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dacques Revel organizador
tradução:
Dora Rocha
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Sumário I)
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_\I(:INAIS: Maria Lucia Leão Velloso de Maga lhães I'.I.H'I'I NI A: Denilza da Silva Oliveira, Jayr Ferr eira Vaz , M ~rll/l A/I'V 'ti B~lrhoza S imone R anna Iltvl\'\I\: AI 'itliis d' 13'Itran e Mamo Pinc o de Faria Netco 1'1111 111/(,'\1\ :1\ ÁI'I A: H 'Iio Lour enço IilVI'.'\(1 I I, 1IIIIIlItA(:Á(
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Ap resen tação
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Este livro nasceu de um seminário. Em 1991, o Ministério da P 'Slllli, I , Tecnologia francês tomou a iniciativa de organizar um encontro qu (1, ( ria reunir (entre outros) historiadores e antropólogos em torno de UIIl 1'1111 bastante vasto: "Antropologia contemporânea e a ntropologia históri 'li" , i I "ia não era exatamente original. Ao longo dos anos 70 e 80, encontros d ~,< ( I ir> haviam sido freqüentes. As questões e os métodos de trabalho dos '( 111 logos exerciam um fascínio duradouro sobre os historiadores, co mo 110,PII,' 1 cio O haviam feito os dos geógrafos e a seg uir dos economistas: a afirm:lç:'n dll 'lnologia histórica foi o resultado desse investimento e de um a t It:lliv,1 di hibridação que a posteriori parece menos homogênea, talvez, d qu' !,.1I1I'111 nos pr tagonistas da aventura. A união disciplinar que se operou 'nt. 0:1111111 J' ' l i muitas coisas, freqüentemente heterogêneas, às vezes contradil lIi,I'/, I P 'ri 'ncias de pesquisa genuínas e também falsas novidades. Nã( ',,1 11 ' Ilqlll 1'1lZ-r s~u balanço, que seria aliás prematuro. Que o julgameilto a r 'SI 'il(l I( I posil ivo ou decididamente negativo - como recentemente tiv Inos o ',~I 1I1 pio -, ninguém pode negar que boa parte da renovação das inl 'rl!lI',I,' I do.' ohj 'I( s dos histOriadores foi, para o bem ou para o mal, fruco d 's.''' 11111 11 1111- 111"hoj não parou de produzir efeitos. O movimento foi 1 arli 'Id:lllll liI , 'li,' v ,I na Franç'l, mas é largamente atestado na historio rafia ioJ 1t'lIl11r10IHd, III\(I npr -s 'nw os m 'smos traços característicos: uma notáv 1 /! . '11'Io.'idlld
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111'I' '111:d 1~lli:1Ia 101' lima sensibilidade difusa, um qua 1m d' 1"/"1 11('iI lI' I ic I,' ha,'lul1l' n, fv 'I, un 'I pdti ':1 n,uitas v 'I. 's S Ivag 'rn 10 'Illpll, I I11II 'tllll' '1111ti, ,"lia 'xaJ .( '1'0 pr -I 'nd 'r <111- no novo inr'r'ss' dos hisl()Iilldlll 1'1111 ',polld 'li 11111'nlIISia,'ll)o COI))IIII' v -I da I i1t'1. dos :!1l110P 1101',0,. ) 11111 1II('II(() ',lllllllliilisl I l", ill/'IiI:11I1I '111', I oi>ra ill'lWII '111' d' (:ll1l1dl 1 ,( vi 1'11111'.'. 11" 1.1/' 'ito li' SIII di ('lplill,1 11111 1111)(1 '10 l' llllli\ . 'Iw('il' dl' plll 11(111 dllllllllllllll 1111'( III 1.1'li 11111'',111L d' ;11I11I1PIIIII!',i.lplldi I plllllllllll ,I I II 1111I11111t11 I1 11 II1 1I1I I 1111111111,111111,11111.1'11,11,111 I '1111'\\1lilllÍlld 111]111111
1111lilll(ltl li s' abrir a uma perspectiva histórica. Mas q ualquer generalização Enquanto ideologia científica prescritiva, o estruturalismo co I I II Ilhllsiva. '111,'lIlI 1 i 1" '1lar já a partir do m eado da década de 70. Ele não tinha aliás im111IIido 1111 ' sc desenvolvessem experiências de pesquisa decididas a levar I11\t'OIlIII a dimensão do tempo social: basta pensar nos trabalhos, em tudo illlli, 11'0 diferentes, de Jean-Pierre Ver nant ou de Marcel Detienne so bre o 1111111 10 grego, de Emmanuel Terray sobre os reinos africanos. Os exem plos ' Iillll) b 'm mais numerosos no mundo anglo-saxão: a ob ra de Ma rshall ,'i1l1iIlS I ode servir de emblema a e ssa abertura, que ela, aliás, a judou a molli 11 'lI) profundidade neste último quarto de séc ulo. Antropólogos e historiadores a dquiriram portanto o hábito de se ler e 'li 'ontrar, às v ezes em torno de pro jetos definidos em comum, em ge111pll'll (;I/.er o balanço de u m a confrontação que nunca chegou a uma verda11'lill 'Slllbilização (nem, reconheçamos, procurou chegar a uma co dificação
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lilll I)()II '0n ai~ rigorosa: poderemos ver aí, se quisermos, um sinal do empiOI>SIinado da corporação dos historiadores). O encontr o que nos foi proI () iI" ~'1l1 I{91 poderia por conseguinte não passar de u ma versão a mais de 1111111 P 'C,;I v:íria~ vezes encenada. Se foi mais que is so, é sem dú vida a se us 01'/! , 11Ii/',Idor 'S, Yves Duroux e Maree i Detienne, que é pre ciso agradecer. A fór11111111 1111' 'I's imaginaram pretendeu claramente fugir dos balanços e ava liaI', '111I>'n 'fíeio de uma dimensão nitidamente problemática. A idéia era 11 1'1'1 1111' III11asérie de pontos e de questões e m torno dos quais as duas dis111111111.. " mais amplamente, o conjunto das ciências sociais - pareciam 11d('lillil SllllS interrogações e suas apostas, pôr à prova suas ce rtezas mais arI li} " ltill,', 'xp 'ri, entar fórmulas inéditas. Três temas nos foram propostos. O 1I"l1 ll'i1 o r ·r'ria-se a "Os regimes de historicidade e os modelos de tempo"Micro-história e microssocial"; o te rceiro I t1ld Illt-"; o s 'g lllldo intitulava-se 1 1 11 till pr 'o '1'1 açõe~ recentes co m "O espaço público e os lugares do polítiI ,," o, '011 r'r 'n istas contactados, foi sugerido que preparassem o encontro 1'"1 111(I" d ' 11111l:f·,balho de reflexão conjunta cuja fórmula era deixada a seu I I I1 1 tio 't'lIjos rc.;sultado~ provisórios circulariam sob a fo rma de papers entre f i 11I1I ('IPIII1I's; Sl:es, por sua vez, seriam convidados a co mentar c a Titi ar I I I 'XIO", I A r 'gra 10 jogo era, como se pode ver, a u m t empo clara e fi II'IIII()
Althabe, eao historiador que assina estas linhas. De co mum acordo, I .j li mos então dar à re f lexão a f orma de um seminário fechado na Éco le des 11:111 tes Études e n Sciences Sociales.2 Os tex tos que se s eg uem são o re sultado coletivo do trabalho que então se realizou. "Micro-história e m icrossocial": o título do tema que nos fo i sug rido remetia claramente à proposição historiográfica elaborada e pri ncipalm '111 ' posta em prática por um pequeno grupo de pe squisadores italianos n fin lll dos anos 70 e na década de 8 0. Poder-se-á dimensioná-Io melhor após a I ,i tura deste livro: a microstoria desempenhou um papel decisivo, qu e t 'nlll· remos examinar mais de pe rto. É preciso, contudo, ev itar dar a posr 'ri r r i uma versão da microstoria simplificada e demas iado unívoca, e isso d vido li pelo menos três razões. Primeiro, porque na Itália (e fora dela), as tes ~s los micro-historiadores tiveram, até muito recentemente, uma acolhi da par 'imo· niosa e reser vada, muitas vezes francamente hostil, que hoje se tend '11 's· C[uecer. Depois porque, até a tradução pa ra o francês do gr ande livro li ' iovanni Levi, L 'eredità immateriale, em 1989,3 a temática micro-hist ri '11...• teve praticamente ausente do d ebate na França; e m todo caso, os pOli 'o,' textos que circularam antes disso não tiveram repercussão sensível. EsslI ,'111 I z seletiva se ex plica enfim pela ausência, praticamente, de um pm 'rlllll I Ilnificado e ar ticulado q ue desde o início desse à micro-história o estatlllO ti ' lima proposição alternativa e a legitimidade de u ma escola. Expli 'ando III' Ihor: a miero-história não procurou nenhum desses títulos; foi antes lII11l1" P 'riência de trabalho, feita po r historiadores que se aproximaram 'm 1'111) '11(1 d . sua sensibilidade e trajetória, mas c ujos projetos, áreas e referên 'ia~ I ' )11 'IIS I adiam ser mu ito d iferentes.4 Seria po rtanto f alacioso conf erir-Ih 's, pl', ,'11los alguns anos, uma força e uma coerência que eles não tiv eram, 1'111111 " 'ria, < I m u ver, nos perguntarmos po r que esses trabalhos, afinal di~1illit.) I t1l11'lInr' vlnto tempo desconhecidos, num determinado momentO forlll)1 11('(I a produzir efeitos. Era essa, afinal de contas, a (1'1,~t:l ) 0 1 1 IlI,' . 'omeçaram III ' li q lllll fôramos convidados a refletir.
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vação - em qu e escolhemo s nos situar. Fenômen os mac iços, que estamo.' habituados a pensar em ter mos globais, como o cresciment o do Es tad o, a f()I'~ maçã o da so cieda de industrial, podem ser lidos em te rmos comp let ament ' diferentes se tentam os apreendê-Ios por intermé dio das estratégias in divic\ll. ais, das tr ajetórias biográficas, individuais ou fam iliares, dos ho mens qu e ('o· ram postos diante deles. Eles não se tor nam por iss o meno s imp ortant 's, Mas são cons truídos de mane ira diferent e. Não surp reende que alguns historiadores tenh am esba rr ado n ss' ponto com a refl exão dos antr opól ogos . O trab a)ho de cam po, ao m enos 'o· mo o ima ginamo s de for a, não é uma ilustração exempl ar da ab ord agem Cilll' os primeiros tentavam def inir? Ele consiste, afinal de co ntas, em l evar fi s ' rio migalhas de in forma ções e em ten tar compr eender de qu e m aneif 'l 'Sll' deta)he individual, aqueles retalhos de experiênc ias dão a cesso a lógicas so ciais e si mból icas que são as lógicas do gru po, ou mesm o de conj unt os milito ma iores. Era ess a em todo caso a visão que os historiadores do n osso grupo, leitores atent os dos e tnólogos, tinham do trabalho destes. As coi sas s r 'v ' lar am um pou ço men os simpl es, e nó s des cobrimos, ao longo d este tra balho '()njunto, que as pr eoc upações dos n ossos parceiros cruzav am com.as nos.' I: ( ) que não significa que fos sem exa tament e as mesm as nem qu e toss '111f il 111'tricas). A decisão de dar esp aço à historicidade das co nfi gur ações 'SIII I, das - a dos ator es, a das sit uações relacionais, a dos enun cia los - s '1 1 1 lúvida alguma foi det erm inante nessa apr oximaçã o. Não só po r qu . faln I d' história para hist oriadores. Mais imp ortante, sem dúv id a, f oi, vindo d(' Itll a disciplina que hoje tir a leg itimame nte boa par te d e seu [r escf gio d ,1111'a pacidade de f ormal ização e d e generalização, a pr eoc upaç ão d ' r 'Iklil I III,bélTl cm outr os termos que não os de uma totali zação implí cita; L i • 111i I I Ti~lr a ex periência dos atores re construindo em torn o dela o cone "to (111 11111's os co ntextos) que lhe dá sentid o e form a. Aqui t ambém , a {;s 'olllli 11I(I , dt 'rnaciva encr e um a a borda gem que privil egia a identif icaçã o d ' sisl 'Ilil Id01b )Ii 'os g rais, quando não univ er sais, e um a outra que tentaria 11'I" 'Il " 0<111' 11ontcce no process o inaca bado de um a história. Mas é bom r 'l'olll,(, l' I' <111' as C.1LI 'IS o per ações induzem construçõe s dif erente do so ' ilil. Os e 'xWs 'lu se s guem lodem portanto scr consid r ados vali I\, (' lIollr ·ss 's r '11 as. '10 los são assinados por um autor, mas t odos for :11l1di,'l'll lido, '1\\ '11Il jlllll'(),' I!'f ltam Ic objetos bastante div rsos ma s lodos, 11'I 'dilO, l'tllllp 11'1ilhllll\ II m 'Sl11a pr () upaç:10 'om a x p 'rim 'l1taçl o: <111'Ill'Ollll'l' 11I hil1( ('S ' d' 1\\0 lif i '11rn1 0Sas 'olldi 'õ 's da o bs 'r vaynJ ' dll 111\liN' <111(' 111ttll'lIlll11 "o;'.' V 'I? 'Ihdo, 111m b'11\ 1'I)()stanl 1111'ol\1 pl 'xid!ld', I'vlldw IH' Iil ('ílllvi('~' o li ' <1'1' o L'11'11('1illl 'n.'1 o do nl 'lodo IliÍ '1'01111 li Iil'O I '111 'tllllll 11\ tllll ptillt'lp li Ijllllll 11 1111 I IH 1('(,1)('11II\,1hOl11('IIIi>l11I1hlllll II to d IH h'II',il'lli IIH' t i , 1 I' ,iNtil Iil( 111111, 11111i1111, 1 11111\'11dI' 1111111 I,il'i(' 1\'111dlll 11' I dll ,,11 lIr 1i'1 ('1111\11 di I'IH(1 ,111I' '1"1 11111, I' 1111111111 '1'11'111'.N tIl 1
ti, IIllt,illl dilf lIll ' ~ lueles que aceitaram tentar juntos esta experiência estão ti 1('(lI(io 'm tudo, muito longe disso. Sua cultura disciplinar, seus instru-
11\11110,'I ' 'I'li 'os, suas maneiras de trabalhar não são as mesmas, e esse, aliás, 1111\ los in cresses da confrontação, Mas há mais,~Será possível percebê10 ilIlO,' 1i I 'ieura destas páginas: d uas posições essenciais se esboçam entre 11l1~1\0 all10, ia. d:ls I, '11'1\',IIIH'II '1111IlIlll 'x '1l1plo 1'" '111" Li 'SSII 1'" 'pç~o 11111 'ri ':lna ':1 inl'rodllç[ O ti' l~tlwllI em área s mai s in esp erad as, como a da h istória da a rte, por exemp lo), lIll ' (1tlll 'o a pouc o em er giram formu laçõe s (int erroga ções , uma temáti ca , su O carát er extrema men te emp írico da ab orda gem explica I', " I 's) com uns. 111 1' lI\a l exista um text o fu nd ad or , um . ma pa teór ico da micr o-h istór ia ,3 É 111 1 ,1" não constitui um co r po de pro pos ições uni ficac i 'a~-,~em uma e scola, 11 1('11 0, ':linda um a disci plin a aut ôn om a, como I D uit as veze Ls _ e qJJi~crer. El a é 11 1,( ' plldv ,I de um a prática de historiadores , dos ob st áculos e da s inc ertezas 111 1 '1'llIa los ao longo de ca minh os aliás mui to div ersos , em s um a, de ur na ex ligado às P 'I'i 1\ 'ia I pes quisa. Esse primad o da prátic a está prov av elm ente PI('I't'1 n 'i:ls instin tiv as de um a discipli na qu e de m od o ge ral d esconf ia da s 1I111 1 11t1 IIÇ '(s erals e da a bstração . M as , para além dess es há bit os profissio1l,Ii N, 1'0 I '11 os reco nhec er aí um a o pção volunt arista: a m icro-hi stó ria nasce u lllllH I IIl na r 'açã , co m o um a tom ada de pos ição frente a um ce rto estado da Iti'lIlil iu so 'ial, Ia qual ela suge re ref orm ular conce pções , ex igên ias c pr edillll'I\I O N . )1,la po le [ r, nes se ponto, valor de sin tO IT1a historiográf i O.
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- ma s nã o a ún ica - da hi stóri:l .'0· 2. U ma da s v ersões do mi na nt es 'i:i1 é a qu e se d efiniu na Fran ça - e a seg uir ma is am plam en te for a lel,1 'm torno do s AnnaJes. Su a formu laçã o nã o f oi cons tant e nestes últim os e )o anos. A pesa r de tud o, ela ap resent a um cer to nú mer o de t raço s rel ativam '1 1 LC estáve is, qu e temos toda s as razões pa ra rel ac iona r com o pr og r am a 'd I i 'o AnnaJes, o durkh eirni:lllo que, um qu arto de s éculo an tes do na scim en to dos 4 Fr ançois Simia nd elab or ou pa ra uso do s hi stor iador es. Simi an d r elem br:lv I :I estes últ imo s as r egr as do mét od o sociológ ico, destinad o, segun d o ele, :.1 I' '. g'r urna ciên cia social un ificad a e da qua l as diferent es disc iplin as a p 'Il:lH pro po riam mod alidad es pa rticulares. Os hist oriadores de veriam , dali em di ante, se afa sta r do únic o , do ac iden tal (o indivíduo , o ac on tecim ento, () <;:1 ,o sin gular), pa ra in vest ir na ún ica coisa que pod eria tornar-se ob jet o de um " tu 1 0 cient ífico: o repetitivo e sua s va riaç ões, as regul aridad es o bse rv( jv ,i, I pclrtir da s qua is seria possível induz ir leis. Ess a op çã o inicial, lar ga rnenl ' 1(' ('orna da nd erpelos asfundcaadracterí ores sticasdos AnnaJes ois ia por social seus àsufrce ssor 'om pree or iginais edad ephistór anceses,a: onospl'iI' 1i 1, I'g i da do ao es tudo dos agr ega dos . mai s mac iços pos sívei s; a pr i oridad' '011 ,. lida à m edida na an álise do s fe nômen os sociais; a es colha d e um a dlll 'II<.'l o sllf icientem ente long a par a torn ar ob serváv eis trans form aç ões glo bais ( '0111 , , 1 1'10e orolário , a aná lise de tempo ralida des diferenc i ais) . D essa s ex ig 11('ill'l brtsi as decorri a um certo núm ero de cons eq üênc ias qu e m arcararn d ' IllO dll lur a lour o os proce dim ento s adotados. A opç ão pela série e pelo 11 1 '11 1\('1 (1 r 'queria a inv ençã o de f onte s ade quad a s (ou o tratam ento ad ho' 1 < , ,; 1'011 (1' Ir:ldicionais), m as tam bém a defini ção de indicad ores sim ples ou sin \l'lil'l('11 dos lue se rviriam para a bstrair do d o cum ento d e arquiv o um núm 'ro lilltilll do de pro priedades , de traços particulares, dos quai s se assum ia a 1IIIt'I'I til :1 'om panh ar as variações no tem po: dos preç os ou dos rendin1 enl"O s 1 1 plilll' pio, dei ais dos níveis de f ortun a, da s distribui ções prof issionais; 1 0, 1 1111 111 1 11'I1 tO S, dos cas am entO s, das m ortes; da s ass in atur as, dos títulos I,Oilllll 1 111 dos g 'n ros editoriais, Ias !na nif estações de devoç ão ete. Torn:lV II.,'(' 1 1/'.1 1 11 1 pos sf v'l 'studa r as evoluções particulares desses in dícios ; I as IllIllll"II\, I prin 'i p:i1 m enté, 'ülnc ) Sim iand tin ha f eito C O ITI o salário c le pois, '111 I lJ,\.\, 1 1:1'Il' SI Iúi brousse f "I, na I ~squissc , po lia-se f az ê-Ios entrar n:l '()II,'I illll< " \11 ti' I)w d 'Ios m :lis ou 11 '1 nos · om plexos. J) 'Sillli:lll d 1',11 Í11 1" I '\ llll'ollss'
' los lurkl1 'im i:lnos , 11 1 0 '1 1 , Fe bvrc " na g '!"ll\'! o 111 011 IIr:lIl d ,I '()IlS 'I'V :l1 '1 11 1 1 111 ))1 )"11111 1 11 :1's p"': i' dt, V O IIIII
I 1 1IIIII~'I1 1'1, '111 l1i11,d, 1\ I (i1 l1 ldi 11 ~1IIl1 lqll l I 1 1/1 11 I111I /1 11,1 111 ( , N (' \'/li' ( / e , ' '1/r III ,1'1' llil r I/I/i lI/I , dl l"llI 1 111 1111llii/l 1 11 ,"I I',I'II N dll" A 1/1 li/ir'", 1,1', I, I 11 '1 I, I'H) \, liI," 1 111 1 11'1111 1111 :1llil \1 1111 111 11 1 111 1 "1'I I Ir 1 11 '1I 1 1 11 1 1 11I,I 11 111 1 1 1111 '11111~ 11 \III1iI/I'~ l ,\IIIIII/I'~ II'SI,', ,1 li,)' I, It,l) /I" II J /I J
llll'ismo científ ico: a co nvicção de qu e não ex iste o bjeto a não se r co nstruíd o ," 'lind o proced im en tos ex plí citos, em f unção de um a hipó tese s ub me tid a :\ 11n a va lidação e m pírica, Essas reg ras me todológ icas e lem en tares, co m o pllssar do temp o, deram a im pressão de às ve z es estarem send o per didas de iSI a. Se m dúvi da, os m étodo s de tr a balho se torn aram cad a vez mais sofisI i 'ados. Ma s, p rovave lme nte dev ido à própr ia din âmi ca da pesqu isa , seu es I allltO de ex perimen taç ão foi muit as vezes es qu ec ido. Os ob jetos q ue o lIisloriado r se atribu ía eram hip óteses so bre a r ea lid ade , mas te nd eu-se 'a Ia vez mais a tomá-Ios co m o coisas . Es se de svio, em certo s caso s, com e\'011 muito ce do ,5 Algum as vezes ele fo i den unci ado, a prop ósito da hi stória I)s preç os, do uso das un idades es paciais de ob se rvação, das catego rias o 'iOI rof issio nais, m as se m que essas advertência s bastassem pa ra dete r a I '11 I 'ncia geral. Notem os tam bém que esses m étodos de pesq uisa se ins'I 'viam glo balm ente n um a pers pe ctiva m acro-hi stórica que eles não exp liri IIIva m nem tes tavam , Ou , mais exa tam ente, eles consider ava m que a " 'Itia le o bservação não constituí a um a das va riávei s da ex perime ntação IHi lqll' su pun ham , ao me nos tacitam ente , uma co ntinui dade de fat o do so a ju sta por res ultados cujo arranjo não parec ia constituir ,j 11 I c': lria lrioritariamente n a medição de pro pri ed ad es a bstratas da r':dld ildi 11i .', )I'i a m as qu e, ao co ntrário , proc ederia fixan do-se co mo reg ra Inl '~', I 1 1 I 11\ i 'Id ar cntre si o m aior nú me r o dessa s pro pri eda des . Essa pos tura 1'01 '011 1lIl llllda, dois anos de pois, num t ex to um tanto provocado r de C . inzl 111 " :, J10 n i 1o qu e pro põe f aze r do "nom e" - do nome p róp rio, ou se ja d:1 11 111 1,1 Illa is ind ividual, me nos sujeita à repeti ção qu e existe - a baliza qll ' P 'I 1111111 '1a onstruir um a m od alid ade nova de um a história soc ial :Il '111:1 10'1 IlI tlivllllos perce bid os em suas relaçõe s com outros indi vídu s. Pois II ',('11 11 1I 10 ind ividual não é vista aqu i com o co ntradit ória à do social: ela ti 'v' 111 1 11 11 p()~s f v'l um a a borda gem dif erente des te, ao aco mpa nh ar o fio (I\- 1 11 11 di '\ il\o particular - de um hom em , de um grup o de hom ens - ',( '0111 1 1 , t 11\IIIlip li 'idade dos es pa ços e dos tem pos , a mea da elas relaçõ's IIII N 11 11 11 1 li ~'il1 ~ 'reve. s dois autores es tão, a qui tamb ém , o bn ub ilados p ·1 1 "\'1111 1 Id l .j 11 1I' Ias relações soc iais reco nstruídas pelo antro pól go '111 S 'li ',11 111 I!lo , e pode se r po sta a se rviço de' es tratég ias de co nh ec iment os. V a riar a ol>j '( iva não signif ica ape nas aum entar (o u diminu ir ) o tamanh o do o b jeto 11 0 visor, signif ica m odif icar s ua f orm a e sua tram a. Ou , para rec orrer a um Oll(rcl sist ma de ref erê ncias, mud ar as esca las de re prese ntaç ão em ca rtog raIiil n:'o 'onsiste ape nas em re prese ntar um a realid ade co nst ante em tam anllll 111 aior ou m enor, e sim em transf orm ar o cont eúd o da re prese ntação ( ou ,c 'ia, a 's 'olha daquil o qu e é rep rese ntáv el). Notem os des de já que a dimen1,10 "mi '1'0" não goza, nesse s entid o, de nenhum pri vilégio esp ec ial. É o pl i n ' pio Ia variação que co nta, não a esco lha de um a es cala em p articular. () 'O\TC qu e o enfoq ue m icro-h istórico conh ece u, nest es últim os anos, 11 111,'U ' 'sso es pec ial. A conjuntur a historiográfica que res umi br eveme nte ac i11 l.1 p 'rm il'c comp ree ndê-lo. O rec urso à microa nálise dev e, e m pri me iro lugar, '('1 'l1t'n li I omo a ex press ão de um distanciam ento do modelo comum enli' ,li' 'iL O , O de uma história soc ial que des de a origem se inscreveu , ex plícita 011 'a 1:1 v,o/. mais) imp licitamente, num es paço "ma cro" . N esse sentido, ele 1H'lll1it! t1 ron 1 er com os há bitos a dq uiri dos e tornou poss ível um a revisão rí,ir I dos i11SII'1I l1'l'nt 'e proce dimento s da análise sóc io- histórica. M as, e m se/',111 1(1011 1).';[\1 ','1(: f oi a f igura historiog ráf i a in teiram ente prática por interm 'li io li I q Illd 111 11 11a l 'nção nova f oi Ii s pensa Ia ao pro blen a Ias es 'alas I, a n.li, , 1111!li,'1 >I'ia ( 'on O 11 11"1pou '0 anl' 's Linha O O l'ri 1 0 na IIIHr o pologill),H
I1I' di li1 11111(:1 'llIli, M l('ro-lIl1illisi . S lOl'illS()' jllil'" 11 1// 'rni, '(ori 11 111 1,1111 11 NIIlIl.111 101il', 11j 11.~ -nlll~':I() d, /,'1/1 11/'/:/;1-1('()lIlIllIllIilll, "1 1/ 1 1 / I, f
li :1111 1'11 1',1111li111111 1 Ilqlll ,I 111qlllll.1I ('lil1111('li' \' JlIIIII V, 110111 1111 0111'01011111101(' , ,lIi 11 1111 1 111/ 1111111,11 11111 1111'1 " i1I1 P,11 111 11',111111,111111 1 Illilll 111 11111 111111 11 (:11"1111 111 III),,'I'{ / /, ,1//1/ 11 1 1// 1111"11//, 11 11/1/() 1 1111111'11 ,111111'11'1111'0111 11111'11, Il j/H , /'/ 1111 \ "I /Ii /1//1 /1 Í/I 1111 1 1 / 1 / ' I 111/ 1111 11 111/111 , d, 11 I I I '1""1 1'111 11,1'111I)
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III 'pOI s' na dur ação com o no esp aço, perm itind o- no s a ssim en co nt ra r o 1 1 H',~Il\O in livíduo em con texto s soc iais di ver sos ". !] É no fu nd o o ve lho so 11 1 10 I, 1 1 11 1'1h istória total, ma s de ssa vez co ns tru ída a partir de ba ixo, q ue (:il\~d IIr g e Po ni ree ncont ram . A se u ve r, ela é insepar áve i de uma "r ec o nsI illli 'ti< 1 0 vivido ": a es sa for mul açã o um tanto frouxa e no fu nd o ambí gua, pot l 'mo s pref erir o pr ograma de u m a an álise da s co ndiçõ es da ex pe riê nc ia ,~O 'i:lI, restituída s em sua m áxima com pl exida de. Nã o mais a bs trair, ma s, nu m pr imeir o mome nto, enriq uecer o rea l, se :Issi,l) S' lese jar, lev and o em co nsid eração os a s pe ctos ma is di versif icados tI:1 ' P 'ri~ncia soc ial. É esse o procedi mento que G. Lev i, por exemp lo, iltl,'II':1 '1 scu livro Le pouvoir au viJ1age.Num univ erso res trit o, ele re c or1 ' :1 lima técnica int ensiva co letand o "tod os os aco ntec imentos bio gráfico s I ' 10 los os ha bitantes da alde ia d e Sant en a qu e de ixa ram um ve stíg io docu 11 \ '1)(:1 1 " d ma nte um períod o de cerca de 50 anos no fim do sé cu lo XVII e !II 'io do sé ulo XVIII. O pr o jeto é f azer aparecerem , po r trá s da ten dê ncia ", ',:1 1 ma is vi'ívcl, as es tratég ias soc iais desenvo lvid as pe los dife rentes atoI', 'I)) f lln çã dc sua pos ição e de seu s recurso s res pectivos, individ uais, faIltili:1I 's, ti' gru po etc. É ve rdade qu e, "com o tem po, tod as as e s tratégias IH'S,'ollis ' fa mili ares tend em, ta lve z, a p ~rec er em bo tad as e a s e fu nd ir nu m lI' Id latio 'OlTlum d e equilíbr io relativo. M as a partici pa çã o de cada um na Itil"")1 ia /.!; 'r al, na fo rm ação e na modifi ca ção da s estrutu ras de sustenta ção d,l I\': di Ia I, O 'ial, não pode ser av aliada ap enas com ba se em resu ltado s 1 11 '1 (' '!lI li'is: no cur so da vida de ca da um , de uma ma ne ir a cíclica , na sce m 1 1Illill 'mas, inccrtczas, esco lhas, um a política da vida co tid iana que t em seu t' '1\11 0 1 1 :1 IItilizaç ão estraté gica da s reg ras so ci ais". 1 2 Num a loca lidade geo 1' ,1d 'i 'l\ll1 'nt e próx ima, mas histórica e histo riograf icame nte muito af as t ada , ,I 1\1('SIl\ l\ orientaç ão é pro pos ta po r M , Gribaud i par a o e st udo da form ação I! I '1 :lss ' o perária cm Tu rim no iní cio do sé c ulo Xx.1 3 Num a situaç ão em ql l' ," insistia sscn ialment e nu ma co mu nidade de ex periências (im igra1 \1 1IlIl>ana, ra balho, luta social, co nsciência po lítica etc.) qu e co nstituiri a a d:1 IIn i lad " d'a idc ntidade e da co nsciência da clas se o perária, o a utor 11,1'0\' ,I 1(' ilingill a a '01 T11 anh ar itin crários ind ividu ais qu e f azem a pa rccc r a mu lI ipli ,i Ia I' Ias 'x periências, a p lllralida dc de scus co ntex tos de rcf erência, 1 , Ic as r '1 1 1'()1111 ItI içõ 's i nl ' 'rnas c ex tcrnas Ias q ua is elas sã portad oras . (1 11 1'.1 1(');a pa l'l'ir los p 'r 'ur sos ge o rrH'i os e pr fissionais, dos 'o ml orcam n1m I! "!lO 'liI'i 'os, Ias 'Slr:1 I 'g ias r 'Ia 'ionais que :1 'om pa nham a passag 'n
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do campo à cidade e à f á brica . Co mo mu itos ou tros, Griba ud i p ari i, iI I! I idéia de u ma cu ltura ope rá ria homog ênea o u, em todo caso, q ue homog '1 \ ,i Z'lVa os com porta ment os, No meio do ca minh o (e es pe cial me nte ao r' '011 1 'I I 'po ime ntos or ais sob re o pa ss ado f am ili ar dos p rotagon istas da histór ia '1"(' 'swdav a), de sco br iu a divers idade das f or mas de in gre ss o e de vida na ('01 1 Iição o pe rá ria: A idéia er a ver por in term édio d e qu e ele me nto s cada um a das f :ll1 1lli,1 da amostr a tinh a ne gociad o seu própr io per curso e s ua próp ri a i I'nl id :ld( soc ial; qu e mec anismos tin ha m de ter mina do a flu id ez de un s C " ' SlllJ',1 I 1 çã o de ou tro s; po r qu e modalidade s se tin ham mod if icado, mu itas l ' j l l ( drastica me nte, as or ientaç õe s e as estratégias de ca da in di vídu o, \0:1 11(li l tras pa lavra s, e co loc ando o prob lema do pon to de vist a da condi ': II llJl t
rária, o s ignific di fere ntes e fisionom mater iaisias co mo pcrdl' os j~ls (1I 1 11t' i1I11 tinh am iss construí do ava as dpesq ive uisar rsas exospe riências sim es c larecer as din âmi cas qu e tinh am pe rmi tid o tanto suas aJ.!,1"'1 ' 1' I quanto suas desagre gaçoe s.-!4 mo se vê , a a bordagem mi cr o-h istórica se pr o põe enr iqu . "I 1 11 1 li,' , social torn ando suas va riáv eis mais num erosas, mais c ml I' 'tiS ' ( 1I1 1 \) "1 1\ n ais móveis. M as esse ind ividu alismo m etod ológ ico tcm lill\il <',I, I '11 1' " dc um co n junto so cial - ou melhor, de uma ex periência '01 " i .1 ql l' 'S ClTl pre pr ec iso pr oc urar def inir as reg ras de co nstiwi ç1 'I' IIIII ! 11 1 1 11 11 \1'nto.
5. I~m sua vcrsão "clás sica", a história so cial f oi m a joritariil l1 1 '11 1 11 1 11 '11 i(l:1 '01 10 uma história da s cnt idades soc iais: a comuni Ia I' I,I " i I 1 1 1 0 1 Idl! 'j,l, pa róqllitl, ida dc, ba irro ctc.) , o grup o prof issional, a (l I' I '1 1 1," '!lll I Ik(' '1 '1 0 po lia-sc dis utir o~ contarnos dcssas cntidades " ma is :dlld \, 1 11 1( 11 '1 'l'I('i;1 'SlIlI si/!:nif i 'a çã o sóc i -hi tórica , mas não se as '(1) 'li :1 1111 1 11 ., ' 'm 1 11 '1 1 1:1"1 1 'IH qll 'stão. IS Dond a im l res são, a I '1 "01 '1' 'r O 'I\Olll H' (" ' 1 1 1 1 1 11li, '01 11 1 ' 'ilil 'II IOS a '1I ITlula 10 luranl'e. 001 1 40 anos, ti '1 11 1 )1 1 ','\H 'I di ri i \'/1 ' I' in 'r 'i:1 'Iassifi ';Il )ritl. I 'lima Sil'llll '; o p,ll';1 01 11 1 ':1 I.' di" dlllli I1 IIi d , li, •• : 1 I1 1 t1 11 11 1 I11'", Ilrl 1 1'1\1 1 1(I1 1 11 1'11 1 ', 1 1 11 p'lll \1 11 1011 '1 1 \ "I'II ~ I 1 I1 11 1 11 "" Ii l',lit 11 1 1011I11 I.1 1I' 11 1 /1li,1 11 (1 11 1 11 11( , 11 11 111111pl 'lIlll1 11 1\1 11 11lI', 1 . 11 1(111 1(1 1 1 11111 1 " I, 1,1 1111 11 11 1 11111 dI 1 11 1 1 dll 1 1 11 11 1 1 1 11 1 1lU 11 "1 I' 1 ""1 1 1/ 1 ( 1 1111 11 1 11dll1 PI I'I'III di 11 1 /1 1 1111 11 1 1" II IllJlllllld I ri I 11 11 1 1'11111 1 1 11 1 11 I"Ii ,1 11 11 1 11 11 li1 1ill'llI ,,1 11 ,1 11 1 11 111 1 11 1 11 111111 11IJ III 1 1 11 ,1 ,1 11 11 I1' 1,,1 11 11 1 11I I II ~IIIII IIIi I 1 11 1 11"11 1 1"1 11 1 IIIi " r" 1 11 11 11 11 (lI) 11 j
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I' Viii illlll, ' 'Iaro, mas os personagens da peça quase não mu dam . Se rá 1"1 {'i:,o IlIlt Iia nos ind agarmos so bre as razões , certam ente mú lti plas, qu e 1'11\1('111 'x pli 'ar es se m ov imento em direção à so ciografi a de scritiv a. El e f oi IOI! 'o I aslant , em tod o caso, para retardar por um bom tem po na França a 11I1! t1 11 'i:1 d' um livro como o de E. P . Thompson , The making ofthe En:Iisll II'orkinK Jass ( pu blicado em 1963, ma s traduzido para o francês apenas ( 11I 1( HH), qu e evitava partir de um a def iniç ão pré-c on struíd a (ou qu e s e suplllllla a' 'iw) da classe o perária para insistir nos meca nism os da sua forma\,.111,11.Foi tardiamente, a partir de iniciativas a prin cí pio isoladas, 17 que pou('O :1 p Oli 'o s' imp ôs a convicçã o de que a an álise n ão pod ia ser f eita a penas 11 1I 'rm os le distri buições, e isso po r du as razões princi pais qu e se de ve dislill)'llir m 'sm o que em parte elas inter firam m utuament e. A prim eira rem elI' dO prol I I a, há m uito coloca do, da naturez a dos crit érios d e class if icaçã o ( 1I 1 (Pl ' s' l aseiam as taxin omi as histór icas; a segunda t em a ver com a ênIil/, , da Ia b 'I mais recentem ente pela his toriog raf ia ao pap el dos fenôm e11 0', d ' illl 'r-relaçõcs na produção da soc iedade. 18 N I1I11 'aso e noutro, a es colha de um enf oque mi cro -histórico tem 11 11 111illl portJncia Iccisiva. l' btando-se da nature za da s c ategor ias de análise dll ,'m 'ial, " 'om certeza no níve l loc al que a defasag em entre ca teg orias ge11 1' 011 'x >g 'nas) c categ orias endóg enas é m ais marcada. Há muito r ecolillI ,ido, o I ro blcm a tornou-se m ais sensível nes tes último s anos devid o à iIlilll Il('ill I' I ro blemáticas antro pológicas (es pec ialm ente d a antr o polog ia 111111 1111 um 'ri :an'I), que se exerceu pref erencialmente sob re aná lises loc ais. Nllo ',Ih ' IIqlli ntrar nos pormenores das soluçõe s es boçadas. R eg istrem os 10 11\ '1l0S qu ' o balanço des sa rev isão nece ssária (e qu e aliás não termin ou) ( 1111 I1lJ ;UO, S 'm ILlvida ela tornou po ssível um exa me crítico da utilização d' 'I I1 ~I ios ' Ic recortcs cuja pertinência quase s em pre parecia in discutível; ('111 [l'lld " por outro lado, a encora jar um relativismo de ti po culturalista qu e 11111dos '("iI'OS tcndcn ,i ais do "g eertzism o" na história soc ial.
110hilw,lIi1 1', '1'1101111son, L:I (onn:ltion c/e (:I cI"sse Olll/fiefe ilng/aise (Paris, allim ar 1/ 11111 1,II)H H; I '(!.: Londres, 1963) IN. do T: trad . bras.: A (onn"ç;/o C /" '1"8s' op ·r;1,.i:l 11 /1' 1r'111,IUo d' .Ii1n 'ir'O, »;1" . 'I"rr:l, 19871. I 'm br 'mos qllt: O t:Stll 10 d' 'I'honq son s' 11 11111'1'1 1\ 11\ 111 P 'rs p' '(iv:1 rna 'rosso 'ia!. 1/ (:IIII\10~, pOI 'x '1i\1\lo, 111 'S(; d' I\li '11,11, P 'rr Ol, L 's Ollvri 'rs '11/;1' v': 1'1';111 " IH7 1IHill) l'III1 '" lllli 'ISil\d'I,ilk·III ""IVi('·d·I~' plodll'liOlld'TlIl. ',', I< n " ,);lld' \'i/ l' 1IIII(/uII('",; I1I11 1 :111 111,1 '('1111 1 , /'C'II s(·II'III1' 011, 111111'('1 1 111,o('iolo j\ill, 1I('NIIlIIo (!t111111\0111111 1,1,1'1 ,<1 ('/ 11"1'1,1./ 1 Iilil/lluil lllll'/II II:II/ I/Il<' \'(/('hil 1'\11 1'1 ,1\111111 IIIH,' 11, ) I" 1'lIdl I I 11I 11 111111 1111 1111111 qlll 1'1I1 11~'11I 111 '1\ 'I I~ 11111'I 1111Iilllllllll~,lll 11111 1\1111 11""1111 111 ( :1 1111 11, /,'1 \ lill II 1 I 1/ 111/1II NI IIIII II/ II 1 1 ' 1 1/ 1 1i1l 11~ 11:1III /IIII /tlli/ (1 / 1 / 1 1 , I I,',' li di 1(1'111 1, I, 11 1', ",'1, 11 )'1( 1),I ' / 1 \
A segun da dir eç ão de pes qu isa, a qu ela que convid a a ref orm ul:1I I1 análise sócio -hi stóric a em term os de pr oc esso, sugere um a saída para 'S ," dc bate. El a prop õe que não bas t a qu e o historiado r ret ome a lin guagcm 10, atores que es tud a, mas qu e f aça del a o indí cio de um trab alho ao m 'SIIHI tem po mais am plo e m ais pr ofun do : o de construção de id entid ade' so 'iui,' plur ais e plásticas qu e se o pera por meio de um a rede cerr ada de rclaç( 's (de concorr ênc ia, de solid ariedade, de aliança et c.). A compl exid ad' dll, o perações de análise requ erida s por esse ti po de a bordag em im põe 'f lllo 11 m encolhim ento do cam po de o bserva ção. M as os micr o-hi storiador's llil() s' contentam em regi strar essa imp os içã o f act ual ; tran sform am- na cm pl ill cípio e pist emo lóg ico, já que é a partir dos comp ortam ento s dos in li vf dll(L que eles tentam reconstruir as modalid ades de agreg ação (ou de dcsa).' ;l' ')',1 1 çã ) social. O rece nte tra balho d e Sim ona Ce rutti sob re os ofícios c as t'OI porações em Tu rim n os sécu los XVII e XVIII pod e aqui ser vir de cx 'Inp lll, N nhuma histori ografia é certam ente m ais es pon tane amente organi 'i,'ul d( qll a dos o f ícios e das assoc iações de ofícios: ser iam com unidadcs 'vid 'li I 's, f u ncionais e, seg undo se sup õe , tão poderos amente in teg rado l'as 11II por isso m esm o se tornariam qu ase naturai s na socied ade ur bana do Ali! i)"o H 'g im e. A a pos ta m etodológica de S. Cerutti con siste em revogar 's sas '('I I ';-,as c em mos trar, a partir do jogo das es tratég ias individu ais c f am ililll '~, d ' suas in teraçõ es, qu e as identid ades profi ssionais e suas trad uçõ 's iI)SI illl. 'ionais, longe de serem estab elecida s de form a def initiv a, são o b j 'ro d ' 11 111 'OIlSlante tra balho de ela boração e de redefini ção . Longe da ima "11 1 ('lIl1 'l)slIal c em linh as gerais es táve l qu e as descrições tradicionais do 1\\ 11 1 11 111 dos ol'íci s fornec iam , tud o é o bjeto de conf litos, de negoc iações, d ' (I \11 1 1 '()'s I l'ovis6rias; mas, por outro lado, as es tratégias pessoa is 011 f Ulllili I1I 'I Illl0 sã I uramente instrum entais: sã o soc ializadas, na m edida '111 lIiI ' I1 il'" 'paráv is dc re presc ntações do es paço relaciona I ur bano, do s 1'\'111'11 ' que im põe , a partir das luais Os ,tlOI " '10 < 1 11 ' , 1 , of ercce e das limi taçõe s ('illis s' ori 'ntam e f azcm suas escolhas. Trata-se portanto Ic I'S IHIl 111111i'1.11I 011 ;10 m 'nos I'd 's banalizar - os m ec anismos d a r 'ga .; o ' (il' ,I o c'j,I\'do, inslst in 10 IY\S m o lalidadcs rcla ionai que os tün f im pos,' ('i.~,I l
('IIP '1':11110 IIS ' lillç( 'S 'xist nt s -ntre "a ra ionali Ia I, ill dividll id ( ld 'I\lid ad' '01 111 'liva',.It) d 'slo ': 11 )\ 'lHO qll' ', 'sas 'st'olll:ts ilí\ pli '1 11 1 1I ro av -11 \1 '1l 1 ' (' 1\1 11 '1 ('11 11v('1 11111 1(l, Ili,'IO lill11 di' 11(I 111'd i 111111111111111Ihl 1\(IIIIIPlllo " I I .111di 1111111111\,.\11di 11111 \1111111" Ii 1'"'1"11' 11111111111111IIIIIill 'I (, I I \ I, I I 1 1 '" 1 \ 11/I 1111\ ,""''1 ,I 111' '
saber , que existiri a um c ontexto unificado, hom ogê neo, d entr o do q 11 :11 cm função do qu al os atores det er minariam su as es colh as. E ssa r 'usa pll Ic ser entendid a de duas maneir as co mplem entar es: com o um a 1 '111111,111 ça da multipli cidade das ex periênc ias e das re pr ese ~taçõc s s ,'iaisl'llI parte contraditórias, e m tod o caso a mbíguas, po r m~1O das (~IIaIS ~),' 1111 mens constr oem o mund o e suas ações ( e é esse o eIxo da I'ICI a 10111111 lada por Levi em relação a Ge e rtz);22 ma s tam bém, na anális ", '(llll,1 1111 I\"a "m trivial, na cscala da nação faz-se histór ia nacional; na. 's '111:'11 111ti, r ai'.-~· hisrór ia 10 ai (o quc, em si, não im plica uma hicrar qllla li' IIIIJlIII 1.111'ia, 'sP' ia In 'nt· 10 I ont0 de vista da h i 'c6ria so ia\), O\), '('I V\1I1:1 "11l1 li v 'I do 'hão", a história " um onjlln co so ,ia I apar '111 '111 'liI( 'I : I 1l1111 1il disp 'I'~ 1 1ir fa I' I' a 'onl ' 'im 'ncos min(ls '1110S, lif 'f' 'is ti ' 0'1.', III~ 'I. iI I. '011' 'p\': () Iralli 'ion:11 da 11101\{)gr al'ia pr o 'IIra faz -10 ao ~: \lllti)llll 1'1111111 1:i1t:i'1I \1 'I iri '11\'\o 10 ':11 < I • !lip li 'st's ' (\ , r 'SII1I:I(\OS g '1\11" () 11,1 IlItlllo tk ('0111' '11I.l1i/,1I'1\0 1l\(tilipl.l Pllllic 110 P '10,' 111i '10 !li, IOli ItllIl
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Pllf 'l' le prem issa s muito dif er entes. Ele af irm a, em prim eir o lugar, que ':I Ia ator histórico participa, de maneir a pr óxima ou distante, de proces ,'O~ - e portanto se inscreve em contextos - de dim ensões e de níveis variáveis, do mais loc al ao mais glob al. Nã o exist e portanto hiato, men os ui 11 Ia o pos ição , entre hist ória local e hi stória glob al. O q ue a ex per iência I ' 11m indivíduo , de um grupo, de um es paç o permit e perceb er é uma lll) lulação particular d a história glo bal. Particul ar e o riginal, pois o que o pont de vista micro-hi stórico of er ece à obser vação não é um a versão a tel1ua Ia, ou par cial, ou mu tilada, de r ealidades macr ossoc iais: é, e este é o S /!:llndo ponto, uma ver são dif erente.
