. Germinam e crescem sem que a sua presença seja notada. O resto deste capítulo descreve um estado de espírito que você deve atingir antes da filosofia poder ser posta em prática. Este capítulo analisa também um estado mental que reduziu um vasto número de pessoas à pobreza e atesta uma verdade que tem de ser compreendida por todos os que acumulam riquezas, quer em dinheiro quer em estado de espírito, o qual pode ser muito mais valioso do que o dinheiro. O objectivo deste capítulo é focar a atenção nas causas e na cura dos seis medos básicos. Antes de poder dominar um inimigo, deve conhecer o seu nome, os seus hábitos e onde o atacar. À medida que for lendo, analise-se a si próprio e determine qual dos seis medos mais comuns, eventualmente, está agarrado a si. E tenha em mente que por vezes eles estão escondidos no subconsciente, onde é difícil localizá-los e ainda mais difícil eliminá-los. OS SEIS MEDOS BÁSICOS Existem seis medos básicos. Todas as pessoas sofrem, a dada altura, de alguma combinação destes medos. A maior parte das pessoas tem sorte se não sofrer dos seis ao mesmo tempo. Eles são, por ordem de frequência: > O medo da pobreza > O medo das críticas > O medo da doença > O medo da perda do amor de alguém > O medo da velhice > O medo da morte Todos os outros medos são de menor importância e são na realidade uma mera variação destes seis. Os medos não são mais do que estados de espírito. O seu estado de espírito está sujeito ao seu controlo e orientação. Nada se pode criar sem que antes se conceba sob a forma de um impulso do pensamento. A afirmação que se segue é ainda de maior importância: os impulsos do pensamento começam a traduzir-se imediatamente no seu equivalente físico, quer esses pensamentos sejam voluntários ou involuntários. Mesmo os impulsos do pensamento que são captados por mero acaso (pensamentos que foram libertados por outras mentes) podem determinar o seu destino financeiro, empresarial, profissional ou social com o mesmo grau de certeza que os pensamentos criados intencionalmente. Este facto explica também porque é que algumas pessoas parecem ter sorte, enquanto outras, com iguais ou maiores talentos, formação, experiência e capacidade intelectual parecem destinadas ao infortúnio. A explicação é que temos a capacidade de controlar totalmente a nossa mente. Com este controlo, podemos abri-la aos impulsos do pensamento que estão a ser libertados por outros cérebros ou podemos fechar bem as portas e aceitar apenas os impulsos do pensamento por que optamos. A Natureza dotou os seres humanos apenas com o controlo absoluto de uma coisa, e essa coisa é o pensamento. Este dado, associado ao facto suplementar de que tudo o que criamos começa sob a forma de um pensamento, leva-nos até bem perto do princípio pelo qual o medo pode ser dominado. Se é verdade que todo o pensamento tem a tendência para se revestir do seu equivalente físico (e isto é verdade, sem espaço para qualquer dúvida), é igualmente verdade que os impulsos dos pensamentos de medo e de pobreza não podem ser transformados em coragem e ganhos financeiros. O PRIMEIRO MEDO BÁSICO: O MEDO DA POBREZA Não pode haver meio-termo entre a pobreza e a riqueza. As duas vias que conduzem à pobreza e à riqueza correm em sentidos opostos. Se quer riqueza, tem de recusar aceitar qualquer situação que conduza à pobreza. (A palavra riqueza é usada no seu sentido mais lato, significando bem-estar financeiro, espiritual, mental e material). O ponto de partida do caminho que conduz à riqueza é o desejo. No capítulo 1, recebeu instruções completas para usar correctamente o desejo. Neste capítulo sobre o medo, receberá instruções completas para preparar a sua mente de modo a fazer uso prático do desejo. Este é o momento para fazer a si próprio um desafio que irá determinar definitivamente o quanto absorveu desta filosofia. Este é o momento em que pode decidir o que o futuro lhe reserva. Se depois de ler este capítulo estiver disposto a aceitar a pobreza, pode bem convencer-se de que terá a pobreza. Esta é uma decisão que não pode evitar. Mas se exigir riqueza, determine a forma e a quantidade necessárias para o satisfazer. Você conhece o caminho que conduz à riqueza. Foi-lhe dado um mapa e, se o seguir, ele mantê-lo-á nesse caminho. Se não tiver o cuidado de começar mesmo no princípio, ou se parar antes de ter chegado ao fim, só você será o culpado e mais ninguém. Essa responsabilidade é sua. Nenhuma desculpa vai livrá-lo de aceitar a responsabilidade se falhar agora ou se se recusar a pedir riquezas da vida. Tudo o que precisa é apenas de uma coisa – curiosamente, a única coisa que pode controlar –, e essa coisa é um estado de espírito. Um estado de espírito é algo que depende de si. Não pode ser comprado; tem de ser criado. O MEDO MAIS DESTRUTIVO O medo da pobreza é um estado de espírito, nada mais. Mas é o suficiente para destruir as suas possibilidades de êxito em qualquer empreendimento. Este medo paralisa a sua capacidade de usar a razão, destrói a imaginação, acaba com a autoconfiança, enfraquece o entusiasmo, desencoraja a iniciativa, leva à incerteza nos objectivos, encoraja a postergação, elimina o entusiasmo e torna o autocontrolo impossível. Retira o encanto da sua personalidade, destrói a possibilidade do pensamento rigoroso, dispersa a concentração no esforço. derrota a persistência, reduz a força de vontade a nada, destrói a ambição, turva a memória e convida ao fracasso de todas as formas possíveis e imagináveis. Mata o amor e assassina as mais belas emoções do coração, desencoraja a amizade e convida ao desastre de mil formas, leva à falta de sono, à miséria e à infelicidade – e tudo isto apesar do facto óbvio de que se vive num mundo de superabundância de tudo aquilo que o seu coração poderia desejar, com nada entre si e os seus desejos excepto a falta de um objectivo preciso. O medo da pobreza é sem dúvida o mais destrutivo dos seis medos básicos. Foi colocado no topo da lista porque é o mais difícil de controlar. O medo da pobreza cresceu a partir da nossa tendência hereditária para atacar economicamente os nossos semelhantes. Quase todos os animais abaixo de nós são movidos pelo instinto, mas a sua capacidade para “pensar” é limitada e, por isso, eles atacam os outros fisicamente. Nós, com o nosso sentido de intuição superior, com a capacidade para pensar e raciocinar, não comemos o corpo dos outros. Os seres humanos retiram maior satisfação em “devorar” os outros em termos financeiros. Os humanos são tão avarentos que foram aprovadas todas as leis concebíveis para nos proteger uns dos outros. Nada traz tanto sofrimento