). Ve jamos I i I(101''s. Iode-se
um exem plo que ch amou a a tenção de vários mi cro -histoanali sar a din âmica d e um macr opr ocesso , como a afirma-
, o do I"stado moderno na Eur opa entr e os s éculo s XV e XIX, em t ermos 1IIIlito clif'r entes. Durant e muito temp o, os historiad ores se inter essa ram so111'1IIdo por aq ueles que , de ma neir a visível, tinh am feito a história. De po is, 11111','1 -ir a dos grand es teóricos do séc ulo XIX, desco brir am a impor tância das I vIIIII\'O 's maciças e anônim as. Imp ôs-se entre eles, de mane ir a generalizada, I lilllVi 'S'; O le qu e não exis te história verd adeir a a não se r a do co letivo e do 1111111'IO~O. E a mutação pode ex plicar que as encarnações históricas do po 11I I, 110 ~ 'li modo de ver , se tenham substancialm ente transform ado. Nos 111 11, 1 1 1 1 1 0 , tr atava-se ex tensivamente d a política de Richelieu e d a impe1II111 I' '01' I -nação política, administrativ a, religiosa, fi scal e cultural que ela 111 '1) ,'I 1<'1':\1ça do início do séc ulo XVIII. Ho je, pr ef ere-se f alar d a afirm a'I n illlp 'ssoal do Es tado abso lutista tal como ela se in screve inelut ave lmenII 11 11lon ta Iur ação, entre os séculos XIV e XV III; evoca -se, seguind o Max W h'l, o I 'nto pr ocesso de racionalização q ue afetou as soc iedades oc idenI 1 1': 11\'11 'iona-se, seguindo orbert Elias, o dupl o monopó lio do f isco e da \'lliI Il('ill lIl1 - a monarqu ia francesa adq uiriu entr e a Idad e IVléd ia e a mod 111idlld .; :I 'ol11 panha-se, eo m K antorow icz, a emancipação de lim a instân11 IlIi('i~udll no pró prio seio da cristandad e medieval. Tod as es sas leitur as (I 11 11(11.' Illllis) SI O pr iosas e muitas vezes co nvin centes, hlas enriquece 111111('Illlsi(l'r av '1m nt nossa 'orn preensão do [ a sado. T Ias ou qu ase tor! I' ,"ri:1 pr ' 'iso pôr à parte aqui O aso le Elias - t -m ontudo m 111 1111 1111 li 1'1110d' 11(''il:lr -m '01110 ('ai a l: ist '\n 'ia I- 11í:lt'rol'-nOm -no~ '1I jll , III ,l'i I ,('Iiu ()I>viu, lIll' 01111 '01'11S · :llrihld:l 1 i Ilíílj 'Slld', 110 pr ,,'1 /,jo, I 11111I itlltil" ,111 1 til-IIIII d(' IIIlI P 'ISOllll)',l'lll "1111',IIIiIl, IllIi' l~ ,illllldn ('lIlll 111 11, 1,111I11Lld l' 1111 11111 11,11 1I1',i!'1 d o,~ )',1 IlId' IIIIillljo "11 1111 11 11''1"1' ~,1o 1'0 1IIIIdllll ( 1111 1111111 1111111 dI I'; ,l,ldn, d IIl(ldl IIIi/11 ',lI, di 1111111 '"till 11"11',11 'li 1111 11111 1 1111 1, di 1IIIIdlllllli 1'lllIi li, dll 11'11 111 1111 I I li Ili 11 1111 11I
guerr a, muitos
a d ifusão da cultur a escrita, a indu strialização, a urbanização , '11(I ' outros. Esses fenôm enos são extraordin ariament e comp lexos, como se sa b " 1i tal po nto qu e na maioria das vezes é imp ossível p ara os histori adore s I '1ll;11 cal' seu s limites . Ond e ces sa a esf er a do Est ad o, onde os e feit os in 1II 'I,idwi pelo trab alho e a pr odução industri ais, onde aqueles de que o livro 6 I Ol'lll do r? Qu ando os descreve m, os historiadores pod em portant o hesitar qllalllll à sua morfo logia, qu anto à descrição de sua articulação intern a. Mas 6 SUr '!)1(' ende nte notar que sua eficácia, ao me nos tend encial, qua se nun ca ' po, 1,1 em dúvida. As "máquin as" do poder se a utorizam por si mesmas e são · ri ,i entes pr ecisament e porqu e são máquinas. (Seri a mais corr eto diz r: '\a,' 'li são ef icientes aos olh os dos historiador es porqu e eles as imaginam como 111,1 quin as). Tend e-se p ortanto a pr ocur ar na regulação da própri a máquina 1i ('X plicação de seus d ese m penhos, assumindo-se in genuament e uma iel 'Ollll',i I Ia r acionalização e d a modernização que pert ence ao sist em a que S' aS,11 miu a t a ref a de est ud ar. Qu and o muit o, procur a-se identifi car aqu 'I 's '1111 parece terem -se oposto a essa s grandes transf ormações , que se cmp 'nilal 1111 'n denunciá-Ias e em bloq ueá-I as em nome de valores soc iais altl:1"I1111iVII • S 'm dúvida não fo i por ac aso q ue a m es ma geração intelectual '111 ' llil (I :lnos solenizava os apa re lhos do po der f oi tam bém a que mai " '1)[11 . ii! II)OU pelos marginais, pelos re jeitados, pelos alternativo s da hisl )ria, 11<'111' han lidos socia is e as brux as, os heterodoxo s e os a narq uista, os ' '111 dll' I' LO 10 tipo. Ma s essa e ra aind a um a maneir a de reco nhecer e ka p0l1ll11 pll 1'11a r 'alidade maciça do poder, j á que a pena s uma min oria dis p 'I'S:I d' 111' I' )is I'inh a sido ca paz de se levantar contr a ela, a par tir de fora '~'III 1111 111 s p 'I'an a verdadei ra. /\ 'eitar tal visão das coisas, semelhante distri buição de Plll -i,', :,I)',llill ',I I,far o admitir que, longe da lógica ma joritária dos aparelho~, (lia doi', 1111 1111 S I' '~i luai' de resistência à sua af irmação, os atores soc i',is '~II o 11"111 I 111('111- allS 'ntes, ou ainda que são passivos e que histori am 'nl ' ~\' ,lillIlIl 1('llIlll I vontade do gr ande Leviatã que os e nglo bava a todos, I~s~ " dllllllllll /,11'110 dll força da fraqueza 6 praticamente inaceit'Ível. Nfio 101 1,1/111 I 1111/1l i,', I11U SP írqll', mais uma vez, es tá demasiado li a Ia às r 'pr ',' '111.1\'111' 1111 \' 111111':I ti 'ixar am d' s 'r sug ridas p elas pr ó prias lóg i 'as do pod 'I, 1111 1 IIlI'tl'Il(li:lI11 dilar ar ' 1i mllneil'a le ~e o por a Ias; , porqll" m 'S1ll0 ," SI' Id 111i1i1\1 Ilip 1 i .~ - d '1Ilííll -fi 'Ií 'ia glo bal lo~ a par -lilo~ . IIIS IlIilOridtld '" 1'1111 I I111'lIti ' I I111 · ir lll))<:I)[' 'OlHO 'S~II 'I'idt'ill f oi pos~rv 'I 011,' -jll, 'Olllll II1 11111\l('II,III~(-1 illl.', '111 ('0111\,,10,' Illd\,I'llIidlll)) 'Il( - v:ll'i(tv ,i, , I1 -11'1(11',11111 ', I illi"ll 'II('~ do Jllld('1, :IIIlI('ill n Jllnllll 11 11111(" " Il 1111 11 '111',11111 1',1 II ( 'li', 11 1 1('1l'.•1 In 1II1 \l 1 11I1 1 illl'l"l, til 1111.1/11 1'111 1/", 1IIIIIIIidllll /11 I' I 111'111,( '( 1I1111/plllil 1111, I d, -111111 I 1111111 111 111 1111 11 II 11 11111 di 1IIIIdll lil, dt 111)',11 11I lil, r! '111"1 c
pl illy; o cm todo s os níve is. É import ante aqui ser b astante clar o: os histori ador 'S, cm sua ma ioria, tr a balh am com soci edades fortem ente hierarqui zada s I' 11 : )-igualitárias, nas quais o pr ó prio prin cí pio da hier arquia e da desigual1:1(1. cstá profund ament e interiorizado. Seria ridí culo negar essas r ealidades que as op eraçõ es qu e aca bamos d e citar - circulação , negoci ação, t ' ringir lpr o pr iação - podem ser pen sadas for a desses ef eitos de poder. Ao co ntr á'u gostaria de sugerir aqui que elas são i nse par áveis deles e que foram, I io, d ' r alO, manei ras de comp or com os poder es; ma s tam bém que elas deforma I :11)) Os cfeitos dess es poderes, inscr eve nd o-os em contextos diferentes dalIll 'I 's que o riginariam ente er am os seus e subm etendo- os a lógicas sociais plilli 'ulares,
d'1 SIIII1 s ' ram até pen maisos, fundoum dpouco a soci edade qu eplicada ele enquad ra e " 1\ificar, r ealid ade é, etrar bem no osa bem m ais com e menos il.lllllOniosa, No nível dos fatOs, as instituições se so br epõe m, entr am em 11 111' )r r~ncia, às vezes se o põe m umas às outras; a lgum as já est ão foss iliza11 I I))as, segund o a lógica do Antig o R egime, ge r alment e são substituídas I 111 por isso serem su primid as, o qu e pod e det ermi nar emb ar alham entos 111 '(lli ':tv 'is de autoridades, de com pet ênci as, de ges tões); o utr as es tão em pl, li,) tI's nvo lvim ento, se ja porqu e são mais recentes, se ja porqu e são p r o\', (11111111 'nl 'as mais bem ada ptadas a uma deter minada configur ação da soo pensamento do Estado, aque le qu e tiver am a seu iIi dlld .. I\in I a assim 11' P 'ilo S 'IIS [ romotores dos séc ulo s pass ados ou qu e têm os histOr iador es Iloi " 111 11pensam ento glo bal qu e, mesmo nas hesitações, ,na s contr adiçõe s, 11.1',1I1 IItlan 'as dc ritmo, r eco nhece um úni co gr and e processo em aç ão atra1'1I' I ps s' ulos, Quando se fala do c resc ime nto do Es tado e se t e nta dar lIlll.I II/IIIia '50 a prox imada de le (é a famosa " pesage m glo bal" car a a P . Chau1111 ),11m 'x 'mp l medin do o peso do sistema fiscal públic o, ou o númer o de 11111 t'iollr trios, ou os progr ess os quantitativos da justiça real, está-se pensando 1I1,. Ii pil l'Lir 10 modelo do cr escimentO econômico, af ir mando qu e um 11 lIIIl"IIO n(l/1'l 'r o d indicadorcs selecionados per mite ex plicar a cvolução 1 (Olljlll\lll d' 11 m sisccma que scria a um só tClr lpo co ntínu o c intcg r'~do, cr -
pr oduzida a ar gument ação id eoló gica que o subtende ), se se mud ar a es ':":1 de o bservação , as realidad es que apa rece m pod em ser muit o dif er entes. Foi o que mos tr ou recentemente Giova nni L evi na pesqu isa, vá r ias vez es icadll aqui, que fez so bre um a com unid ade rur al do P i emont e, Santena, no f im do séc ulo XVII, Que acontec e quand o se ob serva o proc ess o de con struç10 10 I~stado "no níve l do chão", em suas mais longínqu as conseqü~ncia5? ( , gr andes mov imento s do séc ulo, a a firm ação tardi a do Es tado a bsoluti 'ta l\ll I iemonte, a g uerr a eur o péia, a comp etição e ntr e as g r andes ca sas aristocl';Íl i 'as estão presentes aí, é clar o, mesmo qu e seu rastro se ja recuper ado por i11 I 'r médio de u ma po eira de aconte cimento s minú sculo s, Ma s, atr avés d '~sn i Ii onteciment os, é pr ecisamente um a outr a confi gur ação das relaçõ es enll' ' o r or te e o fr aco que sur ge. Po der ia ter sido tent ador r edu zir toda essa história à das tensõ '~ q 1i 01 õem uma comunid ade periféri ca às exigênci as insistente s de um 'Ib~olll lismo em pleno des envol vimento. Mas a cena tem mu it os outr os parti iP:11 I 1 '~, Entre Santena e Turim se int erp õe m e int erf erem as pr etens( 's di (:hieri, cidade média e qu e quer se faze r ouvir ; as do arce bispo d e 1lHim, di (JlI 'm depe nde a par óq uia; aquel as, rivais entr e si, dos prin cipais f eudat:'íl ill', do lugar, que fazem quest ão de afi rm ar sua pre em inên cia. A p r ó pria ~o ,i 'dll " ' ai leã se deco m põe , se fr atur a em fun ção dos inter esses d iverg 'nl s do' ",111) )05 particulares qu e a co nstituem, Ess es ato r es co letivo s s -nrr '1111111 1, 111:ISrambém se aliam ao sa bor de poss ibilidades que são e las mesmas 11 1I11.1 ,js. I\s fr entes sociais (e "po líticas", se se pr efe rir ) não param Ic S ' (k,',11 1'111par ' a tornar a se fo rmar de outr a maneir a, Fo i pr ecisamente à mllll ipli('i ,1.1(\ , do' inter esses em pauta, à comp lexida de do jogo social, CjU' 111 I/1f1 li' Sant 'na deveu, dur ante a segunda metade do séc ulo XVl I, :1 ('11"1111 '1l1 ,tiva le per ma necer um paese nascosto, mantido como qu' a s:1I I1 (LI /',lllil I 's 1 anobr a d Estado ce ntral. A neutr alização r ecípr o 'a da,' (','1111 1 a inteligência política Ias 1'1''111 (" 111 / ',i \,' li11' visavam a ai leia, e tam bém lei,' p )(1 -I f az I' entenel r e se estado de coisas; ma s tamb ém I od . I'U/, I, I 11 11,'1)('1d ' 11111n 'gociad r x e pcional, o notário-J odcsCil iulio ~ 'Slll ' (:11111 , 40 anos: f oi ele quem ~o ub - lir ar plll 11 11 '!"' I' 'illOIl -11), ant 'na dllr anc d 'li ('onh' 'im -nlO fnr imo Ias r -dcs ~o iais, d sell lomf ni() da i llllIll1l1l
1IIIII'IIIl' 'l\1ilis I 'li -::Ido t 'ntar uma mcdi Ia cm tcrmos de ,f i '1 'i'l: mas 1I 11 1111 do:1 I' 'Iaçl () 'nrr ' O nún '1'0 dos funcion{)r ios I (1I )Ii 'os o n(lI')') '1'0 da II'IPld I 'i o J"oi>:lIl 'nd' a alll11 'n llll', a' 'ita-s - qllas' S '1\1 d is '1IIir l ill' I' 'slllla Iil 111 11:1,li 'ikia Illaio l, 1':1\\ ,odas 'ssas o p 'I'a(;( 's, 'lIl lodo 'il,'O, Illir lllll-s' 1(1 1110011 i I I ('xisl Il('i:1 d' 11111 11 IIJ'it'11 ('OII\llIll 1111 ('IllIil'iellli 10 ('Olljlllllíl tllle li 1111 1li' 1.1' (',', tio I':, Illllo, (),II, IIl1d I I 1I1 (1111 ' ('('1111 ,'(' '.I' 1('IIIIIII'illl I1 'li 1111'1" (111'.1 11 1111 11 tI" I lllllilllII lIlIIlILIIII,d'l 1111111 111 111"11 111111 IlId (1 11 1111I1tllll'l"l
Il lilo 11' - 'Ss~r io I S 'strar ' r ias f lll ili ar s - - da m -mória '01 'I i I plll I I ill'lHlI ('onlO IIJIl 111-diador ohr i 'ai lr io no int 'r ior Ia 'ol11lln idlld'" 'il',ltill 1 111 ,1111'111 ', ,I, 11110'. 'slW 'illlll\ 'llI . I'i 'o ' " 'li 'Slatlllll pt'ol'is,'ioll d II"d I 11 1I1 ti' X(' 'I)('iolllll. 1 ,;1 ' 111111P ('II '11(" 110 1I11111 do(\0,' pod '10,'0,' 1(' 'ollll( (I dw Ii 1I POtl<'1 " d(' 11111I 1I111 111('ZI '111/1 111'11111 \('111 ('d il'(,I\'1\1 '; 1l11,I\'iI 1I 1"1 di 1111'i 'Illl d, 111 11('llItillll "illlltl, I Iid" I, illl d, Illr Ollllll,')'" tI(' ('(lId\('( illll 1I 111 ,d( 111'1 Il' 11" '1111111 '!"( IIlI I" Ill1l lillll l 'I ,1111 111 11111111,1 I',' ril dll 111111 1111 111111 1I1 1 1'"' \ I111 illli 11 t til ,11"1 1 > 1
R ctOmemos o exemplo d o Es tado monárqui co na Er a Mode rna, Visto dI' I lIris C de Ve rsalhe s, ou de Berlim , ou de Turim , ele se a pr ese nta co mo 1111\a 'SI écie de vas ta ar quitetura cu jas form as não param de se desdo br ar,
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Sem dú vida o notano Croce é u m per sonagem fora d o comum, e ( piando e le desa pa rece, no fin al do séc ulo XVII, não é aliás su b stituíd o. SanI 'na sai então da sua semicland estinid ade, ag estão local do s pode res se de,'lIgrega e, a prov eitand o-se d e um a cri se a um só temp o econ ômica , soc ial e polftica, o Es tado cent ral ret oma os s eus dir eitos ( ou ao meno s um a p arte deI 's). De toda f orm a, se pre starm os atenç ão , os arquiv os f azem a pa rec er um 'ran te númer o de sses personagen s qu e, dese mp enhand o o pap el de mediadores, reg ularam , limit aram, ma s tam bém abon aram a co nstrução do Es tado. N 'm todos pu deram ou qu i seram subtrair seu grup o de pertenciment o à lóVi 'a 10 po der central: ma s tr a bal har am para comp or o s inter ess es lo cais (e ' I ) prim eiro lu gar os seus pr ó pri os) com as ex igências deste, com as suas práI i 'as, uas institui ções, seu pes soal. 23 Na ve rd ade, a esco lha não é alternaI ill:1 ntre du as ve rsões da rea lid ade histórica do Es ta do, um a qu e seri a "llIa '1'0" e a outra "micro", Uma e outra sã o " verdadeir as" (e muit as outras
tin ta f osse g asta. Ele ex erce o fa scínio d os conceitos qu e se go staria d ' JlO der utili zar se ao m eno s se soube sse defini -Ios exatam ente. D eve -se li '1' 11 0 "exce pcional norma l " um eco, in t eiramente c onsoa nte co m a sensi bili cla !tdos anos pó s-1 968 , da con vicção de q u e as ma rgens d e um a soc iedad ' ti i zem ma is a seu respeito do que o seu cent ro? De que os l ou c os, os mar! ') nais, os doent es, as mulhere s (e o conjun to do s grup os domin ado') ~f () li, letentores pri vilegi ados d e um a es péc ie d e verd ade social? Dev e-se nl '/1 dê-Io nu m sentid o dif erent e, o d e um di stanci amento signifi cativo (m fls d ' quê? )? Ou a inda como um a prime ira for mul a ção do p aradi gma indi i. rio , n,ais tarde pr o po sto po r Ca do Ginz bu rg? É dif ícil dec idi r ent r e essas diferent es lei turas p os síveis que talll "I, I ' nham coex istido no p ensamento d e Gr endi, P odemo s, prud entemel r', plll supl ement ar qu e parec e ser coerente co m as pr IOS i\l ' I r um a leitur a ant eriormente enunciada s, Gr end i reflete a partir d e modelos d anrtlis(' ,'o
Illllis m nív eis interm ediários que seria c onveni ente recup erar de mo do ex p 'rim m al), e nenh uma é rea lm ente satisfatóri a porqu e a constitui ção do I':SI:I 10 moderno é prec isamente f eita do co njun to desses níveis, cuja s articu1,1,'0 's ainda prec isam ser id entifi cadas e pe nsad as. A a posta da análise mit'/ossO 'ial - e sua op ção ex perim ental - é qu e a ex periência ma is elemenI 1 1, a do gru po res trit o, e at é me smo do indiví duo, é a ma is esc larece dora Illllljll' 'a mais comp lexa e porqu e se inscrev e no maior núm ero de co ntex111'1di r'r 'ntes.
'ial utili zados p elos histori adores e qu e são , em sua maioria, mo I 'Ios .'11 11 'ionalistas, baseado s na int eg ração do maior nú m ero de traço s, 1\ 'Oi1ll' , II"C muit os deles res istem a es se tra balho de int egração; co nstitl/'1 11 'X' '. nos ha bit uam os de bom grado a tratar como "exeeçõ 's" 011 ('Ollll) t,'( 's que "ti 'svios " em relação à norm a que o historiador esta bel eu. 1\ I ro po, it,'lln d' rendi, qu e iri a ao encontro aqu i d a reflexão in augurad a p ,10 :lIl1/'OJl do 1',0 F . Ba rth , seria eo nstruir m odelos "g enerativos": ou ~e ja, mod 'Ios qlll' 1)('1 Illil" in teg rar. com pletam ente (e não mais com o ex eçõ ' s 0 11 ti 's io, (I' P 'I' '1lrs s e a s escolhas indi viduais. Nesse se ntido po I 'r-s ·.ia di i'. 'I 111 1( 11 " 'x " p . lOna I" se tornana ." norm a I""2S No debat e que pe rm anece a berto, o tra ba lho I, (;i(JVlllll ti 1,1' i 1III plr ' ,. traze r um certo númer o de res post as '111 ' I 'SIO(':1I11 d I' 11 1111 111I 111 11 I 11/',/11 11'l1I'a ão, Ele lemb ra em prim ira Itlgar <11 1' pn,', I' I pl 11 II I I 1111 pl \1id a I, le 11 m f at s ial de outra man ,ira qll ' Il: (I ( '1111 1 111 111"/'11111 111 11II lI' (', IlItlsri os. s glln 1 0 C "lpít lllo d ' s ' li li vl'o /,('//IJ/lIWI lI / I \ 1 / 11 / 'I ,d , i111 lillI \ ',(1'111 "i:ls dcs nllolvida s por rI' s ram li I ,' dt, I/li I1I11 i11 11111 11111, "111 I I 111 11;1(',"olha 'nlr' algum a~ 'n('I1:IS It- Ollll!'~ 11"1 1'" f lll, '11 11 11 11/ III 111'1'10 d' 11'l\hlll ,1 Lra lam 'nlO '0I11 pill:ívc l, 11 1\1'1111/ I 1I1 1 Illdll 1'1/ 111 11 111 I1 11,llio pl'()so pogdri 'o, () pro" lil ll '1II lI 11,111111 11 [1111 "1111111 11 1111I1 I1 II1 t I' 1I , 'X '1llpl os: IOlillid ad' d/ illl'lIlllll '1111111 111111 1til, I 111 1111 1,11111111 di I, 111,('it'lll 'Il(O, d' 11 1\) Illod '10, I';' 1 11 11111 )'1Ii111 11 111 1111 1 ,1111 illlIll 1 I 111 1 .I'oI"d ,1. , h:I,'I:1I11 pal:1 rai'o 'I ''1''"1 I1 I li 1'111>11tI _ ldl 1/11 1111/'1111 11 111 111 11111 IltlIIIVII'1 til' 111 1//',III P O, ll('i:tillollli( 11 111 ,I11 111111111 _ 11111 1111 '1"1 I ItI,l 1111111 111\
7, Co loca-se aq ui um outro pr o ble m a, qu e é de fat o con substan cial ao pl lI Hio pro jeto de um a micro-história. Admit amos que, .ao limit ar o camp o d • oils 'rva ão, fazemos surgir dados não apena s mais nu merosos , mais f inos, III I,' I jll " t'I'IO Za p peri so bre Annibale Carracci mostra, p or int ermédi o do itiner ário do,' I r s arracci, os dois irm ãos e o prim o, tod os os tr ês env olvido s no ofí'jo dll r>intura em Bolonha na se gun da metade do séc ulo XVI, o que pode " '1':1 -x p 'rimentação no gênero que a parentem ente se pres ta men os a e la: a i>io 'l':lria.2R pro blema es tá hoj e colo cado no nível d o "micro". Nada imp ede, é '\lIro, IUC se ja colocado em o utros nív eis, em outra s dim ensões da pesqui sa hisl lri 'a, como o exemp lo de Fern and Braudel aca ba de no s lembrar .29 Nã o roi 'ontu 10 por acaso que algum as o bras da micro-hi stória desem penharam 111 11 pa pel determinante no surgim ento de ssa preoc u paç ão nova (ou mais 'XII!:aITlentc renovad a). A mu dança de esc ala dese mp enhou, com o já se dis.. " () I a pcl de um estrangement, no sentido dos semióticos: de um estranha111'1110 -m relaçã o às categorias de análise e aos modelos int er pretativos do di,' '1II 'SO histOriográf ico domin ante; mas tamb ém em relação às f ormas de ex -
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po~ ição ex istentes. Um do s efeito s da passag em para o "mi cr o" é t rall~frll IlIar, por exe mplo , a natureza da inform ação e a relação que o histOriat !OI Il\antém com ela. G. Le vi gos ta de co mparar seu tr a balho com o da hero Ila ti' lima no vela de Henry J ame s intitulad a In th e cage: teleg raf ista tran 'adll II!'rtS de seu guichê, el a rec onstrói o mu nd o exterior a p artir d as migalhas d illrorma ção qu e receb e a fim de tr ansmitir. Ela n ã o as esco lhe, mas tem lIll ' pro uzir int eligibilid ade a p artir d elas. Ma s a par á bol a tem limit es qu 'illl \lortante marcar: pois o que distingue o historiad or da teleg raf ista de .l~Il' " I' qll ,sendo t ão desmu niciado qu anto el a, ele sa be que a sua inf orma ç: o ( IlIllll escolha dentro d a realid ade que l he é impo sta, à qual ele acres l1la t. li IS pró prias esc olh as. De ssa s éri e de vieses s ucess ivo s, ele pode tentar 111' ti iI ()' ef eitos, e tirar deles as necessá rias co nseqüênc ias. De toda form a, vista de muit o pert o, a im agem nã o é f ácil de L I . ·i 1'111 11I1(,IP te. Ne ssa profusão de detalh es, o que é e o que não é im porcalll .? () Id~I!ori:ldor se vê ent ão, par a passar de Henry Jam es a St endhal, na posiç, o dI hd)d 'io na batalha de W aterloo, na Carwxa de Parma: da grand hisl lIill Itil imp lesmente da história - ele só con seg ue perce ber a desord 'm. ;. I/I \'1 ~ . int rrog ou, na a bertur a de seu livro, "so bre o que é e so b r o lIll ' Iltll 111 \lol'lllnt quand o se es creve uma biografia".30 Na organização I' S 'li I ,,11,1, IIIIH 'III'OIl em seg uida a composição mais ad equada para dar 'ont':1 d' 1111\ 11V I d \,.1 10 'ura Giovan Battista Croce, que só conhecem s por Ira 'Ill 'rllO, I llill ,') a Iluir e se ntido por sua inserção numa séri d 'onl 'XIOS dç 1'1'1'1 11 1 li' l's 'ontínu os. A escolha de um modelo narrativo - 011 , III ti, "111111 1 1I 11•• positivo - é tam bém a escolha de um mo 10 I, '0111 1 'l'il\W lllll, NI I I 1 IlI ido, não - indif erente que tenham si 10 v -lhos I1 '1'0,' lti, IlI"ll)',1 lill li' 1 I 1111 1',1lICill, O r -lat do acontec im entO - '111 ' S' 101'11111111 11, dI 11111 11ill 1"1 111 I' II!.I, lIhj '10 <.I'sse tipo de ex p rin cnra': o. 1';11\ ,11 ,1 111111111 Ii Id lllllll d I I1 I I tle,'gns!:a los , por que não liz '.10, (I'HlSC 11 1111I 11 1 111111I1I ri 1111111I1111 1:1 111, (' sllf i ,i -nt' sal cr tudo sol r' 11I1 I IW I,'llIlIlIl',1 11\, dll 11I li I 11111 1111 11 I 111 IIIOlt ',011 so br~ III a nt "im '1\1 0, '11\ IIIdll li ' I II I1 I" 1111 ,1111 I 111111 1"11 1111 \()~, os jornalistaS onl 'Ji1POI,II11'II', « 1111 111 11111 1111 1111111 [ 11 11 11 '1" 1 11 I "" dI! 11"' os hiSlOria 101''s; is, o 11.\ll 11111 111111 11111 IIII11 11 11 11. 111 11111 tllI 11I W•. 1 \1 1"" 1i hill)'niÍ'i:1 011 o I '11 111 dI! 111111111 I 111 1 11111d, 111111111111111 ,111 f
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\'1 ic,:,() com base na ev idência, qllC acontece Eles
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'illr dess es grand es afre sco s, afirma nd o qu e o fat o soci al, em sua es pecif icidll I " escapav a às limi t ações do t em po e n ão po dia assim ser co nfun dido 'om um fato históri co. Na antr o po log ia, a ruptur a foi ai nd a m ais radical qll(lndo Ra dcliffe-Br ow n e Ma lin owski o pu ser am à expli caç ão hi stóric a a análisc f uncional e sin crânic a que atribuí a a dive rsid ade das soc ied ades con'r 'tas , entendida s com o totalid ades , a prin cípi os ge rais e pe rm anentes : a '(l 'são social, a satisf ação da s n ecess idades biol óg icas, Sem dese mboc ar numa r eflexão t ão gener alizante, a históri a, por seu Ia 10, viveu na m esma é po ca um mo vim ento comp aráv el, quando Simi and 3 'ri, i ou o es tud o das sin gularid ades institucionai s, dos acon tec iment os políti'os ' los personagen s mais marcantes de um a é poca. O int eress e pelo cotidi~lno, pelo numero so e pela longa du ração - credo da esco la dos AnnaJes abriu caminh o para um a aprox im ação e ntre a histó ria e a antr o pologia. O id lio onhece u seu s melhore s dias após a 11 Gu erra Mundi al com o des en -
cio lóg ica e o qu e ce rto s antro pól ogos go stam de cham ar de d in âmica sO 'ild, ou de so ciologia di acrânic a, ou de estudo d a mudan ça social, ou de anrtli.' • de pro cesso. Al iás, num s entido am pl o, eu di ria qu e a antrop ologia so 'inl ' I história são do is ramos da ciência soc ial ou dos es tud os so ciai s". 6 Po r ess ' ':1 minh o enve redariam, na Euro pa, pesq uisadores como Ge orges B alar di 'I,' Pie rre Bo urdieu 8 e, mais tarde, Jack Go ody,9 que reivindi cariam, c ada unI \ sua maneira, a necess id ade de nã o se parar a antrop olog ia da hi stória das 11\11 danças soc iais. Na históri a, f oi no fi m dos an os 70 qu e se desenvo lvc ram 111\ Itá lia, p or um a r enovação das ori en tações d e pesqui sa batiz ada de "mi '10 história,,,lO as críti cas mais elab oradas à ênf ase dad a ao tem po longo ' I,' "me ntalida des". Se o jog o de in f luências rec ípr ocas qu e liga em pa l'l' :1 av entur a da esco la dos AnnaJes à da antro polog ia estrutur al deu lugar a 11l(i1 tiplos co mentários,11 a av aliação das dif erenças e ntre essa a ntrop olog ia '.1 micro -história n ão suscitou o mesmo i nter esse.