e humilhação como a pobreza! Só aqueles que passaram pela pobreza compreendem totalmente o significado disto. Não admira que tenhamos medo da pobreza. Através de uma longa sucessão de experiências que herdámos, aprendemos definitivamente que não se pode confiar em certas pessoas no que respeita a questões de dinheiro e de posses terrenas. Estamos tão ansiosos em possuir riqueza que estamos dispostos a obtê-la de qualquer maneira possível – se possível por meios legais; por outros meios, se for necessário ou oportuno. A auto-análise pode revelar fraquezas que não se gosta de reconhecer. Mas este tipo de exame é essencial se queremos exigir da vida mais do que a mediocridade e a pobreza. Lembre-se, à medida que se examina ponto por ponto, que é simultaneamente o tribunal e o júri, o advogado de acusação e o advogado de defesa e que é simultaneamente o queixoso e o réu. Você está a ser julgado. Encare os factos honestamente. Faça a si próprio perguntas claras e exija respostas directas. Quando o exame terminar saberá mais sobre si mesmo. Se não se sente um juiz imparcial, recorra a alguém que o conheça bem para servir de juiz enquanto se interroga. Você procura a verdade. Obtenha-a, não importa a que preço, ainda que isso o possa comprometer temporariamente. Se lhe perguntassem o que mais teme, a maioria das pessoas responderia: “Não tenho medo de nada.” A resposta não seria correcta, porque poucas pessoas se apercebem de que estão amarradas, limitadas, vencidas física e espiritualmente por algum tipo de medo. A emoção do medo é tão subtil e está tão profundamente localizada que se pode passar a vida toda sem dar pela sua presença. Só uma análise corajosa irá revelar este inimigo universal. Quando começar esta análise, procure bem no fundo do seu carácter. Segue-se uma lista dos sintomas que deve procurar. SINTOMAS DO MEDO DA POBREZA > Indiferença. Vulgarmente expressa pela falta de ambição, resignação em tolerar a pobreza e a aceitação de qualquer compensação que a vida possa oferecer sem protestar. É também a preguiça física e mental e a falta de iniciativa, imaginação, entusiasmo e autocontrolo. > Indecisão. O hábito de permitir que outros pensem por si. Não tomar partido. > Dúvida. Expressa geralmente através de falsos álibis e desculpas concebidos para encobrir, justificar ou desculpar falhanços. Expressa, por vezes, sob a forma de inveja daqueles que têm sucesso ou através de críticas. > Preocupação. Normalmente expressa na busca de falhas nos outros, na tendência para gastar para além das possibilidades, no descuido com a aparência pessoal, semblante carregado e carrancudo, nervosismo, falta de atitude, inibição e, frequentemente, pelo uso de álcool ou drogas. > Cautela excessiva. O hábito de procurar o lado negativo de todas as situações. Pensar e falar de possíveis falhanços em vez de se concentrar em ter sucesso. Conhecer todos os caminhos para a catástrofe, mas nunca procurar os planos para evitar o falhanço. Ficar à espera do “momento certo” para começar, até que esperar se torna um hábito permanente. Recordar aqueles que falharam e esquecer aqueles que tiveram sucesso. Concentrar-se no buraco do donut e ignorar o donut à volta do buraco. > Postergação. O hábito de deixar para amanhã o que devia ter sido feito o ano passado. Passar mais tempo a arranjar desculpas do que seria necessário para fazer o trabalho. Este sintoma está intimamente ligado à cautela excessiva, à dúvida e à preocupação. Recusa em aceitar responsabilidades. Propensão para aceitar o compromisso em vez de admitir o confronto. Resignação em face das dificuldades, em vez de as dominar e de as usar como pontos de passagem para avançar. Regatear com a vida por um cêntimo em vez de exigir a prosperidade, a opulência, a riqueza, a satisfação e a felicidade. Planear o que fazer em caso de falhanço, em vez de queimar todas as pontes e tornar a retirada impossível. Fraqueza, e muitas vezes total ausência, de autoconfiança, de precisão de objectivos, de autocontrolo, iniciativa, entusiasmo, ambição, frugalidade e de uma sólida capacidade de raciocínio. Esperar a pobreza em vez de exigir riqueza. Associar-se àqueles que aceitam a pobreza em vez de procurar a companhia daqueles que exigem e recebem riquezas. O DINHEIRO FALA! Alguns vão perguntar: “Porque é que você escreveu um livro sobre dinheiro? Porquê medir a riqueza apenas em dólares?” Alguns vão achar, e com razão, que existem outras formas de riqueza mais desejáveis do que o dinheiro. Sim, há riquezas que não podem ser medidas em dólares, mas também há milhões de pessoas que dizem: “Dêem-me todo o dinheiro de que preciso e conseguirei tudo o que quero.” A principal razão pela qual escrevi este livro sobre o modo de conseguir dinheiro é que milhões de homens e mulheres vivem paralisados com medo da pobreza. O que este tipo de medo faz a uma pessoa foi bem descrito por Westbrook Pegler: O dinheiro não passa de conchas do mar, de rodelas de metal ou bocados de papel e há tesouros do coração e da alma que o dinheiro não pode comprar, mas a maior parte das pessoas, porque não tem dinheiro, é incapaz de ter isto em mente e conservar o ânimo. Quando um homem está completamente arruinado e anda pelas ruas da amargura, incapaz de arranjar um emprego, algo acontece ao seu espírito que se torna visível na inclinação dos ombros, na forma como usa o chapéu, no seu andar e no seu olhar. Ele não consegue libertar-se de um sentimento de inferioridade entre as pessoas que têm emprego certo, ainda que saiba que eles não são decididamente seus iguais no que diz respeito ao carácter, à inteligência ou à capacidade. Essas pessoas – até mesmo os seus amigos – têm, por outro lado, um sentimento de superioridade em relação a ele e encaram-no, talvez inconscientemente, como uma vítima. Ele pode pedir dinheiro emprestado durante algum tempo, mas não o suficiente para manter o nível de vida a que está acostumado, e não poderá continuar a pedir emprestado durante muito tempo. Mas pedir dinheiro emprestado, quando é apenas para viver, é por si só uma experiência deprimente, e este dinheiro não tem o mesmo poder de lhe reavivar o ânimo que o dinheiro ganho. É claro que nada disto se aplica aos vagabundos ou às pessoas que não fazem nada, mas apenas a homens com a ambição e a auto-estima normais. As mulheres que passam pelas mesmas dificuldades devem ser diferentes. Por alguma razão, não conseguimos pensar nas mulheres como estando totalmente arruinadas. Raramente as vemos nas filas de distribuição de alimentos ou a mendigar nas ruas e não são reconhecíveis entre a multidão pelos mesmos traços distintivos que identificam os homens falidos. É claro que não me refiro àquelas bruxas que arrastam os pés pelas ruas da cidade e que são em número correspondente ao dos habituais vagabundos masculinos. Refiro-me a mulheres razoavelmente jovens, decentes e inteligentes. Devem existir muitas, mas o seu desespero não é visível. Quando um homem está arruinado tem muito tempo para matutar. Pode andar quilómetros para ir ver uma pessoa por causa de um emprego e descobrir que o lugar já está ocupado ou que o emprego não tem nenhum salário-base, mas apenas uma comissão sobre a venda de qualquer bagatela inútil que ninguém se daria ao trabalho de comprar a não ser por pena. Ao recusar essa proposta, vê-se de volta às ruas sem nenhum sítio certo para onde ir. Por isso anda sem destino. Olha fixamente para as montras das lojas onde se expõem luxos que não estão ao seu alcance, sente-se inferior, e dá passagem às pessoas que olham para essas montras com verdadeiro interesse. Vagueia até à estação de comboios ou inscreve-se na biblioteca para descansar as pernas e receber um pouco de calor, mas isso não é procurar um emprego, e, por isso, põe-se de novo a caminho. Talvez ele não o saiba, mas a sua falta de objectivos acabaria por denunciá-lo, mesmo que os seus traços físicos não o fizessem. Ele pode estar bem vestido, com roupas que ficaram dos tempos em que tinha um emprego fixo, mas elas não conseguem disfarçar o seu abatimento. vê milhares de outras pessoas, contabilistas, vendedores, farmacêuticos, motoristas, ocupados no seu trabalho e inveja-os do fundo da alma. Eles têm a sua independência, a sua auto-estima e a sua virilidade, e ele, pura e simplesmente, não consegue convencer-se de que também é um homem bom, embora se debata constantemente com isso e chegue sempre a um veredicto favorável. É apenas o dinheiro que faz a diferença nele. Com algum dinheiro ele voltaria a ser ele próprio. O SEGUNDO MEDO BÁSICO: O MEDO DAS CRÍTICAS Ninguém sabe dizer exactamente como é que ganhámos este medo, mas uma coisa é certa – temo-lo de uma forma altamente desenvolvida. Sou levado a atribuir o medo básico das críticas àquela parte da nossa natureza herdada que nos impele, não só a apropriar-nos dos bens e pertences dos outros, mas também a justificar as nossas acções criticando o carácter dos outros. É bem sabido que um ladrão irá criticar o homem que rouba; que os políticos procuram obter os seus cargos, não através da demonstração das suas próprias virtudes e qualificações, mas conduzindo campanhas contra os seus opositores. Os designers e fabricantes de roupa não demoraram a tirar partido deste medo básico das críticas. As tendências mudam a cada estação. Quem define as modas? O comprador não é, com certeza. São os designers e os fabricantes. Porque é que eles mudam as tendências tantas vezes? A resposta é óbvia. Eles mudam as tendências para poderem vender mais roupa. O medo das críticas retira a iniciativa às pessoas, destrói o seu poder de imaginação, limita a sua individualidade, faz desaparecer a sua autoconfiança e prejudica-as de mil outras formas. Os pais provocam muitas vezes danos irreparáveis aos filhos com as suas críticas. A mãe de um dos meus amigos costumava castigá-lo com uma chibata quase todos os dias, terminando sempre com a afirmação: “Vais acabar na prisão antes dos vinte anos.” Ele foi mandado para uma casa de correcção com dezassete. As críticas são um tipo de serviço que nos prestam em demasia. Toda a gente tem uma pilha delas, que lhe são entregues gratuitamente, quer sejam pedidas ou não. Os seus familiares mais próximos são muitas vezes os piores agressores. Deveria ser considerado um crime (e na realidade é um crime da pior espécie) o facto de um pai criar complexos de inferioridade na mente de uma criança por meio de críticas desnecessárias. Os patrões que compreendem a natureza humana obtêm o melhor das pessoas, não através de críticas, mas com sugestões construtivas. Os pais podem conseguir o mesmo com os seus filhos. As críticas semeiam o medo ou o ressentimento no coração dos homens, em vez de darem origem ao amor ou ao afecto. SINTOMAS DO MEDO ÀS CRÍTICAS Este medo é quase tão universal como o medo da pobreza e os seus efeitos são igualmente fatais para o êxito pessoal, sobretudo porque destrói a iniciativa e desencoraja o uso da imaginação. Os principais sintomas deste medo são: > Inibição. Expressa geralmente no nervosismo, na timidez no diálogo e no encontro com estranhos, nos movimentos esquisitos e na fuga do olhar. > Falta de postura. Expressa pela falta de controlo da voz, nervosismo na presença de outros, má postura, memória fraca. > Falta de personalidade. Falta de firmeza nas decisões, de encanto pessoal e de capacidade de exprimir opiniões com determinação. O hábito de contornar os assuntos em vez de os enfrentar com firmeza. Concordar com os outros sem analisar cuidadosamente suas opiniões. > Complexo de inferioridade. O hábito de expressar auto-aprovação como meio de esconder o seu sentimento de inferioridade. Usar “palavras caras” para impressionar os outros (muitas vezes sem saber o verdadeiro significado das palavras). Imitar os outros na maneira de vestir, de falar e de ser. Gabar-se de feitos imaginários e “armar-se em bom” para esconder o facto de se sentir inferior. > Extravagância. O hábito de tentar “armar-se em rico” e de gastar para além das suas posses. > Falta de iniciativa. Incapacidade de agarrar oportunidades de promoção, medo de exprimir opiniões, falta de confiança nas suas próprias ideias, dar respostas evasivas a questões feitas pelos superiores, hesitação na atitude e no discurso, ludibriar tanto por palavras como por acções. > Falta de ambição. Preguiça física e mental, falta de auto-afirmação, lentidão na tomada de decisões, ser muito facilmente influenciado, o hábito de aceitar a derrota sem protestar e de abandonar um empreendimento quando outros se opõem. Também o hábito de criticar os outros pelas costas e de os elogiar pela frente, desconfiar de outras pessoas sem motivo, falta de tacto nas atitudes e nas palavras e relutância em aceitar a culpa pelos próprios erros. O TERCEIRO MEDO BÁSICO: O MEDO DA DOENÇA Este medo pode ser atribuído à hereditariedade, quer física, quer social. Está intimamente ligado ao medo da velhice e ao medo da morte. Temos medo da doença devido às terríveis imagens que nos foram metidas na cabeça sobre o que poderá acontecer quando a morte nos surpreender. Receamola também pelos custos financeiros que pode acarretar. Um médico conceituado estimou que 75 por cento das pessoas que vão ao médico sofre de hipocondria (doença