vo lvimcnto con jun to da históri a e da ant ro po logia estruturais. O a,en controperdlls luas disc iplinas , quando a l on ga dur ação se eterni zou na estrutur 111;ln 'ccu contud o pro blemáti co. Ass im , às refle xões de Br audel sob re a "his, )ria in 'onsciente" e o " temp o es trutur al", co ncessões teóricas extremas qu e I hist ria pode ria faz er à antrop ologia,4 res ponderia a lacânica argume ntação d - I,'vi- trauss:
O parado xo , qu e o p r esente t ex to go st aria de aj ud ar a d elin ear c a SIII H' rar, é co ntud o no mínim o surpreen de nte: a antro pol ogia - qu e em prin ' I io, por me io do t raba lho de ca mp o, se dedica a co mp ree nder seus c nt 'I1\P OI ,I n 'os tal como eles ag em e se ex prime m em un iver sos sociais e cu I tu ra i s " I\( ,{f i ~s _ vo lta com grande fre qüênc ia seu olhar para além das r 'alid Id (' pr 'sentes, a fim de recons truir a s soc iedades (e nq uanto as o bserva "ao vi I)" 011 le repe nsar pro ble m as filosófi cos g erai s; enq uanto isso , a mi ro-hi,'1 )I; " privada de qualquer exp eriência vivida do s f atos, proc ura por s LI Ia 10, ('0111 Ilnla grande p reoc upação de "rea lismo", res tituir a contem pora~ 1 ~idad' tllI passado cm tod a a su a s ingularid ade, dese nvo lvendo um cO lllp aratlvlSI\lO ('1111 1I0la 10 e , poder-se-ia dizer, co ncreto . Não sub est im o as dif iculdad 's fi IIt' 1 1111 po de levantar ou encontrar, ou até mes mo suas fraq li "/,a,; 111\ , ('1 (l-h isrória ti ,i \11 10 aos historiado res o cuida do de dese nvo lverem eles n 'snw , ,111 11
medida em que a hist ória as pir a à signific ação, ela se co ndena a esco regiões, é poc as, g rup os de homens e indi vídu os dentro desses g rup os, fazê-Ios des taca rem- se, co mo f iguras desco ntínu as, de um co ntínuo po de a penas se rvir como pano de fundo. 5
Na lher . a que Mas Idillr-s -, q 11Ii', () ross Na d - d - um
os estrutur alismo s antro po lóg ico e histórico, qu er proc urass em ler procurasse m distinguir- se, log o se riam desca rtados, sem q ue a dada a nenhu m dos do is, antro pologia, já em 1961, Evan s-Pritchard anunciav a a necessidar - urso à história: " Não ve jo dif erença capital entre a história so-
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DA
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ISTÓRIA
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ANTAOPOLOGIA
CRITICA
" I '~ Iq 11' le dá, vemo s af Iorar um pens am e nto específ ico: aquele que IlId 'P '11 I 'l1temente da cultura letrada das classes domin antes) os c amp one" d 's,'liV Iveram no deco rrer de séc ulos. Ta mb ém encontramos ves tígios 1111 1, v 'IS des se pensamen to nas declarações do s benandanti, ald eões do norI Ia Idlia que, no fim d o séc ulo XV I, diziam comb ater, "pela f é cristã" e "JlOl' al110r da s c olheitas", grup os de f eiticeiros a serviço do diab o que tra18 y.i IllI LI P nL hia. O discurso qu ase mili tante do s benandantÍ, assim como o do IHol 'iro qu e pensav a, ext raía suas refe rências ( image ns, argum entos, proVIS) 10 fun do cultural reg ion al que a Inquisição est igmatizo u so b o este reóI i po ti' " bru xa ria s". R essa ltar sua preg nância sem p e rder de vista as illl 'I~'C 's ircunstanciais dos ac usados e de seus juízes ex ige, é c laro , um d, ',' 10 pelas mutações próp rias do R enasc ime nto, pelo folclore e pela históII I Ia:; r 'prese ntações . As sim , as batalhas noturna s dos benandantÍ, arm ados dc' I amos le erva -d oce, pod em lemb rar o rit o no qu al, no c a mpo, o In ve rno 'I I PeI "'s 'guido tado delespe lorep res Verão ao fin al umdea umdas duemasbatee staçõ en trese dois po,' ' J 1V ns, cae daderroum entando em lutgrua. I\las a analogia permanece forma l, o bserva Ginz bu rg, na med ida em que "os ('(11\1 '(Ido s do dois ritos mos tram-se comp letamente difere ntes, Nas c o ntend.l.' '1111" o Inv erno e o Verão está sim bo lizada uma sucessão pacífi ca de e s 111'( ':; ma r ada pela in evitável vitória do Verão . Ao co ntrário, os co m bates ('1111 ' I 'n:1Il Iflnti e bru xas s ão en f rentamentos de des fec ho in cer to entre PiO, p 'rida de e penúri a, uma luta verdadeira , mesmo q ue ela seja conduzida 'WI ',llIl 10 um ritual prec iso. Aqu i a o posição entre a es tação ve lha e a nova é i iela I, n odo dram ático, como um a batalha qu e dec ide a sobr ev ivência " I I1i omunl 'dac I" 111111rlll e. 1') Os benandantI "se alIm entavam, sem dú vid a, das II Ielic; .~ '11111 li fi 'oncr:lrio, s' 11I11'li, 1'11111:1 ma ssa do um nwl illdil 'l'lt'lItlllill I 11111111111111111' ti 1111di IllIriO : (;il l'l.IIII 'g, L 'vi, S 'IIS Jl)ltio, ('lilllI'IIIJ l li 11 I1 lil lll d, 11 1 d, 111 1111I11 11 I I, ,'Iillltl 'c 's sO 'iais pr' 'i$:ls, ' (/,1 11 11 11111I 111" 11111111 ,'1111 ,11 I 11 lillll (' "dl', CIISl'aJl1", ( tI'lalll' vak 11\'11' 11111 ' di 11 tllIlll 11 11'" 1I \1 li, 1" 111 d'
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111 I homog eneidade do social sob a simp les ju staposição de su as ob servações 1<:1n i/,adas em cap ítulos, ela esm ag a os fatos, despoja-os de su a profun dida ti .• le sua na tureza contraditória e, po r con segu in te, de t od a a su a din âm ica . !\. o bsc ura cla rez a de num ero sas mo nog raf ias , qu e às vez es con fer em I 'nlJ)iri a um a estran ha beleza in versam en te prop orcion al à su a in teligibilitllld " resulta essencialm en te de um a sistem ática extração do s da do s de seu ("0111'· xto. O an trop ólog o Gr egory Ba teson ha via en tretan to assina lado tod o o prov 'ito que as ciên cias sociais poderiam tirar de u ma elaboração da n oç ão (I. 'ontex to pa ra fi ns he urístico s: "Para mim, tinh a-se torn ado claro qu e era -,'s - f enôme no do contexto, assim co mo o fenô meno estreitamente liga do 10 s 'ntido (significação), qu e definia a linh a divisória en tre a ciên cia na I " pçã 'clássica ' do t ermo e o tipo de c iência qu e eu t en tav a construir". 22 11111':1l3ates on , as relações en tre os fatos ob servados e os diferentes contex tos tio,' I'l ais eles depend em devem ser a ntes en ten dida s co mo processos. 23 O
de á rvores recém-cortadas sobre as ca sa s da s moç as (as árvores d ' 111I1io), o desloc am en to de ob jetos privad os usua is pa ra e spaços pú blicos' 11 ()I'ganização de u m ca rn aval e de ma nifestações op erárias cristali zam nlllll 1\1 'smo conjun to, desde a Liberaçã o, práticas festivas de invers ão ext r 'tIIll 111'nte antigas e os elem en tos de um a cu ltura po lítica reivin dic ativa m'lis r' "llte.2ú Em períodos de c rise social, é po ssível qu e esses cont ex tos enll' 'llI 'lidos se se par em, rec up erem sua au ton om ia e até ent rem em co"nf r nw. /\, i111, a crise ideo lógica do sécu lo XVI, uma das área s privil egi ad as I S 'SIII dos micro-históricos, rev ela as contra dições en tre sistem as an t agô ni o,' I' Il '1ISr os: as declarações de un s e de out ros são de fa to ent en lidas 'Olllll 1II1I110S le vista que refletem experiências sociais do mun d o tão liv'I"/11II '1"11111 0 :I morfologia social é heterogênea e dividida em vá rio s su b 'on jlllllll, 1111l1\ 1I1H,;nte' (classes, o rdens, cat egorias, estratos etc ,). Um tal o bjetivismo tem o mérito, como esp erava Dur kh 'illl, ti' . ' por outros fato ' s socIaIs'. ,,11 e d "( ~ p I,I 'ar os f'atos sociais e a pr een I 'r O ~,' pll '11 IH'ilr ill: () 'omo um continuum uniform e, mas p or i nt ermédio das SII;I~ 1I11 i1'11 111'I I',', 1,:1, :lpr esenta contudo o inconveniente d e toda teoria Ias '01'1\', IHIII di I\('i I,': 'I,IS n~() a juda m a entender nem o encadeamento hisl ll'i('o 1111 1IIII1II'IlIl11;l(VÕ's sn 'iais nem o papel singular que nele pode les 'mp '1,11 111I'H d" iiltliv d\lo, 1 \. lif i 'ul Li le só pode ser superada pelo r ecur so ~s II()\' lI', til I IIIII'/',i" ' I· tra j ,t6ri;l, que restituem a margem de manol r a los ;lIOll'li ( 111Illlilt'lll Il' 'onstrtlir s 'U senti In. Nessa me li Ia, os enun 'ia<.ios , "111111( d \I "'''111111111111111(1 ~lll 1'1111111111111'1111 11'111 1111\1( 11111 111111 i ,11111' O' 1110'"li 111dI' 01/:1111, 1111111111111(I 11111111111 1111111 11111 ,'/1"/ d 1 1111111I I "'11(' 11'1111111(", Pllllhll, 111/ 111//111111 di 111' 11\1i1 ,pllIll 111/11di 11 11'1111111111 rll 1111\11111111\'1111 di II\n ,dll" 11111,1 ", I. H I\( lI' 1 111 1 1 1 1 , Ilf ~ 1 1i 11 IlItll 11111111111 '1 11 ~'"Ii1/'III~III" 111/ 1111 111 'IIIV!/I NIII' '1111, Ir lilll r i IlIll "I, \/111111\11 " ( :1111,,1111 1111 111'1 11>11 1111111111I IlIdll',lrllI I I 11I""r 111 11
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Ior na r cuidado para nun ca reifi car a fala em categori as sui generis tr anscenden1 's à prática, e sim acomp anhá-Ia em sua circul ação ef etiva. É possível ent ão mostrar, por exemplo , que a s narr ativas que o s anI ro pólogos se compr azer am em chamar de "mito s" ,35 m~ito aquém das Iil 'ditações tr anscultur ais que podem inspira r , participam de maneir a inteiramente pr agmática d e uma mi cro-história social conhecida pelo narr ador , por seus ouvintes. Esse "sa ber comp artilh ado,,36 é inces santemente soli'iLado no interior da n arr ativa por um ri co sistem a de alusões, de piscadelas Ic olhos e de subent endid os que aquele qu e é estr anho "às fala s da Iribo" não consegue entend er. O sentid o não é pe r ce ptível do exterior ; ele s) se mostr a ao obser v ador se es te último é capa z de situar a narrativa n o t'arnl O das interlocuções qu e a pr ecedem e a seguem. Essa dimen são inter:lliv$ ou exce pcionais e mesmo, muito aquém de tudo o que se po I ' 111 1 ir , pr o posições imp ensadas; sem que estas última s, contudo, se jam 10 11ItI:IS I - 11 m privilégio heurístico par ticular. Dessa f orma, os I r ocessos por 111'io dos IU,lis os acontecimentos são construídos , e seus ecos na vi 1:1 so('i:1I s: o 'onscrv'ados ou alterados, se r ão lesvendados em toda a sua lia('II)llill. 0
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' / "1np or ali da des "O cr onista que narr a os acon tecimentos, sem distinguir entr e os grand " os pequenos, leva em cont a, ao f azê-Io, a seguinte verd ade: de tu 10 o que alguma vez acont eceu nada deve ser considerado perdid o para a II i,' tória,,,38 I.:
iovanni L evi aborda a hist ória de uma aldeia do Piemont e no S 'IIio longas gera ções de h omens, o pai e o filho. Enquanlo o I'lilll 'ir o (notário e podestade) con seg ue contr olar o jogo das r elaçõe s so 'i,ti" 11 111 11 P 'r íodo em que a aldeia perma nece distante das turbulên cias r egiOIl:li,I, 11 11')'111 110 (padr e), enr edado nos n ovos conflitos entre senhor es e com o P(I di I I' '11I"ral, f az frutific ar a importante heran ça política que lhe l egar a S 11 Jlli: 11111I I '11I'ar enrique cer , procura tirar pro veito, num primeiro m omento, d:1 Pll III (I p'" 'minente que ocupa na a ld eia e d o cont exto de c ri se e d mis\'''II; I111 ,(,,,,"i Ia , r einvestindo seu ca pital de n otori edade num n ovo cam po 111li, t 11'1wl :)s ar acter ísticas "i materiai s" do poder , lança-se pelas estr adas liI II ,1111 'x -r ' 'ndo o of ício de exor cista e de cur andeir o. Levi r eco nsLÍlll i 1111 1111 11'11I ':lI as carr eir as do filh o e do pai e se a proxima assim "dos oml (111I 111 11110 'on r etos em toda a sua compl exidade am bígua pois quc s' 1'-1"1('111 I 1IIIIill L' mú ltiplas e contr aditórias".39 111i 'r o-história reconstr ói, em torno de alguns per sonag 'ns pr '('i,'o'., 11 1111111 li 11' o seu es paço social f oi e, dessa for ma, dá conta das inc '1'\ ''1.:11>(1,1 111 'H'oll':ls liantc da conjun tur a do momento, As co ndiçõcs 10 pl " '11 11' 11 111 111 1)'I' roi vivi 10 tornam- se ace ssíveis para nós graças a uma (\{'I'lIlhl I 1II 111 1Ii,'l Ir ia 'm seqüências que cor res pondem às modalidad 's pllll II " I. 11til to l 'l11 pO P 'Ias pcsso as do século XVI. Esse " prese nt hisl lIi 'o" 11111 1 I 1II 11 11111II V'I' 'om um in tantâneo f otográfico, já que e dc 'OITl pO' '11\ 11 I 1 oIld, • '111'illis ;I!'li '(ria Ias no tcmp o; assim são r estituídas as s ituaç( ',' 1\1) ill I' 111 di', 1I11:lis os in li ví luos r eor ganizar am sua ex periên ia riz '1'[11 11 Irll I I I I 11 111~ 1',il1pr ) pl'ia:'I 'Sal' da rigi Icl.: Ias es tr uturas s ci-lÍs 10 Ânl il'O H )',i I1111 1 1 :1i :11I ((lis' 10 passa 10 1"11'1. ex pio lir cm as 'o 'r ~n 'ias' IIS illlJlI " d, IIOlIllI)" '11 ,i Ia I, 'oln qll ' 111 1'1olhar ma is lisl"anl' lalv"/, S' ('11 11 1111111 , II JlilH, 1(10 S' lOl'I1;1Ili ll "'pr 's '111' I' olllror ll", 011 S 'j:l, 111 1\",'isl '11111 J
VI ;I partir de duas
,,40 ( I "ontextos que nu n ca para m d'e agI r uns so bre os outros e c om os quals . os ind ivíduos tecem c ada qu al a sua própri a tel a. Enquanto a micr o-hi stória permit e o acesso à prese nça passa da do tempo, cI antro polog ia se in stala nu m eterno pre sen te . Para desc reve r as sociedad 's es tud adas, o " pre sente etnog ráfico" ( qu e limit arei aqu i ao recurso ao 41 pr 'ente gramatical ) se afasta de qualqu er influ ência histórica. Devemo s a Im itir, com Umbert o Eco, qu e os e tnólog os são "os jornalistas do eterno" , lU então sublinh ar o qu e essa a titud e metodológ ica t em de irr ea lista? Corn o mostrou Johannes Fa bi an,42 a es crit a da etno grafia n o prese nte mascara a s 'ontradições, a s ruptur as, os so lav ancos da vida soc i al e ressa lta em troca, por lim a es péc ie de dep ura ção do rea l, tud o aquilo qu e, na sociedade, encerr a 11 m 'aráte r nor mat ivo . O temp o im óve l da e tnolo gia lemb ra o da anatomia , <11 1' consid era o corpo na simult aneidade dos seus comp onente s internos. de c amp o. Qu anto a os É raro os etnólogos dat arem suas in forma ções 111'mb ros das sociedades e stud adas, presum e-se que s e ex prima m sem tam j)() I1 o se ref erir a qu alqu er temp oralidade. Por ess a dupl a omissã o, a etnoI\"a f ia lá a entender que d escre ve "s istem as" que r e sistem ao des gaste do I 'l11p o. Os historiadore s por veze s se espantam ant e essa a usência de balií',~IS, que confere às soci edades um a certa im ateri alid ade atemporal. Ao se expri m ir de pref erência no prese nte, a a ntropolo gia parece q uerer f aze r d'l .'ill 'ronia a palav ra de ordem de suas in terpreta ções e , ao mes mo temp o, reI rim ir 'ss a ardente nos talgia do passa do que com fr eqüência a ha bit a. Ac onI ' , , m 'smo de os f enômenos soc iais que retêm pri orit ariame nte a atenção do.' 'tnólogos não se rem aqu eles que eles têm diante dos olhos, e sim seus V'S lígios nas memó rias, em o bjeto s ou em comp ort amento s considerados "~I 'si IlI clis", A etnolog ia religiosa comp raz-se ass im particularmente em i n· ( 'l"J)I' 'rar fi' crenças e os c ultos con tem porâneos e m term os de so brevivên 'ia (' d' sil1 retism o. Entretanto, relacionar, por ex em plo, alguns elemento. I, 11I1 \a I ráticcl guadalup ea na atual de cura a um a trad ição antiga dat'ld'l da 'JlO 'a Ia 'S ravidão é bem me nos ex plicativo do q ue mostrar com o ess ..' (,I 'll1 'nlOS se soma m a outros de prove niências liversas:" s vid nt 's 'IIr andl'im.' 1 .. . 1 'a s pessoas qu e pa sam de seita em seita 1 .. ,1 810 uns' OllCr oS O s 11101',' LI' 11m movim ento le criação cultural marcada pela lóg i ', 1 da a '11 11\11
() novo olhar que Ma lin owski pro punh a a S 'IIS '01 'I' l~ Ildo\ 11 1 I111dl l I '111 1 1 f'lllos 'rn ográf icos se jam trata Ias como fillOS lIi, 1!lli/,ldo', I1 11 0 1 11, 1I1 1111111 1i1.'!l1l '(ln port'lm entos inscritos nlll11 d '\ 'lIl1illlilo f ll 11111111(I 11 111\ di ('ril OS aSSllmem então um r ,I 'vo 'ol1l pl '\11111 1 11 dd l 1I 111 ' , di 11111111 IIll hl 11<1'li, IIm il r S pOStil a um 'on jlll1lo 'in'llll 1111<1111di di 11 1111111" I 1111 1,\11 di' ','[rlllu rct n~o (;VO 'Iria 11ais p011 111l1 11 I Id l 1II di 1111 1111 1I I I 11 I I" I I111 11 I, IlI nll r 'l~l', o s 'm pr' I '1\,'11 '11111 I 11 1I 1 11 1 dll II1 Idll' 1 I', III'ill, do pr'S 'nr', 1\ r '1"1' n 'ill I /,illl'llllIlil li 1 11 li I' 111 111I 111 111 1 Idl 11 1'1 111111 1'111il'i 'ial, por,," ' :11 ' Illpol'lil, dI iI j 1111111 1111,1111 111 11 11 1111111 1II'I dl
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na gera ção qu e nos precede, pref eria c tuda r 01111 vivo: era so br etud o a ciência dos crânios ' los (' 1 neo lítico ou pleistoce no, d e idade s e d' I'orlllll' par cas sob reviv ências e a udaciosa s re 'onSlll1 ' li
[ •. . 1 antro pologia do futuro s" ocup ar-se-á do es; tud int o eressa do indí gena [:1111 '111111 111 11 ção Ae das raças " intermediária ou " bárbaras" r-sc-á 11111111 hindu q uanto pelo tasmani ano, ta nto pe los camp oneses e hil ·s -s 1111 11111 11 australian os, tanto pe lo negro da s Antilh as < jUIIII (O " I11 P -Ios a borígin es I ro briandês melanés io, tanto pelo af ricano de stri bali<;'ldo do IllIill 11 1 qllllnto pelo pigmeu de Perak (... ] Em resum o, uma tal anuo j)olol;i I 11\ I I 'r:~ somcnte um a maior imp ortância prática, m as tornar-s ,.(J :11) 111 1111I I 'll1 j)O um a verdad eira ciência, me sm o qu e deixe kSL:r lIl11l1 . :I~do 111 , ou um pretexto para um m aravl 'li10S0 deVi
11IN, 1111'I:: 1111111 111 I '11 1'I " Il,iI,1 ·N ~ .I1'' si m es ma se não se pro porcion asse o s meio s metodoló gico s d' f 'llí'.('1 I1 1 I i 'li le suas f ontes, a fim de a pontar as mo dalid ades segun do as 11" 11i, fi 1IIIII portam entos e as f alas qu e ob servo u particip av am de um a evo hl~'1 o hi' 1/111'a local. 1\0 não relacionar os doc umento s co m que lid a com o SC II '011 1' '111 48 1111 , i '11;IIn d O B ateso n, com a sua "',,es trutur a no temp o, a a lul ol. o 1o 'llI' 'W 11 I\lIlol'izada a não ter que distin guir o atual do a nti go, pensa po I'r id '1I1i 1/111 o ~ingular com o geral, o conjun tural com o estrutur al. A dis iplin ll Ilpl l' I IltI 'li :lssim o contex to antes com o o lu gar sem ântico da re petiçã l . :dll)lIflll I Itlc'i 1 ti . qu e a cultur a e a t radição co nsag ram a preg nância do '(' '1'11 01('111 1 11 11,I 1 111i 11 Iazia do pa ssa do so bre o pres ente, do prev isível so br<.: o i1 11'('11 11 I' 1IIIIIIIda 10 mesm o, ca ra às teo rias f ixistas das ciências natl1l 'ai~ dI! IIlldl às noç ões de organism o social, de sisL '11)[1 ('\111111111 ,I dC'i l,' 'onSll bstancial , di c' ,llU lllra I r f un Ia. N ão se pode, é c laro, conce ber uma ma l'rill 011 Il lIlil 111I IC ' viva s 'rn r corrências; mas, ao atribuir às soc iedades a 'sl:IIJilidllli I '1"11 111 \(' dlls I . Iras, Ias plantas ou dos bichos, a a ntro polog i'l 'or r'lI o li'c'lI d, til ix 11 -s ':lpa l' a pró pria es \ ccifi cida Ic d f enôm eno hll m :lllo, :1 ,'111 > I, I
111 1'1 ('1i('~ ':lo 11a ia,r 'n,pOl'ali pró pria, IlillIl'11,i.1 d:l 1)lIl I jolog Os raios latiso 'i:li~ I)tO 111 1 dll !lId o dll,' ci IIciIlS" O 'iais lIll ' 1 'VI II11 111 1,I)', ('()IIIt'X I(),' ao .. (1'I lIÍ' O '1IIO hl/',O ('
in <.:ndcntc. a ancro I) ('polo)'ill 'mp o 1011,I'/',0 didi s: olei'o is:ls, 'lll '0111:1 :1 dim 'n~: o do 1('"11'11 ,,1'1 ,'('lI, (':1(\ -rno,' s: O ill ' illl (,11 11"li
I I, 1\ 11 1'"11 , /,'1 11 111111I 1I lil /11 II~" 1',"1 , I" ,,:, 1111,I'IH'I), I' '\ I' I I I' I I 111 11/,, ,,1/ 111111111 1111 1 111 /11'1'/11 1 /', /'111I IIIJII1'1 1/'/'1 1/111,/1/ /,11 /11111' 11 f t1/1 1/1/ 111 1/11' 111, r J .illi 11 1, IIjIj I ) l i '
I ' I' 'metidos devem ser apreendidos como processos. Por me io deles, a cul1III 'a se torna um f enôme no historizado . Ba sta mu ltiplicar as pesquisas durante um p eríodo bastante longo nu111 :1mesma área par a ver apa recerem, sob a obscura densidade do c otidiano, " 'qüências tem porais que perm item sug erir que um co njunto de inform av ( 's corresponde a um estado do mu ndo social numa determinada época, nquela ao longo da qual um a mesm a problem ática se imp ôs ao espírito dos p 's quisados, As anotações de " camp o" se inscrevem numa temp oralidade 's pc íf ica. Por e xemp lo, toda a documentação que consegui reunir na No v a ;;lledônia entre 1973 e 1978 mos tra-se inteiram ente dominada pela preocupação dos meu s interlocutores kanak de terem restituídas as terras de onde a 'ol'on ização os expulsara um século antes. 50 As atitudes e as declarações tendi:lm a reconstituir o ma pa da ocup ação kanak do espaço anterior ao confin aIII 'nto nas reservas (1876-90). Ess a for te exigên cia, à qual a pesqui sa
do "tem po longo", se estará insistindo respectivam ente ma is n as f ragilid 1 d 's do grupo local, na estabilidade relativa ou no equilíbrio glob al dos S 'I', l11entos sociais que se r ecom põem ao s e co nfrontar: "é i mp ortan te, assilll, I 'V'H em conta a escala de t em po para definir níveis de le itur a da estrUlllI ll ,'o 'ial pois o estatuto do m odelo é relativo ao temp o que se esco lhe pal'H ',' Itl lar a sociedade".52 A singularidade de u ma época, ou s eja, se u modo própri o de organiz.ul , primir sua h istoricidade, reside, é verdade, na tensão que é gerada pela '011 1('1111oraneidade de a titudes herdadas do passado e de comp ortamentos Pf '()V O (Zeitgeist), a p 'S :II' dt, l'tHlos por nova s prob lemá ticas. O "espírito da é poc a" 11:1fllgacidade, ma ntém um a re lação comp lexa de continuid ade e singlil:1I idll li '()m o "espírito do p ovo" (Voiksgeist) lastreado p elos h á bit os Ic h:'í 1l1lrllll tdqlliridos ; contudo, "os ethos dos grup os per man ent e s não "ão f ix:l(lo, d( . b I ' . d d " 1IIIIIIn,anelraa souta,masestaosuJeltosap rocesso s emu ança," S \ ]) 111'11)('1
(lI' 'I' 'c ia um me io de expressão inesperado, reforçava a autoridade das p es,'OllS mais velhas, cuja me mória era a principal fonte desse intenso trabalho. N a 1\\ 'sma é poc a, os efeitos financeiros da elevação dos pr eços do níquel abri am 111 iIis a m plamente aos K anak o acesso ao mercado econôm ico europeu, sem '(lI)) isso inseri-Ios na sociedade caledônia dominante. E essas contradi çõe s 'li 'ontravam em despesas ostentatórias, no consum o excessivo de ál cool, , '1l1 outras condut as tão paroxísticas quanto desesperadas, sua forma m ais maII i r 'sta Ic extravasamento. As sim, a febril atividade intelectual dos m eus in1 ,do 'licores - decididos a pôr tod o o seu saber e sua hab ilidade r etórica a s '('viço Ia recuperaç ão de s eus direitos sobre a terra - se exercia num a uI ios :1 atmosf era em que sobriedade e beb edeira conviviam perf eitament , 111)) pOli o como nas caves de Saint- Germain-d es -Prés no pós- guerr a. 1 es c jo menos insistir aqui n a tonalidade d e um período particular 10 !lII ' na nec ess idade, para o etnóg raf o, de definir os momentos em que suas p ','< jlli sas de camp o se realizam, quanto m ais não se ja porque os modos d' t'(lll\ pOl'tam ento jamais são ind e pendentes das modas. "So b pena de n'ltLll 'a 1;"',lIr :IS 'struturas,,,51 a etno graf ia tem todo interesse, na medida do poss rv '1, '111 illl 'gral' à sua ex periência as condições históricas da ua reali/ação. 1)1\( d '1'01'1" a int 'Iigi bilidade não a penas do tra balho de cam po, mas taf Y\h '1\\ do,' 111() I 'Ios 'x plieativos que podem ser O bl:idos. atherin e Álcs, por 'x '111 pio, IIHlstl' 111 , a pro pósito los índios Yanoma mi, quc, 01 form ' s' ins 'I'if' 1 1 , nil,' 'I'V:ly( 's 'rt1ogrríf i 'as na lógi ';I do "t' 'n po '111 '1'0", do "r '111PO 111' lio" 011
k , '()I1VI'111 "'I' ssc movimento que confere ao f ato social sua es pec if icida Ili',' 'mil' em que medi da os equi líbrios atuais int eg raram as "lutas anlvlioll [111111Ira nst rmar ou c onservar a estrutur a" e co ntêm em germc, nas 11'11 ' , IO momento, "o. prInCIpIO. " .. [ 1 das translorm açoes I II I(ll"a u Itcnor. ti ",,'I Co ncretizar um a tal amb ição muit as vezes s ignif ica, omo a l1li '1'0 1dt,tll lill 111),' 'onvida a f azer, res tituir um es tatuto teórico forte ao a ()nl' '( 'illl '1110, 1'11 ' li 1\1111,'11:111,ahlin s, a maneira pela qual sua irru pção é tratada p 'Ia ,'()('i 'dlld( 1111' 1('Vl'1:I sc es ta privil eg ia as atitudes prescritivas, c nf orn'l's 1 1 110111\tI,' Plt'( I I,dll I('ridas, ou ntão os atos performativos, que g ran por si s )S 1I0V O,' ('(1I1! 111 1 Ás I' 's pos tas variam seg undo as civilizaçõc s. Os polill". iOl: di NIlI ' I I )I' 'xem plo, teriam integrado às s uas cl' '11·rr 'io. rlàda concepção
11\'nte comprovadas. S imultaneamente, "o ca ráter concreto superficial 10 1~'ontecimento"65 é in serido na s ua duração própria. Assim são destaca los, l'0r11 contextos, estratos temporais que o historiador percorre vertical ho I i1,ontalmente. Com efeito, co mo lembra Ginzburg, "na secção transv 'I'S:" ri' qualquer presente encontramos também as incrustações de num rI), mi p,lssa los, de espessura temporal diferente (so bretudo no caso de test '11)1i tillos folclóricos), que podem remeter a um contexto espacial muito I1HIÍ. I l'n50".66
"Muitas
Ittilida le do "presente passado" (do passado enquanto ele foi um presente), I '.'s:ilLa a força do acontecimento e o pa pel determinante das individualidad 's liuc nele participaram. Mas é preciso, para isso, renunciar a toda generalida I,? s cstudos micro-históricos nos dão uma consciência aguda do tempo '1Ir«>, aquele que os homens acionam efetivamente em s uas vidas. Em Ilot'll, . também o pes o do tempo longo que é desvendado, porque muitas d.I,' I'ormas que os atores integram ao seu próprio presente se encontram 1110111r:1S épocas e mesmo em o utros lugares. Por exemplo, enquanto os 111(Il' 'ssos por bruxaria se desenrolam numa urgência inteiramente po lítica, I, I'allls (PIC neles são pronunciadas reveJ am crenças, idéias, imagens qu " Itlllllpassam os momentos em que são proferidas. É por isso que, em sell " Illdo sobre Lc sabbat des sorcieres, Ginzburg é levado a constatar qu • ", '.'1 '11111nhos mcsmo muito recentes podiam conservar vestígios de fenô· II1 'IIOS milito mais antigos; inversamente, testemunhos afastados no tempo pndi 1111's I,trecer fenômenos muito mais tardios [...) Nos proce sos, I"· 11(1111 Ivam-s(; I ã apenas duas culturas, mas também dois tempos ra li 'al11ll'III' "'L ·rog':.n 'os".64 Os micro-historia lores se recusam a onsid 'fill' 111'' IlIll domin ' O outrO, Eles tentam não opor morfologia 'história I ro 'U 1(; Ia inform:lçno nos 1111\viII 'ltI:lr aquilo ljUl.: a listân ia a lescontinuida '111 l:tr"'"r
l i / ,
ins riro na m(;sma
rcmporali
la(l(; a insticuiçe
vezes desejamos que a iluminação
mude, assim como '\ Silli:l~': Il
lus objetos para os quais olhamos; diminuímos ou aumentamos os illl vai s e multiplicamos nossos ângulos de visão até que o aspc 'co \l1\', 11I1I lu objeto corresponda ao julgamento que lhe é próprio,,,67 ' I
lJ IT'" situação social, ou seja, historicamente definida, ombin[1 11111 1111111 'onjuntural e atual que seja - fenômenos que têm ada 11111 ~\III 11111 1'1111 (H':"a temporal e espacial. Assim, argumenta G. Levi, "a nallll' "/,1 J lI( , I >I da 's ala que opera na realidade é revehda pelas lim "r1~(I~', rlll IIIII\' IIIOS so iais próprios de diferentes ca tegorias d p 'SSO:IS ' d' dil"l 'li I "llllq os ti ' relações estruturadas".6R eg undo a boa I' '/,,1':1,11tllll'tli, (' rll'l'l I 1 IIllrl('I' Iljllstar sua lente às dimensões peJ 'tin nr 's elo ol>j 'l(I (' IIlI'lili/ll 11' 11111 IILI~"( 's l1i:t I 'ss' jog I I~ 's alas", do !I11:" .I:II'f1IlI' I , \ I I, 1 1 , 111111 I 11I I I IIldlllllll,l1l) :1produlivi laeJ ' ""111 Sli('II,(I'I, plll'''11I1I 11 11111 1111111111I I1 11\ 11111/11111lodo' 1 so 'j 'dali"; 'Ia I' ~'II 1 Illrll· 1 I I 1111 rll "111111/
"S hislori 'U'·
1 1 , ri, I' \(, ItI I,; II '1"1'('11\lllIlltilidi'Il('I\"illll:i1 do l'II1J lO '\II\I'I'lizl .('111dll idll III,ri~1IIIIJ ll.IIII'111, 11111111 tllIIll1 1',1111111('11,111'1111111 dlIN, o('ivdlld:. 11111 1IIIIIilidllN 1111 11',11 dll I ~lil ti 111'111 dll t i 11 IlItllldltll 1111I htll'll/, 1'111111 qlll'dil'ililllil' I',('IIIIIIIN 111111'1 J l~'lll 1'llItllIIl1 til 11111 111I11'11 11 iri 111 11,1111 111111 111/111:1 (: 1'111'''"11,1"11/111111 11111\111/11,li 1I \ \(l \I I' t II I, 11I11'11I1'1 ,,j (' (; 11111111)', / 1 ,,,/,, '11/ ,I' I ,I,
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('lI · -Iec er um a conexão un ívoca e ntre o sin gular (uma de termin ada in gles :l 1I1 111 1a 'alçada de Lo ndres nu ma determi na da da ta) e o ge ral (a soc iedad e briI,llli 'a) S m a plain ar toda s as c1i va gens internas (de classes , ge raçõ es, estatu10,' -[ ',) pró prias da soc iedade in gles a, sem redu zir todos os espa ços sociais di,. 'r 'n 'iados a um esp aço único, a uma totalidade homog ênea? Devemos IIp or 'lU o "melanésio de sta ou daquela ilh a" adere plenam ente ao co njllll 10 ,'0 'ia l mais amp lo, com o q ual ele tende assim a se confun dir: ele 6, di :;. 11111 \)"111 (auss, "af etad o em tod o o seu ser pela menor de suas per c pçõ ',' (1 11 P '10 menor choqu e mental".74 Não ma ntend o portanto, em relação ao 1Illllldo, n -nh um a distância, essa pessoa seria a ca da instante um resum O-I i.
111I. 1\ 'v -I, I :hisw in: au ras du sol. /I :1', I'. W illi:lms, f\I!:Iri:lgc csig:lI1c ... I' (:1'. :. BrOlilh 'rg -r , I u grantl :lU rl.:[it. Vari:ll'ions ti -s "hl.:lk:s
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pll d,~~o cieda de, 1'1 'ssuo de uma
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in div id ualid ade de síntese", ob serva Ma rc A ugé , ela próp ria considerada um tod o".7-5
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, . Decid id amente m et on ímic o, o a rgum ento qu e id entif ica se m in t nn '. rlllllo~ a pa rte co m o todo nã o intr oduz a um a ref lexã o so bre as in cidên 'ill,' ( /II P 1'1'as e. te~ricas das va riações de esca las , A antrop olog ia, quase s m pr', di ('I' 'v u lI1dl feren tem ente as soci ed ades se m av aliar em qu e medi I~I o,' IJll oIdl'OS de o bservaçã o muit o difer entes de um "camp o" para outro det rJ1l i IIIII~I :l co nstrução do modelo apr esentado e a p ro blemátic a elei ta. A ald 'ia, I I1 /',1 O ou a na çã o nã o pod em se r a pree ndida s nas mes mas co nd içõ e~ n '111 d 11 Ill gar ~o me smo ti po de ra c io cín io, Est ud ar, por ex em plo , uma su b 'aslll dll 11 1 Ia Ind ia, a partir de um a ald eia sup õe um a pesq uisa di reta, por o b~ 'r \ 1\'111 1' entreV Istas, Inversa. mente , analisar o co nJ'un to do sis tema ' de "ISl'l" .. 76 11 111 1(1lam bem o fez Lo Ul s Dumo nt, ) é quase im poss íve l sem um lon yo I',' \ 111 IH"Ias tradiçõe s escr itas milen ares da Índi a. E as lóg icas soc iais e Clllt 1II :IÍ. 1111I I ,\leis em ca da um des ses dois nívei s não sã o neces sariament h011 l1l I' 11 111.', I\~s im tamb ém, ao ac o m pa nhar no co t idiano as troca s de b 'n s pl 1111 '11,' l'ltas po r um tro bri an dês com um pe qu eno nú mero de par' 'iro, ', li , Ill IIIIIgo não ob terá a mesma co m preensão do f enômeno que alca n 'ar :í (' 1" 11 1/',1 o, on junt ~ de transaç ões de qu e tom ou co nh ec ime nto mu ltip li ':lllllo I IlI'sqlllsa s em dive rsos pontos do arqu ip élago,77 <-
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antro po log ia pre f ere ent reta nto gene ralizar a singularizar, f az'/ 'o 11111 H 11 lodo metod ica mente reco nstitu ído co mandass e os elementos '1lIpi. I" 1111 1('111" s ' parados , rea bso rver os fa tos pa rticulares nu ma lógica g/ol>;1I qll( " Ill ill '1'1;1a todos , O culturalismo pr ov ém dessa homogeneização ti ' prill(' 1"11 1111' Il'ansforma as práticas sin gulares em signos pertin entes I, 11 111('011 /1 11 1111 ,I \llus o ,f eito de totalização as sim prod uzido de stitui as in('()I'lllal ,'(1 1 ' 111 til ,I/I ',' n 1I1 tas vez cs mais limi tado e menos co mp lex o qu ' 'li!,' li 11 11 /1111 111 0 .logo da s perguntas c das res pos tas suscitada s pela p 's 'I" is I. 1)1 1 " I lt ll lido Ia 'p o a, do !nterlocutor e da situação do mom '111 0, 11 1,1 11 1111 111(1 1,d llt/ lS 'Inográfi os são portadores de mensa gens lif er '11 1 's, 01,1 11/ 11 11 'lIil,'lilll 'l11 () (Il'ros, 'lU podem ser f ornecidos em Outros 'Olll 's lO:I,
d'tlll\tlY~ 1
111111'l'histOil' 1 - r-' -m' ti, I' -Ih nolog il.: til.: 1:1Fr an' -, ill I. ;hiv;1 " v..1 'g 'I - ( 'ds,), /\'1/1 1111 /"Il' '.\ ( '/I 111illl ir, /'11 "'1':111(' - 'c /'s }I:I)'.' ti ' /:111/':/1 '1I1I'lIllllltl' (Paris, MSII, I (> H 7), p. 17 '),1 I'. / 1('11 1Ih'lvitla Sigl1il'i 'nlivo (11 1' 11 11\tios I 'XIOS 11 I:lis 'S 'inl ' . 'dlll '. d 'di 'lIdo~ 1I11,~11'111dll '1 11 11 1,'10 ti· 'S ('ltlll '11 111I1 1I'O pologill11 '111'dos II'nh:tlh os ,i,', di fInIdas fo~a do contexto sobre um campo social do qual elas prct 'I) 1\'111 1I1 conta mUIt.a\~ezes produz efeitos ridículos que alimentam as cari '11111111, "I antrop,?logla: .os et~?logos ~ para o senso co mum e para um grand • 11111111 ro de etnologIzad_os ~ senam aqueles estrangeiros que deCrCt;lJ11C111 111 do~ os fra?ceses sao ruIVOS, que os a f ricanos sempre torcem o p 's '(I '11 IIil ga.lIn?as vIrados para o poente, ou que as entradas cruas anteced '1)' o IIi .lill pn~cIpal porque o cru é anterior ao cozido. Bastam às vezes algum,I,' 01111I vaçoes de bom senso de l~m observador sem pretensões etnológi '11', 1'111I que o ~astelo de cartas das Interpretações que sistematicamente privil\')',I,111I a autonda~e da~ cre~ças e das interdições i ndígenas desmorone: u J11 ' I' 1111 q.ue o etnologo .ImagIna ser "tabu" revela-se simplesmente impnll i ,(( I 1 111 vI~tude da denSIdade da vegetação; é sem dúvida ofensivo sentar no 11:1'i , selfO d~ um ancião porque sua cabeça é sagrada, costuma-se liz r '1111I 11 Kanak: ISSOnão imp ed~ que.o mal-educado ou o desajeitado quc inl'rillJ\ ~a regra de boa ed ucaçao deIxe de ser repreendido, pois a aplicação d:1 I J" 1I e sempre função da apreciação das circunstâncias. Ao sobrecarregar de significações e de regras "simbólicas" os 1II'111111 fatos e gesto~ que seu t~abalho de observação isola, a antropologia 1): (I ilj 11 nas força a ma~ ~e ~anelfa um tanto ingênua, mas lança sobre o terr '111)1',1" tanoso da emp~na mIcross~cial as pranchas de uma lógica sólida 'lU' '(lIIIPII me a co mplexIdade das SItuações sob simplificações generalizanl' ·s. ,'t' II~ atos e as f~las indígenas são tra tados como amostras impávidas d ' III11aI 'Idl dade c_ons~dera.d~ .mais homogênea e unânime do que articulada p"oiJl '11111 tlca, nao fIca dIfIcIl dar um salto do local para o global. " A vontade antropológica de transcender os particularismos CII('li11',11111 lalS derramando-os na forma pré-fabricada e toda-poderosa I, si '11i11('11Ii quc os ultrapassam encontra o principal instrumento de su" aml>i~'do 11111I ·~"·SO~ noção de "simbólico". Sabemos que "simbólico", ora Ildjc'li o I1III y'IO, ~Jst.cma, ordem simbólica etc.), ora substantivo (o simb )Ii 'o, li 'ill I substituir "sagrado" e "representação" com o desenvolvimcl LOdo c', 11111111 1 115no na antro~ologia e na psicanálise. O uso elo termo 'C g 'I) '1':1111'.(111 (0111 bas' na ana 10glfl postu laela entre sociedade e J inguagcm. , c as :11iIlId' I' 11'/ I' 'nsamentos 'stão para a s ciedadc como os fonemas cstão para 11I ")',11,1, 111)1 ropólogo d 'v.' 'onSldcrar os atos c as dc larações in Iíg 'nas 'olno o (,li 11)'1110S I, um slsrema ti, signifi a ões, I, 11m 'ó ligo. Esl . líl\illlO I '111(li ( I
o 'i;: '1 I '(( (" (1',," ,1 \ 1 N'lli'1I1, 1 " 1 1 ,1 \ " '" 1 , Il i:1 I 1 1 1 :/ 1/ , 1 1)1) •.•), i':N '" '"111\1"1" 1I11111i1111 111111 li11 111111 II 1'"' I1I 111111111',11'" 1 IIIIIIilII I L I" . 111'11 11111 1111'1 1'1'11111'11111111 111I ~11I1i1" 11IIIi Ili" ,I di I 111111 1 \ ,'0,/11'11'11 11 I 11111 li, ri,,' I 1 11 1I 101 1 1 111
mo função estabelecer a pertmencia dos fatos sociais tratando-os como 'kmentos l igados entre si, à maneira dos fenômenos de uma língua. El es s~O "simbólicos" na medida em que não significam cada um separadamente, mas uns em comparação com os outros, a ponto de co nstituírem cadeias signi ficantes mutuamente conversíveis. André-Georges Haudricourt e Georges ranai criticaram esse ponto de vista na medida em que ele re duz a s funções de comunicação social da linguagem ao sistema da língua e privilegia a sincronia em detrimento da di acronia.8o
Essa pe~soa benfazeja é chamada de "aquela que ergueu", nom' '1IIIljlll to a p artir o verbo upi (" erguer.") CI astres se a poIa ,. nesse termo pnl.l 1'1111 II lar um ge~to ao m~vimento dos ancestrais míticos que se elglli 1111(11 / li), el~s t~mbem, em .dlf~Ção à superfície terrestre: "o ato de 'nas 'inl '1111"tllI pn.melros G~ayal\.l fOi um a subida que os se parou da terra. Da J11 ',111111111 nelfa, o nasc~mento de u ma criança se con suma no ato em que o illtlil'rtlllll ~em _verdadeiramente origem, não no waa, a queda que reata < I v '/lI 1 11111 Junçao do .homem e da terra, mas no upi que rompe essa li gação, 11111/11I ~rgue a cnança, a~rancando-a assim da t erra onde ela tinha sido ti I li II 1 jazer (. .. ] Texto e Imagem, o mito d e origem e o ritu al (sic] d nasci'll 1 1111 se traduzem e se ilustram um ao outro, e os Guayaki, a cada r ' '~1I1 111 1 I do, repetem sem o saber (sic] o discurso inaugural d e sua pr6p"ln li, 1111111 n~sse gesto que se deve ler c omo se escuta uma fala".85 Por seu IlIdo, o 1 11
Ao fazer o símbolo tender para o signo,81 a importação do model o lingüístico para a antropologia dá a entender que os comportamentos soc iais podem ser vis tos como termos descoritextualizados. Os falante s não têm consciência das es truturas de sua língua; da mesma forma, aos membros de uma coletividade seriam imp ostas conexões entr e signos constitutivas de uma ordem lógica anterior à própria sociedade. Se, de acordo com o id ealismo levi-straussiano, o simbólico está c o locado na origem da sociedade,82 toda atitude ou todo discurso são de saída significantes por referência a uma ordem lógica que os engloba: os ges tos e as falas mais ínfimas se inscrevem de maneira automática no firmamento de uma ló gica totalizante, transcendente à prática e única escala pertinente dos fenômenos. Assim Pi erre Clastres não hesita em ver nos gestos que acompanham o n ascimento de um a criança guayaki a "ilustração,,83 de uma passagem "do" mito de origem dos homens que ele re colheu nessa comunidade indígena do Paraguai: os prim eiros ancestrais dos Guayaki viviam debaixo da terra, co mo os tatus em suas tocas; "para se transformar em humanos tinham que sair d e sua morada subterrânea e, para conseguir fa zê-Io, eles se . dI e" qu e esca ava m. 84 O'ra, assim qu e a cnança . ao Iongod a pare nasergwam ce (waa) - "cai", como dizem os índios - um a mulher a toma nos braços.
d.IOS,nem dur an.te nem depois do parto, estabelecem conexõ s '1111' o 111 c.lmento das cnanças e a emergência dos ancestrais; pior, 'I,,' ,( 0'1"1 ficam calado.s, a tal ponto que várias vezes Clastres, como qu' 'SPllllllltllI, s~ sente obn~ado a. explicar essa atitude: ele elogia sua "discriçt o" 1111III tao s~u tot~lll1vestImento na a ção, depois imagina que uma m 'SI),:1 1111\1111 slmbolIc.a lIga alguns f atos que no entanto são a priori bem dislilllo III1 mesmo 1l1come~~uráveis: uma mu lh er cuj a função é erguer umll ('11.111I1 (~o"l~ngo da ~n~lI.se o ges to tornou-se um "ritual" e depois uma "c 'tilll ma .) e o epl sodlO f abuloso de uma narração pela qual os m '1llillO' til um~, peque2a sociedade habitante d a floresta evo cam suas orig '11.', () !I bo ,erguer serve de gancho para passar de simples movim 'nlOs i 11ti 11i duals de braços (segurar a criança, lavá-Ia) a um pensamento '(lI'1 i 1 i 111111 o adve~to d a huma~idade, de, um detalhe comportamental: 'mllll'I',11I111 guayakl. A construçao, a partir de argumentos aliás basta 111' I 1111 I ti uma que da' se n t'd d o o que aconte ., (1"1111011111 ' ' , ' metalinguagem I o a tu I ,/111 I
A.-G. Haudricourt & G. Granai (Linguistique et sociologie, Ca1Jiers Intemationaux de 19:11 4-29, 1955) denunciam a co nfusão entre a língua ("o bjeto concreto e parpara o lingüista") e a linguagem ("todo sistema de signos suscetíveis de servir de comunicação entre indivíduos", p. 114-5); erguem-se também contra uma concepção a-histórica dos sistemas lin güísticos e sociais: "a análise estrutural feita em sincronia ten-
sejam os co ntextos e as esca las de observação, permite ao '11I(dol'o 11\'1 li, a "ordem. secreta das co isas".86 Clastres se instala com Canto ""111'1 )'11 II1 nessa P?SIÇãO de ~outor ventríloquo em teologia amazôni 'a na 111'dltl; 1 01 que esta convenCido de que os índios não têm , no fundo, gralld ' ('01, 1 I til
de a isolar o sistema considerado de seu contexto soc iológico e dificilmente escapa ao formalismo" (p. 127). 81 Cf. V. I escombcs, L'équivoquc du symboliquc, Confi-onrar ion, J:77·9~, I 'J!iO . 82 Cf. C. I ,t:vi-Strauss, Introduction à l'ocllvrc de 1\I[arcel 1\llallss, in 1\11.1\I[i1I1~S, 80 'i()IO~i' cr ilnr hro/)()/oKic. H:\ 1', :I:IS\ I' 'S, :"mni /11 • ti 'S ill(/i 'IIS (; 11 1 / I//(i. (: . ( /11 • SIII'('1I1 Ii,,\ I( /11, '/11/\,\ ',",\ 11111111/1/ 's
I /,11111 r ,~or ue seriam, 'elvagem, até em seu próprio os simpl '! 1(1111 til r qnsamento incons iente silêncio, de si mesmo na 'sm por 'dida '111,/11 ::' 'nas os, g 'Stos o dizem" pore'anlO, decididamente, milito di. ,illlll tllI IfI tos mais po I 'rosal11 lU ' S 'nhor li ' si 10 p '/lS:l111'nl'O o 'i.tI '111:11" , / lI
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Sociologie, ticular
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O pr imado da lín gua so br e a fala, do simbóli co sobr e o soc ial, da for ma o conteúdo desvalori za a interpr etação "indí gen a": se, escr ev e Lév i, II'IIII SS ,"se redu zisse a realidad e soci al à concep ção que o h omem, mesm o " ' Ivagem, f az dela (.. .] a etn ografia se di ssol veria então num a fenomen ologia v 'rbosa, mistur a falsamente ingênua em que as o bscurid ades a parentes do I 'nsamenw indí gena só seriam apresentad as par a enco brir as confu sões, do t'onr rár io demasi ado manife stas, do pen samento d o etn ógrafo " .88 Não se dev 'ria portanto elev ar a teori a indí gena à posiç ão de ar gument ação discur siva 1111'omo Lalande a def ine ("o peração de pensamento qu e atinge o o bjetivo jlll!'U o qual está voltada por um a série de o per ações parci ais int ermediá1ills"),S'.i mas a preendê-Ia como um a re alidad e men tal estática , refl exo de um p 'nSamento fund ament almente ex teri or aos a tor es. Passa mos assim d a soci, 1111 ' à mente hum ana, seg und o um modelo que liga, como o signifi cante ,to significado , as prop osiç ões particul ares dos indí gen as (jul gadas o bscur as) : " g 'n ralidades es clareced or as da antropol ogia. A invoca ção do "simbóli co" no s ntido definid o acim a - é a bsolut amente indi s pen sáve l a esse pro, 'xxo Iorque ela r eenquadra no inter ior de um a grade int erpret ativa. cl~r~, 11\11noma e co letiva, a confu são aparent e dos enun ciados sin gular es e IOdl vlt1l1l1ix,Estes últim os são fundido s uns aos out ros c omo se a socied ade se ex(lI il11i sse com um a úni ca voz e para todo o semp re, sem que nenhu m de .seus 111'm br os jamais falasse e m seu pr ó prio nom e, num a época dada, a parti r de 1111 111 posiç'ão precisa. Fazer a econ omia do exame in situ das d eclar ações indí"('II:1X permite erigir a menor fras e ouvida em "e x pressão da,verd ad~" s o~r.e 1 " 'Idrllf a" assim refor çada em suas pr ess u postas homoge neldade e Im o bI1 IIIl1d '. Um raCiOC lI1lOmacro scopl co de malh a tão aber ta abandon a o individllld, o temp oral e o factual às baixezas da hi stória par a melh or tra çar a é pura ti' 1111 I1 lindo jul gado enfim compre ensível porqu e livr e do sag rado, do po11" ' Ias paixões. Essa limp eza lógica nos entrega afinal seres se m es pess u1,1, d' 'om postos em "es trutura s folheadas", reduzidos a cabides n os qUaIS o IIIIIOP )Iogo pend ur a formas dit as "s imb ólicas" porque p articip ariam de um a li11!'." II "'\11 codificada, de um a metalin guagem f inalmente id entifi cada ~om .I pl6 prill so iedade. A eficácia sim bólica tão louvada faz o papel de mo:~1 ,'0"1"
tll\ o nllm o deentos, análise tem que,algo co ncedendo vantagem t 'atà r ai: automatlCl1I,ld'11,' dos 'omptilortam a ver com lar a ga montagem tu~o . c P 1 \11 'on os' os ar ares , af ogados so b s ader ços e as m5x '\II'IIX,S ' , pr tn IS'11'111ill 'onx ,i '111'I' 'nt· num x6 r 'gis~r o O da p '\11 I, IlIlll() I' '1'111(\11 'nl '
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que a sociedad e ou o antrop ólogo teriam escrito e mon t ado. P ar a C jll . (I, 111 táculo se manten ha ' dentro dos li mite s do projet o, é pr ecis o de fato lIpll I I1 der as realidades apena s numa única esc ala , a mais glo bal p ossív 'I; II,~,'illl, I1 par ticu lar e o ger al se confundem a todo momento . Uma tal visão uni fic ada do mundo soc ial se rompe qu ando plOI I dI mo s a um a diversifica ção das e scalas de an álise e, si n gularment', 1I11 111l111 priv ilegiamos a obs ervaç ão mic r oetnol ógica. Se a idéia de um ir '011,"li 1111 auto-r eg ulado se apói a num a lógica d as formas , generalizáv el c . '1IlIIIIII I I porque demo nst r ada por um a pes qui sa comparati va e sincrônica tI" ' \111111 um gr ande número de sociedad es e de é pocas, em com pen saç ão ax I('lilt,fll de pro ximid ade a par tir das quai s se elabor a o sent ido prá ti co do x VIIII""" tamentos só se re velam no ex ame de situaçõe s particul ares e 10 '< 1ix. . 111 dividu alid ades co ncr etas, inseridas em red es operacionais de r 'la,'(11 , port ant o env olv ida s num a história ao mesm o temp o p esso al c col 'I i li, I 11 con tram- se no c entro de uma inve sti gaç ão ci entífica que nã o sC I ar ll (I 111 )'11 estrutura l do joio conju ntur al. A pesqui sa e a análise microssoc iol ) ,i ',I di sem baraçam os fios de um a empiri a que é tanto m ais densa quanto llllii', 1111 nucio sa é a obs ervação. Os efeit os de se ntido são ent ão rela 'iollado, I I ligaçõe s que as p esso as est abel ecem por si sós en tre t odos os aconl "illl 11 tos, pequen os ou grandes , passa dos e p rese ntes, que advêm, S'II '11111I ment os dos gest os e das falas de cada um a das pessoas im plicadas 1111S illl ll ção pr esent e tecem a tram a cerrada e ince ssa ntem ente r etr abalhada da,' I11 terpret ações locais . É peri goso desc ontextuali zar autom aticam 'nt' ',,11 discur sos, decompô-I as em fi gur as que se tornari am os signos d Unlll 11(1\'.1 linguagem, a das "estrutur as pr ofund as". Os pr ocesso s dialó i ·o s alll,llll na inter ação são ins eparáveis da s norm as que eles proclamam r1")'0111\'" 111' particul ares. A quest ão consiste em seguida em avaliar a cap a ·i lad ' d ' I I I tos jul gamentos e class ificaçõe s convencion ais de o perar em '111 textos de esc alas dif erentes . Esses es quemas interpr etativos ge rais e fr ouxos su btend '111 11111 ,1 II11 guagem verbal e não-verbal geral compartilh ada pelos memb ros li . 1111 1111' mo conjun to cultur al. A antro pologia ded icou-se a desc r ever 'ss' I ~Xi('1111I formas mais corr entes de co m portamentos intelectuais, co rpora ix 011 11r 'I 1\'(1 m termos de "categ orias" o u de "modo de pensamento", qu' lar'Ítllll ('(1111 11 simultaneamente dos casos particulares e dos fenômenos os maix 'Iolwi" pr lhi ':ls 'otidianas ou ex e p ionais, p rman nr 's ou t 'mpor rtri:ls, IllllI/',ill,11 ou "nlrais, x ri:II" assim ;l pr o j' ':10, nos m 'nor 'x r ' IJltoxdll I 'ltlill liI, ,'o ,ia I, ti, grlllHI 'x 'XI I'I 'l11a s Illorrol lloi('ox, 'OXIl10' lIi 'ox 011 1I 111111 1i1ilHII" Slllllill,', pOl' 'x 'Illplo, SII),!,'I'V, 11PI()lll'),'IIO do,' '111111'illdo,' ItIlVliÍ1110" '1111 I llilllll 'IW' lI\iti~ 'olidi :IIl.l 'I1Il"iI'III ,I1I1 "1111111'li, 11' lIislill,'IH', (' d,' I ,LI 111 '1111(',111'1111I li 111,11,I1II/',tillllllll 11 11'1 'ti' 1,11 III ,ti', 11111,'1111IIIIIti 1'111111,11 111111' 111111111" \I Idll' 111'l i' 1111111f 1'1'1"1' til t1i11111I '11 '1"' til 111111 1IIIIIIiI I
IlIll pa pel no rito ou no mito ligado à rea leza". 90 Mas essa análise abole toda di. '[ inção eventual entre o que os lingüistas chamam de os " níveis de Iín)'11:1". Estamos no direito de nos perguntar, de f ato, se todos os tipos de i nI 'do 'ução acionam as mes mas ca tegorias e da mes ma maneira. Além disso, ti 'onsideração dos dados etnográficos pelo qu e eles são, ou s eja, como diria . , I"91 permite. Ihll 'son, ,'UnI'da des da co rrente co mUnICaClOna, pensar que as 'ai' 'orias" apresentam con tornos menos nítidos e car acterísticas me nos 111l(VO'as do que imaginam os fundadores da escola francesa de sociologia e , 'IIS 'mulos:92 elas se elaboram segundo as co ndições da interação sem reIi 'I ir m ecanicamente uma estrutura semântica transcendente e mantendo IIII)~I 'erra ambigüidade de se ntido, I\s distinções entre os níveis "micro" e "macro" não são aquelas que IIporiam o caso particular à ge neralidade, o exemplo à teoria, e sim aquelas IJII ' podemos estabelecer se pr estamos atenção aos modos de comunicação , '{'olltidos por nossos inter/ocutores. Estes últimos se e xp rimem em regisII)S 1if el' ntes; é abusivo considerar que o alcance de suas declarações é , 'Illpre, queiram e les ou não, da mais ampla generalidade. Ao forçar as esca1 0 1 , ' d' 'xpressão maiores (as menos contextualizadas) sobre as escalas meno1\\, os ctnólogos f reqüentemente fazem de seus informantes espécies de 1111'I tis lue atri buiriam ao mais ínfimo e ao mais material dos detalhes uma 'dl'l)il'i 'ação quase cósmica e de senvolveriam por qualquer mot ivo teorias 1,1l1'Iaboradas quanto aq uelas com que a a ntropologia sonha para si mesma. , il1l, para que o pe nsamento dito "simbólico" se tornasse a especialidade dll IIl1lropologia cultural, foi preciso construir em parte um objeto de estudo 1 1 / / 1 ( ) " sem que a noção de s imbólico fosse claramente elucidada.
condição de toda comunicação, o simbólico decorre d e uma realida I, 11111111 pológica essencial, mas tão ge ral que praticamente não é e ficaz para 11tlll til se dos fe nômenos sociais. Entre os s istemas de comunicação, as línguas faladas e as a rt's '0111 rem ao homem e só a ele um d omínio de suas possibilidades adquirido, dI expressão. Numa permanente posterioridade, a língua, forma rígida ' 111'" ria maleável, está à disposição do homem. Ora, também é designada '111111 tropologia como "s imbólica" a capacidade de dizer uma coisa por outra; 111I uma tal comunicação de "segundo grau", pelo estabelecimento da 'orr \ • pondência entre termos pré-constituídos na língua, não pode ser vista '011111 o regime necessário e ge ral de toda comunicação. Trata-se de um uso r '1(lii co particular, bastante distinto de o utras práticas próprias da lingU<1' '111: todas as soc iedades estabelecem assim distinção entre uma expressão ri '11111
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1\ capacidade de simbo lizar define toda forma de linguagem: sons e I',(','IOS 'ombinados produzem formas pe las quais o mundo é d ito e mo strado, N 'ss ' sentido, o simbólico é coextensivo à linguagem, A relação da coisa ['11111'Ia mcsma é o impossível real, a noite autista e seu mistério. A media,',to p ,10 simbólico põe no mundo, faz ser, porque faz com unicar. Enquanto
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J '. da, "sim e umaoa micr falaossocial mais direta. Esse jogocomdosnitidez, homens é com os , idi nos, q uebólica", a atenção faz aparecer pI'O IIHO uma atitude intelectual perfeitamente controlável, uma forma de lis 'IIr,'O, não expressão de uma hipotética "mentalidade",93 Os enunciados são It i '1,11 quizados por aqueles que os proferem. As figuras re tóricas perc '11 "111 II sistemas de argumentação que demonstram, provam ou contestam; 'Ia,' ('O ' xistem com outros tipos de declarações, cada uma estabelecendo uma di,'1 11 cia específica em relação àquilo que quer significar. Convém consi 1 '1, 1,1I como técnicas de comunicação e vincular o fundo à forma, os pens:1I111'lllll' aos suportes de s ua transmissão, ou seja, finalmente, à história da 'UltllI'll 111 que os documentos estudados são r ecolhidos. A memória, o deb ac , o {'llllltl cimento, numa época dada, são i nseparáveis dos me ios e d as formas I 1(111 cas que os v e iculam. As idéias e os pensamentos não tr atam da r ':IIidtll!t 1 1 não se r por intermédio das relações que estabelecem e mantêm '()I11o' 1111 mens. O simbólico é um meio de comunicação, um tropo qu tuado num jogo de enunciações. Mas a a ntropologia fez dei' 111111I10do di pensamento ou uma categoria co gnitiva, aproveitando-se do 'q I1 VCH'O'1111 atribui as propriedades significantes gerais da linguag m a 1111111I1,1I1i11 ontextual das imagens, à retórica. Assim, a noção de simbóli 'o I 'l1d' 1('1111 fundir metáfora e lógica da mente, construções eircunstan iais ' 'li11,'I, [, truturais. m isso, uma lógica universal d", omLlni ação v -111Sll\), lilll I liv 'rsas pI'O lu Õ s I ais d' feitos I' s ruido; aqu I:ls qll . ti 's 'I) OIVI'11I r -ri' 'õ 's ' rMn' 'm provas, 011 '11[; (J aqll 'Ias qu - pro' -ti '1)) 1;)1' SOIlI\'I',II/',tl d' si 111il'i 'U \,n 's 1111111 111's1110 pOIlIO, por illl '1'111 ~dio dos rito,' , do '1w1n 1111
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11''I OS. Essas ex periência s, tanto int electuais quanto SOC IaIS e psicológicas, 1110 podem ser reduzid as a um a combin atória de formas cujas regras se r iam o bservadas; pois as configur ações verbais con cre'01 ) '"das for a das situa ções 111,',q u C se confundem com as realidad es soc iais empiri camente tangíveis, se I' 'ram no e pelo contexto hi stórico. . Uma tal pers pectiva torna caduca toda tent ativa de instaur ar um a pnIllllzia ou uma anterioridad e das f ormas sobr e os conteúdos . Por exemplo, a IiiSI 6ria da arte d eve ser ca paz de relacio nar uma l eitur a pur ament e estilístiI' \ das o bras às condi ções soc iais (encomenda, pa pel dos mecenas, estado do III 'r ':1 10 etc.) nas quaIs. estas for am ela boradas. 94Da m esma form a, a antropologia não tem moti vo par a diss ociar as form as que observa ~a hi s:ória que \1,' f orncce em conteúd os. Mas a antr o pologia estrutur al redU ZIU o sImbolo a IlItl signo im perm eáve l à dur ação. R enunci ando às análises atemporais que aca bam de ser criticadas, soIIIOS por isso cond enados ao hist oricism o, a u m rel ativismo cultural e históri'o a bsoluto, inca paz de se despr ender dos contextos para compar ar e o bter " pli 'açõcs gerais que dêem conta de f enômenos simil.are~ obser~ados em o ,i 'd:ldcs diferentes? A compr eensão das situações maIS cIr cunscntas, pela Illk'l'O.história ou pela etnografia , r evela pr oces sos, regras de enunciaçã o, faIlid:1 1 'S de comu nicar cuj a lógica não é irr eduti velmente es pecífica dos v01I1 'XLOS, mas se encontr a e age também em outr os lugares. Nenhum a das l,il1lf lllariela Ies e elas configuraçõ es par ticulares que o historiador estuda é ab'1Olillllnl nte única; mas perce bem os similitudes important es, por exemp~o , '1111'" :lS cstrutur as políticas do antigo Ja pão, de Ma dagascar e da Polin ésIa, '1\1 q 11' possamos esta belecer relações históricas pr ecisas e n~r e ~ss as reI',i L"S 10 mund o. Se os comportam entos parecem ~e ela borar .Int eI~am ent,e Illi 1:111. '-a-lance do jogo das interações que caractenzam cada SItuaçao partI'111:11',a 'stratégia é contud o limit ada pelo habiws, as capac idades de ~ons _ tru'10 ' I, simbolização da ligação social são sujei tas a regras que se Impoem IOS I1lor's ' mo heranças parcialmente inde pend entes de c ada conteúdo rel,I 'joll:1i 'oncreto. É uma questão teórica essencial par a as ciências soc iais de1('llIlil1:1r a natureza dessa autor idade invisível e avaliar em que medida ela I"\ll' influir so bre contextos diferentes .. Se,a.mic~o-história, atribuind o l~m a illl!lol'l: primorasdialno ões às calepacidades d' ','1\1111'ia " 'r qlle estr atégia tlll iVillll -111' 'onstruí Ias, a antropologia ( 10 ti, "in('ol1s ,i 'nr ," li I r 'gnân ,ia do
Indl vl?uals ~tores, e ,o ns~o e de Interessedos ~a.o elas corr tambem I:I~estrutur al, qualIf l ando eI s I o Inlqll . "já 'seá lit" sobr - o <\11 ' " seá
l/I (il. i (;111111111 /,,1,'1/1/1li'' , /11 1 ' ,' /1 1 P'III, 1'1111'11'1111 1111, IIIH\ IN, cio d l'i/ll I,'"I//{'"""I 'I' Illd 1>111'11 / /1 / 1 1 / ,1 1 \1 1 1 ' ,1///1/' 1 '/ 1 ' /1 /,' 11 /111//'"111,11I '1 /11 IIi 1II 11, 1I 1 /1 1 1 :1 / ' / \ ' ,1 1 1 1 1 1 ' t il 1111,I I di "011 111,1 11 I '1\ 1111,IIIHIII
aqui", decreta sem nos convencer que em qualquer cir cunstân 'i:l :I fOI I dll inconscient e sociológico (de estatuto entr etanto incerto) é sem p , 111,11111:I isso significa - a profu nd ando o foss o entr e antr opologia e hise 1'111')1 I11 zer com que as p ráticas co nscientes e a din âmica das conjun tur as Ili~IOII Ii desempe nhem um p a pel no máximo r esidual. Resta contudo r evelar, por trá s da diversid ade da s ex prcssõ 's I Ililll rais confun didas com lingu agens, uma lógica universal da s forn'l'ls, I,:" ( I" I jetivo neok antiano de semboco u necessariamente na definição de ':11 ')',1111I e de equações. Q uer se su ponha que elas refletem a realidade so '10101',1 11 (Durkheim ) ou a con stituem em virtude da eficácia quase m ágica do " jlllllll lico (Lév i-Strauss), essas noçõ es e relações permanent es fornecem: Ili 1111('11 quadr os pr eesta belecidos de realização. Par a isolar tais dados tr ans "1111 11 tais, a antropologia estrutu ral reduz a diversidad e dos sistemas d . sigilO, 011 serváveis através do mun do 96 a matri zes lógicas que os en "cndl'lIl'illlll I1 todos. O compar ativismo condu z a uma tradução dos códigos 10 ':lis 1111 ,'IIli outr os até o esta belecimento d e um a es pécie de es peranto antropolll)',1t o Os jogos particulares de formas são as sim relaciona dos às cae gori:ls, 1 "li gras inerent es ao funci onam ento da m ente",97 como diz Lévi-, crallS" • di se modo às regr as mais ger ais, A teoria supõe aqui que os signos' s 'li 111)',11 na mente hum ana pr eexistem à interação entre as pessoas. Assim :lS 11IlIIIolo gias entre sistemas cultur ais seriam im putáveis à a plicação d:ls nl ','111 1111I( gras da mente a cont extos hist óricos difer entes sem que S 'jlllll d lld IN 11' razões dessa ass az curi osa epif ania. Ma s as soc iedades não s: O o s li l i '10' ti uma mesma língua, como f azem crer as com parações ps 'LI lolill!' I til "'1 '1"1 substituem l ógicas sociais concretas por lógicas sim\)()li 'as 1'0111 1,11"~I 111 \'1 I que os proces sos de simb oli zação dizem as relaçõ 's I11:1S11 (111,',('1111111 A antr opologia e sua taref a com par ativista po I 'nlo , 'I 1'1'1111111111 ti pé se a bandonarmos e sse gênero de sacerdó io q 11' '01\, 'i. 1 I 111 '1111111I 1111 gem do sentido fora da s pr áticas efetivas, cons·i '111 ',' , ill('(llIllil 111 1 ,tllI ator es. Para tanto, convém considerar os enuncia los 'o,' 111\),'111 1111 1111111"11 jeções de modelos atemporais e incontroláveis, mas ('(11110 SIIIII ' I' I' 11.111
,0111 o f az, por <.:x<.:m plo,L évi-Strauss quando SllS[<.:nr a<111 '"Ia lIisllíti\l '11 1101I1\11tllI" s' dixrinJ.:u '111xo br ,tIIdo p 'Ia c.;s'olha d' p ·r xpc.;,tivas 'ol11pl '111'111111 ',: 1 III~IIIIIII111/'"11 zallclo x 'IIX dadox 'm r 'ia<,'; o ; s 'xpr 'XSÕ'S 'onx 'j " 1 'x, :1 '1IIOlor ,i,l '111,1111 11,1' 1111' di<," 's illl'oll,'l'i '1I1'S (ia vida so 'i:d", /11 l111/ 'u/llilu/ ,i' 8/f'I/C/llutlc 1'llIis, 1'11111,II!.',H), li 'I IN , do 'I:: 1111\1. III:I,~,:!l1/( rll/lu/n/:ill C 8//'III/II1//, I1 'cI, Hio ,k ,11111 'ilo,'I"III1'O 1\1111111 1111,1Ijlj1 1 'IIr ()1I~I'IV('IIIII~qll', 111 1IIIIillli,. clll VI'/I'~, 111 1l i 111'1 11111111'1110)'0'1 lilliÍlllIlI '1111111111111,.1 <,01 111'iI'1I1I 1 11 1 11\11111111'1 1" ti 1111 111111 pllll II 1111 1111,ti 1 /1 i, 1,1 I1,"111111,11 II'PII/tll /11/'111 1'1111',1'11111, IIjH\), li t!,() IN dll I' 111111 pllll (1 'J,
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pro blema s de comun icação que sur gem no int erior de intera ções preci same nte situ adas. A seme lhan ça das produções sim bólica s de diver sas s ocied ades não poder ia ser ded uzida de um a lóg ica a bstrata e universa l das form as: ela res ult a da hom olog ia dos proces sos ac ionados em situações co ncretas homólogas. As refe rênc ias à m en te huma na ou à s " m en talidades", em s ua generalid ade , im pedem de v er o v erdade iro níve l de perti nência: o das con 98 fig uraçõ es soc iais e lógicas necessár ias que prod uzem ex pressões s em elhantes n o inter ior de cultur as muito difer ent es . Uma mesm a ló gica hist órica se par a um rei de seus súditos, es tabelec e laços e ntre gravitas e celeritas, entre a utocto nia e or igem longínq ua etc., tan to em F iji quanto em R om a, em Tó qu io, em Segu ou no territ ório dos K anak . Ne ste ú ltim o caso, p or exemp lo, a d istinção e ntre sen hores da ter ra, insta lados há mu ito nu ma região, e recém-c hegados , considerados "estrangeiros ", se esta belece primeiro de fa to, pelo encontro de dois grupos de pess oas n um mesmo luga r. A ques tão é saber por qu e e co mo essa s ituação s erve em seguida par a el a borar, p " meio dos estatutos de "a utóc tone fun dado r" e de " estrangeiro chef e" , uma conceituação d ual forte susce tíve l de ser trans posta pa ra outros co ntextos. modelo nasce das circu nstâncias, e não o in verso. "O que dizemos rec b' seu se ntid o do r es to de noss as açõ es ", lem bra com razão W ittgen steinY9
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Sob re a escal a na hist ó ria
A história é uma boa moça, um pouco ind olente mas S 'I\\PI ' 1'11111 I1 li seg uir, sem muita discussão, quem a tiver eduzid . Ilo j', il Illi" 111 Iii.'l Hia está na mo da. As propo sições a prese ntadas I cio 1,(1'I11 )(}tlt' IIi I11 , Iltlor s italianos reun idos em torno da revista QUild 'l'I1i SI!!,i·i ' til 1'11 '" '10 M ierostor ie of erecem um a ref erência e um mo d '10. III !lI, II 'I '111' s' Icclaram nelas ins pir adas, há dis uss- S S '11 10 s 'rvação loc alizada e m relação à teori a : de um lad o, ela funciona como IlIlla barreira de p r oteção contr a os risco s de um a esqu em atizaç ão tcóri '1\ 1I)llsiva; dc outro, o briga a modi ficar os mod elos int er pre tativos e a rc (11) por d maneira diferente a matéria histórica, contrapo ndo-lh es a variedatl do r 'aI. T'r-se-á perceb ido que e ssas razões , todas e las ex plicita Ias no livl'o, , ' iliS 'revcm em trad ições e im plicam p ráticas que se coadun am mal. I O lil do los I16rodos, a o bservação intensiva, nas ciências sociais, remetc l11t ;no,' :1 Ilio logia 'Iular do que aos mod o s de validação da ciência intcrpr tativa ' d:1 1/II'c/c c I 's 'r ipeion antro pológica; inv ersamente, pôr à prova hi pótcs SI' )1'i(':1 I)()I' I)) 'io da o bservação empírica particular leva ao positivismo 16g i 'o. I O I1 do 10 ol>j 'tO, O loc al a parece corno um a es pécic de modelo redu/,ido I, \111111 lill Iliii 'l i g ral: UIl1'~ amos tra, quc sc qualificará ora 01110 ai 'Hl'ória, Ol'il ('011111 I l('iO llld, Ma s 'Ie t'tm bém é a prcs ntado, le maneir'l 'omp l 'W I1l<,:nl ' dil ' 11'11(', 'OIiH) (l ,I 'm enco nstitutivo dc um processo glohal qu ' I 'lI) Sllll od }',t'll\ 11 11ilit 'r:I<':: o ,fi ':1Z das situações 10 'ais, Po I 'rí:Ii110S ailidil :1 'I' ','I'l'III:11 1
1'111 ços para acrescentar ma is uma pe ça a este dossiê, ref ercn t às q 1 1 ','t 1("1 I111'ri igadas da escala e d a generali zação. Esta últi ma noção é equív oca . Os dicionários de f il s f ill ti ,t'ill '111 til I1 " maneiras a pass agem do p articular ao geral que ela dcsigllll, 1\ pl'i 1III'i 111 1 I 't"rc à passage m do obj eto singular ao conceito, Ia :) 0IH'1 11,'1111 i\ seg un 111'111lIllal cstendem os a to da uma classe o que f oi o bs I'V'I 10 nllm 11t', 11\\'1 I) II IIll1ndo dc indivíduos ou de casos pertencentes a ess a 'lass'::1 "'11" tli:t, I' I1 I t IIU () lima f orm a da indução. Q uando Pierrc I 'yon, 101' 'x t'lIlp lo, vi 1 11\ 11\1li.' , tu! soc iedade de uma ca pital de pr vín i a fr:1I1 ' 'SII 1111 1:1'01111illliÍ '1 111 Iil (','111 10 dos avanços e das dif erenCÍ'~çõcs blll'gll 'SIlS I',tI(' 1I11 111'il I 111 I1I1 I' I ti, 10 f llncionamento social no século XVII, '1'11 11 ','." II pll d °1"1111, 111 Jill ' ,'~' ins 'revia scu tra balho, i\ {i1tin a o p '1':1': O, ri 111"" I '111 " '1 1 1'1"11 11111111I 1'1 111'1111i'/,II<;:o da analog ia: com bas 1111s 'm -111:111'1 1 1'11111 /1,1 I ,I [111111 11111'I 1 Illiíll O lI"C f oi rcco nhccido 'o mo v 'F(I;ld 'illl /1111111111111 \ llillllll [til! I ' cor i" not r l/ rn :t , 11\' P 11'('('(' 'l i I 1111 11111111I I IIqd ll ti , f i di :11110 ;il1:t,burg, 111 '111 ti ,t'illiç( 's, 'nl'l" as qllllis li: o 1': 11'111 0, 1111 111I 1 ItllllI, 11 I1 11 111 11 ti" I 1111 IlItlil' 11,'( 's, 1111v 'r 111I, hllllllis, A /',('111 Iltli/ll,lll1 I 111111 dllll l 11111 ti, 1111 11 P"H 'I',""O d' :II)SII'II<;; o: s 'li I't'SIIIt:ltlll 11111111111 1111 1111 iltlllll t 111 11I \ I til 11 1'11',' '''lllvl ',', 1"1,, o p -1':1P(ll ,'t'll' '111111111Ir 1111 11 111 111111 1111 1 111111 di
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<1:1:-;lasses que ela pretende caracterizar.4 Estas definições, elas suscitam, servirão a seguir de grade analítica.
e as observações
1':lcs encontravam aí o fundamento de seu dinamismo I "ia que o resto lhes era dado a mais,
li11'
Em 1941, numa conferência para os alunos da École Normale Supéi 'ur , Lucien Febvre explicava os motivos do emprego do adjetivo "social" 110título da revista que havia fundado 12 anos antes junto com Marc Bloch:
Nós sabíamos muito bem que social, particularmente, é um desses adjctivos aos quais fizemos dizer tantas coisas ao longo do tempo que no fim quase não querem dizer mais nada [...] Estávamos de acordo em consid '.
projeto é menos próprio da disciplina do que uma retórica I'WI u.'o 1111'rno 101' um momento fez supor aos historiadores: a ssim como as Ollll(\, de acordo com o ponlo ti 'j 1\'i:ls humanas, a história procura estabelecer, Vi,'I:1 <111'lhe é particular, os princípios gerais do funcionamento social. Mil, I:rlv ''/, por lue esteja defendendo a originalidade do projeto dos An[ JIII's , 1,11 'k'll 1"" vre reduz o problema ao da geografia das fronteiras disci, lil :Irt'" 1 II:lS 'ondições prévias parecem bastar para permitir o acesso à toralid:1l1 11iSI )ri ';I:/]:> CJ uestionamento dos recortes trad icionais com base nos q 11:1 i,' I1 ('i 1\ 'i:1 histórica analisava o passado (o econômico e o so ial s pal~d:lIll 'IlH', pOI "'mplõ e a remoção de barreiras intelectuais entre os sab 'r 'li I'i ri d:1 r 'f1exão metodológica dos historiadores en 'aja los ness ' I ovil\\ '1\111 " I ill tl s '~uir n obilizado por um esforço de re omposiç~o dos 1'ri Íl )I im
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Um déficit analítico resultou daí no que diz respeito às questõ ':-; C111 110Socupam neste momento. A distinção entre os níveis micro e ma 'roa 11ti I il-'oS remete, nas ciências sociais, a opções conceituais fortemente d 'fjl1idllN, I', 'r:tlmente herdadas da história das disciplinas. A diferença dos 111'10 10 p'squisas estatísticas contra pesquisas monográficas, por exemplo) il11lHIII I 111'I S do que a oposição dos quadros de referência (a sociedade ou a "01111 Illi:1 em sua totalidade num caso, a situação em sua singularidade no 011110, dos seres pertinentes (os agregados, ou então as pessoas, mesmo CJue abS11a 1.1,' ou das formas de solidariedade entre os atores (coação não n 'ssal'la I1I 'lHe consciente, ou negociação e interação) cuja escolha a prior i nã I' '(li I<' ti ' proposições testáveis, mas de preferências fundamentais nã 0111'1\
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rar que, precisamente, uma palavra tão vaga parecia ter sido criada 1... 1 101' um decreto nominativo da providência histórica para servir de inslg nia a uma revista que pretendia não se cercar de muralhas [...] Não exisl ' história econômica e social. Existe a história, simplesmente, na sua unid:lde. A história que é toda ela social, por definição.5
e de seu sucesso,
IIII~v 'is. (, Contra tais oposições, que estrlltur am as querelas da s ciologill 011 11 pro 'ramas de ensino da economia, a disciplina histórica se viu, pOl' I'alla til dis 'u são, quase totalmente imunizada, Co mo que esponraneam '111" 011 I /,1, s 'm reflexão crítica, a profissão praticava a macro-hi tÓria. o objetivo último da p esquisa, 1\ i 1 di 1\ totalidade social constituía 11'1',so 'ra um procedimento analítico francamente ca rre i'ln ,< 1 " s' 01 ,li 1111li, p:lra cm seguida poder praticar a quantifieação, em r 'OITar 'ad:l ohi ' Ifl ('01111I 'X, em agregados de dimensão intermediária. '$(1110 dll 1"1111,'1\ ti 11 rlli~o R gime passava pela análise de suas provín 'ias; () '01111'('1111'1110 II1 o ,i -da I camponesa resultava da deserição Ias gn ")oS (/11" dOI, 11111 11\ 1111111111' 's I"nanuais aos lavradores, a compllnham; ti al1(J lis' dll "11111"1111111 11,\I ,IVII-S' 1a individualização dos m vim 'nros I' !til (I,' o dil( f( 1111 () II1 11111'il11 '1110 10 101o, se gundo se supunha, d 'viII 111I' 1 ti 1 1111 dld I, III11 111 '/ v'l, I, SIJ aS partes, I\s novas mao 'iras (Iv 1IIIhllllllll t 1I1I1 I IIdll 111111 I 1,r1I1If:ldIS a partir 10 < lU 'stion'\I11 'lHO d 'S, ' Il10ti It l 1111111 li 11"111111 (I 0111 \l\11 do I'rll'lISS0 Ia pr:1Li 'a I '01; o dll Idsl6ri.1 (/11,1111111111\.111111111 \ 1111 dI' 'lilOS: 110 plallo 'pist '11)01) ,i 'o, \('11 lill"ll 11111 Idll 111I11 I I111 11i" 1':11 do v 11'1110:t 11:1 1 1i '() 'llIr' as d"S(,II,11l I I I1 II1 I I 1 111i"1l1 I 1.11 l[ivIIS, 1111\:1aI '11\.':O m '1101'li)i dild 1 I 1111111111 "1111 111 1I1 I1 111" I I
1I , 1\ 1111111 \'(111111111 \'1 111111 111\1 111111111/1 I I 1'1ti, 111I 1\IIi 1111111\'I II 111 I t /111111 I 11111111\' 111'jfll 1111111\1 , 1I1"11/1/1/1/1 I 11/111 I li, ,,11, 1/1 1/11111 " 'I .,h , 1111111111 11 I ,(I, I ' I I 1\ 11111 IIIH/III/',11I11 1 1'11I I ,"1, li, /111111 I' IlIrI, '11:'1li 11 II I "111I rll I, (:. 11111111111 1/\1I, I liI 1',1111111 1111 1 " 111 11111111til I I li 111 I I li, Itllll , " 111 li\' I tlllI I'lilllllll 111(1I1( li, 1'1lilllllllll' 1 ti, 111111111,111I :11 II I I1 11/,,11 I 11 , I,IIl IlIhi l'!l 11I11I/lliO / ,"1,11111 I I h 11/\ ti, I 1l IA 111/ 1 1, 1111111 (I' /1 Ifl, Ir,lI, I
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IIl:lis geral almejado. O tratamento da conjuntura servirá aqui de po nto de :qwio para fazê-Io. Para a "história historizante" que os fundadores dos Annales denunciavtln , o acontecimento formava a unidade temporal elementar que a explora';tO dos arquivos permitia restituir. A seguir, a crônica narrativa constituía a tolalidade cuja construção, por meio da concatenação dos fatos tidos com v 'rdadeiros, esgotava a descrição histórica. Em oposição a isso, depois dos de Labrousse e de Braudel, a historiografia francesa concebe no t rllbalhos p >s-guerra cada momento histórico co mo a combinação de vários tempos, ca· d~l um dos quais se desenrola segundo ritmos e numa escala espacial que lh ' s: () próprios, A explicação resulta de um processo de identificação e de d '. s·, 'aixe dessas temporal idades múltiplas umas das outras, O procedimenlo li: () postula nada quanto à duração da seqüência cronológica a ser explicadll: :1 'p ca de Filipe I da primavera e do ver~o Ie a breve crise revolucionária d ' 1789 liaam-se ao mesmo tipo de análise. A reviravolta não atinge ap n:l.' o método,bmas afeta também o estatuto dos objetos temporais envolvidos. ( II 'ontecimento (no sentido de objeto histórico, sem que nada seja postulado ,'o!)r' sua duração) constitui agora a totalidade, e as múltiplas crôni as I1U,' qllais le se inscreve formam as partes das quais as modalidades de comi i n Iy: o dão a ex plicação. Entre a pluralidade dos tempos, duas dimensões foram geralment ' pl i il '/!;indas pela historiografia: as tendências longas e as oscilações cí licas, ( I('oplumcnto dessas categorias temporais durante muito tempo constirllíll ,\ 11:1," Ia rdem de exposição dos resultados das pesquisas: de um lado a 'SIIII 111I1I,"r 'alidade que o tempo custa a desgastar e veicula muito lon 'an '11It''', (' ti' outro o recitativo da co njuntura, O encargo de reduzir a con pl 'xitllltlt do mom 'nto histórico isolando seus componentes temporais ab , t Cllil',\ ('SIIII ísei a. As etapas dos métodos tradicionais de decomposição das S('I i ' ('101101>gi as pertencem à bagagem de todo historiador. Na maioria Ias, '/,,(', IIIII:I-S' le revelar o movimento mais longo, eliminá-Io, isolar o 1110\11111 '11\t1 d' dllfa 'ão imcdiatamente ií,ferior ao precedente, eliminá-Ia por s '\11111110,I I, sil)) por diante. Uma reprcsentação gráfica vem' ralm nt illlS I rar o d,i, ('111 sc enrola cm torno do eixo forma 10 p ·10 nlOVlll1 11 NO: n 'Ia, 'a Ia I ovimento 10 d ' dllra ',() im 'diatament superior. I(ss' pro" lim 'nto l:seabel' 'c, I'fato, lima hi 'r:lrqllill 'nlr' o' IlIo\'i 1\lt'I\lOS d' 1111';''~o lir 'r 'nt', Cutia 11m 1'1 's t 'Il'l, 'I)) r ·llIç; 0110 IlIovl'IIl'11I11 11\'di:11 \111'111. nlllis longo, o '1II'Iír'r ti, lInl r 'SIO, () ','I:1l11l0 do 1\('01111I i II1 '1\10 nqlti no ,"lIlido ll'lldi 'ion:ll : Sílllpl's r 'v 'llIdor d' ('Slllllllll,l 011 til 1'(II\illlllllll' dll qll ds (,I' 1\10 " ,"11:1 1 \ 11\lIlIi/"SI \ ';io i (,I tio, II,ill!'l, 1 \11111 11111('o olli lllllIlillll('I\1 1\11I I I t i (' , I tllI IltllI d" l1\itilll dlllll ',10, "li 1111.1111111,11,1 I 11111111111\11111,111 .\ illlll 11 111111'111111\111 11111 IllItll 1111 1111111 III 1"11"1111111,11 \ 111111111" 11111'1 1 ,1\ 111I 1111111111 1111111111I1I 11II1
Ilomenológica
ou numa análise teórica dos processos senão uma 'xplll ,I .111 daí que, se o método f ornece os meios de uma I, '"1111'" 1 " ) Ia complexidade do momento histórico, ele impede de pens:u 1(' 11111111 IIIOUO, que não o do empilhamento, a recomposição da g lobalidad ',( I 111 1'I alternativo dos programas da história conjuntural, de um lad , ' 111"111 1I1Iiu imóvel", do outro, revela a dif iculdade intelectual na qual o Pltll( 111 ~Il:lrra. Ela sublinha uma incapacidade de recompor em sua compl 'XIii 1111 .I lotalidade histórica considerada ao cabo da o peração de decomp sj~'dtl ,1111 Illi 'ti que devia mostrá-Ia, ,/(I boc . Resulta
teria sido ainda mais fáeil se tivéssemos analis:J (lo .I 1\ demonstração 111(1I:ilidades previstas de arranjo dos resultados das monografias 10'ais 11"1 1IIIISI iwíram durante uma geração o quadro mais freqüente da pesquisa li i· 1111 i ':I, ou o modo pelo qual a história social inseria então seus da los '1l1 "1 1" l'i 'S le quadros cruzados que permitiam ao mesmo tempo tolali",a~'( ( 11111 lillha (a sociedade de 1789 são os camponeses, mais o povo I:,s ,i I:ldt , IlIlti, :I burguesia, mais a nobreza - cada um desses grupos scn 10 1)l)1 ,11,1 segundo o mesmo princípio) e p or coluna (a burgll 'Si:l (~11111" \ I, divisível 1"1 I ': o l: 'onômiea, mais uma posição social, mais um nível I, 'lillllllI, 111IllIia lotal não inscreve seu método sob a insígnia da gen rnliztl\':io, ' 1I11 di Itll:iliz:lção. A . preocupação com o realismo históri o, ti primaúl 10 '111 11 // 1111111 ,'li 'o que oferece a evidência das suas éries, ':t majoritrtl'Í:I 1111,111101 d. I.II\\ili:lri nde com toda forma de raciocínio prob~lbilist:l ' I li '011\\,I,II\'I 11111.1 oI1Íluti' pistemológica que vê na bus a da 'X:lIISli id:ldt, tl 1111(1di 7 I 1I111plir o programa da história totaL I
"11,111111 H 'Sllltan daí uma maneira de 010 ar os pmhl '1l1;l~( 111\\,11111 d di i 'solv '-Ios. À questão de sab r s' as . '()I1()l\li:l~ 1I( lI,dli' 1111\ 11 11 111111111'111 '111' 'omplcxas para ai rcs '111:11' r' 'lil:l\'cl(' ('tlll/l1111111111 111 1 '" 11di 1 , I I" 1.1ti 'S 'ri\'~() <.Iosmovjm I!tOS SII . 'ssi o' di' ,111.1I d. 1111 I dll 1111I I1 1111111 I ',pII 'o ' nlll1l p 'ríodo Ia tos, m )vjlll('l\ltl~ I. "11 Idl I1III11 \I \11 I 1"111" II11'il'l\l11 'nl' nas 's 'olhas 'slalÍsli(',I~ 1'11111111 ill I) I \l1l1I 11111 11111111'I di 11111('o J >!'ohl 'ma I" ',iSl 'n i;1 1(' ('il'!o 1'1111J 111I1 11,I 111 I111 11111 1 1/111 ,I IltI,"I(', ti' tI·s 'ri\': o 'soh!";1 '011/1/',111" II di 1111/I 1\1Itll 1111111111 di I1I1II Ijlll ••11,1(It'li:l,1I111lIn1a sjllla~'11I P:llli('ltI", "li 11I1I1j111l1l11l \11I 11111111111, I
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1111 'stões da esc a la cron ológ ica da ob servação e da decomposiç ão do mo viIl\ 'lHO conju ntural não têm solu ção, nem virtud e h eurístic a: a curva é divi sí,I em vár ios elem entos cíc licos, dos qu ais a penas a ma ni pu lação es tatística v 'm esta belecer a pertinência do núm ero e da du ração. Porqu e o e ncargo exI li 'ativo se apó ia nas téc nicas de decom posição, o p rin cípio da partição ini'i:1I e a significaç ão da recons tru ção co njunt ural não s ão ver dad eiram ente pos(OS à prova. Po rqu e não ex iste ade qu ação e ntre a pro blem ática , de um lado, e os pressu postos epist em ológic os e o m étodo, de out r o, o pr og ram a de pesquisa não po de ser leva do a bom t ermo. A ex istência de um a reg ula ção c íclica I r J pria do A ntigo Reg im e perma nece f undam entalm ente um a qu es tão cI ' )pil ião.