imaginária). Ficou demonstrado que o medo da doença, mesmo quando não há a menor razão para tal, produz frequentemente os sintomas da doença temida. Muito poderosa é a mente humana! Ela constrói e destrói. Através de uma série de experiências, o meu pessoal comprovou como as pessoas são vulneráveis ao poder da sugestão. Pedimos a três conhecidos nossos que visitassem separadamente a “vítima”. tinham instruções para perguntar: “O que é que te dói? Pareces muito doente.” O primeiro inquiridor recebeu um sorriso e um descontraído “nada, estou bem”. Ao segundo inquiridor respondeu com a afirmação: “Não sei bem, mas realmente sinto-me mal.” O terceiro inquiridor foi recebido com a assunção de que a vítima se sentia de facto doente. Existem provas irrefutáveis de que as doenças começam, por vezes, sob a forma de impulsos negativos do pensamento. Esses pensamentos podem ser colocados na sua mente através de sugestão ou criados por si na sua própria mente. Os médicos mandam os pacientes para outros climas porque é necessária uma mudança de “atitude mental”. A semente do medo à doença vive na mente de todos os seres humanos. A preocupação, o medo, o desânimo ou o desapontamento podem fazer com que esta semente germine e cresça. SINTOMAS DO MEDO DA DOENÇA Os sintomas deste medo quase universal são: > Auto-sugestão. O hábito de usar negativamente a auto-sugestão ao procurar e esperar encontrar sintomas de todo o tipo de doenças. “Ter prazer” na sua doença imaginária e falar dela como se fosse real. O hábito de experimentar mezinhas recomendadas por outros como tendo valor terapêutico. Falar com outros sobre operações, acidentes e outras formas de doença. Experimentar dietas, exercício físico, sistemas de perda de peso, sem aconselhamento profissional. Experimentar medicamentos caseiros, especialidades farmacêuticas e remédios de “curandeiros”. > Hipocondria (um termo médico para doença imaginária). O hábito de falar excessivamente de doenças e, ao concentrar a mente na doença, começar a pensar que isso irá ocorrer. Nada do que se vende em frascos pode curar este estado. Ele é provocado por pensamentos negativos e nada a não ser o pensamento positivo o pode curar. Diz-se que, às vezes, a hipocondria faz tantos estragos como a verdadeira doença. > Exercício. O medo da doença interfere muitas vezes no exercício físico adequado e origina excesso de peso. > Sensibilidade excessiva. O medo da doença quebra as suas resistências naturais, o que faz com que tenha predisposição para a verdadeira doença. O medo da doença está frequentemente relacionado com o medo da pobreza, sobretudo no caso do hipocondríaco que se preocupa constantemente com a possibilidade de ter de pagar contas do médico, contas do hospital, etc. Este tipo de pessoa passa muito tempo a preparar-se para a doença, a falar da morte, a poupar dinheiro para um lugar no cemitério, despesas de funeral e afins. > Auto-comiseração. O hábito de procurar apoio. O hábito de fingir estar doente para encobrir a sua preguiça ou para lhe servir de álibi para a falta de ambição. (As pessoas recorrem frequentemente a esta artimanha para evitar trabalhar.) > Intemperança. O hábito de consumir álcool ou drogas para acabar com a dor, em vez de eliminar a causa. > O hábito de ler coisas sobre a doença e de se preocupar com a possibilidade de ser atingido por ela. O QUARTO MEDO BÁSICO: O MEDO DA PERDA DO AMOR O ciúme e outras formas semelhantes de neurose nascem do nosso medo da perda do amor de alguém. Este medo é o mais doloroso de entre todos os seis medos básicos. Provavelmente, provoca uma maior razia no corpo e na mente do que qualquer outro dos seis medos básicos. SINTOMAS DO MEDO DA PERDA DO AMOR Os sintomas distintivos deste medo são: > Ciúme. O hábito de desconfiar de amigos e da pessoa amada. O hábito de acusar a mulher ou o marido de infidelidade sem qualquer fundamento. A desconfiança geral e não confiar totalmente em ninguém. > Implicação. O hábito de implicar com amigos, parentes, parceiros de negócios e com a pessoa amada à mínima provocação ou sem qualquer razão. > Jogar. O hábito de jogar, roubar, enganar ou de correr riscos perigosos para arranjar dinheiro para a pessoa amada, na convicção de que o amor pode ser comprado. O hábito de gastar para além dos seus meios ou de incorrer em dívidas para arranjar prendas para a pessoa amada, de modo a causar uma boa impressão. Insónia, nervosismo, falta de persistência, fraqueza de vontade, falta de autocontrolo e de autoconfiança, mau feitio. O QUINTO MEDO BÁSICO: O MEDO DA VELHICE No essencial, este medo nasce de duas fontes. Primeiro, o pensamento de que a velhice pode trazer consigo a pobreza. Segundo, a preocupação bastante generalizada com o que nos espera no outro mundo. A causa mais comum do medo da velhice está associada à possibilidade da pobreza. “Asilo” é uma palavra feia. provoca calafrios em todas as pessoas que encaram a possibilidade de ter de passar o fim da vida dependentes de qualquer forma de caridade. A possibilidade da doença, mais comum à medida que as pessoas envelhecem, é também um factor que contribui para este usual medo da velhice, assim como a preocupação devida ao decréscimo da sexualidade. Outro factor que contribui para o medo da velhice é a possibilidade da perda de liberdade e de independência, pois a velhice pode arrastar a perda da liberdade, tanto física como económica. SINTOMAS DO MEDO DA VELHICE Os sintomas mais frequentes deste medo são: > Falta de entusiasmo. A tendência para abrandar e desenvolver um complexo de inferioridade, acreditando erradamente que está a “piorar” por causa da idade. O hábito de eliminar a iniciativa, a imaginação e a autoconfiança, acreditando erradamente que está demasiado velho para usar estas qualidades. > Insegurança no discurso. O hábito de usar desculpas, alegando ser “velho”, só porque chegou aos quarenta ou aos cinquenta, em vez de inverter o discurso e exprimir gratidão por ter atingido a idade da sabedoria e do entendimento. > Vestuário e comportamento impróprios. Tentar parecer muito mais novo do que a sua idade, exagerando na sua tentativa de se manter a par com o estilo e manias da juventude. O SEXTO MEDO BÁSICO: O MEDO DA MORTE Para alguns, este é o mais cruel de todos os medos básicos. A razão é óbvia. A terrível tortura do medo associado ao pensamento da morte pode, na maioria dos casos, ser imputada ao fanatismo religioso. Os chamados “bárbaros” temem menos a morte do que os mais “civilizados”. Há centenas de milhões de anos que colocamos as mesmas questões, ainda sem resposta: “De onde é que eu vim?” e “Para onde é que eu vou?” Nas eras mais negras do passado, os mais astutos não demoraram a oferecer respostas a estas perguntas, em troca de um preço. “Venha para a minha tenda, abrace a minha fé, aceite os meus dogmas e eu dar-lhe-ei um bilhete que fará com que entre directamente no céu quando morrer”, diz o líder religioso. “fique fora da minha tenda”, diz o mesmo líder, “e o diabo virá e queimá-lo-á para toda a eternidade.” O pensamento do castigo eterno destrói o interesse na vida e torna a felicidade impossível. Embora o líder religioso, na realidade, possa não ser capaz de lhe fornecer um salvo-conduto para o céu ou de o mandar para o inferno, a segunda possibilidade parece, no entanto, terrível. A simples ideia apodera-se da imaginação de uma forma tão realista que paralisa a razão e desencadeia o medo da morte. O medo da morte não é hoje tão comum como na época em que não existiam grandes escolas e universidades. Os homens de ciência iluminaram o mundo com a luz da verdade, e esta verdade está a libertar rapidamente homens e mulheres do terrível medo da morte. Os rapazes e as raparigas que frequentam as escolas e as universidades não são facilmente impressionáveis pelo fogo do inferno. Através do conhecimento, os medos da idade das trevas que controlaram a mente foram dissipados. O mundo inteiro é feito de quatro coisas apenas: tempo, espaço, energia e matéria. Na física elementar aprendemos que nem a matéria nem a energia (as únicas duas realidades conhecidas pelo Homem) podem ser criadas ou destruídas. Tanto a matéria como a energia podem ser transformadas, mas nenhuma delas pode ser destruída. A vida é energia, se é que é algo. Se nem a energia nem a matéria podem ser destruídas, é claro que a vida não pode ser destruída. A vida, tal como outras formas de energia, pode ser transmitida através de vários processos de transição ou de mudança, mas não pode ser destruída. A morte é uma mera transição. E se a morte não é mais do que uma mudança ou transição, então não há nada depois da morte a não ser um sono longo, eterno e tranquilo, e o sono não é algo a temer. Se consegue aceitar a lógica disto, pode eliminar para sempre o seu medo da morte. SINTOMAS DO MEDO DA MORTE Os sintomas gerais deste medo são: > O hábito de pensar na morte, em vez de aproveitar a vida ao máximo. Isto deve-se geralmente à falta de objectivos ou à falta de uma ocupação adequada. Este medo é mais predominante entre os mais velhos, mas por vezes os mais jovens são vítimas dele. O melhor de todos os remédios para o medo da morte é um desejo ardente de realização, suportado pelo serviço útil prestado a outras pessoas. Uma pessoa ocupada raramente tem tempo para pensar na morte. Uma pessoa ocupada considera a vida demasiado emocionante para se preocupar com a morte. > Por vezes o medo da morte está intimamente associado ao medo da pobreza, pois a morte poderia deixar os entes queridos na pobreza. > Noutros casos, o medo da morte é provocado pela doença e pelo colapso da resistência física. > As causas mais frequentes do medo da morte são a doença, a pobreza, a falta de uma ocupação apropriada, a desilusão amorosa, a loucura e o fanatismo religioso. A CATÁSTROFE DA PREOCUPAÇÃO E DO PENSAMENTO DESTRUTIVO A preocupação é um estado de espírito baseado no medo. Ela funciona devagar, mas de forma persistente. É subtil e traiçoeira. Aloja-se pouco a pouco, até que paralisa a faculdade do raciocínio e destrói a autoconfiança e a iniciativa. A preocupação é uma forma de medo constante provocada pela indecisão. Por isso, é um estado de espírito que pode ser controlado. Uma mente agitada é impotente. A indecisão torna uma mente agitada. A maioria dos indivíduos tem falta de força de vontade para tomar decisões rapidamente e para as manter depois de as tomar. Nós não nos preocupamos com as condições depois de termos tomado a decisão de optar por uma determinada linha de acção. Uma vez entrevistei um homem que tinha sido condenado à morte e ia ser electrocutado daí a duas horas. Este homem era o mais calmo dos oito que estavam com ele na cela dos condenados à morte. A calma dele levou-me a perguntar como é que ele se sentia, sabendo que iria daí para a eternidade num curto espaço de tempo. Com um sorriso de confiança no rosto, ele disse: “É uma sensação óptima. Pense só, irmão, em breve os meus problemas terão acabado. Só tive problemas em toda a minha vida. Foi uma dificuldade arranjar comida e roupa. Em breve deixarei de precisar dessas coisas. Sinto-me bem desde que soube que ia morrer de certeza. Decidi então aceitar o meu destino de boa vontade.” Enquanto falava, devorava um jantar suficiente para três homens, engolindo cada garfada da comida que lhe fora trazida e manifestamente apreciando-a tanto como se não o esperasse nenhuma calamidade. A decisão deu a este homem a resignação face ao seu destino. A decisão pode também impedir uma pessoa de aceitar situações indesejadas. Através da indecisão, os seis medos básicos são traduzidos num estado de preocupação. Libertese para sempre do medo da morte ao tomar a decisão de aceitá-la como um acontecimento inevitável. Elimine o medo da velhice tomando a decisão de encará-la, não como uma desvantagem, mas como uma bênção que traz consigo sabedoria, autocontrolo e entendimento. Domine o medo da perda do amor tomando a decisão de passar sem ele se isso for necessário. Vença o medo das críticas tomando a decisão de não se preocupar com o que os outros pensam, fazem ou dizem. Supere o medo da doença através da decisão de esquecer os sintomas. E elimine o medo da pobreza tomando a decisão de viver com a riqueza que conseguir acumular sem se preocupar. Elimine o hábito da preocupação, sob todas as suas formas, tomando a decisão global de que nada do que a vida tem para oferecer vale o preço da preocupação. Com esta decisão virá o equilíbrio, a paz de espírito e a calma que lhe trarão a felicidade. Se a sua mente está cheia de medo, não só destrói as possibilidades de acção inteligente, mas transmite também estas vibrações destrutivas a todas as mentes que entram em contacto consigo e destrói igualmente as suas possibilidades. Até um cão ou um cavalo sentem quando o dono tem falta de coragem. Eles captam as vibrações de medo emitidas pelo seu dono e comportam-se em conformidade. As vibrações do medo transmitem-se de uma mente para a outra com tanta rapidez e segurança como a voz humana é transmitida da estação emissora para o aparelho de rádio. Uma pessoa que fala constantemente de pensamentos negativos ou destrutivos irá de certeza sentir os resultados dessas palavras sob a forma de retorno negativo. Mas mesmo sem palavras, os