Praticando o es tudo int ensivo de o bjetos mu ito limit ados (um fato bll 1l:t1, um pr oce sso, um rit ual, um in divíd uo qu ase com um ), a microscoria pm 1'0' há algun s anos ou tras m aneiras de traba lhar. A infl uência da historio 'rll ri:1 fran ces a e a im poss ibilid ade ha bit ual de enc on trar na un iversidad e italill llil :IS es truturas necessá rias para desen vo lver as pes qui sas co letivas s riai, < 1 " . permitiriam pree ncher seu prog ram a ex plicam ao me smo tem po o I 'to I() I, tra balho e suas pr im eiras ca racterísticas . As prim eira s justif i arivl\: 'pisl 'lTIológ icas da micro scor ia ates tam a preg nância do m odelo m acr lIn all li('o. I c um lado, os micro-hi stor iadore s pretend em se intr oduzir nos int 'I, I ('ios Ia análise se rial e chegar at é o "vivid o" e a ex periência individua l ill:1 "ssfv'is aos es tudo s agregado s. De outro lad o, ela pretende, ini ialn1 '!lI " I r:11 ', 'r a s pro blem as de validação da a nálise res pos tas da m esma 11 :11111'1',11 (illqll 'I;)s lue a história qua ntitativa su po stam ente deveria encontrar no 11 11 11' jo los nú m eros. As def iniçõe s variáveis dadas à noção le "ex cl ionul !lOI l!llll", ('orj" Ia para enfr entar a qu es tão da re presentativid ade 10 liSO, "'II:!,('1I1 1', ',' :1 m llr 'rdialmente nas três disci plinas citada s há pouco. Im põ '-s' tllll P I' 11 ill por 11m r aio maior. Mas, de u m camp o para o outro do S 'I!) 'r , 11,'1I 11\', II I Ileias Ic modelos são co isas delicada s - ainda m ais qLlan 10 +1: ('11<1 1111\('111a pr o posições ec léticas . Vam os co mbin ar que f aren os (1(I'Ii 111 11IPIO 1IIIIIII')I'i 'o I'ssas pro pos içõe s, co m fun ção de estranhamcnto ' di' I I""
s ' orlima gal iza, nos entr tr abalhos mi 'rmuiro o-hisr 6rar i:l, 'nlO S' :IOS li: o prIllllil ('Ollt11\II dl\ O, Assim l\(l n1 'nos r ns10 e um n,de,todo llt' 'dilll III d' P 's(lIli sll qll ' f :I~,cm apar ' "r o b j 'tos hisl )ri 'os in 'dilo,' 'o P1IIH'1di 111l\'o l'illl:l <111 ' ., 's 'Olil"l' 'n1:~ 'x p 'Fi n ,ia individllld do, IIIOH',' do P l i' II dll, () i. \t'IlI\l do, ('01" 'X(O" l' ~slilll do p ,Ia ,"'Ii' das vaiÍ 1')(',' do 1I/',lilll i11
II \111' i/',lIllis : '010 ':lti:1 no roda p-O: ti' Ilnl m:'I);I, ti, III TIti 'sclll1o 011 dI' 111111 IIi IlIl il, pllll s('lvir d' 111'dida ('Ollllll llll lodlL' IIS P"I'I'S I, 1111 'dil'eioolllll I (11 I Itlllil. Ils di,'1 li 'i[l,' , \ (odo, (), 111/',111 's ,,( , ainda hesitante (o estatuto da arquitetura medieval muda de um v'rI '1 ' pll ra o outro ao sabor da ênfase na escala humana), Viollet-Ie-Du . urilizlI Illi cialmente a noção de dimensão para introduzir o construído no IIniv 'rso <111'1 usos, A arquitetura grega, diz ele, estabelece uma proporção entr' O di. IIIl tra das colunas de um pórtico e a altura dos degraus da ba e sobr' ;1 (fI "ti elas repousam, mas não se preocupa com a relação que une a altura I 's~ degraus e a das pernas dos cidadãos convidados a transpô-Ios: e la n; o I '111, propriamente falando, es cala. A . arquitetura ocidental tem uma posiç: o dil rente: "de agora em diante, uma porta não aumentará mais na I r porvíj(l til I edifício, pois a porta é feita para o homem; ela conservará a es "lia tia 1II1I destinação".24 Ele registra em seguida a diversidade dos elem mos q 11('d terminam a dimensão do construído: o uso, como acabamos le ver, mil,' I 1111 bém a função da construção (e principalmente sua função s imbóli '11) , " natureza dos materiais utilizados. À unicidade da escala do cart6graro, (I 1I1 quiteto contrapõe a pluralid ade das escalas de referência. Philippe Boudon relata assim que Miguel Ângelo instalOIl no 1I11':!1Itlll cornija do Palácio Farnese, que estava construindo, uma cornija I, 1ll:ld '1111 nas dimensões da construção.25 Essa cornija, na escala de 1: 1, n nô POI' i ,'(1\ menos reduzida. Tecnicamente, o modelo não é co nform à r alida I': .1111\ deira não é evidentemente o material definitivo que será utili7.ado. IVla, 111 quele momento da concepção, essa é uma dimensão d obj '10 lJ lI' 111111 interessa ao arquiteto. No conjunto dos universos possíveis nos qll;lÍ:-I ,I, 1('111 de dar medidas à cornija, sua seleção é então diferente: afasran 10 ti 'se IIn li I nica, ele faz um julgamento sobre o elemento arI. o lodo pn:-lsa IHII 11111I 111I 1'11VIO '11)111(',lia,' P:1I1':-I, 111~IO10 110qllal S' il1s'r 'v' a /'[Ihl'i 'n\'ll0 11111 111111111111I('I,d'OII(,1I ti' IIlod 'Ios I' 111/',;los ~ inv'I':-Io. I':" 11110op '1011111111 di 11111\'111'llIl~' 11,'j '10, ':-lim 'nLr' ;1:-1 dil"r '111',' 1ilO:-I, ~ 'o/lstrllí 10 ' l1Iilnir'sla ;) Slla aflil'i iall IlId', N ( I ( IlIlIdll lli I) 11111 IIOIl1 li 19O passivo 10 obj 'CO, ' sin () r 'sldcaclo I, 1111\11 111IIIII! 11111'11, 'Ollll'ol:ív 'I, I' '1I0V{tV 'I, modifi ';Ív\:l, <':111 fllnção los P!lI, 111('1111 I Ildllitlw, ' d ' ponlOS d ' vist:l parei 'ular 's. EI ' ost 'nca :10 m 'Slô10 I '1IIpO (11 I 111111 loI(,il) '11111 10, S 'li pc>I 'r d' inl -ligil ilida I' 'SIIa natlll' '/,11:lflil'i 'i:d. Il(', \'1)1\:11'111)):1I lanla 'm s 'ala nií $ resul rlln 13m 'ntall1l '1111 I I I til( I( ('('I '111r' o I' ,:tI' sua r 'pr 'S 'I'lração r 'hçõ s passív 'is 1-1111\11Iplil'll 1111111I 111'1ll1 d ' 'Ihl 's. I ':-1'nhar uma planta é onstr lir um Illod 'lI) I 'dll 1111lill 1(' lIiu ti 11111111111 11 1111Itlll IJ II' II)i il1di 'ada nlll"l mapa 'rn 's ala de 1:100.000 ' 1('d("1 1I111i111 1111111 1IIIpll '111 's(':lIa ti, 1:10.000 I 'r cl emos m S li 'onl()1I10 111111111111 11\11,111', ','IIIlP'IlIlSlllas.Nlln napa 'I eS'aln l'I:I.OOOV'IIIIINl.lllillIlll 11111111I( 1I1,'11I),'ld)-hll as 'SIIbS11bl \:nínsulas, assim por lial1! ,," No 111111 II "1111(' (' 1111.''XII '1l1;1I11'1l1 ' r' III/"i Ias, O '()11' ,iLO I, 'OSla d·i iI d ' P '11111 I· " I 1 \ SSII11,n: ' I1 I , )',11)/'.11Iil, () ap 'I ns 's 'n:-latO 'S 'olh 'r 11111:1's' lIu. ('0111111 I
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lIg 'nte da alfândega ou o pe scador que se de sloca a p é, por ex em plo, não l\1ant êm a mes ma relação com a c osta da Bre tan ha, e a diferença de seu s pon 10S I vista sobre o território susc ita ria sua car togr afia em esca las diferen tes . Assim , mais que uma relação de si mil itude com o re al, a esc ala des igna um a I ' lução dele. Ela expr ime uma int enç ão del iberada de v isar a um obje to e indi '<\ O campo de re ferênci a no q ual o obj eto é pens ado . A ado ção de uma e sclIla é antes de mais nad a a escolha de um pon to de vis ta de conh eci men to . O carát er virtual dos obj etos a que se lig a o arqu iteto (con struçõe s ou :icJades ainda por vi r) ta lvez exp lique o fato de ele dar à no ção de esc ala u m 'ol1teúdo mai s com plexo do que o que lhe dá o car tógrafo. Já f oi di to qu e a 's 'ah cartográfica liga u m represent ant e, o map a, e seu re ferente, o terr eno. Ao ntrário, a esc ala do ar qui teto liga um rep resentant e, a plant a ou o mod ·10 r duzido, a um repr esen tado , o edif íci o pro jet ado. Por nã o exi stir ainda, Ii r 'aliclade cons titui apen as o hor izon te do t rab alho de rep resent açã o. A re-
1';lInizado em 1985 sobre a rela ção ent re a evolução agr ária e o c r esc im '11\ 0 11'mográfico per mit e enc ont rar situaçõ es equ ivalent es na históri a e pr c 'j~a' , IltlS conseqüências. Z8 Um deb ate opu nha nes se enc ont ro a eco n omist:l I':,' ( 'r Boseru p, que con sider ava a pressão dem ogr áfica o pri ncipal m otor do ti ' ,"Jlvolvim ento agrícola, a um gru po de hi storiadores. Estes, n o m'iixiJi)o , vi:lIn no crescim ent o da pop ulaçã o ape n as uma cau sa ent re outr as do pI'O 1'1''sso agrícol a: os av anço s téc nicos , a abe rtura dos merc ado s, o inv estin '1It O III'b:1no, a div ersificação dos con sumos tinham, afirmavam eles , efeitos pr ovo "lidares ao menos igualmen te impo rta ntes . Mas na maio ria das ve zes el 's i1 1 v '!'liam a relação e viam no de sen volvime nto agr ícola a cau sa d o aum '111 0 do Mlmero de hom ens . Con clu sões con tradi tórias e deb ate sem saída. M a,', 1I11\1In1 0 mai s de per to, per ceb e-se que as di ferença s não co nce rn em a p '1I11S dllS m canismo s exp licat ivos. Ela s afet am tam bém o qua dro no qual el s ',' I III 'sta belecidos . Bos erup tr abal ha com esp aço s ext rem am ente vasto,' I
dll~:iO iolOl'ill, 1,','OIlII(l i ',lIill('II, ('Vitl('III('IIH'IIIV, li 11, '11(1.11 11li 1tlll llil II( i \I til d( '/I 1111111 111111111 11p,IP I 1I11 ,111dod( i 111 111 11 1111.111111111111lllill 1 11 IIlld I: 11(.11111 1'11 d,l. Illlli 1,1'"1 I
II I1 I m outra ex istência a não ser aqu ela que o o bservado r Ihes lá, '1I11( I 11111;'s le escudo co ntinental ou d e bacia sedim entar, por x mp lo, I11111 a uma história d a inovação intelectual. S desenvolvimentos r ece ntes do estudo das sé ries cronoló r i 'as ('(111 111111 11111 'rcforçam a leitur a que aca bamos d e fazer do esqucma r '0111011010 11ti d' ai álise. O realismo po ssível das categorias SI a iais 11110 1 111 1llllllllp:lrr ida na ordem tempor al. A par entemenre, a mar 'riali \il \ ' do,' 1111',1 " d I I S o p rações de recorte do es paço pontos de a poio' lillhlls ti ,tlit'('1 li 111 II m:tis sólidas que o desenr olar linear do t mp o of"1' 'c' :10, I '\'11111 1 111111111'1 insistem nisso mUil'(1 l11ai s qll ' o', 111'1111111 ,j 'os. Alguns eco nomi stas Illil 11,' l11ov imcntos sec ulares ou ícli os 'm CJII ' po I 'llIO d "(,OIl'lIl}1 1\ 30 I11 11 IIl por ais não têm r ealidade. ão mov ill1 '1110,' :lh,IIIIII)', Idlllll 11111 11111.1111tios pllrll f ins le pesqui sa e 'lU' p 'I'mil '1111 '<111 /11, ,1111I111 11dll 11 I IliI'llill,ld 's ';t) arr ibuir a cada um a prin '(pio,' ',plil ,111 \'11. I Iljlllld 1 111 di I Idll,' o II/)S 'I'vala das grand zas "011 111i 'IS, 1i'"11 11111 di 1IIIId lllllllll 111 I'lld '111 I"V -llIr-s' (o salário - :t I J()(illlivitlllti 1111 I Iillll Idlll I1I 1111 IIl1dll illv 'rso nll 'urr a dllra 'iO, 111:1,'11111I1 1',111 11 11111 1111I 11111)111'1 \ 11,11111 I 111111111,11111,'1 i hip li 'S' ti' atlilivitl:ltI III 111 11111111 dll 11,11111 1\ I 111111 d 1111til \ '1IIIIti",':hric:t, 'SS IIS o posi~'o'~ li, 1 111.1 (:11111 11,111 Illill,II"1 1111 II1 I" 11I 'st: O ligadas
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I1tllllilll'1111('1 lllllllldo d' 'Illpr 'Stillll) IlIdtl, 11 / 111IltllIl 0111 1111I11ti 11 111 1111111, ,11 I (','P ',aVII 'h ').'.:11': Il)llditlldl di 111111111111 11 di 11111 til 111111 1"1 I 11 ( III'plli,' ti ' ('Olllhilllll,'lll1 til Illil 1111 \ 1111 III11 "/',1"11 '11111d (' ill ':di- 11111l I ti 111111 1I dll 11111111 11'111 1111i1 1 1111 1'1111 rlllIl 11111' "li 11 tim, "till/,IIIIII' 11\ 111111\ \11 111 I til 1111 111111 1111111
II
I
i custa de inov aç ões rá pida s, a um a renova ção profun da do instrumen tal di sponível. Esta, em par ticu lar, inv erte o proced imen to, esforçan do-se pa r a ap licar m étod os de e xp lica ção integral e técn icas de d ecom posição simul tâ n -a que nã o postul am um esqu em a a priari de e struturaçã o temporal m as, 00 ontrár io , se esforçam p ara ex trair da sé rie um a cl assificaçã o das ev en tu alidade s segu nd o sua p eriodicida de e p ara localizar os fenômen os de de pen IGncia ao long o do tempo.31 Embora nenh um a aten ção sistem át ica tenh a si 1 0 da da a isso , esses métod os têm cons eqüências im portan tes para o e starllto da escala temporal de ob serv aç ão. Ag uardan do um ver da deiro estud o, lue contri bu iria pa ra enriqu ecer a noçã o histórica do t em po, limitar-n os-m os aqu i a algu mas ob serv ações elem entares, com finalidade local. Ut ili zar m os o índice Dow Jones como pont o de pa rtida. A trajetória descrita pO l' 'sse índice de bo lsa há u m sécu lo é um "p asseio sem destino", a randam W M /k . O pa sseio sem destino possui vá rias prop ried ades matem át ica s qu -
('OS anteriores. Nes se caso, inversam en te ao e squema anterior, a " L 'I 111lil 'om pro va da (pela an ál ise espectral, por exem plo, mas o exam e dos IlIodl 11I "arim a" leva ria a coloc ar , aind a qu e de m an eira um pouco dif erent -, 1i f lll' I o da escol ha da e scal a) de ci clos privil egiad os nu ma séri e cronol 19i(' I I1 IH " ao m esmo tempo, na ord em do conh ec im en to, a elabor ação pos s v('1 ill Illn sistem a exp licat ivo cau sal e, n a ord em dos det erm ina nt es , a im por!. II "I dos m arco s temporais e da e scal a cron ol óg ica ad otad a . N a hip óte se I' S 'I 1 " I' v -I no s darm os séries cada vez ma is long as , o alongam en to do Icrf olio 111 O prim eiro ol>s 'rvaçã o, em par ticu lar, resu lta em doi s efeitos. é a m ll dtlll\' I do 'om primen to dos ciclos qu e a an ál ise espectral isol a, ou se ja, a alI.' 11 ('101 dt, P 'riodicidad e ab solu ta da c rônica : a period icidad e (e po rtanto O si.'( '111 ,1 d(' 'allsas suscetíveis de exp licá -Ia) é relativ a ao c om prim en to da S 'lJiI 11('1.1 1I Ill poral estudada . Es sa ap eriod icida de ab solu ta d as crô nicas sigll i f ica '111 1i "IIOS de processo qu e as va riáv eis depend em aí de f enôm enos I· Illllilll
<.I, s 'rie conta ao seuda sponcaracterísticas to de p artida
111 111/0prazo ou ainda de ch oq ues al eatórios muito antigos, cu ja lista s) podl 11 11, . 'om pletar com o com eço do m un do . Ass im , de um lado, "11 111 PI'()( '(' 11 11 1111 mi que s e desenrol a no tempo n ão pod e ser analisado in I" '1\(1 '1111 lIil 111' do seu pa ssado" e, de out ro, a c ada in stante, o cstado pr'S '!lI 1 I 11111111 111 111 11 . 11I 1 11111 11 til I " "II 1IIII t111 I ,li '1"11 111 1,i\'1() 011 d' "r,I/111I 1\( 11 1111I l'IillI 11 11 II 11 1 1111 1111 11 1 1 1 I, li" di I1 I I I'1 ,11 ti" /',1111 1<1'1 ',11 ,1 o IH ' 1'111111 1111I II1 \I I 1,11 11111i IIIi 1111111111\ tI 111 1 I1HltI\1I11 111 1.1"111',' ' il''' tIll "1111 1 11 1 I I1 I I 111 111111 '111 1 11 \11 f i 1111 11 111 I" 11 ,1111 "l\i It illl l( 1,\1 dill 11: I1 1'" 1111 1 I 11 11 I 111 1 1iill, i llil 11"11 1 IlI lillll til 11, I'11 1 ill, 1111111 , I, il\'1 ti, 11 II1I (1 1111111 11111111111111 11111lilll 1 l
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pas sou o s limit es das classes dos gên er os, da s es pécie s.,,35 O sab er , num a tal con figu r ação, v em se choc ar co ntra d ois obst ácul os con sideráv eis. De um lado, o ob servad or é inca paz, par a de screve r o m undo , de reco nh ecer e de adotar o ponto de vista ade qu ado e a distância corr eta: sua condição humana se opõe a isso. D e outr o lado, a esco lha da esca la de o bservação nun ca cheg a ver dadeir amente a uma r ed uçã o da d ive r sidade do mu ndo e da sing ular idade da s co isas : um cac ho não tem do is bagos iguais. A r enú nci a ao co nh ecime nto n ão é por ém o r esult ado dess a constat ação s em ilu são. A r eflexão pasca liana sobre a unid ade da nature za não recu sa um a r ep rese nta ção da het erogeneidade do mu ndo , mas ao c o ntr ário se baseia nela (lembrem os do grande f r agmen to: "De sproporção do hom em"). E a ling uage m, pelo uso reg rado de con venções, vem in terr ompe r, na esca la esco lhid a por um momento , unl'l reg ressão sem f im. Uma cidade, um ca mp o, de lon ge sã o um a cidade e um cam po, mas à medid a que nos ap rox im amos, sã o c asas, á rvor es, telhas , f olhas, ca pin s, f ormig'as, pe r na s de for migas, até o inf inito. Tudo isso está en volto no nom . cam po.3 6
o
racionalismo posto
à
pro va da anál i
As r ef lexões qu e se segu em têm como ponto de par tida as di, ('li Il' II,IVI I Ias entre h istori ador es e a ntropó logos a prop ósito de m 'to los d ' Illilll 1111111 11privilegiam ' a m icr oa nálise. Foi a corr ente da mi r o-histór ia 11" 11 11 1 11 11111111, le f ato, os métod os e as concep ções qu e até então I r 'v:l1 Ti 11' 1 I11 111 dis 'i[ linas, par a pr omover um a verd adeira mu dan a 1 ·s '111a li,' 11 111 111, I i dos f enômenos. Uma das c o ntri buiçõe s desses er a alhos f oi ilillllill,ll 1 I1I 11 11i I so 'i'~1 e eultur al a par tir de a bor dagens 10 'alií':It!as . I "('IIIiI" l" 11111 i111'ir ·unser itos. Pa r alelamente, o de senvolvim nm I' 111 11 :1\IIIII(lIHdll/',11 til (lvi 'da Ics Iitas "co mp lexas" co locava o pr o bl 'm:l da ':lpllVid Id di I til Il plinSIII <,'10. 1\ análise de fatos localizados, circunscritos no espaço e no tem po, r' (' II-s ' ind ispensáve l à elaboração teórica, Ao produ zir a distinção famos a entre mod elos mec ânicos e m od 'Ios " liI! seicos , Lév i-St rauss chamo u a atenção para a possibilid ade de e al'i 111\ 11 11 11 \alco grau de abs traçã o sem por iss o fica r sub ordinad o ao dom ínio 10 qllllll 11 11ii vo. É claro que, cont rariame nte às idéias comu m ente aceita I 111a I 'Iill
,'lia info rm ação graças a uma exp eriência pessoal" .l O seg un do estágio é aquele em qu e o pesquisador dá prov as d e um 's I'orço le síntes e. "Es sa síntese pode se operar em trê s dir eções: geog r áf ica, S( ' " • I recender integrar conh ecime ntos relativos a grupos vizinhos; históri ca, s s' visar a rec onseituir o passad o de u ma ou de v ár ias popu lações; sistêmi c a, enfilíl, " , s' isolar, para lhe dar uma at enção especial, determi nado tipo d e técn ica, d(' A etnologia ('(),'llll 1'\e ou de institllÍção."z correspond e a esse esf or ço para 'Olí Ilolur os lados e e xtr air del es alguns aspectos a fim de ex ercer sobr e eles 111111 1('11' 'i o. A etnologia se apó ia na etn o grafia. M as extrai seu s entido de um , 1'0 .i '10 m ai am bicioso , pois se inscreve no h orizonte de u m a ciência do hom '11 1 <11 1' I 've ser o pont o de c heg ada de tod o o em preendim ento . Essa ciênia tllI hOI)) 'm , ou antro polo gia, se defin e por sua as pir ação: "co nhecer o hom '111 ( (/ fll/, 'onsiderado, num caso [a antro polog ia soc ial], a partir das suas produçr cs ('t 1100 111 '1'0 Ia antropo log ia cultur al], a pa rtir das s uas representações":' Urn bom exemp lo dess e encam inham ento nos é fornec ido pelos lruh I lhos los 'e n61 gos na área do parentesco. Na base , rea lizam -se inv 'stigll\' I '1I1l' (I'aran de so ciedades m uito loca lizadas. Co nsideram -se as term inolo/ ',ill d' par 'nl' 's o, as atitudes e os rituais. E f etua-se um tra balho 'onsi I 'r, v ,I di ('III('11l d' /! . 'nea lo ias. A partir desse corpus, o pera-se de .~ rm a om pllrlil IV I, ('OIII'W I)lf \l1 10 dados recolhi dos el"'l grupos rese ritos d 'ne ro Ia m 'sm a rtl' 'li('111 11 11111 l.Iod '-s' igualm ente esten Iqr ess as on pa r açõ s ti Olltros Ilniv '1,'11 ,', I': 1 i111 qll 'os 'sP' 'ialistas 'h 'gam a 'onstrlli r r 'gras "int 'rpr 'tll ',o,
til' vi 'ntificid ade, a regularida de estatística n ão basta para asse gurar 11 v:t1idll d d' uma teo ria. No qu e conc erne à construção do s m odelos, a a i ordllg '111 1111i1iLa tiva a parece e m certos domí ni os com o um elem ento h 'u rfsei 'o 'S,' 11 II ti, !\ análise em escala red uzida revela -se f ecu nda [orque, ao 'olll rrtrio d 11 11\11abordag em es tatística, não se at ribui de saída um co rpo d - hip <'ll ',1(' \11 1(' ,'llp ostam ente ca beria à ex periência "loc al" verif icar ou invllli lar, 11 111,('li 1'1 IIdl ll C rem ane ja, se nece ssá rio, estas últim as, com ando 'om l) p0l11 0 til' 11" É isso o que conf ere ao 'IIn po S 'lI 111 1',111 11111 1111 IliI!1 1.' 'onstruções in dígenas. I Ill'vittl n 'sse tipo de ex periência e ga rante sua f e '11 I1di I:td " () i kal de l1, odelização deve ser diseinglli i o do idelll di 101 llilll '\111 111 11 111'11 'ionci antes. Se s e s u blinh ar, corno f :1z 11Il1l1iorill dos '11 10"11',11', li 111 II1 '111'illl lOt ,i1 , a vontade de sa ber se r alizará '1111'/ 11111(' 111111 11 1 I 1" 11 1I ,11 tio '1 111\po. I~se últim o ofe re d' fato, 111 ,dllll "ldl ll id I I , 111 111111 I': I 1111 11/11I1 " 11 11 11111 11 111 111111 0d os 'ara 't ores pr6, rios d' lIl11 a so( 'i('dllil(', 11 1 11 10, di SO 'i, 111(- f c 'ha Ia 'm si m 'SII\II, 'llldlllll ll '1111 11 1 11I 111 1111111 111 11 10 1II1 d('S ,'11 lotali IlIlI' '1"' o P 'S(III i,' Id lll (11 11 1 \,( IIIi I111 11 1111 " 1I ,ltll I 11111 11I1I 1, ~10<111 'xilll sriv idll ,. 'n 'Oll tl'il 1111 " ('ll Iltil fi, til I I I111 I 1 111 11,11 111 1111 Ildl ll\ '1I1() pri vil 'gia o 'slIl 'o: ( ,1 " /11 111111 11111111 I1 11 11 11 1 \11'1111 1 \ I 1 ,itl"llIif il':l1'am IIS no\'( 's (il- "IHwi ti 1111 1I II1 ", di " 11I IIL ldl '111 I 11
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I 'p'nsar, no co ntato com as out ras dis ciplin as, conc eitos qu e mer e . '111" 'I 111 1 I\[1< . I os à luz dos dados. I':ntre os pr o blema s co m que o s antr o pólogos se def rontam em Sllil \>11 I Itio r 'ai, lembrar ei, entr e outr os, o tema da historic idade. Um dos p 'I i/',II' di 1I1I 1aa bor dagem f etichista do "mi cro" é e vacuar pur a e sim pl SI '111(' I di," lI\i 'as e a mudança social. Uma das críticas que se fizer am à a bor da/', 111 111 11110/' rHi 'a fo i a de qu e ela a paga va a inserção histórica das formaçõ',' , til li Idll,', I, que ela, de certa ma neir a, as "e sfri ava". A r evelação d e p '1'11):111 11 11.1, " hlls a da condições de re pr odu ção da es trutur a soc ial sla :11\11111 I' 1I11f1d :ls pr eoc u pações dos etnólogos . R elendo ho je os esc ritos d . Hild 'Iilll' Illfl VII, <111' inf 1uen iaram so bremaneira a disciplina, fica- se imp r 'SSiOIl,1I111 111111I11)1'gnr ln ia de um a conce pção que se inspir a no métod o 'XI t'lilll 111li "lIli 'I()" ~ P r e bid como um la boratór io onde se pod em iso la I r , 1\ 1I11 1111 IIliri 'iilln 'nr '. A refer ência a metáforas biológ icas é nes . 1)()1\lfI 11',llill 1 111\'11, 'li Ia so , i 'lade sendo [erce bida atravé s de seus Iir'r '1\1(', (111',\11 11111111i,'llll 10 a 1"(11'0IU í'.ir sua integ rid ade e seu equilí br io pr )pri(). :1111111 111 11\111111';V:1I1s-Pril'har I, qu e foi le pr óprio fortemente 11'1 a r 'lIdo 1)(1 1\ 11111 I' 'jo 1'111,jOf 1 1:dislil, 1 1 anel' pologia n'ío poderia lis pcnsar '~s lil1ll11i,' I1 111 1 II , I dilt('I'ol1iil: '1:1 'manoll do n od '10 das -j n ias na[lII"ais ' 11\'1('('(' 1111 111 11id, 111/1 "lll\la 'sP' ,i, parr i '1I1 ~lrti' hislOr io rrafia", 1 N 'SS~IP 'I" PI'('livII, 1I1til 10 'ltlil',lIda pod' 'OllStilllÍl' 1111 \' T" '111' r 'v 'Iador do,' lI\ov illll'lIlll' 11'1('P('I 'flll '11111111 sOl'i 11 'dlld',
I mplica çõ es epistemológic as Nã o se pode minimi zar, no plan o ep istemológico, o a lcance crítico dos novo s avanços da micro-hi stória e do dese nvo lvim ento de u ma antropo logia Ias ocie dades co mp lexas qu e se e xe rce a partir d e análises loca lizadas, co m lim a preoc upação perm anen te de co ntex tualizar suas próp rias a bordage ns. Slla dinâmica lev a de f ato a re pensar cert os pres su po stos das ciênc ias soc iais. I':stas, de maneira ger al, trabalh ara m a parti r de macroconc eitos. Em prime iro lu ga r, a concep ção cláss ica que co nsiste em ela borar hip )1 'ses determinando entidades o b jet iva s co mo "classe soc ial", mas tam h '111 como "me ntalidade", "co m po rtamento político" etc., me parece s er dir 'tamente ques tion ada pel o tra balho que ef etuamos . Como most ra Jac<1" 's R eveI a pro pó sito da mi cro-hi stória, essa abordage m tem co mo efe ito litanto 'ssu bstancializar qu e o esem tavamdom íninoos centrond o e dadurant análiese. muProdu urna espéc ie objde etosimpiosã ito z-se t empo por-s' li 's 'nvolve u um a conce pção da ciência centrada num modelo ex perime ntali.'la j, antigo . Po is, quando se seg ue Durkheim , ad ota-se ta mb ém Stuart I ( i 1 I " com ele, essa e s pécie de motor de três temp os: hip óteses, experim cnt 11,'( 's, onclusões . O método das v a riaçõ es co nco mitantes é, para o so ciólo)'0, "o i nstrum ento p or exc elência das pesqui sas s ociológ icas" .13 EI' 1l< '1'lllit, es ta be lece r um a rel ação de cau salidad e entre d ois f enô menos: "11 ('011 'omit-lncia cons tante é portanto, por si mes ma, um a lei" .14 Enquanto S' P '111 1all(; 'ia com um a visão do "micro" entendid a como métod o es sencial 111'111 . monog ráfico , esta se integrava pe rf eitam ente à lógica ex perimel IliI: p,llli a-s' le hip óteses "m ac ro", e o tra balho sob re o "micro " assum ia O as pl' '10 I, urna ve rif icação de premissas q ue o ultra pas sava m inteiramcnt· . () "llli '1'0" era, quand o mu ito, a prova do "macr o", mas era es te Cdtimo qu' 111 V I li 'ss a prova sua signif icaç ão e de limi tava seus contornos. Se a prova illVl1 lidll I :tlgllm as hi póteses , voltava-se ao "macro" para redefin ir as c n liç( , tI,1 pl IV 'l. 1\ monog raf ia era portanto "e nqu adrada". Donde a irritaçã los dll ti il 'il1lianos m relação a Le Play e sua esc ola, qu e cultivavam a monogrld'l\1 111 1 ,i 111'sma sem se Ireo cu par em relacioná-Ia às entidad s constitulivas dll /lI ,i '(\11(\ . glo bal. ( :1111por privileg iar slla dif erença e sua polis,' '1I1i,I, '1I11 111t111 111 1I1 di I p~',d'r nos mea nd ros da inter pretação. !'lIra ~ 'I'.',:1 1'1'1111,,1 I 1'1111111 I til I1 rlllil1ll~~ii() I,um o bjetivo científ i 'o ' '111 si ,'IIHIH'IIII, l':.'s· " bat' , S m dú v i Ia fruLO I, 11 111 11dll l'lll I1 1 1'''11, ( I ' I ,fi 'I . lima vonta I' I' ri '01' '1111' 01'111 1I, '11 11 11 \1 11I1 1I til 111 I "Il'lIloJ',i 1 ·.'lrulura l ' Ia "nova hisl )Iill" tll,1 IlIillll 111 111 1111 11 11"1111 11 I '11 1111 ,,1.111 '\lHOS 'on' 'ill lais; ti, 011 110, t' 1'1111 111II1 I1 1" 1111111 11 I I 11111I 111 tlll ",I illl {o 'Slrlll1lr:lliSI:l P:II'II li " '11 \'11 1\ I 111 11>\1'1 11 1 I I I11 11 11 1111111 11 111 11 1111 lil' 1111l' 11 lllis lil 'rária tia lIi,'I(1I ill d I 111 1111111 ',111 1'111 Iilll 11 \"1 I I 11" 1 I 111 1, I (li i '11Il1\), o ra 'iol1i1lislll '1I11ivI I Idlll I I 11 11 I 1I1 11111 II11 111" 11111' I1 1111 11 1'1 1I I 111 .'illlOlil lIi('11I11'lI\(' dilit Itld 1111 1111 I" li 11 11 1"111' 11 1 i I I 11111111li., III ·.'llIO ·.'Illlldlll 011 '111111 ",I 111 1Idl' I 11 1 11 11 ,11 II"IIIIVII I ti, 1111 \ 1'1.lli('lI, ri 'II( li('II", N, I I 1'11 11111,1 111 111 '11 11 1111 1 1111 11 11 111 1111.1 I di I I1 I 11I (I rll'II, Ip W' 11 111P 'I (ltllI 1\111 .\ I I 11 I 111 1 111"\1 1I1111i1 " dll I 11 111111til 11 111' til 1"1'1111 dll I\III III/r \ 1 1 11"11111 111111111111111 1 11 11'11 11 1li li 1I d,111I1 1111 1 IlIlil'l'l di 11 1 1 ,,111 11'11 1 I " , 1111 111 1'11 \ 111'111111 I 11 11 1'11 1 11 1 1 11 111 1111111 1 11 11 111 11' I 111111111 til 1111 111 1111 1I IIIl ldll til 111 11111I1 "\1
"/, ma is crua, co mo ind ica a conv ergência de t raba lho s em an ados de d isciplill:ts c até mesm o de escola s diferent es. Trat a-se co m efe ito de prom ov er IIlllll abordage m rac ion alista co m pr eten sã o genera liza do ra e demo ns trat iv a f lll ' I 'vc em co nsideraç ão os da do s conc retos, cu lturais e loca liza do s.
Para entend er o qu e está em jog o, uma brev e vo lta atrá s perm itirá, as'ilil () 's pero, co loc ar em pe rspectiva a situ ação atua l. É que reenc ontr am os 11111 1 lim velho deba te ep istemo lógico : o po nt o de vista desenv olvido p elos /1d Cl'o-h istoriado res é po r exc elên cia an tica rtesiano . Em sua s pe squisa s, eles I· ncontro ao idea l de c on heciment o ca ro ao filós ofo fran cês. Ma s vão i() 110 ('li 'ontro das teses desenv olvida s po r Leibn iz , no tad am en te no op ús culo illl Illlln 10A1edieaçãessobre oconhecimen to,averdadeeasidéias,ondeseencon-
111111,na crítica ex plí cit a do car tes ian ism o, sem po r iss o aba nd on ar a persp c • I i VII 1 0 ra ionalismo ana lítico. P~lra Descartes, co mo se há de reco rdar, só o conh ec ime nto clar o e dislilll() , pI'O lutor de verdad e. O prime iro preceito do método era "nu n ca a 'iI11I ('OlllO v rdadeira qu alqu er coisa sem a conh ec er ev iden tement e co mo wl 1 , . . 1 ' n,O in cluir no s me us ju í zos na da qu e nã o se a presen tas se tão chra t' 1111 distintamente ao meu espírito qu e eu n ão ti vesse nenh um a oc asião p:tI'1l 11 li I' '111 Ilivida".lS O en ten diment o proc ede semp re de acord o com (\11 1111 (11)('111< ,;('S: a intuição e a dedu ção. No pont o de partida de q u alqu er o p '1'11 \'j o il\1 'Iectual vá lid a, a intui ção apar ece como "a con ce pção de um es pír ilo plllO 'ar 'lHO, concepção tão f ácil e tão distint a qu e não resta dú vida alglllllll IIOhl ' o pertinentes ao longo le um p r '1Ir so s '111 'ado di 1IIIIIIIiI\'\I(llls, 's' situar na per spe ,tiva de um a ilrs in v '/li 'l1(/i I, 1I0V O 1il'll, I
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11 ('i 1 v ,I (\ . ", 'IInd;lr 111 1"1abor lag '111 <1" " do 'on trlír io, 'stlí 1':1(\i1d:1li iI' lilil,ll, ('Olll 11(Ini 'a pr 'O '1I pação I,s' "onf ormar Ils "i I1i'11, desse espaço remete ela própria a uma identi lad ' P), 11,1 1'1/ I r 'alização , 11111,11 li ~'r onstruída sobre bases "não culturais, geográficas c hislóri 'il,''', (' II1 "illr li as, morais e políticas".2'! Ferry rejeita a idéia de um 'swdo ('11111 11111; 111os' trata de reprod uzir o paradigma do Estado-nação, n as d Ili! II1 li' I 10, Po Icmos nos perguntar em que medida o voluntarisn o pod ' 'I I 1111/1'111' para essa tarefa. Mais profundamente, a disjunçã 'nlr' "111I I II 11111'11 li <11 1' 11\1ldll ~ I roblcmática. Ferry parece ignorar sistematicamcnc 1"111,I , dlls r 'Iaçõcs le forças e e las condições de produção cf'cl'iva~ di di 11 11 1 11111I, o m 'sm e mp , sua análise é sintomática de uma toma Ia di' ('1111 1I III 11\tlis /! . oral dos problemas que afetam hoje o eSI aço . li pl IIi II 1I
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quando nã o um esg otamento do p olític o. Do l ado op osto, uma dis junção do políti co entr e a ação pro pri ament e dit a, que ';li) 'ria aos Es tados, e a cidad ania, qu e teri a a ver com o pós-n acional , com 1i I':uro pa enqua nto espaço público . A um só temp o, a con sum ação do Es ta(io·n-ação e sua sup eração numa c omunid ade maior. A di scu ssão mostra iJ 'm o pro blema que enfrent aram os artífi ces da Europ a. Esta se instalou 11 \1111mov ime nto dito d e spjIJ aver (de en grenage m); ex perim entava -se o Illovimento andando , até o momento em qu e a ques tão d a União Euro péia ," 'olocou ex pli citamente no qu adro do pr oc esso de int eg ração das ec onoIlli llS nacionais. A questão do lugar do p olíti co a par ece e ntão em tod a a sua compl exidlld '. I\té então as práticas políti cas eram co mandadas pelo prin cípio n acio1l~i1ista, que Ge lln er de finiu como o prin cípi o qu e "a firm a qu e a uni dad ' po l Li 'a e a unidade na cion al devem ser congruent es" .:\o Evid entem ente, ' s,'a 'on rruência que é ho je pro ble m ática. O naci onalism o assim con c eb ido I,IZ ~g ua dos do is lados. A situ açã o na Iugo slávia reve la as tendências ce ntrí. 1'11'lIS qu e f azem im plodir o Es tado-n ação, e de maneira m ais geral o bserva IIIOS 'onsideráv eis f enô menos de fr agment ação, como a asc en são da Lig:1 I,olllbarcla na Itá lia. Fragment ação de um lad o, de s posse ssã o pel os Est a los 111 \'( 's le comp etências importante s na con struçã o europ éia de outro. A h:II' III( 11\iza ão Ias leg islaçõ es res ultou num des loca mento do poder normati o, I kto Ia f orma, pelo viés do Co nselho dos Mi nistros , os Es tados-m emb ro. (llll, 'rvam um a ca pac ida de de ini ciativa bastante rea l. A ex tensão d o pri nc pill ti' maioria qualif icada na tomad a de dec isão no int erior cio Co ns lho (' pOl ~1\1 signif icativa. Os Estados estão cada vez mais em pe nhados num pl'O \ '~,'O I' negoc iação em grande esca la em que nin guém pode mais" '011 I '111 111 'n 'ntar so bre as pró prias pos ições. A política da cadeira vaz ia 11 :10 111I1('iol1a mais, como pude mos co nstatar com as diversas inves tidas cio (;:11 1 ('111 Illlll ~ria a rícola. I (l lado dos es paços políticos , vemos portanto vir pa ra o prim 'iro pl, l 1111 I lI'l 'slf io Ia sua redec upagem ou da sua recoml osição. 1\ afir ma çi o d,I', ( qH '('ili 'idad es, a instauração de relaçõ es entre s níveis territoriais il1rl:lll\ IIlIII,li,' l: :IS instân ,ias omu nitárias, não c ntri bui neces sarian 'nt' para '111'1,\
F 'rry pro põe
1111 ('("" o Esta 10, ma s I ilra integ rá-Io a dis positivos IWlis 0111 1 I ·x os. 1',1:1p odl I'tilll, ('OlllO na Fran '3, 'omp 'Iiçõ's 'ntre nív 'is d' '01 'ri vi 111I 's dir 'l 'li\ ( 011, dO (,ollldrio, '011 10 na I\kma nllH, r ,f orçar os 'lI"ilí brios 'xisl '111 ',' ('111 11 1','d,ldo r'd '1111 'r' 'i( ',', I',m lodo 'liSO, 'SS Il 'volll ';0 1'01,'11() P ','IIIIÍ '11dlll ,I 1" 11 11 ',', I1 Ill i(,IIi :I,'O do,' 11 v 'i,' ,'('llI pl ivil'gilll 111 11(' '11(1 (1, o t1101d,1I 11 11
Illano polítiço a qu estão da rel ação en tre o lu gar e o não-lu gar - a pro ÍlIIIIII II IIOS a qui, no nível da c id ade, de um pro blema que M, Augé co l a a PIOIIlI I 10 cio indivídu o, quand o qualifi ca os es paços da modernid ade d' "11: (I 111 1',I I 's": lugares onde a solid ão e a similitud e sub stituem a identi lati' ( \1 I ,1:1 ão; lugares qu e nã o fa zem ma is sentid o senã o pelos com entál,'i~)H , p 'lil' 111'nsagens, pelas injun çõ es qu e produ zem em int enção de seu s uttllí',at!(1I 1 "( s não-lugare s criam um a contratu alidad e so lit ária", :\ o bserva Au p; , .' P( I d'l)1 s nos per guntar em qu e medid a a Eu ro pa sem Estado não é a qllll ll ' 11 ,ia do não-lu gar. Do lado das prátic as, dois tip os de qu es tõe s nos são colocados: a Ii1Ili "o 10 ref erente Es tado-nação tem como ef eito p erturb ar os jogos le o po,'i \f 1l'S tradicionais e intr oduzir um a comp lex idade in édita no pro 'sso ti' IOll\a Ia de dec isã o. Es sa compl ex id ade se tradu z nota damente pelo 'ldl O 1 I 11('1 'iação e pelo pap el amp liado d o compr omiss o. "A des peito d Slla 11\:Ii ti Id '0" ess a cultur a da bargan ha, essa diplo m acia contínu a com porta grav 's 11\I(IIIV 'nientes ",:\2 escreve Thib aud, qu e denun cia "o métod o Monn 'I, a pl I 111,I I' 'ontornar ou de neutralizar o político" .:\:\ Podemos co nt 'scar o till, I I I (,(,ssiv-amente norm ativo desse g ênero ele asse rção . Esqueç an''\(),s () jld).' I 1111 '11 10,para su blinh ar uma i nfl exão im portante dos process os p01f 11 'o,', 1\ 111 1111111'ionalizaçã o, ou se ja, a int eriorização das in"l po içõ ~s ' ~ 'J 'I)il,' P 111 1111 1',' político s e, progress ivamente, pelas o pini ões pll blt 'as, 11)(11 Ií',11 11 o 1II IIl jlOl'lamentos nas arenas políticas tradici nais. No ontexto europ eu, as opini õe s mani IU cfs ws, a I )1~ it'11Ililll IÍiI II II 1111111I i I"ia I' um par estável maioria/o posição, . ,ti 'Ill 11 1)1,11il ltillltil 1 111 1111 1o l' qll' I vam em conta um maior n(11 l1 'ro I· p~lr, 111'11 11 Nil I I'111 1 1 11 .1 11('0 '1lrO p 'U, O int r se nacional s' 'on jll 'a: pld 110 1li11I 111111\, I I 11 1111 (OIIS! I 'ra 'ão a pluralidade dos in r'r 'ss 's ('olldll l I 11111 1111 1111 111111 1I I o do ','IH'(·i.t1i'llll 111 1111 I 11I1 11 1111111 11 I 11111.1 IOlna da I' d . 'iS10 , 1\ av alia, \11 111(' ,'SI11'io I~I:I 'f io políti a. J\lgllll S v '111 I 111 111 111 111ti, til 11111111I 111 1 1111 1 , ',' 'I' i 'lIalm 'nl . 11m 'nriqu 'eilll '11\11 ,lil ,lIl 1ld 1111 \11111 I IlI llilll o 101 iSI1H I '1)1 Brll' ,llIs; 'llll 1,111 li' I 111 11 1111 1 II 1 1111 \11 tllI 1 ':,'\ ·S I""IH m llma r '1:1,'~lo (111', 111 1«1 111 I 111 1111 11I 11 11111111 1111I / t I/ I/ ,i ,,', I ltiil i'j, 11 111() ~ IlOV O. Nos dil"l('III I' I'I I I 1I1 1'i 1l 11 ,11 11"1 \1111 1 1111 1\ I 11I III 11I 111vil',(H,
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De f ato, o qu e nos sur pree nde é a co ntaminação das pr áticas po lítica s p '10 lo bism o: pr eferir a nego ciação , cri ar grupo s de press ão de geo me tr ia var iável. Esse modo de exe r cício da polít ica pode des co ncertar os par tidos tr adicionais que interpr etam como versat ilidade o que não pas sa de agi lidad e de a bordage m e r ecusa a se fe c har num jogo reg r ado e binário. Pode mos pcnsar que no futur o esse tipo de co mp ortamento ir á se dese nvolver no inerior das dif er entes formações se m qu e por isso as g r andes clivage ns se ap aguem. Elas co rrespond em a um a flexibili zação do espaço polític o, e àquilo IUC podemos co nsider ar uma perda d e r efe rent e. É bastante evidente que a nova mão das carta s do jogo eur ope u põ ' dir ctame nte em questão os prin cipais refere ntes a pa rtir dos quais se d efini ll orientou a atividade política. Ma s os antr opó logos es tão bem coloca dos parn sa ber que es ta últim a não desa par ece a pr etexto de mudar de r efe r ent· )11 de se inscr eve r em nova s es trutur as. A meu ver, um dos as pectos imp or . wntes do tr a balho ant ro pológic o é apr ese ntar um ponto de vista crítico cm r 'Iaçã o à pree min ência da f orma Estado-nação . O f ato de este últim o a par' "r omo o lugar do político num deter minado tipo de soc ieda de não imp li. a a imp ossibil idade de outr os dese nvo lvime ntos. O r a, é se m dúvida um a 'volução dess e ti po que vivemo s ho je e que af eta mui to dir etamente nossa 111111,ir a de faz er e de pensar a política . Par a o antropó logo, isso im plica umll Il( 'oção r edobra da a esses desloca ment os de es cala, mul tiplicando ao m " lHO I' 'mp o as análises loca lizadas.