pensamentos negativos irão voltar para si. A libertação de impulsos de pensamento destrutivos, por si só, produz também um retorno de variadas formas. Em primeiro lugar, e talvez o mais importante a ser lembrado, a pessoa que liberta pensamentos de natureza destrutiva sofrerá danos devido ao colapso da imaginação criativa. Em segundo lugar, a presença de qualquer emoção negativa na mente desenvolve uma personalidade negativa, que afasta as pessoas e muitas vezes as converte em opositores. A terceira fonte de danos é que os pensamentos não só afectam os outros, como se fixam no subconsciente da pessoa que os liberta, e aí tornam-se parte do carácter dessa pessoa. A sua tarefa na vida é alcançar o êxito. Para isso tem de encontrar a paz de espírito, adquirir as necessidades materiais da vida e, acima de tudo, alcançar a felicidade. Todos estes indicadores de sucesso começam sob a forma de impulsos do pensamento. Você controla a sua própria mente; tem o poder de lhe fornecer quaisquer impulsos do pensamento que quiser. Com isto vem a responsabilidade de usar a mente de forma construtiva. Você é o senhor do seu destino terreno, tão certo quanto ter o poder de controlar os próprios pensamentos. Pode influenciar, dirigir e eventualmente controlar o seu meio, tornando a sua vida no que quer que ela seja. Ou pode não se dar ao trabalho de fazer o que quer da sua vida e andará à deriva e à mercê da corrente das “circunstâncias”, onde será atirado de um lado para o outro como um pedaço de madeira nas ondas do mar. A OFICINA DO DIABO Para além dos seis medos básicos, há um outro mal de que as pessoas podem sofrer. Constitui um solo fértil no qual as sementes do falhanço crescem em abundância. É tão subtil que muitas vezes não se dá pela sua presença. Tem raízes mais profundas e é mais letal do que todos os outros seis medos. À falta de um nome melhor, vamos chamar-lhe a susceptibilidade às influências negativas. Aqueles que acumulam grandes riquezas protegem-se sempre contra as influências negativas. Os que são atingidos pela pobreza nunca o fazem. Aqueles que têm sucesso em qualquer área têm de preparar as suas mentes para resistir a tais influências. Se está a ler este livro para aprender como tornar-se rico, deveria analisar-se com muito cuidado para determinar se é susceptível a influências negativas. Se descuidar esta auto-análise, estará a abdicar do direito de atingir o objecto dos seus desejos. Faça a sua análise. À medida que for lendo as questões que se seguem, seja duro consigo mesmo. Lance-se à tarefa com tanto cuidado quanto teria se estivesse à procura de qualquer outro inimigo que sabia o esperava para lhe fazer uma emboscada. Tem de lidar com as suas próprias falhas como o faria com um inimigo sério e real. Pode proteger-se facilmente contra inimigos reais porque existem leis, polícia e tribunais para tratar deles. Mas este “sétimo mal básico” é mais difícil de dominar, porque ele ataca quando não tem a noção da sua presença, quando está a dormir e quando está acordado. Mais do que isso, a arma dele é intangível porque consiste num simples estado de espírito. As influências negativas são igualmente perigosas porque surgem sob formas muito diferentes. Por vezes penetram na mente através das palavras de familiares e amigos bem-intencionados. Outras vezes vêm de dentro, através da sua própria atitude mental. São sempre fatais como o veneno, ainda que possam não matar tão depressa. COMO SE PROTEGER DAS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS Para se proteger das influências negativas, sejam elas obra sua ou fruto das pessoas negativas que o rodeiam, reconheça que a sua força de vontade é a sua defesa. Tem de a pôr a uso constantemente, até que ela edifique uma muralha de imunidade contra as influências negativas na sua própria mente. Reconheça que tanto você como qualquer outro ser humano são por natureza preguiçosos, indiferentes e susceptíveis a todas as sugestões que reforçam as suas fraquezas. Reconheça que é por natureza susceptível aos seis medos básicos e que deve estabelecer hábitos para neutralizar todos eles. Reconheça que as influências negativas actuam frequentemente sobre si através do seu próprio subconsciente e que são, por isso, difíceis de detectar. Mantenha a sua mente fechada a todas as pessoas que o deprimem ou que o desencorajam de qualquer forma. Esvazie a sua gaveta dos remédios e deixe de dar espaço a constipações, dores e doenças imaginárias. Procure deliberadamente a companhia de pessoas que o influenciam a pensar e a agir por si próprio. Não espere por problemas, pois eles habitualmente não o deixam pendurado. A mais frequente das fraquezas dos seres humanos é, sem dúvida, o hábito de deixar as mentes abertas às influências negativas de outras pessoas. Esta fraqueza é a mais prejudicial de todas porque as pessoas nem sabem que o estão a fazer. A seguinte lista de perguntas foi concebida para ajudá-lo a ver-se a si mesmo como realmente é. Deve ler a lista toda agora, e depois reservar um dia em que tenha tempo para a rever e responder de forma completa a cada pergunta. Aconselho que, quando fizer isto, leia as perguntas e dê as suas respostas em voz alta, para poder ouvir a sua própria voz. Isto fará com que lhe seja mais fácil ser sincero consigo próprio. PERGUNTAS DE AUTO-ANÁLISE > Queixa-se frequentemente de que se “sente mal” e, nesse caso, qual é o motivo? > Implica com outras pessoas à mínima provocação? > Comete frequentemente erros no seu trabalho e, nesse caso, porquê? > É sarcástico e ofensivo nas suas conversas? > Evita propositadamente a colaboração com quem quer que seja e, nesse caso, porquê? > Sofre frequentemente de indigestão? Em caso afirmativo, qual é o motivo? > A vida parece-lhe fútil e o futuro sem esperança? > Gosta da sua profissão? Em caso negativo, porquê? > Sente frequentemente pena de si mesmo e, nesse caso, porquê? > Sente inveja daqueles que são melhores do que você? > A que dedica mais tempo, a pensar no êxito ou no falhanço? > Está a ganhar ou a perder autoconfiança com a idade? > Aprende algo de valor com todos os erros? > Está a permitir que um familiar ou conhecido o preocupe? Em caso afirmativo, porquê? > Sente-se por vezes entusiasmado com a vida e outras vezes nas profundezas do desânimo? > Quem tem maior influência inspiradora sobre si e por que razão? > Tolera influências negativas ou desencorajadoras que poderia evitar? > É descuidado com a sua aparência pessoal? Em caso afirmativo, quando e porquê? > Aprendeu a ignorar os problemas mantendo-se demasiado ocupado para ser incomodado por eles? > Considerar-se-ia um “espírito fraco” se permitisse que os outros pensassem por si? > Quantos aborrecimentos evitáveis o incomodam, e porque os tolera? > Recorre a álcool, drogas, tabaco ou a outros vícios para “acalmar os nervos”? neste caso, porque é que não experimenta antes a força de vontade? > Há alguém que lhe “mói” a cabeça e, neste caso, por que razão? > Tem um objectivo principal preciso e, em caso afirmativo, qual é, e que plano tem para o alcançar? > Sofre de algum dos seis medos básicos? Em caso afirmativo, quais? > Desenvolveu algum método para se proteger contra a influência negativa de outras pessoas? > Utiliza a auto-sugestão para tornar a sua mente positiva? > O que é que valoriza mais, as suas posses materiais ou o privilégio de controlar os próprios pensamentos? > É facilmente influenciado pelos outros contra o seu próprio discernimento? > O dia de hoje acrescentou algo de valor à sua reserva de conhecimento ou ao seu estado de espírito? > Enfrenta honestamente as circunstâncias que o tornam infeliz ou esquiva-se a responsabilidades? > Analisa todos os erros e falhanços e tenta retirar algo deles ou adopta a atitude de não ser sua obrigação fazê-lo? > Pode referir três das suas fraquezas mais nocivas? O que é que está a fazer para as corrigir? > Encoraja outras pessoas a virem ter consigo com as preocupações delas para ser simpático? > Escolhe, de entre as suas experiências diárias, lições ou influências que o ajudam no seu progresso pessoal? > A sua presença tem, regra geral, um efeito negativo sobre as outras pessoas? > Que hábitos de outras pessoas o incomodam mais? Forma as suas próprias opiniões ou deixa-se influenciar por outras pessoas? > Aprendeu a criar um estado de espírito com o qual consegue proteger-se contra qualquer influência desencorajadora? > A sua profissão inspira-lhe fé e esperança? > Tem a consciência de que possui forças espirituais com poder suficiente para lhe permitir manter a sua mente livre de todos os tipos de medo? > A sua religião ajuda-o a manter a sua mente positiva? > Sente que é seu dever partilhar as preocupações das outras pessoas? Em caso afirmativo, porquê? > Se acredita no ditado, “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, o que é que aprendeu sobre si mesmo ao analisar os amigos que atrai? > Que ligação vê, se é que vê alguma, entre as pessoas a quem se associa mais intimamente e a infelicidade que possa sentir? > Será possível que uma pessoa que considere ser um amigo seja na verdade o seu pior inimigo devido à influência negativa que tem sobre a sua mente? > Com que regras avalia quem lhe é útil e quem lhe é prejudicial? > Os seus parceiros mais próximos são mentalmente superiores ou inferiores a si? > Em cada vinte e quatro horas, quanto tempo é que dedica a: >> Profissão >> Dormir >> Diversão e relaxamento >> Adquirir conhecimentos úteis >> Tempo simplesmente desperdiçado > De entre os seus conhecidos, quem é que: >> O encoraja mais >> O previne mais >> O desencoraja mais > Qual é a sua maior preocupação? Porque é que a tolera? > Quando os outros lhe oferecem conselhos de graça sem os ter pedido, aceita-os sem se questionar ou analisa os seus motivos? > O que deseja acima de tudo? Tenciona obtê-lo? Está disposto a submeter todos os outros desejos a esse? Quanto tempo é que dedica diariamente a obtê-lo? > Muda de ideias com frequência? Em caso afirmativo, porquê? > Normalmente acaba tudo o que começa? > É facilmente impressionável pelos títulos profissionais ou empresariais, pelos diplomas universitários ou pela riqueza dos outros? > É facilmente influenciável pelo que os outros pensam ou dizem de si? > Serve os interesses das pessoas em função do seu estatuto social ou financeiro? > Quem considera ser a maior pessoa viva? Em que aspecto é que esta pessoa é superior a si? > Quanto tempo dedicou a analisar e a responder a estas perguntas? (É necessário pelo menos um dia para analisar e responder à lista inteira.) Se respondeu com sinceridade a todas estas perguntas, sabe mais sobre si mesmo do que a maioria das pessoas. Analise cuidadosamente as questões, retome-as uma vez por semana durante vários meses e deixe-se surpreender pela quantidade de conhecimento adicional, de grande valor para si, que terá adquirido pelo simples método de responder a estas questões com sinceridade. Se não tem a certeza da resposta a algumas perguntas, aconselhe-se junto daqueles que o conhecem bem, especialmente daqueles que não têm qualquer razão para o lisonjear, e veja-se através dos olhos deles. A experiência será surpreendente. A ÚNICA COISA SOBRE A QUAL TEM CONTROLO ABSOLUTO Você tem controlo absoluto apenas sobre uma coisa, os seus pensamentos. De todos os factos conhecidos pelos humanos, este é o mais significativo e inspirador. Reflecte a nossa natureza divina. Esta capacidade de controlar os pensamentos é o único meio pelo qual se pode controlar o destino. Se falhar no controlo da sua própria mente, pode estar certo de que não conseguirá controlar mais nada. A sua mente é o seu património espiritual. Proteja-o e use-o com o cuidado que a realeza divina merece. A sua força de vontade foi-lhe dada com este objectivo. Infelizmente, não há qualquer protecção legal contra aqueles que, com intenção ou por ignorância, envenenam as mentes dos outros com sugestões negativas. Pessoas com mentes negativas tentaram convencer Thomas A. Edison de que ele não conseguiria construir um aparelho capaz de gravar e reproduzir a voz humana, “porque”, diziam eles, “nunca ninguém tinha produzido semelhante aparelho”. Edison não acreditou neles. Sabia que a própria mente podia produzir tudo aquilo que a própria mente pudesse conceber e em que pudesse acreditar. Esse conhecimento era aquilo que distinguia o grande Edison do resto do rebanho. Homens com mentes negativas disseram a F. W. Woolworth que ele iria à falência se tentasse gerir uma loja com promoções de cinco e dez cêntimos. não acreditou neles. Ele sabia que podia fazer fosse o que fosse, dentro dos limites do razoável, se sustentasse os seus planos com fé. Exercendo o seu direito de manter as sugestões negativas dos outros fora da sua mente, acumulou uma fortuna de mais de cem milhões de dólares. Os mais cépticos troçaram com desprezo quando Henry Ford experimentou o seu primeiro automóvel, construído de forma tosca, nas ruas de Detroit. Alguns disseram que aquela coisa nunca seria prática. Outros disseram que ninguém daria dinheiro por uma tal engenhoca. Ford disse: “Conquistarei o mundo com carros a motor fiáveis”, e assim fez. Para uso daqueles que procuram grandes riquezas, deixem-me lembrar que praticamente a única