Es c ala , pe rtinên cia , c o n fig ur ação
Nas image ns que são evo cadas pela oposiç ão "micr o"J"macr ", 'dll, qll~tiS se lança mão nos de bates, ou pa r a com parar as duas a bord age ns, 011 P,I III I ,f ender uma em detr imen to da o utr a, pode mos quase s empr p 'I" 'Il I I ' o taçã o de um a ir redu tibilida de de esca la. A a bord agem m icr oaoal I il'll \,'Ia 'omo aque la que reme te inevitavelme nte a espa ços e a m eca nismo, 1(1 ('llli,' q IC se situam na esca la da p r ópria r ealidade, como na c éle br e fi . 'I () 111 IllIFg 's. "macro" é perce bido , em co m pensaçã o , como o ní v el da glolllili dlld " da gener alidade - pelo menos o 1:250.000 das carto graf ias r ' 'ioll ti , I pl '111sa bc o 1:500.000 do ma pa nacional, ou mes mo o 1:2.000.000 do 111111 111 IIIIHin 'ntal. Dentro de sse quadr o, o de bate se desenv olve em duas rI' '1111'., 'I lia, ti . um lado, das ca pacidade s de gener alização ou de espc 'ifi ':lç:l0 plll PII.I, d' ada a borda gem; de outr o, da natur ez a dif er ente dos ~'n III '1l11 11 I "d, !I11, 'nda nív el de escala supostame nte est á a pto a f aí', 'I :tP!111I I I 1\ 1IIIInl L 'P ,tit, neste mesmo livr o, se situa no inter ior de sc ti · 1 til ' di '1 1 II 'I liV('II<10 as im pl i açõ es ligadas a essa o posição básica. N I,' p5gin'ls que se eg uem, eu gos tar ia de tentar m tr aI' 1111('1 11'1 111 11111d' 'scala nos lan a num a pista falsa. Cr eio, co m ef eitO, <1 11" Hl' I I II 11111,1 II pll,'i~~ () P 'r l in 'nte entre "mi cr o" e " macr o" na prática a p ','tpli d IIi 111111' I ',d' 1110\0 mais gel"ll, as iência soc iais, ela dev s 'r 'ss '111'idll\! 11 I1 111111' 'Illlilill 'm I 'rmos I' mo lali h I's dif rentes Ia for m:llii'.II~'IO ('111'111 dll Ii 11 111'1l0S ,'o 'illis ' Ias 'VOIIIÇÕ's hiSl'6ri as. bt6m-s' assilll, dI' 1111111 dll, 1111\01 i11l1i','Ill da bisl )ria 'do d 'vir sO'ial 'OI1Hl 11m sisl '11111n l>('lllI, 1111 I" '1" tllll 11111.r OIlIl II<;1I0' d 'I 'l'l\\illlldo I ()I din , Ini 'I\S ' m' 'IIni slIlo,' Illil 1I1 111I' • di ti po illl '1IItiVO; 11' 011110, 11111 11 111 1111',('111 IIl1l1,' 'voltllivll, 1111lI"i"II' 1 111111 11'1liÍ~llllli('o, , o i 10, 1'01111ti1 I 1I1 IÍllilll0s 1I1(',' ti, Illdo 1I11111111111 11II 1111 11 IIli, (' (',1111 llldl \dtllloll 111 ( 1IIIIIllI dI vi lI, I dll ll 1"lIl1dlll',1III 1110 111111111'11111 11 I',' li 1 11111111111'11111' 11\'1 1 dI 1111 1 1 I "1111111 11 I1I IlIlill 1 111I111I1I1 (lilil,1111, I
nação, o indiv ídu o ou as in stituiç ões e os g ru po s etc . Baseiam-s e an tes em jl,stif icativa s em pírica s e retóricas diferentes, Co me ça rei ex po nd o, ao men os su 'intame nt e, esses asp ect os. A an álise fa z, ant es de tu d o, ap arecer com o, 11 'ssa ó ptica , o prob lema da esco lha de um a esca la perde su a cent ra lida d e. I~ I' só é de fa to c ru cial no qu ad ro de u ma ab orda gem ma croa na lítica. Um a I ai a borda gem, ba sead a nu m mo delo imp lícito de hierarqu ias ca usais , se o briga com efeito a reco nstruir as lógica s qu e liga m os atores in dividu ais aos Ii f 'rentes f enô meno s ma croestru tura is qu e fora m pr evia ment e in dividu ali ZII I s. A a bo rda gem mic roa na lítica , em co mp en sa çã o, in tegr a o conceito dc ',llIsalidade no s m eca nism os in tera tivo s, esva zian do assim o prob lem a d a es 'ala. Para além da s op os içõ es d e esc alas res sal ta por tan to , an tes, o p ro blcnla da s dif erent es retórica s demo ns trat ivas próp rias de du as ab orda gens q uC p 'rmanece m fun da ment alme nte irred utíveis um a à out ra. A abor dag em m a'rossociológ ica é dedu tiva e esp ecifica sua s prov as a p artir de um m od elo I'lo b'tI. Nes se en foqu e, a cons truç ão ca usal é principa lm en te forn ec id a pelas ':Ir go rias ex pre ssa s pelo mo delo. Os d ados em píricos nele int rodu zi los I 111 um a f unção qu e é essenc ialm en te de ilustração , po r int ermé dio d e UIYla H 'ri, d o pe rações retórica s e/ ou es tatísticas de tipo logiza çã o. A ab ord ag nI Il)i 'rossoc iológ ica, in du tiva , in dividu aliza meca nism os e os genera li za por in 1 'rn1 ' lio das f ontes. Aq ui, a co nstruç ão ca us al nã o é d ada de a nt emão, e S illl I '(,:onstieuída por int erm édio da s f on tes qu e imp reg na m o ob jet o. A retóric I d . rip ge nerativ o. Os d ad os em píricos cons tituem o ma t erial bru to qll c' ti 'v' permitir indi viduali zar mecanismo s e funcionamentos s ociais qu ' SC' C'II 'onrram além do o bjeto e da s ca te goria s historiográfic as qu e o inf Orl al)l, Nes se nível, a a bo rda ge m micros soci al parec eria portanto não '~ p 'nll lI\l1is 'Iega nte em sua argum entação retóric a, co mo tam bém mais f und I 11\ '11 1a<.la logicamente. A utili zaç ão dos dados empíri cos parece justil'icad I 1111Ili 'di Ia elTl que eles permit em ex pli citar, não a penas as ca tego rias ' I' I 'p" 's 'ntações soc iais, mas tamb ém suas utili zações co ntex euais e os dil" 1(llIes graus de a desã o que es tas enco ntram no temp o. Ao co ntrário, Ii al)() I 11'1',C'111ma rossocial perm anec e tot almente so lidária das re prese nta,'r (,;, <11 11 I11IIlI'i I)) '111 su'~ marca nos o b jetos s u bm etidos dos dll à análise. A utili zação d'I' 'llI pf ri 'os, nos quais essa aborda em c n entra para lox alm '11 1" () (" Ia ~ 'S(l'lI(II1 \1 tli '( ' 11 ('jlli d' s 'u 'sfo rço, p 'rmane 'e logicam nte su bordina 1Ililtl 'Ios 'OIlSI rllf los il pri r i, ,11 '1$ at go rias são portanro rf "ida s (; 11 (11111 11 1 VII/, I',hl,' s' '010 '111 11nO 111'smo plano (1'1 : os f 'lI)111 'nos 'Sill dlldo" ('011 /11 IlI illtlo-s' 110 11\ 'SIIl O 1l'In po '(linO l'lrli 'os ,I 'm 'nlO,' ti' oh s 'rV II,' () (' di (' "Iic' 1<;10, () c' 11111 1(1dll"'II'IIII' dntlo H ('lltl'I',oli I" IIl ld lirll "'111, dlll !lhOldll /',111 1'11I'(1I1 !11 11 11 111 11 dl'III'o 1l'Iil llillllÍI' 1I"'''ll'livll' IJlI I 1 li' 11 IId 111 I1 111 1111 11I 11 11 \11 I' I dll 11I 1 111Itilllll1i1 di I III lil IllllI Ililllllli 11 I1 I1 11 1
110, entre form a e co nt eú do , as aborda gens "m acro" conc eb em O~ plIH '1 'li históricos em t ermo s de l eis im an en tes no plan o da ev olu çã o fnr nwl. I II '/,1 (;s da his tória residem na s for ma s de s eu de vir. O a rco tr aça 10 110 1\ 1111" I por um f en ôm en o ta mb ém no s f ornece as ch aves da qu ilo qu e el t 'Ii\ dI P - 'íf ico . Qu alqu er qu e seja seu gr au de r efina ment o, os m od elos "1111 111" ,'I () portanto su bs tanc ialm en te determ inista s e evoluc ionist as. s 11 )(llll 111 "Ini 1'0", ao su blin ha rem a ru ptura ex istent e en tre form a e co nt (1(.10, ill, i, I 'm ao cont rá rio na dimensão da i ncerteza , da po ssibilidad e. A cO ntinl lÍd lldl iliSl6rica só po de po rtan to ser li da a posteriori, ma s nã o desv enda, 'm si, ,'11 ,1 L I C f I " dI I Il,js, IV I uito ao con trário, ela es con de sua s con tingê nci as suces sivas 1I11'paras dos mode los pro jet ado s,
"A burguesia é um gr up o soc ial cu jos c ontornos não sã o k f ini los I.. I Nos~ l() o b jetivo era cara cterizar [. .. ] o co njun to d as categorias 50 'i:lis <11 1' IlI'l 11'11' -111 à burguesia, pequ ena ou gr ande, sem ex cluir n enhum rn ,jo. 111 lillIlIll grup o a priori."t É ness es term os que Ad eline Oa uma rd dl'l'illl' 11 Idl j '10 '() quadro de se u tra ba lho sob re a burgues ia 1II1 plilll illl I arisi 'ns' 111 1'1:1I, I século XIX. O o bjetivo ex plí cito da pes quisa, hoj . 111 11 '11m (11 dll hi ..l )ria social, é de f ato determin ar co m maior pr' 'is:io os ('OIlIOIIlW I di 11 1111',I'iIPO so cial qu e ex istiu , nos diz a aut ra desd . as priIl 1t'irll,' "ll/',ill I., 1111 do 'on jllnlo do , ~I'1I1n. I',i IlllI tiilll'III'SOS , nas prátieas e nas re prese ntações I lil lO li pr imeira, a mais clara justifi cativa cio ob j 'tO ' do '11 11111111d' 11 111/1I e as práti 'as 'Olll -IlII J()I, 11 11' I" Il' 1111 li 111 111 '1"' o visa, As re prese ntações di .' 's payo 'at,yorial, ref erem-se a 'I': -I, , i..It" POIIIIIIII,IIII IltlI I di II lI! li!l'i 'Iltil'i ·ame nte. lIá ontll 10 lima <)lllll III Iilil'IIII I'11 '1111.1111 11 111I" I Ilillll'("nlo m'nos x plí'ita, onstil'llill Illw,'1 '1111 /111dlllllll 1111 1 1 111111 11 I I 1 11 1,111dll P 'squ isll. Tr ata-se 10 11wd '111 d(' VOIII 111 1111111 11 111'"1 111 111dll IJll itl ,I )1I1I1 ))ard ' s bo a as linll llS d' , lIill '111 1dll 11 11111 1III pli I 11 111 II1( OI'a 'nraí"a sua pr6 pria kitll llllll r~1 1 1"111 1 'li, ' 'llI Paris plini 'liI :llllIl'IIII,
11 11 1111 dll 1111 11 11 li dll Il lilll "di 11 1111111 11 I 111 1 11 1,111 dCI 1
111 11/ 'I~I," 'n: o dllilS 'ivili zlI~'o ',',110111 1 1111 dll il 11111i 11 1111 1III hll 111\11/'11 dll 11111 1 P:I.,' Id o 'I"':t H 'vo lll~'do 1I 111 1111 111 1111 11/ 11111 1111 I1 111 11 Illlp 11 11 , 'llhll'llldo 1i Ht"SIIIlI 'II,'i n, 1'111 " 111 1 I( 11 11111 1111 ,1 I 1I11 11 t11'1( 11111 11111 1111 111 111qlll 11Âlll('iÍ( '11 ti 'v 'l'i:1 IC'IIIiJ',11Id i 11 111111 IIII 111 11/ III IIIp l 1111"1 11LIII IIIIII,
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'amo pr essenti ra Tocquevi lle". 2 O mod elo que subtend e imp licitamen te to<.i'ta organi zaç ão da pe squisa é po rtanto o de um processo de moder nizaç ão que ass istiria à pas sagem de u ma soci eda de de Ant igo Reg ime par a uma soiedade de t ipo "mo derno", car act erizada pel o fenô men o que A. Dau mar d Icf ine, retoman do as palavras de um contemp orâneo, com o a "constituiçã o Ia sociedade civil. [A] revolução [...] tornou iguai s perante a lei hom ens qu e () ristianismo tinha tornado iguai s perante Deu s". 3 Voltarei a esse mod elo e ao s pr obl ema s lógicos col oca dos por uma t al 'an eituação da t emp oralidade histórica e de s uas din âmi cas evolutivas. P or ora observo que, mesmo sendo introdu zido de m aneira retórica pelas re fer '11 ias a debat es con tem porâ neo s, ele det erm ina as cat ego rias cau sais da 11I)álise. Adeline Daum ard se s itua com efeito no i nterior desse proc esso; :tssume imp licitamen te a idéia de um a evo lução histórica social glo bal, d eI 'rminada ant es de tud o por muda nça s estruturais que são , por o rdem d ,'I' 'r erior entedessa de impo rtânci a, caupoIíticoonai s, realmen econteômicoas,objetosociais. É no inr con strução sal queinstituci se justifica hi storia"r, fi' . Analisar a bur guesia , medi r sua impo rtânci a numé rica, desc rev er suas (:11 r :t ter ísticas internas imp lica que se e speci fiquem as formas de u m pr oc 'sso th 10 mas cujas eta pas e evol uçõ es int ern as é preciso esclarecer . Desde ess e prim eiro mome nto , con statamo s portanto uma mu dançll d' 's 'ala: do processo histórico global , que se con cretiza num ei xo tem porlll , ,('tilar por meio de mutações e struturais maio res, pass amos ao nív el mais li. Illillldo e contingente dos grup os soc iais exa min ado s. Essa oper ação se r I)l(' ao longo do restante da pesqui sa, por meio de um a abor dagem < 1 11(' 1(,11'1 ., < l aela pass o, a lógica de inclu sões ca usais impli cadas pelo m ti ·10 I', '1'111.A 11I1 :.ílisee a es pecif icaçã o das car acterísticas da bur g~lesia, que <.;o nsli 1I1 ('lll o "rne da Ies quisa, baseiam-se de fato na mesma lógica hierárCJllit'll li"'vIii 10 'strutur al ao su perestrutur a!. O plano do tra balho, a pres 'nl~ldo ('OlllO i n 11'0IIIÇ:10, é partieu larmente esc larecedor a esse res peito:
!\ d 's 'ri -: O IlIs est rutLIr as b Ir gues'~s, pr imeir o, visa a delimitar os l11('illll iJlll "',llt:S's, Ilrikl,lll1 10 r en'r -/1 i:ls mu c 'ri;lis: nfveis de f rtuna ()lI tk: r ~lldil, PIIlI'i" 1 1 1, f ~ n '1'0 I, viclll . nfv I d' vicia. Essa primeinl p:lrc - rend ' 11111 d Illdll 11dl'1i1l 1illll'o s Irup os: ~ um 'sl'lI /0 d' m:/ss:I. !\ s 'gul I11pul'\ ' (' lil VIlII1111!lllll\ 11,'1J'/lil fliilS, cl:lssif'i Ias por 'aI:' 'or ias, '(11110 o/) j 'Iil/o ti '/1/1 dllll di!" j' '111',' m 'ios, :IS r '!uçe 's qll' s' 'Slll1 " l' 'j\l ('1111 1 I I~ I/I ,I 1 11 1 / ', 1111 ,1 1 I, 1I"1 I 111,11'l'llst',' 1111,' IIIIIIIS," ~Iplill a I'OI'111I1(JÇ:dos illdiv d11tH:1 ' ; I
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A hierarqui a causal aci onada no m odelo reflete-se portanto cl alal)\( '1I te no pr óprio objeto , ordenan do o princí pio da anál ise. Se a evol u ção glo bal dos fenômenos políticos det ermi na as din âmic as dos g rup os, as form as m:tl . riais e a mas sa dos gnlpos sociais del imi tam esp aços mais r est rito s no inlt' rior do s qua is encontramo s os meios e as famílias, os qu ais, p or sua v "/" influem no horizonte individual. Nes se enfoque, a fonte qua lit ativa r od servir para ilust rar a pro posiçã o ger al, mas não se c onstitui como pr ova; I od( 'tpenas acr escen tar um "ef eito de r eal idade" a um re trato qu e, em suas I i nhas de fund o, é definido apen as pel os dado s qua ntitat ivos: É indisp ensá vel conh ecer os testemu nho s de t odo tip o, poi s s6 eles " 'lil recem as esta tísticas ou os dado s qua ntitat ivos que puder am ser r unido I (...] Em últ ima anál ise, o exame das r eaçõ es col etivas, o estu 10 Ia [i1111 11 coletiv a da burg uesi a esca pam à medida. A documenta ção qualiwriV\l II toma aí todos os seus direi tos, mas o valor dos testemun h os é aLlm '11111111 pelo quad ro est atí stico preest abel ecid o no qua l eles ocup am um liI~',III,
Nã o me dem orarei nesse exempl o. Mas me p arece int eress'a l r' oh, I V:lr que, nes se quad ro, os nív eis de pro va semp re reme tem, em última 1111.1 1 , " ao modelo geral. E , portanto, às representações dos p rocessos h ist lii('II' 11 11 'dominam na socied ade e em seus comp onen t es. Devido a ess: 1 ','11111 11 111 I 'inclusão causal, cad a nível de esc ala se c onstitui uni camenc " ti ' 1\11o , '1l(II I'lnW ilustração de dinâm icas que atuaram além da sua pr ó pr ia 'S/"I I d jl'rcinên ·ia. Isso não sig nific a que esses model os se jam falsos (volwr· j 1 111 /1' ponca particular na últim a par te de ste texto), e sim, mais sil 1 I ','IIIl'lill 111 1'o nív I de prova da abordagem macr oan alí tica se baseia m 'no, IlIHIOI! i(,tos 'm, ír icos 10 que nos modelos de pr oces sos que a informal)1. que aca ba de ser af irm ado apar ece rá de maneir a mais '1111'11, (' 1III Idl 1\11 IllIll OS , m sm esquematicamente, a retórica es pec ífica Ia ar '111 11('11111 11I1l'I'Ollnalf ti a. A base em pírica do tr a balho de Adelinc D ai 111111l'd,11 I ' 1 11 1 d- ,'lltI ~Ir'limei tação se e ncontram na prim eira parte, onde 1 1 ili.lllli Idllll /('1111 '1Ifil'c'l'izar os traço s es pccíficos da burgucsia parisi 'ns' . ('(111Ill dl 1111111)()(i'\0 ti - 'scl'i:Itificação interna 10 gru po, Para fazê-Ia, '1;1 ,'I' I! I' I ill I
1111111ill)port'anc - mac -r ia I I, arili til I' 6 a que me parece esclarecer melhor o ní vel em qu e se situa a li 11:lis • Illi 'rossocial: o de uma causalidade que é, a cada momento, pen a Ia '()IIHI III! 'rtura. Se um processo evolui de maneira não previsível, isso signifi 'li lIl' ' IIS fllt res que favoreceram a concretização de uma solução de prcf I' n 'ill 11 1l\I(ra :ião contextuais; estão ligados à especificidade de escolha e dc linnllli 1',1,'lI"C se atualizaram num momento e num lu gar particulares. Frcqüentemente percebida como obsessiva, a atenção dada ao 'Olll 'x, I1I p 'Ia abordagem microanalítica r esulta essencialmente do abandollo <111 11111(' 'ito ele causalidade ass ociado às evoluções macroestruturais. "'J "111 ,i 11111 I 11110·:;tudar um fragmento minúsculo do Piemonce do século XVII", ,,'('1( I'C' (;jovanni Levi, "utilizando u ma técnica intensiva dc reconsII'IH,::io i10 IV('IIIOS biográficos de todos os habitantes da aldeia dc Sanccna (111(' ( / '/\ 1 / 11111/ /l1l1 Ifcscígio documental."14 Aqui, como em todo trabalho mi 'J '()IIII:1i I il'II, I I " ,,,i 'li 6 intensiva e o ideal é o da reconstituição total dc 11mr 'l:dl1() tllI 1\ I I 111,'o 'illl.Mas essa reconstrução é instrumental. Os indivf IIIOS, IIX ('Ollllllti Illd 'x ou os J rupos só são valorizados na mc lida 'n lIll' HII:I OI!Sl'IVII~'lll1 1'"i1(' lilm ' 'cr chaves de acesso a mecanismos a linami 'IIH til' 111'(/1'111 1',11111 \ 'iÍOI, p:lra loxalmcnte, se uma tal abordagcm r 'IIv:llill 0('11111'XIO '11 1111' II III~'IIII() '111,'Ia lhcs retira, ao mesnl0 t 'mpn, o 'SllIlll(O I1li il\'I',illdlll1l 111'11111 di "11 liH', :; verdadeiros objctOs são 11lJ lli os 1\\('(';lllÍ,'111I1 1 " il 11111/'1111' 1 I11 II ti lI"'" '/2:'m as formas de interay~o '1111'('11, illiliv <11111I 1IIIIltllll 1111 1"1 1111'11('11,Hlla história e suas repr':; 'nlll~'() ',': "li IlltliÍl 1IIIIilI i111 111'11, I I1 'id,ltl· 11 d 111111I I I, tomar 'ons ,i 'nt 'nl 'II( , li ,('i" 1 ' 1111111111111, 'I111I1\ij('IO, 11(11'111111 tllI Iltllll 1111'11111 1111111111 I 11 1110'Cill(' )',1'1'111\\ ,'III1S I'Ollilll,', illlplíl I I 11 1 t i " II1 I1I1I1IIi 1111111111,,1111 1',11111 ti 111' 111111 I ill! d(' (',I' " 111111111111 1,,,11111111111111 I Itlll " . 1\' 110livl() di' 1,1 \'i, 11111111 111 111111"II/',C 111lltil'1I111111i1lil'II, () 111111 11111IlIIII" I I ti 111 111IlIII 1111111111111 1111I
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pria variabilidade dos dados empíricos e a ass umem plenamente. Assim essa Ihor lagem se afasta de maneira crítica das categorias que informam o objetO, dando conta ao mesmo tempo dos valores e dos conteúdos que estas abar('111))'m momentos e em contextos diferentes. Este último aspecto nos remete inevitavelmente à lógica geral dos doi~ ladeias e às suas diferentes conceitualizações do fenômeno em relação ,10 ['mp histórico. O estatuto diferente dado à ca tegoria pelas duas abordaI', 'I1S remete com efeito a modelos temporais totalmente opostos. J á que não , iSl' distância entre categoria e fe nômeno, entre forma e co nteúdo, os pr (' 's~os históricos são concebidos pelas abordagens macroanalíticas e m ter"'OS dc leis imanentes aos planos da evolução formal: as razões da história I 'si I'm nas formas de seu devir. O arco traçado no tempo por um fenômeno 1I0S rornece também a cha ve daquilo que ele tem de e specífico, Os modelos II\i 'r lanalíticos, sublinhand o a ruptura existente entre forma e co nteúdo, illSI.'1'11) :10 contrário na dimensão da incerteza, do possív el. A c ontinuida I, 111.'1)ri '<\ s6 é portanto legível a posteriori, mas ela não desvenda, em si, Slla,' 1,,1.', Milito ao contrário, ela esconde suas contingências sucessivas graças II 11111:1 miragem óptica de p rojeções. 'Ibra-se aí de u m aspecto extremamente importante sobre o qual po d,',' 'r (l1il nos determos. Vimos como Adeline Daumard, parafraseando impli 111.1111 '1)[ 'Ibcqucville, enquadra seu objeto dentro de um processo de II)() ti Il\i:t,aç: o (pie é postulado como manifestação de uma afirmação progr SSiV11 ,l.I ", o ,i 'dade civil" em geral e da burguesia em particular. Observamos 111111 I1 I1I '01110, 'Om base nesse modelo, ela individualiza as categorias all:I,' I 111111.11 as li~ rentes formas que caracterizam as dinâmicas estruturais Sllplll I t 111111 rais I 'sse processo ao longo do arco temporal assumido pela an61iSI' 1,1,pl "iS11I11 nte p rque, nesse enfoque, co mo vimos, o fenômen < :: id '1111 ih'ldo '0111a 'ar 'goria, as difcrentes formas destacadas são assumidas' il\l('l jlll'IIIlI:I,' ('01110a "pr 'ssão imediata de leis estruturais que ear·lcterií'.ari:l111 I ('V(dll,' o ltisl6ri'a 'a determinari'lm como necessclria. O crescim 'nto nlllllt 11('1110,' J 'IIII)()S so 'iais obs 'rva los, O aumento e a composição lir 'r '111' d( 111' 1'011111\11" a 'VOItI ': O los r' 'ursos' 'onâmicos - todos ess 's '1'111'1\111' 1111111111'< 111II ','iI11('onsriltiklos 'omo os motores essen iai::; 10 pI'O , 'sso lti 10 11111 11111IId'l 01"11 111'no no nfv ,II' suas formas I'va porranro iI r('ilk 11I 10 Ilm:l 'xpli ':IÇ o til 1I 11111111111pl (liVII ti I 'volllc,': o ltisl6ri 'a, inlrodllzin jll I 111\11111111 11 I'llI«'IIIl'liI' 1'lnrniniSl:I, Nbs, sobr '11110, isso illlplil'll 11111 ""1111111 111111111 11111'1'1I11111tl, ~,tI() ('()I1,'id '1'IIdos como 11.' • pr ·s,'o ',' il1l(,tlÍll1 I til 11111II11 111('110l,J oil:d 11'1(",:'rill d '1('llllillll(lo p:1I 1 tI('1I1 11I 111I tllIlI I 111' I, li '1It1ll1i 1,111.', il',lIill '11,' ',' 11I1ti 1111' o, I IIIIIltI 11'111111111111"11 IIIIIII',i('I, o ti ',',('l1volviI11 '11111 101111111 1111I"II( I I 1 .111 111111111111111, 11111111111111 I.llIplll' 1 11111 1'1Iil 1IIIIIIIpll ItI ,ti 111'1111dtll 111111 I 11111 ( di 111I11111i1l1) 1111111 1'" 11111 1
num contexto particulares. Os conteúdos e as fo rmas são portantO separ:ldll" porque o enfoque microssociológico se co ncentra no indivíduo. São a inr '11'ill nalidades e as situações de incerteza que permitem entender os contell los 's pecíficos dos comportamentOs. A qui, por definição, cada seqüência fo 1'111 a1 'onsiderada como investida de conteúdos diferentes, A afirmação de ul11a li n aridade fenomenológiea dos processos está afastada. Cada seqüên ia . '011 ebida como um nexus onde atuam vários desenvolvimentos p ossív 'is. ,', 'iovanni Levi insiste tanto no conceito de incerteza, não é portanto por a ':1,'0. S us atores se deslocam e agem no interior de co nfigurações de eventos 'di' I' 'Iações sociais nas quais a historiografia freqüentemente quis indivi Itl:di:t.lll IS fases específicas de um processo que resultaria na construção do Est:l 10 1110 I 'rno. Levi mostra ao contrário que os projetos e as ações d e scus p 'rSOl\l1 "'ns exprimem, a ca da momento, um leque de representações 10 pr 'S '111' I' do futuro fortemente diferenciado; aberto, sobretudo, para persp ctivas ('1111 prováveis ou, ao menos, plausíveis e que, na maioria das v "1 ,1". t 'xtualmente 11:(1 'ão realizadas em decorrência de fatores mínimos e imprevisív 'is. 1\ ('VO liIÇ: é menos entendida, nesse e nfoque, como a genealogia de formas ',1111 IlIrais do que como uma seqüência de possíveis não concretizados' o plodlllll d ' mecanismos que levaram a concretizações não necessárias.
I I I1 I N debate historiográfico atual,'1 :lborda f 'I!l l!li 'IO,III,tili('11 111111 ('11'olHrado - ao menos a curto prazo - III11a l('olllid,1 ptl' illl' 1,1'1 111111 1111 1 I pllnir I'ssa apaciclade de con 'iw:tii:t,:II' o ('Olllpl!11 I 111111111 ItllIllIlIl til 11111111 I I, P I '11 dClvida a noção de rcgularida I' 'voll1liv I, dI 1111111111111 IlIlillldo n: o o ai atório, nas su "SS! 'S I 'II'1HII,11 I',nu 'tanto, se o 'stll 10 los 111'( ,1111'<11111 fll 10111'11111 1I1I 1I IllIlir ',' dllS ',tt 'gari as . dos motl '10, III,I! 1IIIIIIItilllll , 111111 IrI, I I 11 1111I1 11('11111 r 'v ,Ia llldl'I',I'J )) (
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Mas a história social pode também tomar um caminho mais próximo dos questões que debatemos. Ela pode se interrogar sobre a possibilidade ti ' repertoriar as formas de des continuidade que se destacam das pr áticas so'iais reexaminando suas fontes numa per spectiva qualitativa e usando instrufl) 'I1(OS de análise que estejam intencionalmente em ruptura com as aborda r 'ns clássicas, Só um estudo desse tipo pode produzir uma cartografia fiIla Ins formas de organização do espaço social e das relações que elas manI 111,b m como da sua evolução no tempo. Vejamos um exemplo, Numa pesquisa em curso tentei construir uma 111'liisc formal da estratificação social da França do século XIX, baseandoIlI' n'IS fontes tradicionalmente utilizadas p elas abordagens clássicas, mas (,ollsiderando-as apenas a p artir de um enfoque qualitativo e pros opográfico, I 'li objetivo era conseguir tratar objetos classicamente "macro" com uma \11>01'lag m formal e estatística mas de n atureza "mi cro": seria possível r'· 'OJlSI iCIIir a topografia d o espaço profissional ilustrado por um corpus im( ()I'1,lllI' I dados de es tado civil, sem recorrer a cate gorias preestabeleci Ias? 1',1llOlltras palavras, tratava-se de individualizar as formas de coerência e I' 1'10 imidade soc iais a partir das práticas inscritas numa fonte operando Ilnlll I 'illlra i. terna e baseada na análise do conjunto dos dados nominativo~ r 'li 11
idos,
lavras, para construir meu objeto, co nsiderei que duas denominações dili' r ntes se ligavam e apresentavam um grau de proximidade a partir do momento em que er am declaradas simultaneamente no mesmo registro I ()I IIITIpai e por um fi lho. A partir das ligações inscritas na fonte - no c aso, a da filiação -, po ti '-se construir um gr áfico orientado que conecta o conjunto das denomillll '( es profissionais presentes no corpus.29 Se, por exemplo, três pa is te lal':\1I1 , crcer a atividade de "carpinteiro" e seus filhos a de "trabalhador manll:d", 11. "empregado doméstico" e de "tecelão", essas quatro profissões apar ' 'ç 1 O ligadas. A estrutura dessa ligação particular terá portanto forma de 'SI r ' 11: no centro, um ponto dado pela denominação "carpinteiro", a partir tio qllal e desenham três flechas que o ligam aos pontos formados pelas d ' 'li I I 'i)es dos filhos (cf. figura 1), Entre essas q uatro profissões, ter-se-á paI'!a 11 10 r gistrado fo rmas de proximidades inscritas a partir da prática concr 'Ia d 'is pares de indivíduos, três pais e t rês filhos. Mas é claro que ess-as pro I Illi I:r Ics são fracas porque são unívocas, de pai par a filho, Se, num caso d("1 , tipo, registram-se práticas que vão do "carpinteiro" às tr<3s OII!11I lllivi lades, não se observam ligações em se ntido contrário. Bastante lir'l 'li 1(" s 'riam, em compensação, as proximidades entre essas mesma I 'IlOII11 1111\ 's profissionais se se tivessem registrado fluxos recíprocos enLr' (' Itll 1111\[1I 'Ias e todas as outras. N esse caso, a estrutura das ligações daria IlIl\(1I I 11111I'dfi o de forma quadrada, com pontos eqüidistantes e ligad s pOl' ,\'i I I11 '11;\Sbiorientadas ( cf. figura 2).
Não me estenderei mui to so bre esse trabalho, mas gostaria I I '11\ abordagem metodológica escolhida, bem como alguns resultados <1" ' I' '1Illil 'm ilustrar mais claramente os nossos problemas, Analisei porCllI\(lI 11111'()(I)/J,'; de 46 mil registros de casamento, fe itos na França no s -clllo ,') " 'sforçando-me para reconstituir, para vários períodos, o espa o ti 'rilli do I' '10 'onjunto das inscrições individuais e pela totalidade da s r '1:1~'OI"1 I i,l 'nL s ntre ela .2R Em ruptura com as descrições estatísticas 'Ids.'it'll'" I) L I'adas 'm operações de agregação dos dados nominativos, par" 'li li\( Iltil ('onsiti ·r ar onjunto da declarações profissionais registra Ias no ('(11/11/\ ('(1I11011111a'onfiguração de pontos, ~eparado~ un~ los olltros 1 as SIL' " I IV I I' 11(' ,\'1 '11\ liga los 'm t rm ~ de proximidade ou I, listân 'ia, 1\111Olill" 1'11 11111
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Uma tal op eraç ão, rea lizad a a pó s nu merosas ten tativas de outros ti pos d' f orm aliza ção, me parec eu i nteressa nte na me dida em qu e pe rmitia re'Ol1struir ca mpos basea nd o-se realmente nu m en foque de t ipo qu a litativo. (~ 'Iaro, co m efei to, que os e sp aços qu e ap a rec erão como comp ac tos se rão al jll(.:les oc upado s po r d en o minaç ões profiss ionais ligada s por prát ica s densas de circularidade e de troca . No e xem plo sucinto que ac a bo de d ar , a se'lin da confi gura ção, ca rac ter iza da po r uma troc a total, se ria def inida po r um 'Iau de coes ão má x im a, enquanto a prime ira rev elaria uma c oe são frac a. E la assinalaria um po nto de passage m, de ruptura ent re o po n to cent ral e os po n[OS margina is (os qu ais, aliás, pod eriam se r po r se u tur no co nec tados por pro'irnida des mais fo rtes com o utros ca mp os). O critério está ass im bas ea d o, por analogia, num a relação de endo ga m ia-ex oga mia ent re de nom inaçõe s. 'Ih> 'as rec íprocas nu mero sas e repetida s tradu ziriam um a esp éc ie de end ogaIllia . Uma pas sage m un idir ec ional en tre um a denomin ação e o utra (e s ob re-
p 'Ia natureza do s laços q ue as c ara c terizam e por sua du raç ão, 'lJlI' Ip li ' '· m compe tindo pelos rec ursos e p e las fo rma s de des e nvolvim 'IHo 11" v 'ISo O traço f unda mental que carac ter iza a ima gem produ zida é 1 Olllllfll I d 's ontinuidade. Uma des co ntinuida de perceptív el, ao mesm o t 'l1l jlo, 11 11 (,i 'os sinc rôn ico e di acr ô nico. De um lad o, no eixo sincrônico , em tod os os perío dos do séc ulo, :li. 1111 111[ISde prox imidade q ue a análise detec ta rev elam muito c1aramcnt' 1111 . 'I) a de diversa s lóg icas de or ga nizaç ão dos r ecu rso s soc iais . Assim, em 1011 1I tI,IS mes ma s at ivida des p rofissionais, é pos sível individualiza r várias zona,' d ' Illll itadas po r práticas e utili zaçõ es de rec ursos prof unda ment e dif eren 'iadll , I'n I mos detec tar a ex istê ncia de f orma s de prox im idade basea das em 1 '1'1'li Jl) 'ncos a cor pos o u de out ras bas ea das em at iv ida des se toriais, mas o bs 'I li IIIOS tamb ém liga çõe s ca rac terizad as pela f raqueza da marca profissional. 11 11 ,Ii'1 Ia mo bilid ades que remet em a form as circulares de atividade (n ta 1:lIlH'1I
I11 I> entre ente con exo e o utr o) pode ser interpreta da como d c 11111111 'za 'exogâummicompon ca . Um tal proce dimento pe rmite po rtanto pr odu zir um enf oqu e efet ivaIII -nt invertido em relaç ão àqu e le tradic ionalmen te utili zado p ara medir as I'Ol'lnus le es tratifica çã o e de mob ilidade soc ial. De um lado, po rqu e evita 'mdu 'Ias 'ifi caçã o prévia po r ca tegoria , basea nd o se u tratamento es tatí'ti o '1H'llrlS nos dado s nom inativos. De out ro, e so bretudo, po rque permi te d 'fi,lil o 'SI aço po r me io do c on jun to da s p rática s e d os movim entos in livi. dllllis ins 'ritos num a fo nte. Pa r adox alme nt e, po r tanto, nu m caso de endo gal11 i:t tOI t i, 11 m nú mero mu ito alto d e relaç ões recíp rocas entr e as de nomi na<;< 's plorissionais rev ela um ca mp o es tável, enquanto um único mov im '11(0 IIll i lir' 'ional po de reve lar as passa relas pe las quais o pera a mo bilidade so 'i:tl, lIl!. I ril ndo a Iinha d e fratura entre dois ca mp os "en dog âmi cos" . .\0 Não me a Ionga rel ..mais so bre os as pec tos tec"nlCOS de ss a pesqlllsll. (:o sl:tria I ressa ltar, em com pensaçã o, qu e, qua nd o se ace ita ess a man -illl I, tra ba lhar, se co nseg ue identif icar as formas de um pr ocesso qu . im pli('iI 11 11\1 'slrllwr ação do es paç o e das dinâmica s de ti po conf igura iOI ai, 'ap :tl',' d(' d II 'onca de maneira simp les e sintética da co mp lcxida I, das dill~1l1i(',11 I "alludas pelas a bordagens mi croa nalítica s. No caso qu aI alis 'i, o til ,~O 1 (ti 1\1, I'r:tn csa do século XIX, o cs paço soc ial a pare' " I, f at'O 'OlHO ','1111 t 11 1Ido por várias forma s de coe sões, qu e são dif cr 'nt 's ao m 'SlllO ( '1IIP ll
Ii 'om a prática indif erenciad a, entr e os memb ros de uma m esm a fan fli I , d jlllil'iss -cs com o as de moleiro, telhador , f a bri ca nte de ca rroça s, p edI' 'iro, '111 11I 1I~'ir();o u aind a vende dor ambulan te, em prega do do més tico agríco l:i, 11111 1 I" il'o, tra balhador m anual etc.). A outra ca rac terí stica not ável dess as fO f l1l1l, 111 1('IIn "l'agrande parte de las é estru turad a verticalme nte e apr ox im a ati idll di 'pO"'ições s ociais hiera rquicame nte dif erentes (po r e xe mp lo, as d' It'l'! 1,111 , I' o perário tece lão, de fiandeiro, de fabrica nte, de arm arinh 'iro, ti plll pri 'tário etc.). Esta úl tima carac terística me p arece aliás se r de un il I 'I • P,II1i Idar, na medid a em que ass inala a co e xistênc ia, dent ro I lima 11 1. 1111 o 'j 'dadc, de vária s forma s co ntempor ânea s de estratifi ca ção v 'ri ir 11 I' ,I, 'Si ruturações , produ zidas po r prátic as qu e li ga m dif erentes 's p '\'11 I 1I1\'idad's sociais, nos f ornecem uma r eprod ução muito clara das p 'I' 'P \ em dif ere ntes moment os históri os, t' 10 11 \1 doi "i~'larqui'l SO ial existentes 111 111 1I1 PO Ias estratégias e da s pers pectiv as de dese nv olvim 'nl(l l jll 'I I I IllIdl,lll\ 01"1" 'er. " " por Olltro lado, percé bemos a e volução no temp I I · ss I, div! 1 11 1111 11 1'( · s, o bservamo qu e a co erênc ia e a du ração tem po r:tl dos dil 1 11 I 'III\P OS v:tri:lnl 'norrnemente. No ca so es tuda do, nenhu m I 'I ',' 111I ( 111 N'('ldo in'lI 'CO, mas alguns persi tem n,ais temp o, modifi 'ando·s IlIlp I 11 IlIil'l'11\1 '''l " 'Ilqu an to outros lesapa rc' 'm. Na maiori,l dos ';IS0S, IlOI. di 11 11 11111111'011 0,' \ 11 11 1l:tnças imp orrant 's qll' s~ o 'ngen dra clas p '10 qll~' POtll 111111,11 01111 d' 111 tlilll rni 'ilS 'onl'iglll'll 'iollllis: 'Ias s' I 'f in 'n) li\) I\\I~SIl\() 1('111 li" I 1',11 1il do 'Oll jlllllO dos I\\()vill\ 'I\tO,' 1111'1IlOs 1 i '\1 Ia 'lim po ','p '(' j j(,O " di 1111' "I/llt',~' ',', d)('I' 'I'1l\. 11 0 d('('(1I1 'I do 1~'IIIPO. '''Ir' 's, I, tli!' Il'lI 1I 11 11111',11 111\' "I IO('\Ii N. 111 l11)',11 \ 1111 ' 1(' illlp li, 111 11\'1 I, \ 1\11 11 111 1111 I dI 1111 11\ (volll' 11 1I )'1 1'\11 \ 111 111'1" 1 11111 111 11 111/111 11111 111\lldll I .11 111111 ',li .1 j',lollld tllI I' 111 1t lil (1!l1I1 111 1111" 111 111 1I 111111 11 1111 I \11 1,1, 1111 111 111111 111111 111 1111
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'O d' uma série de movimentos que se engendram a partir de int eresses, diferentes. Vemos assim progredirem atividad 's ou formas institucionais que estão na origem dos mode los explicativos 11':ldicionais. O Estado, sobretudo, não pára evidentemente de aumentar seu I( mínio ao longo do séc ulo. Mas a cada mom ento ele é "e nvergado" por a tor 's liferentes, que inscrevem seus rec ursos no contexto de se u campo d e p 'rcencimento. A instituição, as demandas que lhe são dirigidas e os funci onamentos que delas derivam mudam portanto várias ve zes dura nte o perío10 analisado. Sempre segundo essa óptica, observa-se na produção industrial li I resença de nu merosas inscrições desenvolvidas no quadro das l ógicas e dos recursos próprios a campos que podia m propor outros desenvolvimentos , OlltroS resultados. Paradoxalmente, descobrimos que os atores que par e'-m investir mais na at ividade e na p rodução industrial durante a prim eira Il)'t:\ le do século XIX serão tota lmente marginalizados no decorrer do perío-
É essa natureza configuracional que dá c onta em pr ofundida I . dll lescontinuidade de h á muito observada pelos enfoques micro-analíti 'o,'. Uma mesma prática, um m esmo comportamento recobrem com efeitO 1111\ valor que pode ser totalmente diferente conforme as relações que eles an, 1 'nham com o utras prát icas, outros comportamentos, no quadro de seu al))hiente concreto. A abordagem micra-histórica sem dúvida subavaliou 11,' implicações metodológicas de tais fenômenos-o Pois é cl aro que e ssas des ontinuidades se situam num espaço que, por d efinição, atravessa as categol'i IH 'Iássicas. No int erior das mesmas categorias profissionais, até n os mesmo,' lilgares físicos, podemos de fat o obse rvar práticas que ligam recursos e t 'HHi I(Iras sociais heterogêneas. À luz desses elementos, torna-se portanto possível apreciar m Ihol' o 'Hratuto do viés lóg ico inte rno à abordagem micro-analítica que evo íVIIlIl()l a essa abor dagem por Jacques Revel - "POf' (111( I 'Ima. A divisa atribuída
do s guinte por out ros atores, guiados, estes, pela dinâmica de cam pos outroI J muito afastados do mu ndo industrial e diferentemente orientados. Não me estenderei mais sob re os resultados de uma pesquisa em curso dos quais dei conta mais dem oradamente em ou tro tex to.31 Remeto aqui a es" , Olltro trabalho apenas para mo strar que é po ssível construir uma an~í1is' (1\1:lntitativa dos objetos da história social com bas e num enfoque microanalfri'c). Parece-me importante, contudo, sublinhar que a natureza dos processml IIll 111a tal análise faz aparecerem ilumina com uma luz diferente os prol I' 11111$ CJIICsão colocados pela análise histórica e pela pert inência de suas I 's 'I'i 's, Desco brimos assim a centralidade do co nceito de configuração. No y( li 10m -nto em que renunciamos aos instrumentos clássicos e que observ:II1H)1 IS práti as sociais baseando-nos diretamente nos dados nom inativos, corna-S(' illlpossívcl formalizá-Ios de acordo com um sistema único. Torna-se no - 'ssál io '011$1J'ilir um espaço complexo e marcado por dinâmicas miero-relaciol1i1i, , iilHlg 'I que se impõe é portanto efetivamente a de uma configuração ti - pOli 10,' '111 volução constante, sensível ao mesmo tempo aos movi mel cos (il- 'I di UI1l I' eus componentes, às suas es tfuturações locai , e às lin5mi '1\, li"( ( ,,'11$ -scJ'ilturações engendram. É claro, pois, que não podemos onsid '11111 ('xL I n 'ia de diferentes fenômenos sociais que se situariam cm 'S '11111$ dil'(" " IITlporCantc, em compcnsação, conceitualizar mais fi '[\ZITl-1\1' 1 1 ' di I 111'S, I" li Ill i '1\$:;n 'iais 'n 'endradas por mecanismos L,nicos mas (jIlÚ, ins 'I' 'v 'I\do 'I ('11\ 'onriglll'Hç( S 10 ais, liversas pela 1atureza I SuaS formas r -Ia 'jol1l1L, 1'10 dll/' 'llI dir 'r -n 'iaç( 's signifi 'ativas, .
lomar as coisas simples se Assim podemos - dagens é nes se ma sentid() . 1\ I \. mas não é justif icável. comocomplicá-las"32 no caso da s abor 'ross(wio II Jli 'as, a complexidade dos modelos explicativos me parece s r frllto dI 111I1Ll inadequação mais ou menos importante entre os instrumentos, o,' 11111 ti 'Ios e a natureza dos obje tos da an álise. Situarmo-nos claramente forll do 1110I-Ios e das categorias clássicas pode portanto permitir reduzir ss' v i(-, "'()I'n'1I"as coisas mais si mples", m esmo trabalhando com objetos e r'll 111( fiO,' pr fundamente complexos,
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Há duas razões principais para essa escolha. Primeiro, a o br:l d ' 1\ 11111 forneceu muitos dos componentes teóricos mais importantes da mi 10 lti, IlIli I social italiana. De pois, enquanto os italianos foram reticentes em 'xpli('11 11di maneira sistemática as justificativas teóricas de sua abordagen1,4 o p 'SI I'ti Idlll norueguês, paralelamente aos seus trabalhos mais monográficos, li ','li(' 111111111 cedo dedicou-Ihes artigos específicos. E mais, construiu-os COII 1111\fi!'.11I di exposição quase matemático, ma rcado pelo cuidado de definir' (i' 1I11Í111li11 com precisão todos os conceitos requeridos pelo raciocínio, O tlII' 111111111/1 I procurar neles lima verdadeira teoria da análise do social.s Nosso objetivo não será absolutamente apresentar uma 'XIHl'iÍ I11 exaustiva das idéias de Barth, e sim utilizar estas últimas a fim I, 111'111111 tLJ ar as proposições da micro-história social italiana e mostrar sua in 'til 11 11'111 rabilidade com as da "abordagem multiscópica". Tomem s, pOl' ' '1111'111, um dos "clássicos" da microsrotÍa - Le pOLlvoir aLi viJJage, de ;io tllllli 1,111 A obra de Barth nos permitirá ao mesmo tempo encontrar e xpli 'il\1I (I 11/1 trato teórico de noções tão importantes nesse trabalho como a~d' 1,111IIIIIilI
4 Enconuamos decerto enue sua produção artigos como o de C . inl.bllf[' l" (;, I'11111, I I micro-histoire, Le Débae, 17:133-6, 1981 (nad. fI'. parcial de II nome e il 'OI1l(',~I 1111111 I11 riografico e scambio disuguale, Quad emi S eO I'ici, 40:181-90,1979) IN. do '1:11111tI, 1'"11 (j nome e o co mo. Mercado historiográfico e troca desigual, in arlo ;inzlnlll'" 1',11111 a.telnuovo &Carlo Poni, A micr o-hi stór ia e outr os ensaios, Lisl a-Rio d '.IillH 111,1>111 I Bercraml Brasil, 1989]; ou o de G. Levi, On microhistory, in P . BllrkL: ('d.), Nc ll' /1('/",/11'1 fi IICS 0/1 SIIIIII hiscoricill writing (Oxford Polity Press, 1992), p. 93-11 3 (N. do T: rl'llll, 11,'111/,: :1mi 'ro-hisc ria, in PL:ccrBurkL: (org.), 1 \ L:scrit;/ d e) hist6 r iil: 1101l:/S pc;r s /)' '6111/8,,' 1111'lIllil, Lln 'sp. 19 21.; " do mesmo allcor, mas numa linha mais 'J 'Íeia, I p -ri 'oli 11"I', '( II/,hlllll, / 11 / ( / 'rni 8mri6, 58:269-77, 19H 5. M~ls 'I-s 'onsrirll'l11 am 's I'Orl1l11l:i<-s ,:( 1'(11('dl/, 111111 1'1' 'ql\ 11'ia ligadas: inl 'nç O li - ((lllllll' pllsi~'11I11111 0111101111'0 11 (k:h:II' itiS lOtilll',lllilll di' II\Ollll'IIIO, 11Ii1',11111'11,,1111 I '1I11illllS1111111111111,1: I': 11111111,/11111 '" 1/l1(/lilllll 1/1" 1 1 1 ' / 1 / / /1 1 ' 1,IIIIIIi,", I':N~(', 1(111111 1\1i' I' 1',lill1'1111,I')HI 'I\1'
limi tad a, in certeza, in coerên cia do s si stem as de n orma s, espa ço do s continuum da s form as sociais . Ela causalida de não-det ermin is ta, G. Levi tem da pr ática 11'rm itirá igualm en te comp reen der a concepção qu e histOriado ra, su a vo nt ad e de c on strui r a história como um a ciên cia experimental, o estatu to qu e ele dá às ob serv ações, a ma neira pela qu al reco rre à , catística. Nu m ou tro registro, a referência à ob ra de Bar th perm ite da r um 'onteúd o precis o a um a da s n oções ma is cé lebres, ma s ta mb ém ma is ob scuras, da microstoria, a de "ex cepcio nal no rm al". Nos sa reflexão pode se articu lar em to rn o de u m es tud o de c as o propOStO po r Bar th: a co erên cia do pens am en to desse au tor au toriza a apresentá10 ti partir de um exem plo, e a respeitar, ao mesm o temp o, a im portân cia O estudo sobre o qu al quc ele atribu i às s ituações e aos dad os emp íricos . 6 nos de teremo s di z respeito a um a po pu lação de pescad ores no ruegu es es,7 e
Co mo explicar um a es colh a qu e parece, po rtant o, ir COI1II II 11 1 111 1Ir ma is im ed iato da qu eles qu e a fazem? De im ed iato, o exem plo do s pe scad ores perm ite ilu strar 11 ,'C'II,' ihil lrllill teórica que ins pir a F. Ba rth, A preo cu pação de leva r em co nsiderar,; 11 11' 1'1 11 11 11 tes c omp ortament ais, por ma is min oritárias qu e sejam, conv id a a ir 111'11 1 d,I' I pl icações estrut urais, basead as na pregnâ ncia de u m sistema 110 11 11111111111 11 cu ltural qu e se i mpo ria po r si só a todo s os mem bros de um a P p"l 'i\,I\O, " 11 11 também , a ine ficác ia da atitude majo rit ári a (a que con sis te em pcs 'ar '11 1 1',11'1 11 1 É essa dllpl :1 1('( 1I II impe de que se rec orr a a um raci ocí nio de ti po funci ona lis ta. - a mesm a de q ue pa rtiriam cerca de 15 an os depo is os mi cro-hiscorilld OI " 11 I lian os - qu e es tá na base da ma neira de B arth trabalh ar. N as a bor 111/','1\ , 11 11\ cion alis tas e es trut urais, o an tropól ogo noru eguês cond ena a in "I 1i 'id lld ' di , ou a recu sa a, pens ar as di scordâ ncias de pe rcepção en tr e as cs 'alas, , Il llllltil men te a di ferença sistem ática en tre a man eira de o s in di víduos aI)' ·il ll:llc 111 11
s ' prend e a um a observa ção factual: co mo os barcos de um a comu nida de ald '~ se dis trib uem no ma r par a ir pescar? Dua s pergun tas, em es pecial, in trigam o ob serv ad or. De um lado , en qu an to em su a mai oria os barcos ficam uglomerado s e pescam uns ao lado do s ou tros , um a pequ ena mi noria pesca d ' maneira totalme nte isol ad a: como exp licar es ses do is comp ortame ntos radi '"Iment e op os tos, e su as fr eqüências respectivas? De o ut ro lado, a atitud e " lominante" (a da concen tração ) nã o é a ma is ad aptada ao deslocam en to, in I 'iramente imp revisível, do s cardu mes de aren qu es qu e são objeto da pesca:
nível mac rossocial, de u m lado , e seu amb iente concr eto, de ucre .') Três di ferenç as, em p articul ar, separam B arth dcssc s dois I ip lI ' di abordagens. A prime ira concerne à coerên cia atribu íd a ao s sisten as ti, 1l () IIII \1' 1 \ abordag en s ma croestruturais se baseiam, en tre outras, na visJo d' 11 11\11 111 111111 in tegrad o e regi do por s istemas co eren tes de n orm as , qu inrlll 'Il\ dil '11111 111i Ao 111'S IIlO I('III PII, 11 te e sem am bigü id ad e sobre toda s as mi cr odecisõc s. comp ortame ntos mo da is pe rm item rev elar uma CSI é 'it; d' ',''111('11 1111I1 111111 da o rgan ização social, e é neles qu e se concentl"l a an61i s', 1 \ 11111 ,1'111 1111 11 1 no, par te do p on to de vi sta op os to, c onsidera nc!o '11 1 ' o Il lllll dll " 11 1'1ti 1111 perfeita me nte in teg rad o, e qu e tod os os sist '11ll1s d '1l 011 l11lH 10 1111111111II por inc oer ênc ias . Nessa per spe cti v a, um 'omp Ol'IIIIII ('1\1f1 11111 t1 11 11 1 11111 1\ I qüência mec ân ica da obedi ên cia a uma I Ortl1ll, "() '1111 lill' 1\ 111111 111 '1" I I _ _ , , men te nao sao co stum es, mas ca OS ( I , 'Ollll ll lllllllll 11 111I" 111111111 111111 Um a seg un da di f erença, cscr 'illllll('Il\ l' 111',I tll II 1111 11 1II I, '111 vez de en fatizar as f orm as de homog 'Iwidlltlc 1I1 11i1 , 1 \ Iflll I 1 111 1IIIlJ 1 111 terog eneid ade que, em toda so i"dali', 1" 1 vlilll' 111 1111 111 I 1111 11 11 1111 ção dos rec ursos . I I Ca da in divídllo 1IJ.', t:( '11 1 11111 \11 di 11 111 1 1I I1 1 11 '11 11 I111 I
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Não há a m en or dú vida de que a ch an ce, para um barco, de en co ntrar arenq ue é mai or se ele seg uir sozinh o do q ue se acomp an har ou tras embarcações. Es tritas cons id erações técn icas e econ ômi cas deveriam favo re8 cer esse tipo de moviment o .
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I, Nus 'i 10 cm 1928, Fredri k Ban h , após um a for mação em biolog ia , estudo u antr op ologia ('11 1 ~ltic;lgo e de pois em Cambrid ge, nos a no s do p ó s-guerra . Prof esso r d e antro polog ia 10(';:11 'm Bergen de 1961 a 1972, a seg ui r em O slo de 1972 a 1985, atribuiu grande imIH lI'\. 11 ia ao tra balh o de ca mp o. Esco lheu pri vil egiar perman ências relativ amente curtas d ' S 'is ti 18 mcscs) c as sim multi plicar as ,lreas de o bservação . Suas in vestigaçõe s O leva1111 111rin ·ipalmel1tc ao Curdistão iraq uiano, ao Paqu istão, ao Irã, ao Sudão, à Pa pua- Nov a (:lIill\ n mã, ti 8el1i e ao Butão - scm es quece r suas pesquisas so brc a Noruega sctcn1.i1l111111':111'nd . :1 o portllnicl:ldc prOC ill 1.il1livros, dos luais O mais 'onil' 'ido 6 sem dllvidtl /\'(/llJil'/:"'() I// I"'/I/ 1!/ bOl/l 1tlr/ ri ',.,(1 ,(\l1<1on, ;cor/.:' ;\1 1 '11 & Unwin), oi>r:1 '(l I 'I iVIIsolJr 'l i iti '11 11 1I1Id (' 11I !l'1 I( 11 1' 1111 ',lltlizlIl t'l\I I') ú') . 1 I'; l'tIIl l"lli 111 1111 dll IIII('N III ('N ('Slli lllldllS ('111 M lld 'L~11 1'NII ('IIIIIH /',1 11 /,ItllH I I, ill /1'111'088 I
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A 1I1rur a de uma po pul ação
comp ar tilhada por a lguns ma s é distributiva, n~o por ou tros. Ela não po de por tanto ser def in ida, co mo o faz Goo de nOllgh, como a qui lo de que se nec ess ita sa ber par a se r mem br o de uma so · jedade, nem ser demo nstr ada sistema ticament e, como o f azem os et nometodólogos, a partir de um in form ante, por meio de q uadros lingüí sli ·os. As estrutu ras mais s ignif icativas da cultur a - ou se ja, aq uelas 'u jos efeitos sob re as aç ões e as relações dos indi víduos são as mais sistemáticas - podem n ão residir n as suas formas, e sim nas suas distri blliç CS, na ma neir a pela qu al ela não é compartilh ada. 13
on,portamento so cial nã o poderia portanto simpl esm ente d epen1i('1 dll oi) 'diência mecânic a a um sistema de no rma s: sua e x plicação imp õ' 1111 ('" , I'vc em consideração a posição pa rticular de cada memb r o da p o pu11\', () 'Sllllacla. ()~ ;ILOres estão (sem pre e esse ncialmente) posicionados (...] Ess as dif er '\I\'as I, posicioname nto são a pr incipal razão de ser da "lon ga conv ersa" por m 'io da qual os indi víduo s interpret am e div idem suas ex periên i;l~ , , III 'Ihoram sua comp r eensão de su a pró pria v ida e da vi da do s outros,l.1 JI,l1l'irn, um a ter ceira linh a divisór ia deco rr e da un idade de o bscrvav:l0 11th pri vilegia para ana lisar o mu ndo soc ial, a sa ber , a inter ação '1111' 1" o I.', S 'li 'statuto po r vezes foi su perest imad o: as "transaçõ es" não 'on, I tlll '11\ ah sollltarncnte o ponto foca l, e sim a uni dade de ob servação () 11111 " III I > Illhian o,lS Para o autor, seu inter esse é du plo. Pr imeir o, ele 'ol1~id 1 tlll< ,.' Ir llnsaçõ s são situações nas CJuai os indivíduos são f orçados fi IOll111l 1111'
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dec isõe s. Ora, de um ponto de vista heurístico, o exame do s processos (I '('I sórios lhe p ar ece se r u m d os mais apto s a co mpr eender os m eca nismo s qll\ atuam n as soc iedades es tudadas, Ma s Barth está longe de post ular IlI',' 'li mo delo de análise é vá lido para a totalidade dos com portamen tos hum ano, , Ao contr ário, ele se co ncentr a num tip o de situação, a penas aquelas el < 1 11 r einam a com petição o u a cont estaçã o (contest), exc luind o toda s as O lllll\.' formas da vida soc ial. Seria imprudent e estendê-Ia indevidamente a Ollll'()S cam pos de o bservação : Os ensaios que se seg uem pr ocuram analisar sistem aticame nte '\s IIll " tões de finalidade e de util id ade nas situações em que pe sso as ou grtlJlOl, que t omam decisões p odem ser o bser vados, e descartá-I as rigorosal11 '111' quando elas fornece m apenas uma m etáf ora inadequad a ou um tel 'o!o/',il , ortave'116 , mo Illsup O outr o int eresse que as tran sações a prese ntam para o autor 6 O til- I V lar a incerteza que pr eva lece em tod a r elaçã o soci a l: esta é uma ra;d1 o Sll pl rnentar para afastar um a a bor dagem estritamente cultur alista, i I 'al, lill so iedade. Para ele, uma das car acterísticas prin cipais da ação so 'ial ~ qll S 'u r esultado de pende das aç ões paralelas, o u da reação, das ou tras p 'S,'OII , de todo comp OrLam '11111, R 'sulta daí uma incer teza q uanto às co nseq üências a qual é levada em co nta pelos indi vídu os: ela os imp ede de contar abs\l'illll III 'nte com um sistema de nor mas par a ajudá-Ios a pr ever sem ambi r '( idad os f eitos dos seus atos. Estes últim os nun ca ref letem unicam ente as "O\)I il'll \:( " de conhecime nto e de va lor" mas tam bém a "p ragmátic a Ia '()O P '111 ,11' 'da 'omp etição". 17 • ssas três grandes linh as teóricas, afina l de co ntas, não I'slclt' 11111 1'1 I\:IS os pr essuposEOS , mas tamb ém o o b jeto do est udo, Nas ab1 ",
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permi tem a passage m de um a con cepç ão teór ica do se r hu mano, ab s1r :1I'a, univ ersal e rac ional, para for ma s concr etas, pa rticul ares e co nt in gent 'S , que variam ao in finito conf o rme o campo do p esquisado r. Barth , co m .(" 'ito, não preg a uma teo ria ge ral do social , as sim com o nã o pr oc ur a ti 'S rever uma es pécie de homo oeconomicus, univ ersal e a bs trato. Seu o bj 'I'ivo - aqu ele em n om e do qua l ele elab orou seu m é todo - é, ao con 1r:'íri , ap oiand o-se em situ aç ões pa r ticul arm ente rev eladoras , es tudar da Illan 'ira mais pe rtinente possível a infinita diversida de da s f or ma s de v id a ,'o 'i,d,2,,\ '1 11
Ba rth co ns tr ói su a no ção de v alor es como i ndissocia velment e lig ada à lIyl o, Es ses "c ân on es de julg amento qu e as pe ssoa s fa zem sobr e as co isa s e ,o br os atos [sã o] f atos empí rico s q ue pod emo s descob rir - [são] n ão uma ('ollstrução do pesq uisador , ma s pontos d e vis ta assu mi do s pe l os própri o Itor 's" .24 Se gundo um procedim ento tí pico da su a const ante preocu pação til 't o lológ iea, o autor ado ta u ma defin içã o mu ito ins tru men tal desse con ce ito: lIS açõe s e os valor es qu e os moti va m são as du as fac es de um mesmo eonjllnlO, 1~las es tão i nextricavelment e unid as, e se in screvem numa relação le 11 • , 'ssida le lógica : os va lor es e a s a ç ões se fund em recip roc am ente, e é atraVl " d 's ! as que aq ueles se reve lam ao ob ser vador .
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prete nde retratar process os em píricos rea is, tod os os s 'IIS < i lll: o modelo '()l1lponcntcs c todos os seus mecanismos - suas in terf aces , seus parâm '25 II 'OS kvalor etc, - pode m se r qu estionado s e c0l1trolados.
IJma vez coloc ada a qu es tão do s valores, estamo s ca pac ita los fi 'nde pesqu isa pro pos to por Barth. N essas situa õe s p 'rcin '11t '1I t1 'I' () plan o 1(', d' tarefa cio o bservado r deve ser ex am inar as '()tlt ',,,'c , a primeira (:/('olh:ls '("'llI ndas pelos atores , Ele dcve em seguida rela ioná-Ias às 'Olll'i/'.11 1I' 's p:lrl'i "dares nas quais sces es tão inseridos, d ten in and o 110 111tlll-
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i1 izadas em torn o da s grandes deci sões o u do s grand es a cont ec ime nt os o 'onvid am a con struir uma car act e riz aç ão das famílias qu e, em lu gar de se ba" 'ar nu m cr itério unívoco ( a co-residência, po r ex em plo), pe rm itir ia dar con Ia I f enômeno s dinâmicos e comp lex os . G. Le vi se em penha assim em , lif i ar um mode lo proce ssual, ca paz de dar senti do às ob se rva ções rec olhiIas. Ness a ó pti ca, as três fam ílias cu ja história ele ap res enta não sã o em a b,'Olllto cs colhi da s po r se u car áter "re prese nt ativo": sim ples mente, a trajet ó1<:ca da um a, po r trás da sua es pecificidade , permit e expo r co ncretamenIia I 'as J ues tões que o his tori ador de ve se esfo rçar pa r a reso lve r. Es sas "históI IU S le f amília [... ] quas e qu e ex clusivame nt e reco ns titu íd as de ac or do co m o,' L\'os nota riais, não pret end em rec on struir situ aç õe s tí pic as, ma s re velar os 1,1 'rn -fito s constituti vo s de um modelo" .30 m ess a in tenção , e co mo em Ba rth , o estu do se a tribui a tarefa d e '\IP or ar a gama das fo rm as a se rem ex pl ic ad as e, a seg uir, reú ne as ob serI• va~'('s Ihidas pa ra cheg ar ao ob je tivo f ina l: redu zir a dive rsid ade da s o bser\l11l;O'S a um a série co nce ntrada de me cani smos que as eng en dram. 1! lI'IOdo seg uido para fazê -I o é com paráv el - c om a dif erença, é claro, d f i 11 , I,'v i, que tra balh a co m o séc ulo XVII piemontês, é o bri gado a ir busca r 11.1 do '11I 'Yl<:ntaç ão no s a rquivo s: base ia-se numa ob se rvação inte nsiva, f und Ida no 'x am ele um a trama f ec hada de co rresp ondências entre as inf orma\' 's lis poníve is. ~omo o antr pólogo noru eguês, Levi pres ta igual aten ção a todo os ('11 11 11'lI1 '111 's le sua amos tra: o mes mo peso lóg ico dev e ser atribuí do a pr i(). li I I()(IIIS as f 'on as, qu alquer quc se ja sua f reqüência. Não que o autor Ir', I Ild :1 I' '1'I\1al1 "' 1' n nível ideográf ico da e1esc riçã o pura. Sim plesm 'nt., 1'11 11111lliil'lll, ,I- I 's onfi a elas atcgo rizaçõe s a priori - das tipologi'ls, pOI l'lllplo, f llI ' do millam em m atéria dc carac terização elas form as f amiliar 's , n tas , que ele omp artilh a I ,( ('('I it'i,', 11\0 I '1l1 dois f undam am a S 'Il sibi li ti 1111 h lIi1i ÍlIIIII. ('on
() 1'11111 1ilo I 111 11111 's 'ollf ian):a in stinriva m r laçl (l ao s gralHI 1111 I\h Ilil ll' li I 'x pli 'a<;1 O his! )ri 'Il. AssilTl orno os outros Jl)i '1'0 IJ lI i 11 11111 11 , 1 1\ '1 IlIll'lll' d)ordal'; 'ns "10(01) 11) -dida " 1 - S 'li 01 j '(O, IlIli llIlIllI I 11 111I 1'1 Id Idl'il I ('Oll! ' 11 I:t1i1,1Il;IO bisl )I'i(': \.., ' IIHli.' IIlI L 111 111 '1111 11 1111 I 1'" i11i 1l1llldl' d' , '1('1'1 ,11 1 I ,li ')( o, A \10111I d ,dI
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(om dado s em p írico s di il Barth:
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d e fé d
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O btém -se m elhor res ultado estab elece ndo os f atos do passado q uando is so é pos síve l, e não por in t erp retações con jec tu rais bas eadas em es qu 'mas prees ta be lecidos , ne m recor rendo , mesmo co m co m petência, a re 'il lI. historiog ráficas já prontas. O s dados do passado são úteis analiti am '111 ' qu and o pod em nos surp ree nde r e f alsifi car as no ssas hi pó teses; não s -lido assim, não ve jo nen hu ma razão para lhes conce der um a atenção privíl ' 31 giada. em part ir de tipol ogi as das f orma s de f amíli a re pousa por 011 1\ recusa 11 11IlI' num a po sição mais teórica . A adoç ão de q ua lquer pré- reco rte (011 N(' li, li' lima ca teg orização a priori do mun do ) torn a quem a f az de pend '111 t i I silll ples o bse rva ção das fo rm as sociais. Essa é um a ap licaçã o diret a d \ 11 111 .\ hllrthiana em adotar uma ex pli cação m ecânica dos compor tam nL OS, s laç os entre os fatores que determ inam uma situação e as f orm llS li 111 ti 'Ias de correm não seg uem uma lóg ica de necess id ad e pura LI J1) 'l' 111 ('''; 's sa conexã o de pende d as disp osiçõ es humanas para avaliar ' P,II \ pr 'v '1".,12
No 'aso pr ese nte, a adoç ão de um a ti polog ia a priori não p 'lIltil illll til I ( IliÍ l os n ca nismos que af etam a evo lução da s f amí lias. P "Ii\O, l iltl l Id ll\1 '111 " , mo m Barth, a ques tão da in certeza, o nipr esente -J1) I, 'I' 1//\ 11 // 11 1 ,, 1 1'1 : " "lIm'l Ias razões qu e im pedem a adoç ão, pelo autor, I, 11 11 111I 111 1111 1111,111 ' 'ani 'ista.
\I 1II IIIIilII '1011, ill J>1'()' ·ss I/nI {01'111 in soc ia //i r e; , p. 6-7. Tomaremos esse 11(1l'id,111pllll 11 lilllll lll 11 1111 11111 d' 110S S\IId ord age m. N sso úni'o o b jetivo é nos S 'rVil'II III N lillll I I 111 11 illllÍl 'W I dI' 11111'11PIII'\I 1 's 'lul'e' '1 ' o m érodo seg ui do pela mi ·I'O·l1iSI)I'ill li dillll\ r \111111111111III IIS ',llIh 'I,' 'r I1 g '11 'ld(W íll il11'I' 'lII\1l d 'St:l (dtil11l1, - Sill1 ti 'lIill1ll1 11111 11 11 1111 111111I11\II I1'dI' ~ S 'li IIS p' 'IOS, I1 II1 111 '1~'llIlIl " '11 11 111 II ll1f 'OS,di s 'I'illlilllll ti 11 1/11 111 11111 11 11 1111 11 IIII ! 'illilll 1I'ill dil('111 (' 11 11"\' ,~\'II"illili tlll(k ('1111" 11 11,',1111 1.1111 111i111 11 0111 11 111 1"1111N II '11:/11JlI\'NlllI ,1"1 1 IIII JlIII, 11111lli' 1 l 1111" \'IIIJlil ÍlI" IlIil'llI 111 '1 111 11111, I1 111 Il lilllllltll 111111'11 1 111I' 1'1 11 11" 111111111'"1 IlillI, I 1/\111 "11111 11 I 'I' I IIl'i I 1 11 11111 111 I' I Iilllll l' 11 11,1 1"1 111,1 111" " 1111111.1 11111 11 1111 1I1 ( 11111111 /1111111111'11Í'i111 l1i1l1i111 11 11 111'1 111 1 11It! I 11 1 111I " 11 11'111 1111 11 11 ,/11 1//11 /1lI /11 111I,I! /1/1 ,JI \ I I, II1 / "'11 I
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1\ linica solução que resta ao obs erv ad or é port anto, segu ndo a ma is pllra lógica barthiana, iden tificar a gam a de me canismos generativos capa z d' lar conta da total idad e das form as o bse rvadas , De f ato, os r e sul tados da ill1 dlise ele G. Lev i so bre as form as de fam ílias cons istem ver dadeiram ente 1111'nu l1cia ção d e oit o p rincí pios de funcion ame nto, a qual co ma nda a f orma pilrti ular de sua conc lusão ..'I.'1Esses princípios caracterizam todos os grupo s 1'1I11 1iliares, m as se de clinam a o in f inito seg un do a po sição soci al e as situa,'( 's es pecíf icas.
I\s es truturas de sust ent ação da comun idad e podem se d efinir por u m a série ele relações não rígidas: cad a situa ção ind i vidu al p ode ser des c rita corno um caso num a série mui to extensa de re la ções entre parâmetros , com base num mod e lo de processo de i nter ações, qu e le va a certos agru pame nto s das comb inações de fatores , em torno de um tipo mod al. 34 I~m suma, ca da form a d e fam ília concr etam ente observada con stitui 1111111'om binaçã o pa rticu lar, resul tan te da gam a de m ecanism os ident ificados, Co ntnriamente à a borda gem tip ológic a, as formas de f amíli as são aqu i IHII('l\cilllmente contínu as um as em relação às outras: elas são fruto de pr ol" Sos 'om uns, em lugar de s erem se para das a priori em categ ori as distintas. 1':111t l.'oria, pode ríamos traçar um arc o cont ínuo po ndo l ado a lado, po r grau til' pro ilni Ia le, tod as as f orm as poss íveis , um pouco à ma neira de um a siIlIld:I,'IO (I'Oc !'IS as f orm as po tenc iais, com e f eito, não es ta rão necessariam entI' Pl 's 'nr 's na amOs tra o bservada) .3S I '. ( s ':lSO S "e "tranhos", "exce pcion ais", não derrogam esse princípio: V( 11 1,1111,,1 'm 'Ies, f azer parte do contÍnuum dos po ssíveis - e têm grand ',' l'!111I1("S (i' ll par' 'c r nu ma das suas ex tremidades po lares. A f am osa noção I' "1 l'(' p(' jonlll norma l",''!) longe de ref letir lim a mística da marge m, ou da mal'
II '" I I"III'pios ('III'I"s pond '11 1 d' C 'l't:I nw n 'il'a lias pl'in 'ipa i~ ti pos d(; III'bill'III',"111 11111I1 1111111 11111 d, "111 '1"111111'110 lon 'o d' slIn vilill, (; 'lI jo l'(;slIltndo, s 'mp l" in' 'no,,'oll dll 1111 111 11 111 di "1 1111:11 II1il1l11,:1I '(11 ) IIS 1'llIlI f li:ISnl () 'o-r 's id <:nr(;s, iI dif '(;1''n ,i 1<': 10dlls \11i d 1111, I d i I1 I IIII~Io do, dOi 's '11(1" IIS I1lldh 'I' 's do grup o (;1''.1\ lislll ' 1111ti , V II , 1'(1 1'1 111' 1'111iI~"",1 II I1I1 (f, 1/I'vi, /,1' /H//I\loir 11/1villllg .... , ·lI p. , p, (O · S , II
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I',inalida de, na da ma i s é que a expre ssão des se princípio . Con cretam nl ,I IIS f orma s ex trema s com ' freqü ência são mu ito preciosas m etod olog i ': 11 11 11 11: IlIs a jud am a definir quais são os d ois pólos do continuum, ou se ja, :1 t 'I lIlllll Id ,ia ma is concr eta da g am a que po dem percor rer as forma s est uda Ias, Outras comp arações pode m ser estab elec i das entr e o m 6codo d, 1\;11'11 e a a bordagem m icro -histó rica. O trabalho d e M au rizio Gri bau li, 1111 piO 'ura entender com o, no primeiro quartel do s éculo XX, um ba irr Oi> 'I I 110 d ' Turim passou em algu ns an os do comu nism o pa ra o fa scismo,.'I7 pod ' Iiltli nos servir de fio de Ariadne. O rganizado ele tam bém em torn o da pr 'o I IIp:lção de ap ontar me can ism os generati vos , f az surg irem prog ress ivam '111 ' 1'1rias cadeias causai s à me dida qu e o est udo ava nça. A o bse rva ção dos hab it antes do bairro l eva a cara cterizar o com' '0 do , ('Ido pela ausência de i n f ra-estrutur a soci al, pela conf usão do s pa péis lil' \ dI! : pluri atividad e, e pe lo nivel amento da s difere nças de hori zo nte jndivi 1111111, I co rrente da pregn ância da situa ção de m igr ante num b airro no li, 1)\1 111's ma form a, é no nível mic ros có pico q ue podemos acom panh::tr :I 111I 11111I P 'Ia qual as f am ílias res pondem a isso aci onan do so lidarie lati ',' dI 11111 11 o ~ lese nvolv endo um di scurs o igua litário, inspirado no soc ia IiSI)\O, I', 1'11 1('om paração que se expl ica o romp im ento que ma rca o p eríodo S 'gllilll () IIIS 'ismo é em parte res ponsáv el por is so. As insti tuiçõe s de assi,'\ I\l'i I '1'11' "I ' instaura torna m me nos nec es sário o auxílio m útuo op erário, 'nqlllll 111I1 ( 'olHrole policial que e le mo nta imp ede a regu lação do s sist mas d(' p I )11 1'/ por llli1 discurso ideo lóg ico. Mas outro s f ator es intervêm: a div 'I'Sit!llt! d .1 III i I-': 'ns fam ili ares , esmaec ida entre os o perár ios recém-im i Tac!os, 1'<-'" d I I I 111 1' S 'us f ilh os, cu jas tra jetórias dive rgem . No f inal, ao se re '1ISar ;1 P\II 1I 111 IOIIII:lS imediatas da desc rição - como as q ue sugere o dis 'IIrso ,'()('ildl' II 01111 ' iI harmonia o perária - a pes quisa do s proc es sos ca usais r 'llI:111 l il \1 Illil/',llIill:; ini 'iais da perce pção e im põe no vos cont eúdos. () trnb :llho le M. Grib audi permit e primeiro ilustrar a illlJlOIIII III,l 11 I11I1i( 'II, 111 11'riorm ente mencionada, da heteroge neidad e n"'1 listriIJIIit.' I1 li Iiil dll N I ' 'ur:;os. a 11to r, com efcito, comb ina duas op eraç( 's SII(", I V I 1111 1plilll 'im m om I to, reconstitui os percursos genea lógi os 'Iliol', ' IH'II' d, I lilll 11 111dos m '11 I)ros da sua am o tra, assim como as re I's 'llI lI" (' 1,1, ' , 1,11 I1 1 "I idos. I': nqllilnco as a bor lage l1s tf'lc\icion'lis tratal os O pt'I:~1 ion dI M . Crib all li s' esf orç:l, 111 111 1I1 I1 ',( 11111 11',\I' indistinea , 'om pr' 'isl (), PIlI\1 I11 dl\ Idll dil.l 10.', 11111':1silll:~-Ios 111 11)) 's payO I, inrl ll'ln ,ias' d ' tr() 'I IS illl('IÍII dl\ Idllll • f llI(' di 1i Clldll 11111d ,I 's 11111POI\lO I' viS!:I so br' o 1111lIlll(), 1)('111 11111 111 1111 11"jlil L~ til' 11'1 0 ,'()('i;t1 qlH' 111(' ,'10 ''''11('(' rico,'. lJlllil V "I, '1'('111 11(10(I
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I iame nte co m ele nes se pont o, e fala menos em falsific ação do qu e em vali d:lção. Ainda assim , a im portância co nsid erável que ela atribui a esta últ il11 I ,I leva a trata r a história com o um a verdade ira ciência exp e rim ental,46 alinh a da à ex plicação. Pa ra enten de rmos mais precisament e o car áter de ssa valid ação q uanLil:lt iva, podemos com parar a ma neira pe la qu al a es tatística é utili zada res pe civ,tt 111'nte pe las a bor dagens "ge nerativa s" e pelas a bordagens macroe struCllflllS. ( mo do pelo qual es tas últim as pe nsam o o bjeto é homog êneo ao fun iona 11 \ '11[0 da es tatíst ica clássica . A mb as con stroe m categ ori as distint as,4 7 ent'r ' :I, qll:li~ é possível iden tif icar c orresp ondên cias dir etas. As unida d es de o bs 'f Va \ , 10 S1 0 tratadas co mo átom os , sepa radas uma s das outra s e ag ru~ adas m ';1(' /'11 ' ia s monotét icas de f inid as ex ante: ass im tam bém, o perten clment o li 11 11\,( 11 11outra categor ia pode se r definid o a priori e se m amb igüidad e, em 11 11 1\,110 dll po ssess ão dessa o u da qu ela car acterístic a intrín seca , ?ra, nu m caso '0;'1 11 11 11(1IIt'rO, considera-se que o co m portamento pod e ser duetam ente I '11 11',1(111 1111P 'rre ncimento a um a cat egor ia: a es tatística, ass im co~ o as a b?rda.g 'n,s 11 1.1 1 IlIl'S Lr llturais, despre za relativ amente os caso s mi norit ános , a pnmclra ftll, 11 1111os "re pres enta r" pe los casos t ípi cos, ma jorit ários ; as seg un das en falil',:llldll I "O 'r'\n ,ia dos sistema s s oci ais, É ass im que as a bo rdag ens macroest'rllt 11 1 111 1"lIll'll1 ~imultaneamen te co nf erir à es tatística c láss ica u ma fun ção ti' I 's t'1i ~ll0, d' 'x plicaçã o e de validaçã o. t\ '~ tatística cláss ica não pod e desempe nh ar ess e pap el nas a bol d,1 1'1 II~ "1'1'0 'c~s llais", Es tas última s partem do prin cí pio de q ue a ? I ~ 'I 11' I1 lill' I'II!'mas so ' iais não po de, por si só, indi car o que qu er que se ja soh!" 11'1 111 1(' Illismos 11 Ie as geram,4R Além do ma is, e c o nseqü entemcnc., '11 1 til I" 'IV:lr S u interesse aos ag reg ados mai s maciços, es sas a bor 1:1' 'li pl l' 1111 111 1 I 'vaI' 'm eonta tod os os caso s, me smo raros, mesmo úni 'os, I': l'llIl I dos casos mo dais não pode b astar, '111 si 111( 11 111, di 111111lI" ' a o bservaçã o um c n jlln to de no rmas qu e rege m um sistem:l, ":1,1 1, 11 1111"1 poli I dl'S V 'nd ar di 11 11l1l1l l\1l1 ( 'ontinu ar a conf erir à es tatística uma fun ção de 'X/)/I "\'/(1 1 ' .1 11 11 111'11 (11,IU ,:lO, s ol a 'ondição de co nstruir ind icadores ada pta lo~ ao, 1 \~" I IldltlllllH P 'Ia o bs 'rvação n,i roscó , ica, a es tatística pode manc 'r S,II111111 11111 til \ lI/h/llpTo das :l bor lag ns pr cssuais. E sa dimensão é css ' 11 'Ial 11 111111 t1l illl I 11 1ql l ' P 'I'Inic'
p alho faz -se constante, e as de signa çõe s dos c ont empo rân eo s são 'I1rillll' IIIIIIS 'om qualif icaç õe s pro fissiona is. Para lelamente , o pape l da mlll1it'i p,di 11.1(1, 'smaece; ela não pas sa de uma entre muitas ou tras inslillr il,' 11 IlIllill1as. A ima gem unit ária da cida de é s u bst ituíd a, po rtant o, p or umil !lI , I11a~::( f ragme ntada de seu teci do soc ial. A 'volução dos r ituai s urba nos ma ntém es treita r elação con a do d, IlIllI das or porações, A pós sua reintro duç ão no Piemont e no fim 10,'" 'Idll 1 : 1 'stas L'dtimas se dese nvolveram lentamente e com dificullad '; 11:llIp,1 1I " 1\1 I'lln ,i nar rea lmente nem poder dese nvolver-se ao longo do S 'Idll , /'1lilll " Ma s brusc amente, nas primeiras déca das do séc ulo XVIII, pa.',',11I1 I1 ~'1 '/,11 d' 11m su ess o desc on hec ido: multipli ca m-se e co meçam V'I(IIIII il I 111111 1("11d 's 'mp enhar um papel. Inse nsíveis às pressõe s do OV'I 1 1li l' 11 11ti 1111 11>"111:s I ressõ es me rca ntilista s dos anos 1670, se u dinamismo o\lt di 11 1'1111,11110a ritm os que não estão ligados ao desenvolvim entO' 'lIll 111 11li I 1'1111\111 ivo da ,i Ia le. I ) i11111' d ' 11ma tal ronologia, era preciso renu neiar a " '(lI1I1 I 1 11 11111 1IIIIII'Id llvia IOlal ' imediata entre a esfera técnica c pr dutiva 'a do, «1111 1"11111I ('I\lOS ' Ias r 'Iaçõ s soc iais. Era necessário, em suma , r '111111'lill I 1111111 l'OIII'l'I'~'1 o "nllnlralista" Ias relaçõ s entre esse s lois planos" 11 1"illll I 1111',11,1 0 l'olllnlrio , so br' as 's olhas 'lu tinham det rmina 10 'SS :I I' "I" 'hl'lI I I II dll l'idlld " sohr' as r 'sisl 'n ,ias ~ lingllag 'm 10 tra balho " d' " 11>1' tlll',1111/,ol'IH', , ' a s('/'"il' .'0111'('.. 'li .',,' 'ss o in 'sI' 'ra 10, N: os' 11'11111 ('viII 11 I (
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'tl) 'nrc Ic neg ar a relação entre divis ões técnic as e divi sões sociai s,s m a s de "ollh ccr que en tre elas as r e lações sã o m enos dir etas do qu e nos f az crer lIoss a obsolete market mentalit/' Em Turim, as div isões técnic as, ao q ue tu do illdi 'a, durante m uito t emp o nã o tiveram senão um pa pel lim itado na designavi () da identidade e d o estat uto do s ha bitantes, F oi a penas nu m mome nto preciso da história da c idade que elas se impu seram com o um "idioma da 's lrat i f icação", ou se ja, como u ma "construção social que encarna a realidade bastante eonhe
que se travou em torn o cI critérios I' 'Illssil'i. idas. A princípio baseados ap nas nos I1S p' '1l1
1l1'()f"i'sion ais, esses cnten os po uco a pou co foram enriqu ecidos '0111 "1111 I' 'is sócio -econ ôm icas; a tom ada em consideração do s setores d :11i ItI Itll , tios níveis de rique za ou de renda, das relações de depend ên ci'~ 'd ll Ill tll tI\1l1 ' cios ofício s contribuiu par a produzir escalas cada vez ma is ri 1111,,tl I Llssif icações p rofissionai s reve laram contudo fraqu ezas difi cilm nl' I'I U lilV 'is, em esp ecia l num terre no em que realmen te poderiam f az'r :lVIIII 'li I P 's luisa - o da com paração. As crític as m a is es pecíficas q ue lh's fOi ,111 1 li I1i " i Ias ref eriam -se à incap acid ade das categoria s sócio- prof i i n:lis 1 1I >111111111 11 1111 ,11111 11 1111 I, 11 1'1 I1r 11111/"'111/1/( \(ll / \1 1 / I
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p 'slIlIisa.11 Creio que na verda de a ques tão nã o es ta aí, tanto mais qu e as críI i 'as mais pon derada s dos có d igos só cio-p rof issionais (com o por exe mp lo as li 11, a a bamos de lembr ar , de M . Ga rden ) fo ram formul adas no momento em qll o cntusiasmo qu antitativo estav a no auge e a con cord ânc ia era quas e un ânimc qu anto ao f ato de que não exi stia hi stória so cial a n ão ser quantita tiva, Olhando ma is de perto, não er a a f orm alizaçã o enquanto t al qu e es tava em questão, ma s an tes uma form alização c ompl etamente es tranha à exp eri "'n ia dos a tor es so c iais. As pri me iras inter ve nções no de bate so bre o 'slatuto soc ial atribu ído às di f er ent es prof issões e aos dife ren tes grup os s 'iais - de ba te que nã o ce sso u nos últim os 20 anos - j á consid eravam a n , 'ssidade de indi vidua lizar critérios de desc riçã o da rea lid ade pró ximo s da . periência dos co n tem porâneos , In terrogar -se so br e as f unções e o estatuto so ial dos mestr es, ou sob re a utilid ade so cial de ca da of ício, ou aind a so br' a 'stim a socia l de que gozav am, era já se inte rro ga r, de maneiras dive rsas ' n 'm sem pre exp lícit as, sob re a im age m qu e os a tores hi stórico s pod iam t 'I' I ' scu pró pri o unive rso soc ial. A poss ibilid ade de recon struir a estratif icaç , o so 'ial leva ndo em co nsid eração a linguagem dos co ntem porâneos com e aV :1 portanto a emergir . Ao longo dos ano s 70-80, alg umas eta pa s decisiv as enri queceram 'ss I r ,fi 'xã o e vá rias das pe squisas qu e a alime nta ram fora m esse nciais par:1 tl !lI 'U pró prio tra balho. Ca be aqu i co nfer ir um l u gar à parte à monograf ia d ' J ',111- ..Iaude Perrot s o bre C aen no séc ulo XV III. 12 Pe la primei ra vez o l j, livo e x plícito era res titu ir a inter pretação do s co ntemp orâneo s so bre a',' 1r:tlif i ação e a class if ica ção soc ia l d e sua própri a cid ade. A taxin omi'l do,' tll'í 'ios era construída a par tir do voc a bulário utili zad o pelos pró pr ios ha bil:ll1 I 's ti' aen nos séc ulos À'\111 e XVIII . A apro xim aç ão das lin guag ens 'do, 1I1 rilu tos vin culados aos of ícios, e m momento s e em é pocas d if erem 's, lan \':Iva ltlZ so bre deslocamentos de se ntido e des loc amento s no interior da hi ' larqllia social. Por sua vez, estes últim os susc itava m novas in terrogil 'o', ,01 r' as transform ações do tec ido social, assim como so bre as mud:1I1 'as 11,1 p 'r' 'p ão que delas tinham tid o os atores. Por s a mes ma é po a, ain da que num outro caml O e s 'm r' 'Of l 'I .til qll:1l1litalivo , Natalie Zc mon Davis Icse nvolvia r f 1exães imp onanl 's sol1l ' 1
11 1':,,11, 1111'~I( 's ~' 'onlr:lIl1 n os 11'[11:dhils d' 1\1. G:lId Ilv!'i 'I'S '( 11111,,1,1 \.li I I IIp IIl,i '1,1'1(1)1 111'S li' i:I \:odil'i ';lliol1 SO 'iOPI'Oi""iollll ,11 ', i" 1,'llislllil(' ,\11 1/ 1 /1 \11/1/ '1 1
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I's lratific ação so cial de um a cida de do Antigo R egime . H Nes se ca so, 1I11I1 I1 1111 1.1aprof unda da da s f ontes tinha como ef eito multi plicar os atorcs so 'ial \ Idl cI', o sex o não er am m ais simp les variáveis no in terio r de uma e 'al:\ 111I1 1d,1I11 p 'Ias atividade s produ tivas; na cidade de Lyon no séc ulo XVI, e SllS (';11I l'lIll I ItI 'ntif icav am grupos sociai s aos qu ais era r econh ecido u m luga r es p '('111111II 1I 1!l1 'rior da es tratifi ca ção ur bana. Alguns anos de pois, o historia 101' Il.ill 11111 14 I':doa rdo Grend i voltava a esses temas. Os objeto s de sua pesqui -a '1,1111111 11 111('1''s e jovens, ou se ja, categ orias soc ia is que es tavam mu ito prese nc 's 1I11~I 1.11IIl c s da baixa Idade Mé dia. Es tes último s não tratava m ap enas d' 1'11 1)\'111 1111 I' orde ns. Ju r idic ament e, as distin ções de se xo e de ida de eram aí 1'1111(\,1 III 'lItais: os arqu ivos judici ais falav am ta nto das mulheres e dos jov ens <11 1:111111 doi 110\ reza e da ralé. Os est atutos civis ou criminais eram lido s, a s im, '0111 11 "llIlla 'artografia cultural das relaçõe s soc iais, um do c umento parti Ulal'l1ll'1I1 1 I wlado r da imb ricação ent re va lor soci al e rea lid ade dos f atos". IS e a a nálise das estra tifi ca ções s oc iais ur banas plll 111 A re pres entação II 11 11\Jio da linguagem do s próp rios atores soc iais - ma is que pela a 10\',111ti, "I,IIil'S I leitura exóge nas - encontra vam -se portanto, so b modali I:ldn di entro de todo s es ses tra balhos . Não se tratava ele su b titLI ir Silllpl l \ ' I ,IS, no 1I11111' lima class if icação do histori ador pela classif ica ção do s conccmp Olnl\1 1I , 11101:11 11's le re pensar glob alm ente os c ritério s de con struçã o des - s loi~ 11111 .111 ' dI' abor lag ens. No caso de Caen, a análise do vo ca bulário, long' d ' S ' 1),1 I 1 1" i111'sma , a bria camin ho para uma pesqu isa so bre os s istemas ti ' S('I1 II1 I11 111II'II( 'S à classif icação, ("O es tudo das palavras só tem im porcân ,ia lia 1111di ' terrog I am , I 11'111 <11 1'es tas In e as mes masI' as rea 1da des. ")16 A- SS .lm, o '1'11".111111'11 111.11 : rio s níve is de análise f azia emergir a dif erença entre "o V) 'al1ll1:lIl11 I ,I .1111 ,1111 ~ 'ni 'a"; entre o tra balho das classif icações e os o b jetO s 'Ias,illl ,11111 de atividad' JlIIIIIIIII \ I I', IIl11 l1\OS lraV a, acim a de tudo , co mo "os seg mentos 111111IlIlados no es pírito dos co ntem po râneos são continuam 'IH ' 111\,11111.111 1II I" 1lil'Ial ,'(11,1.11 I' 1111,1110IIl11a abordagem "processual" como a proposta por I~.p, '1'11111111' I1 I 1I11ti 1 'slã fortemente impregnada por ela. Wi 11ia111Sewell, num artigo extremamente rico, moserOll [11. li II( 1'1111 111,('11\ { c)rm aç[í o /rI classe tr abalhador a inglesa, o desenvolvim '1\111,1111" '1 " 1 •.1 d ·SI11·nt· alguns dos pressupostos fundamentais da intl(ldllC;ólll 111111',11 dll I . '(O, a 'Iasse reapare e amo uma "coisa":
.1111111'11111', IIIIIYIIIIII LI 1IIII'oIIqlll'IIII.11i1111'I 1111", I. 1\lrlllll\ 11, / '111I11i11l 1 1/1/11 1 /11 1 '1/111111 1 1'1/1111 '1111/1'1'\, 1 I 11111i , 1 " "1 1 1 I' 1 1, li I 111ft I)' I1 '/1 1'1111/1111 0'1111 • \ 1 \1
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'1 I(1 1 ~ I \\11/
de classe, pl:riência
antes q ue qualque r outr o ti po de co nsciência, é uma exp er iência de classe" .33 .