diferença entre Henry Ford e a maioria dos trabalhadores é esta: Ford tinha uma mente e controlava-a. Os outros têm mentes que não tentam controlar. O controlo da mente é o resultado da autodisciplina e do hábito. Ou você controla a sua mente ou ela o controla a si. Não há meio-termo ou compromisso. O método mais prático para controlar a sua mente é mantê-la ocupada com um objectivo preciso sustentado por um plano preciso. Analise as vidas daqueles que alcançam sucesso digno de nota e verá que eles têm controlo sobre as suas mentes e exercem esse controlo e o orientam para alcançar objectivos precisos. Sem este controlo, o êxito não é possível. CINQUENTA E CINCO FAMOSAS DESCULPAS DO GASTO “SE” As pessoas sem sucesso têm apenas um traço distintivo em comum. conhecem todas as razões para o falhanço e possuem aquilo que julgam ser álibis à prova de bala para justificar a sua própria falta de êxito. Algumas destas desculpas são engenhosas e um reduzido número delas é justificado pelos factos. Mas as desculpas não podem ser trocadas por dinheiro. O mundo quer saber apenas uma coisa: Você teve o êxito? Um especialista em perfis reuniu uma lista das desculpas mais frequentemente utilizadas. À medida que ler a lista, analise-se cuidadosamente e determine quantos destes álibis usa. Lembre-se, a filosofia apresentada neste livro torna obsoleto qualquer destes álibis. > Se eu não tivesse mulher e família… > Se me dessem um “empurrão”… > Se eu tivesse dinheiro… > Se eu tivesse uma boa instrução… > Se eu conseguisse um emprego… > Se eu tivesse saúde… > Se ao menos eu tivesse tempo… > Se os tempos fossem melhores… > Se as outras pessoas me compreendessem… > Se ao menos as circunstâncias à minha volta fossem diferentes… > Se eu pudesse viver a minha vida de novo… > Se eu não tivesse medo do que “eles” vão dizer… > Se me tivessem dado uma oportunidade… > Se eu tivesse uma oportunidade agora… > Se os outros não me “quisessem mal”… > Se nada acontecer para me impedir… > Se eu fosse mais novo… > Se eu pudesse fazer só o que quero… > Se eu tivesse nascido rico… > Se pudesse conhecer “as pessoas certas”… > Se eu tivesse o talento que outras pessoas têm… > Se eu me atrevesse a afirmar-me… > Se eu tivesse agarrado oportunidades anteriores… > Se as pessoas não me enervassem… > Se eu não tivesse de manter uma casa e tomar conta das crianças… > Se eu conseguisse juntar algum dinheiro… > Se ao menos o patrão me desse valor… > Se ao menos eu tivesse alguém para me ajudar… > Se a minha família me compreendesse… > Se eu vivesse numa grande cidade… > Se eu conseguisse começar… > Se eu fosse livre… > Se eu tivesse a personalidade de algumas pessoas… > Se eu não fosse tão gordo… > Se os meus verdadeiros talentos fossem conhecidos… > Se eu tivesse uma “oportunidade”… > Se eu pudesse livrar-me das dívidas… > Se eu não tivesse falhado… > Se eu soubesse como… > Se não estivessem todos contra mim… > Se eu não tivesse tantas preocupações… > Se eu pudesse casar com a pessoa certa… > Se as pessoas não fossem tão imbecis… > Se a minha família não fosse tão extravagante… > Se eu tivesse confiança em mim mesmo… > Se a sorte não estivesse contra mim… > Se eu não tivesse nascido sob uma má estrela… > Se não fosse verdade que “o que tiver de ser, será”… > Se eu não tivesse de trabalhar tanto… > Se eu não tivesse perdido o meu dinheiro… > Se eu vivesse num bairro diferente… > Se eu não tivesse um “passado”… > Se ao menos eu tivesse um negócio só meu… > Se ao menos as outras pessoas me ouvissem… > Se – e este é o maior de todos – eu tivesse a coragem de me ver como realmente sou, poderia descobrir o que há de errado em mim e corrigi-lo. E eu sei que tem de haver algo errado com a forma como fiz as coisas, ou já teria o sucesso que desejo. Reconheço que tem de haver algo de errado em mim, senão teria gasto mais tempo a analisar as minhas fraquezas e menos tempo a arranjar desculpas para as encobrir. Arranjar desculpas para justificar o falhanço é um passatempo nacional. O hábito é tão velho como a espécie humana e é fatal para o sucesso. Porque é que as pessoas se agarram aos seus álibis favoritos? A resposta é óbvia. defendem os seus álibis porque são elas que os criam. O seu álibi é o fruto da sua própria imaginação. Está na natureza humana defender as próprias criações. Arranjar desculpas é um hábito profundamente enraizado. Os hábitos são difíceis de quebrar, especialmente quando fornecem a justificação para algo que fazemos. Platão tinha em mente esta verdade quando disse: “A primeira e a maior vitória é conquistar-se. Ser vencido por si próprio é, de todas as coisas, a mais infame e vil.” Outro filósofo tinha a mesma ideia em mente quando disse: “Foi uma grande surpresa para mim quando descobri que a maior parte da fealdade que eu via nos outros não era senão um reflexo da minha própria natureza.” Elbert Hubbard, filósofo, autor, editor da revista The Fra e fundador da comunidade de artistas Roycrofters disse: “Foi sempre um mistério para mim porque é que as pessoas gastam tanto tempo a enganarem-se deliberadamente a elas próprias, criando desculpas para encobrir as suas fraquezas. Se fosse usado de forma diferente, esse mesmo tempo serviria para curar essas fraquezas e, então, não seriam necessárias desculpas.” Ao despedir-me, gostaria de lhe lembrar que: “A vida é um tabuleiro de damas e o seu adversário é o tempo. Se hesitar antes de fazer uma jogada ou se não tiver o cuidado de jogar rapidamente, os seus homens serão eliminados do tabuleiro pelo Tempo. Você está a jogar contra um adversário que não vai admitir a indecisão!” Até hoje pode ter tido uma desculpa lógica para não obrigar a vida a dar-lhe aquilo que pediu. Agora esse álibi está obsoleto porque você está na posse da Chave Mestra que abre a porta para as riquezas da vida. A Chave Mestra é intangível, mas é poderosa. É o privilégio de criar na sua própria mente o desejo ardente de uma forma precisa de riqueza. Não existe qualquer penalização pelo uso desta chave, mas há um preço que tem de pagar se não a usar. O preço é o falhanço. Há uma recompensa de enormes proporções se usar a chave. É a satisfação que irá obter quando se conquistar a si mesmo e obrigar a vida a pagar o que lhe foi pedido. A recompensa vale o seu esforço. Está disposto a começar e a deixar-se convencer? “Se estamos interligados”, disse o imortal Emerson, “havemos de nos encontrar”. Para terminar, permita-me que tome emprestado o seu pensamento e diga: “Se estamos interligados, através destas páginas encontrámo-nos.” Lembre-se de que a sua verdadeira riqueza é medida não por aquilo que tem, mas por aquilo que é.