é porque
sua e x-
Sem dúvida T hom pso n dedica à agency - aos com portam entos dos 111111 'S - um a pa rte import ante de s ua an álise; o ator soci al q ue ele des enha é I'11I1111l10um su jeito ati vo, q ue pode interpr eta r· o mund o que o cerca e é ca de grupo . Ma s é a conce pção daquilo qu e faz 1',1/, d ' articular um a consc iência I Jl 'r i{;ncia que parece re dut or a. Como sublinh a aind a uma vez Sewe ll nellilllll\ 'Iemento de o r dem extra-econômica é intr oduzido pa r a dar cont~ do
I'" '11\\ 'nto de uma consc iência de classe. A ex per iência vivida pelo s indivídllll\ ~ línica, e é ditada pelas relações de prod ução que eles inevitave lm ente I llIlil ' '(;r am. A classe ex iste
por tanto
em si mesma;
el a está pr ese nte
n a es tru-
1111I1 "onômica e es tá latent e nos indivídu os, poi s es tes últimos conh ecem II1l'I\ilS lim a Lll1iea for ma de r elação. O determini smo econômieo eontra o qual '1'llIill1pSOn lutou res ulta ap enas um pouco m enos rígido; ele certame nte não 1111111t ra pass ado na s ua anál ise . A posição n a hierarquia soc ial e econômi ca, a I li' 1i 'n 'ia, os interesse s, ainda uma vez, es tão es treitamente assoei ados uns 111',1I111 1'OS.A estrutur a se s itua num pl ano di stinto em r elação a os comp orta111 1IIIOS individuais; ela é a o mesmo tempo externa e pre existente, e a r acionaIld 1111'dos
ator es
não co nsiste
111 1111" '1:1, tr ansforman do-se 1':,'1' não é um q uadro 1111 1':11'oncr amo-Io 1III 111i '0 R egim e,
em
inter agir
em consciênci a conceitual
com e la, mas
ape nas
em
reag ir
de c lass e.
espec ífic o
ta mbém em trab alhos ma i s em que o p r o blem a cent r al
do gran d e
livr o de Thomp-
tardios d edic ados era o d e estudar
à sociedade os me cani s-
11111 '111' I' 'guiavam um a socied ade dominada p or relàçõ es paternalistas, Pe nI1 I' !lct'ialmente n um do s artigos mai s conh eci dos do hi storiador in glês, ""'11' IIloral economy of the English crowd in t h e 18th centur y".34 É apoiado
na idéia de uma exper iência úni ca com partilh ada que Thomp son pod e pos tular aí a ex istência de um a cultur a moral espe cíf ica e pr ó pria das classes pop uItlr es. O povo reage aos preços de term inados pelos grandes comerci antes, o pondo-Ihes 'x periê nci a
um a cultura mor al do " preço justo" cuj a existência at es ta um a difu sa da subor dinação. Mais uma v ez, estr utur a e compo rt amen-
tos situam -se
em p lanos
1 determ inar
os último s.
dif erentes.
A prime ir a,
Para a lém
11/11'''/1111/' 'I!IlOllliljIlC:/1/ XV JI l c sii;c1c (l'V[ontreuil, Pa ssion, 1988), p. 31-92. Esse e nsaio 11" 111111, 11l)ti "01'1"1' dos anos, um animado de bate. Entre os co mentár ios mais inter essa n1 1 ,I I I':. 1"0 (; '110V'S', 'I'11t: m111(','O 'iol) i 'o ' (:id(kl\,' ch('I',ortllll a
essa evidência f undamental C/U ' 'onstitlli a 'ol1lrilllli hs análises pI'O essuais; e f oi pr . 'isam '111 ' n 'ss ' pOI\ inl'r pr'lalivo" S ' o'pôs ao "~Iaradigma norl11t1li o" IUI al1lro pol )gi'o a partir los al10s SO, H, l)al1l 'l1dor! ( S\II', 'I'ir <1" '11 'old'I'()I1I:1C;IO '1\11 \' 'S ,'('S doi" 1I10t l('lo N II1 I
pregnou no Oc ident e a teoria social com o um todo .37 A um a ilTla '111 Iill \ llil .. ) ial governada por norm as ex teriores (e port anto a uma visã 10 '(11111""1 I rnento indi vidu al co mo ex pressão de um a adesão ou de uma r' 'li ,I Iil I normas), op ôs-se um a conc e pçã o mu ito meno s linear ma s bem 11111i,I11 I li I ,"Iação exis tente entre os ind ivíduos e o mun do circu nda n te. ( illtliv 111111 pode ser visto co m o um ser ra ci onal e soc ial qu e per seg ue ob j 't ivo.; I I l'ras e os lim ites im po stos às suas pró prias ca pacida des de esc lha 'sI. (I , 'ncialme nte inscrit os nas relaçõ es sociais que ele m antém, Eles S' ,'1111111 11 portanto na rede de o brigaçõ es, d e ex pec tativ as, de r ec ipr ocida I s, ti 11' (' 1 liI ·teriza a vid a socia l. Num a tal per spe ctiva, o centro d a análise 'r á '011,'11 tllí 10 pelo pr ó pri o pro cesso soc iale portanto pel as interaçõe s ind ivi 111,11, 1I0 S diferentes cont ex tos sociais - e não apenas pelas instituiçõe s. I 11, IllIt u ras e das institui ções, a a ten ção se d es loca para os proces so' as i!ll \'( 's.3R Dissolve -se ass im o qu e Greg ory Ba teso n co nsiderava O prill , jl"t1 ('lJllívoco da ciênc ia ocident al, qual se ja, sua tend ência a individll:lli~:I1 1,11 ,1S 11n idades de análise: unidad es individu ais, em lugar de sistem:ls tI( 111 !t'I:\ções que envolvem os indi vídu os; ou ainda agregados humanos li, I1 1,'\ 'I as de relações entre seus co m po nentes e en tre es tes e o mu ndo '1\\ I( tlOI,'W I
I li
I~s' a pers pec tiva relacion al permit e ref ormul ar a relação e xiSI '111(' 11 11( IIS normas e os co m po rtamentos, Em pri me iro lugar, ela enri lU' , . 1111',• •1 1111\. 'pçã das normas, pois estas não são def inidas de um a vez por I(ld,t" .1 11,111il'da I o'ição f orm al ocupada pelos indivíd uos na escala so ial, 1l\i1í., II Jlllltlll:.r.idas c negociadas nas relaçõe s que eles mantêm. Ela permil " til I1 1 di ,'1 (1, d 'finir a noção de ex periência. O fat o de reco nstituir as inl "-, 1,1'fll a pr iori os planos da pe (1'Ii s:I lillll"l II1 IllI plir:l til' ' não sc pode delim itar I pl 11.1,': S reh Õ s de produção, ou às relações de mercado eL '.); o ('(IIII! III Iil 11 111is ' s 'rá def i n ido pelos percursos individuais nas d if cr 111's (', II 1,1 d,1 \ IIlit NO 'ia i (o tra balho, mercado, mas tam bém a família 011 ti ,'(I( 11ti 1111 Ii,d( ..,)
I I hilll 'IHlod', CI1ISS 'I C )I1l7i1's c/c '/:1.1'.1".1' c/:II1S 1 :1 .'o· i r' incl/lsrri'II . (Pill i N 1.1\ II,IYI , in S C i ·il//I" '111\': '"11 1 /1, 111/ : I ('(I.: Slllnl'ol'd, I ()S9); A, (;idd N, ;'/III'11I/ IC OIJI'/IIS 1111111111, 111111111 11I I1/I'U IIII.lllicl;OIl ill ,'1)(';1111111." ',li", (n'd ('I'y·l,os Anf.!.'I'N, Univ 'ISilY 111' : 1111111 '0 1 '
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I
, Ness e sentido - pa ra volt ar às consideraçõe s qu e a bri ram esta seçã o-, 1111'nção de rec on stituir os grupos sociais a partir d as relaçõ es realm ente es tah :! ' 'idas entre os indi vídu os não po d eria se redu zir à con statação de compatihlll.la les soc iais. A aten ção vo lta d a para as relaçõe s press upõe um a ambição 11111110maior : é preciso reform ular as no çõ e s de nor m a e de exper i ênci a; e conI ' 'llIalizar, f inalmente, a n oção de in ter ess e. d
6. Po r que, duran te um lon go períod o, os ha bit antes de T urim n ão reco Ill lt' . 'ram na prática de um of ício um crit ério d a orga nização s oci al? Po r que os ill( 'r< ; cs liga dos a o tra balho só s e traduziram bastante tardiam ente - num Ill Om 'nt preciso, datáv el - por in vestim entos em suas in stituiçõ es? Para res ponder a essas pergunt as, escolhi acom p anhar a hist ória das corporações de of ício de Tur im , qu e foi su cess ivament e caracterizada , com o disO pro blema S('lllOS , I ar um longo silên cio e depois po r um sú bito su cesso. Ia 111',1'I' aç::í soc ial em torno do ofíci o este v e port anto no cent ro da ~inh a análi '. N aso de Turim , as co rpor ações a parecem co mo um ob j eto f ugid io, 11 11 (' s 'onsegue emergir po r a pro xim ação ou por op osiçã o às outras f ormas O longo silêncio das d(' organ iza ão social e às outras instituições urban as. ('1I1poraçõ s durante o séc ulo XV II suscita ind agaç ões so bre suas pr erro ali 1',1 ; slI br ' suas relações co m as outras institui ções urbanas; sob re a ex ist'\n '11, '''rir''n, de lugares onde os comercia ntes e os artesãos p udesse m S'I I 'pl ',' '11lados. Escolher essa a bordag em com parativa , qu e enf atiza o aSf ) , . III IL'S( 'iarivo dos cor po s de ofício, j,'í im plica qu e nos afastemos da tr a liç: o Ili Ioriogr:'í f i a pró pria das co r po rações. E nq uanto in stituições eco nôm i ·tlS I' P Hld111 iva s por ex elência, em ge ral es per amos delas qu e encarnem aráll'l "lIll\llral" Ia lig'~çã o enne as divisões téc nicas e as divisões soc iais. Por isso , I (,li 1po r'lç'õ 's 'seão entre as in stituiçõe s cujo proce sso de f ormação fO Í, S ' 11\ dllvida, 1)1 'I OS analisado. Sua pres ença, sua função soc ial pare iam ól Vi:l, (:11 '/',1111-, 'm 'smo a af irm ar re entemente qu e, na P aris do sé ulo VIII, I1 (1.1~siri 'a 'o 's q rativas as clas if i ações so iais se so bre pul ham na p 'I ( p~': o los atOr 's so iais; qu e a i le logia r p rativa ra a cx pr 'ss: 'o d,1 "III I,lIid,\l I' das as pira'5 s so 'iais os m 'mb ros d~IS juran Ias". A ord '111 '01 Plll'lliva .' 'Iiil, S 'gllntio 'ssa ine 'r pr'ea ,o, lima "rllxonomia so 'i:d" , IHlI I
I l 'llll IlllIi! 11:1l11I~':'o ~ ", b .i 'I i VII ela 'srrar if i 'ti ,0."0 Nllma r:tI p 'rsl TI iVil, " 1IIIIIIi 'd,\, 11 1111 i il,'(Jl'S tI" ' I 'varam il1tiiv!till os as" 'ol1stilllir '111 '1I1po 11,111 I 111 11 f tll 11111.11111'( I ia, ' isso 'lllb Or ;I, uo ((li ' II1 10 illd i 'a, o t 1':II1,IIIIlI j lll I
10 não tenh a de fat o pa ssa do de um f enômeno limit ado, as co rpol I~'t t 11 11 1 'nham afetad o senã o um a pequen a parte da pop ul ação d os of í 'ios I', 111lIi disso, nem todo s os ofícios tenh am c onh ecido um a or ga ni zação orpol 11 11'11 Mas mesm o sem po st ular um a ligação tão di r eta en tr e diviso ~,' I 111 CtlS e divisões sociais, somos mu itas v ez es for çad os a recusar às COI'P!1I11" , ' análises mais articuladas . Elas per m anecem muitas vezes confin adas: ',I( 11\ dlls relações econômica s e produti va s. Uma vez isoladas das grandes 'rolllllll pias suge rid as pela hi stória política e tid as co mo re s po nsáv eis p ela fisiollOllll,1 dos or po s e comunid ades - a idade de ouro d a Id ade Mé dia , a d ti I 'neiol da é po ca moderna -, es tes último s são reintrodu zidos, ou até m esmo (ill 'li dos a entrar num qu adro de anális e es pec ífico , o das relações de pro 11 1': o, )'.SS proce diment o mu it as ve zes se choca com as ca racterísticas qu po I '111 IIlar ar um a corporação . O ace sso mai s ou m enos f ácil ao cor po , o mono pt'llill 1111,ao contrário, a circulaç ão do s c argo s etc. remet em, para além da 'SI' 'ili I'ida I do of ício, às po ssibilidades de mov im en to e de mob i lid ade o 'ial:II I I 1 ,' na outras institui ções urba na s ao s mesm os grup os sociais. Às V"',', I1 Il'llç< o é suge rid a e intr odu zida ; ma s a análise pára nas front eiras da '0'1 01 li ," 's, no universo técn ico e produti vo ao qual est as se refe rem, sem ' p 1111"I 1Il,lis além as relações com as outr as institui ções urb anas. 41 t
As características do cas o de Turim me sugeriram um a outra l1\all 'li I dI llal alhar. A evo lução irre gular do s corpo s de ofíc io - fe nômeno I' ('1111 illlH O qu e diz res peito a tod os os corp os e parece ser re lativament in lir'lllI 11 ,IOS riemos do des e nvo lvim ento prod utivo - es tá na origem de li 111 [1" 'I i t d, indagações sob re qu e esc olh as pod eriam ser as do s co merciant 's "do N 111 Ii .(OS ti· 'Jlirim nos séc ulos XV II e XVI II. Era neces sário reconsrrllil a, 1"1 illilida I 's il stitucionais e inf orm ais de agregação , de ge stão' '011 1.1i,' I, di 11 pll'S "IHa·ã so cial que a cidade havia of erec id o a esses g ru pos so ·iliÍ\ J, I IH'I,'P' 'liva , as c orporaçõe s dev iam ser reint eg radas na g og rall:1 dll" 11 11 1"1 til !lanos, 'sua prerrogativa s a prox imadas da s dos outros grtlpO 11111 111I1i,1I11form a) na ida de, para além do es tatuto funcional '11 1' ,I ',' Iilll 11111i1 l1. ,,:ss' I ro' dimel to im[lico u uma reformul ação das perglllll:I,'. 1111111
11 I' I pllll' 'dilll 'lHO, Jlor "X 'I11Jllo, " o :1<1rad o p '!as I t:squisas, ali:'ís 1111J1I illll'l 'O '~IIIIII , I' I ,'II('pll 1IlI, S o · j:1I illI ,i, ",jICS" i,) 111, old '(I' illl II'lltI .,,: 111'''''''/ 1I11 \',/lItlI(lI' ,;I 111.111111,p I \ I 7 ,() 111'11,dI ~I ,'1111111',1111"lI'tII/. 11111/111/1: 1//1 • /1'//11 I/111t" ,,1/ 1 1 \,/,' " li!I t " ,,1 1 ,(! :1111 llIIIliVI ,( :111111111 t1'\1 11111 \(I HY I'" ',~,l i/H'/ ,'"11 11 I1 '1'11 111 11 1111,11111 li I11"" 111111I , ~(II' 11 I 1111111"III H '11 11(llllll 11 ,11 111\ 111di I "1'111 "1'" "I I III I~ 'I "" I1 " " 1111'"111 1111"1 0111'" 11111111111 11111"1(1" ,11111"11,11111111 11 111 11111 1'"11'""111 11 1111I1"lllIld 1 111111 1111111Id lll I'•
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as semelhança s e as dif erenç as en tre os ob jeto s de análi se e a ma neira de O result ado compar-los . é um a refl ex ão sob re os cont eú do s pre sentes no interior d a lingu agem do traba lho e, ao mesm o temp o, um a refle xão sobre o s contextos de análise que é nec essário intr odu zir para acompanh ar a históri a dessa s organ izaç ões. Re corri a um a per specti va biográfica,. esp ecialment e na prim eira part e da minh a pesquis a. Ten tei po rtanto re constituir , com o m á ximo de p rec isão poss ível, um a séri e de percur sos indi vidu ais na cida de, A lin guagem do tr abalho e stand o ausente d as rep resen tações da cidade, ass im como as corp oraçõe s est avam ausen tes da c ena urba na du r ante a ma ior p arte d o sécu lo XVII, o pro blema er a entend er o lu gar qu e o ofíc io podi a ocu par na d efin i ção e na iden tidade do s indi víd uos e na constru ção das alia nças e dos gr upos. Do nd e a de cisão de ob serva r de pe rto os co mp ortamentos de um" peq uen a part e da po p ulação urb ana, os ha bitantes de do is ba irros d e Turim en tre o fim d o sécul o XVI e as prim eira s décadas do XVII. Acompanh ei sua chega da à cid ade des de seu lugar de orige m; prestei atenção à sua esco lha de res idência e às alianças por casa mento ou co m padrio; às rede s de dívidas e de créditos e aos in ves timentos econ ôm icos; tent ei confront ar seus próprios compo rtament os e os de seu s fi lhos, As fontes no tariais - mu ito ri as 42 em Turim e suscetí ve is de pe rmitir análises biog ráf icas -, assim co mo os reg istro s paroq uiais, for am tratadas de maneira int ensiva; a pesquisa t '\Il' co ntud o de se rest ringir a um nú m ero li mitad o de pe ssoas, cerca d LI11\l i cent ena, Ne ssa primei ra f ase do tr a balho, uma im a gem pa rticular da e tratifi ';I ção ur bana se es boço u. As a lianças e a co muni cação e ntre os indiví luas 0:10 segu iam lógicas ligada s à ho mog en eida de pr of issio nal, mas antes rcf l 'I i:llll um a leitura d os recur sos of erecidos pel a cid ade nu m mo mento prc iso I, SII:I história. Ne ssa amo stra da popul ação urb ana, o idea l per seguido era o I,1111111 dif eren ciaçã o profi ssion al no int erior de ca da fam ília; ma is ainda, a 'OOSIII I ção de conf igur açõ es fami liar es on de coexistissem orientações prof issiol1 li, não apenas dif erent es, mas antagô nicas na escala da cida I', ,onf rOlllildo' com o grave conf lito qu e naqu eles anos marco u as relaçõ es enlr' o 'OVt'lIl l1 'ntral as in stitu içõe s locais, os gru pos f amili ares qu xamin 'i 'sl()I\':I :111 \
Illa s de privilégios provav elment e tin ha com o obj etivo asse lIr:11 1111 \011 111111 ~':lO idea l e dar acesso a ca mp os de recursos div ersif ica dos, I\S:illl 111/'111 11 I'ru pos espec íficos - invisí veis quando ad otamos a s catego ri:ls plllll 'lilllll t vomo quadro de análise -, gru pos espec ifi camente urb anos, rilldo 11"1 111 111 I ·itura comu m do s rec ursos da cid ade. Essa nov a vari ável que em ergia da pes qui sa - ou se ja, II pn', ,,1Iill 11 11, e a ca pacidad e de te r a ces so aos recu rso s - pareceu -me mllilo illil 11111 1I1 I ': ela con stitu i um a chav e de leitura da es tratificaç ão soci al qu' , 1.1 111 111111 II\ :lis próx ima da ex periência do s con temp orâneos do que categOli:1 1.11 111 1110 li riq uez a ou a profi ssão .43 Me lhor: comp arad a a essas cat egori~,s, I1 f 1 t Iljlla a dar , concr etam ente, um a signif icação ao qu e ch amam os I, illIlIllll o 'ia I", poi s abr e um espa ço a os elemen tos de poder de que é r 'il" ,I 1 11 I I d'i 'ação so cial e que são res po nsáveis por sua variação, mesmo '111 1 t 11111111 1II\IiLO curtos, A o me smo temp o, es sa variáv el f azia em ergir a relaç. o "1 111 IIII I 'isl -lHe entre o níve l do s com portam ento s soc iais e o das din :tmi 'I, ill I1 111'jonais. Nã o ape nas os prim eiros eram um a ex pressão - indir 'l;\ til II~ t'lIrimas, ma s es táv amos diante de um a verdadeira inter-r 'Iaç:ío, 1'111I 1111 -11 ler as carac terí sticas do c onf lito qu e, na prim eira metad' do " '1IilII VII, o pôs a munici palid ade à corte, era necessá rio lev ar em c nsid '111'11(1 I dillIS.IO los compo rtame ntos obse rvados . A med iação entre Os lir'H 1111 ,"ti pOS I,privi lég io s rea lizada pe las famíl ias não e ra apenas o eS I ·1ho 11,1', I \ 11 ti ' lIlT'Ia conf iguração de pod er distante e es tranha, ma s 0111ri \)11 :1 1111111 til Il'IIl1in ar suas carac~erísticas. E la teve de ag ir ativa mente e 'onsl il tlil 1111 11 I P ri, de reg ulação, de limitação dos co nf litos de juris li ões ' dt, 1'11111 1" I 1l('Í.1S, De fato, es ses conf litos iri am eclod ir algum as d6 'ad:ls dI 111 11, '1t1 ,"l(lo a peste des truiu as conf igurações fa miliares hí bri Ias <111~ 'li Ilill'lll I II1 11111 1 ':110. 1'.ss:1 'srratifi ação social es p.ec ificamente urb ana ex pli 'av:l ,I 11.1'1111/1 di l'tllpora çõ 's: um a dif erenciação prof issional tão dif usa linha di 1.1111di 111111 111 illl jll'ováv 'is investimentos continu ados em instituiçõ S '01\ NoIl',111i11 1111 Itlh III f\ltls ,Ia I's 'nh ava tamb ém um novo camp o de pertin J1 'i:l 11,1,I11111 i ,I, I IlItilt"IV,1 111\1 novo ',tl1 inh o a seg uir: o es tudo dos sisten as li' jllll'ill 1'11" 111 '11 1,ti~ 'Ia 'Slava li 'a Ia, ' -m parti ular O es tudo da rnllni 'ipalid,ld '1111, " I
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S' p:lr:l~ 'ios r '1Inir m seu'man'~dos int erior da of ícios pl ivil dll 'lIis, autori qu Ia eram le sol do~ plivilt~l'.io: Illlll1i 'il ais, I\ql l ,I 's hal iranr 's 1011111'11111',n tlo~ pod 'r'S III'b;ll10S , SII:I bIIS"" d
f ormalmcnt' 'rana, 'ol!
pr()1<1"' "ido,''O í'.11 111 111',\ 'ins d' 'lllrim iltlslnl 1111111 1111 \ ' li) '<\i:l\':lo 'llIr' o,' dni. ,i~1
1'1\1'11 111111 I!,III,III' 1111111111,'1 11'11111 11111 1111/"'ordug 'm biog ráf ica; e, mais um a vez , as es colhas op eradas pelos dif eren[t's p 'rso nagens - nesse caso uma amos tra de um a centena de comercianI ',' P 're 'nce ntes a urna conf raria de 11 1ri m - es clareceram a signif icaç ão do ('01\( 'xt:o instituciona!. Um pro blema, em particular, es teve no ce ntro da mi1\1111aM ílise: a naturez a e as características da nova solidariedade que, a partir tio,' anos 1730, se manif es ta entre os mem bros desse gru po socia!. Tr aea-se de um tema a pro pós ito do qual as análises in teracionistas qll' f oram ss 'nciais para minha pesqu isa - mostram seus limit s, Elas , I ' 'on "nrraram no m mento d'l f orm aça os gru pos soela1S,, 46 e n U IC' O
ra pô r em qu estão o co nc eito de "p ap el social", en qu anto d ef ini ção Illrillll da ao in divídu o e d itad a po r su a po siçã o na h i era rquia soci al e I rotillliv I P ara E. Goffm an , o ho mem pertenc e a situ ações, an tes qu e a gl'l'l)!) ,'1 'f I ciais . 49 Mas o processo pelo qu al ind ivíduo s co m his tória s e estral ')' i" til f erentes podem forma r um gr upo soci al e co m partilhar l ealdad 'S IIIHI I111 ex plo rad o. O ca rá ter instru ment al da s estratég ias pessoa i s, que su b '1\1 ('11111 a ausênc ia de qua lqu er co esão r eal de gr up o, op õe-se à hi pótcs' d ' 1111 1I ve rdad eira co erên ci a de s eu s m embros m as nã o abre no va s perSI "I iy I, di leitura, É nessa ina dequ ação da s aná lises da s re des so ciais e Ins 1 1 Il Ii ( i nteracionistas qu e se bas ei a, ao m en os em par t e, creio, o sueess o d:1 11111111 po log ia cultu ral en tre mu itos historiado res, Diante da dis perSe o dll, ( til tégias e do s com portamentos i ndividuai s, a abordagem h tlllll "11111111'iI i nter pretativa lhes parec e forn ecer instru m entos teór ico s I' r '('OIlIJ 111' li, 11 da s dif erenças no inte rior de um m esmo univ er so culcura!. (';,',11 idl 111til oerência e de co esão - in ter pretada numa acep ção que 'onsid('11l 111 11 I
47 s tra balh s de S , E, Eisenstadt,
ainda que f orcemente marca dos pelas '01\(' 'P 'I I 11 111
'ic)I1;disws, es tão entre os que trataram mais diretamente desses pro bl '11i:l N,1':1111 1."1111 prodllç: O :l bllndante, cl'. Essa)'s 011 'olll/>lI('aci\l1,; illsLÍcuLÍolls ( New Yor! -I ,0ndOII, .I, WIIt v ,
« ( slo·Bel'g 'n, IlJ 7H ), II I'~ 1\ 11til {tod, , S( 'III· 1I1lc/ so6 111 (i/:lflllli7.lIrioll 11,11 11, 11, litlllltlllll 1I11 1'llill'II' ,II'11 (' 1IIIII'II p"I("I',I('11 1111I('l'i('IIIIII, 110111'1111 '/11pllllll dll 1'111di1 d(~('lIdll li lillllIl"'1I1 ' II("I~ I' 1('11111, i 1111111111" til (l, 11111111111/11111 111111 111 11,1 \ 11/1/1/ /11/ \' 11\',/11 '/11/111/1 ( 11('11 ,\ 111'1"1 11111111111IIdlllllll 1'111111111111 11~IIIIIII 1111'1IIIIIIIIIIIII~1111 1I L I 1111,11 I I, I':, I\III\ VII, 1:1111"11 111111111111111,1111" 11 11I11Iillll,(:111/1lIf 1 1 1 1 " ' / 1 / ' / 1 1 1 , \ , I I ( I) 'I) ',1'1/1
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litl ItI ' r 'c.Iutora em relação à proposição de C. Geertz - explica o renasI illl 'lHO 10 tema do consenso entre os atores sociais em torno da es trati111':1(,:1 o ~o j.~l. A idéia de um universo cultural no qual se inscreve toda forma d' 'xpr 'SS10 (os comportamentos, as ideologias ...) abafou, nas análises, o paI' ,I do~ onflitos e das dissonâncias. Estes, mais uma vez, são evocados pel itisloria I r mas não são jamais explorados enquanto partes integrantes des e dis '1lr~o omum. No final, o que é produzido é a imagem de uma participação 1111nin : e no universo cultural; quase não nos afastamos, no fundo, da imagem C'(1I1S'nsual Ias hierarquias sociais outrora propostas por R. Mousnier.50 Parece-me que o verdadeiro problema é, ao contrário, compreend 'r 'lllllO in livíduos, c ujas histórias e experiências são diferentes, podem de 'idil s' r 'unir e, mais ainda, se reconhecer por intermédio de uma identidad ' ',ll 'illl 'omum. Em resumo, trata-se de se interrogar sobre a relação entr' 11 l.Il'joll:di e a de identidad coleti va. aA família análise dos testamenLOS I individual dll,' 'OllrraIa Ics - e portanto sua erelação com , com a parenrc!:l, (1I1l 11'ol11uniciade de ofício - introduziu-me nesse entrelaçamento de s lli d.1Ii 'dll I' 'ele hierarquia social.
7, ~ níveis de análise foram portanto múltiplos: à proporção C ju ' ,'I' dI ,dll!ll :11'11111, a pesq uisa foi orientada para problemas diversos, objeLO.' I 1,lIil.' dil' 'r 'n es. Po ler-se-ia objetar que essa multiplicidade d . nfv 'i~ 1111.1li :I ori 'il ali Ia le do caso de Turim em relação a contextos em qu a lill 1',11 I)', '111do trabalho e suas organizações tiveram uma história mais lin ':tI'. Irl Ilillll IlI' 'onlll 10 a uma outra interpretação. A variedade dos obje os, dll' I 111.1.,das 's ':II:I~ de observação remete sobretudo, a meu ver, a un"la r ,li ' II llhl' os lir'rcnlc~ -ontextos que é necessário explorar para nl'nd '1,1 II/tl's ti' IlIlI r'n >111 'no so -ia I. Durante muito tempo, as divisões li~ 'ipli1lil 11' 1'111("'1:lm nos di~p 'n~"r c.I'ssa rarcfa. Mas a lif renciação Ias r -ali Iildl 111.11111l'.I', a pallir Ias runç< 's . S : II I" ,I , 111111I 11, I plllc 1I('i.llid:ld'~ in~ 'rila~ na~ anális'~ pro "ssuais. I Illl illl I'llllll','ll 'n\ minha dfvid:1 r 'Iaç: O 1ra!> :dlllls d' '1111 I' 111 I':, 1I', 1111111'11 1111,I 1'(lIllll dllS di~t. 11'ias 1111''1\1 S' ·~tab "1':11\1 ,I 'aOs :l S' 'lIil
11111111'1IIn 1I,llIilllldll~' 11I11I1i11l1tll~III, 111111 ~Id hl1'1111 1111111,1111 1'1111111 111',1 t", 111111111111 11111 li, (\11111 Ir lll " 11111 IV 111.lIdl I " 111I 111,11111111 111I 11
11Ição a eles. Pode ser út il voltar ao assunto. Para analisar a f orm:ly:lo dll 'rupo social dos comerciantes e dos artesãos de Turim, esforcei-m' P,II,I a 'ompanhar os protagonistas em suas escolhas no interior da cidade; I:11;11 'onstituir, em suma, sua experiência , antes que postulá-Ia a partir ela posi " o IIlle ocupavam na hierarqui a econômica e social. Seus itinerários, as r 'laço " qlle estabeleceram, tornaram-se sinais da amplitude e das ca raeterísti as I, 'us horizontes sociais, assim como das limitações que podiam influir 'llI lias escolhas. Nesse sentido, as relações sociais tornaram-se um e ontexlO no lI"al inscrever as biografias. No caso dos comerciantes de Turim, a experiência das relações . '011micas e produti vas não foi uma condição suficiente para a emergên ia I' lima consciência de grupo. Sua experiência social era muito mais vasta ' 1I11liscontraditória. Eles já tinham compartilhado, durante grande Ial'l' dll 'ltlO uma certa fraqueza em relação a outros grupos mais bem Silll1l" XVII, dos na escala social (os funcionários do Estado piemontês, os nobres); 'nll(' I.llItO, eles gozavam de um pr estígio e de u m a condição de preemin l\ 'i,1 111\ lima variedade de instituições, principalmente as instituições polfli(':\', t Illla onsciência do grupo só se manifestou diante do encolhimcnw, '011 I I\\porâneo, de vá rias frentes. Ela não foi portanto solicitada pela xp 'I i 11 11,1('ompartilhada de uma condição estrutural, mas pela constata ão I' 111\\ I lI\pol reeimento contingente elas possibilidades de ação numa plurali lad ' til t'ampos sociais, A estratifieação urbana não apare e portanto 'omo IlIlIa I I' tia 'uja estrutura seria definida de uma vez por to Ias, mas 'omo 1111\lI 1IIIIlp 'lição incessante para negociar sua forma sua '()lllposiç:IO, POI Ollllll I Ido, o~ pro essos sociais que desembo aram no 'mpol>r ,t'in\t'lIlo do, 1','IlIl I)'j instilU ionais não foram produto l' forças ',I 'rilll '~ilO 1I10Iil)',IIIII'd.I, 1111111r1'sultado - nem totalment· pr 'ViSIO, 11'Ill 1011111111111 iJ ll'llIdll d'l I'lllllp 'li ão entre esses mesmos indiv 1110,'111", '" 1'1111,'I 1111111111111 11 I I' 1iI\\as. /\ int 'r \'p 'n \':.n ia ' ist 'nt' '11111'tI 111\'1I dll 1111111"11101111111111 111111 lellI li' 'o Ias r 'I:lçõ'~ inslilll 'ioll;li "1I""I' 1111111111111111111111'd " i 1111111 O 1I11t'li\(, 11"111' I \1111 1I I 11111111 111111111 I 11 I', 1IIllo, S lbl"llIdo, I 1111\ I 1 I IIlII, IIIII,'I!O ti· qll' os insll'llIll '1I10'j ell 1111111111111111111111111 11111111011 di I tloi~ 1\ ,i,' nl O poli 'nl,' 'I dikllltll ,NIlI I 11di 11111"111 11 lil '1111111, 11Illltllito il\StÍlIll'illllltl n:10 1I11t11 11.1 I1 11111IIdlllll I IIIIl I I 11 \,1 1I1i11 I ,li li 1 IllI 0111 I~1'111 'I',od \,' 1111', ' 1t,IVII I 111111111 til 111 II I dlll 1111011"11111111 11111 111111" Nl t 11'llIl "li 1110, I I II 1"111111111 11111 I 1111111lllillIllIllllllll: I1 11\11 1111111 l'Il\'I'I',C'11I d I C'C' 111 til lIlllIlll I 1IIIIIIIIlIIIl\ItlI I Ili, II I Illllllill 1 11,1111IIIIIlIIIIII dll 1111111 t 1111111111111111111II1 11\'11111 1111 1 111111dl~1 I 1111111 11'1lll I I 11, 1111111111\"I1 I 1 11,11111 I di IIIlIlIlllllllltll «
'vi lente entre, de um lado, as formas de consciência, as motivações e a s int '11'ões que estão na base das ações individuais e, de outro, as c onseqüên,ias " umulativas" dessas mesmas ações, É entre esses dois níve is que as listâncias podem, evidentemente, ser muito grandes. Mas é preciso evitar a 'ol1fusão, Para F . Barth,51 é a co nstatação dessa descontinuidade que muitas v 'zes legitima entre os pesquisadores a utilização de categorias e de instru111'lHOS de análise distintos, uns considerados próprios de objetos "micro" e os outros, de objetos "macro". Essa separação oculta, na realidade, as relac;( 's existentes entre os dois momentos: e la transforma em propriedade d o ohj 'to as etapas de sua formação.
te, esse exemplo mostra, a meu ver, que apenas a adoção dos 11\ "1111 instrumentos de análise pode permitir explicar os dois momentos, 11111 I lima vez, é a decodificação da experiência52 individual que pod 1os i 111111 duzir nas características das agregações sociais, Indivíduos e instieuil;n 1I r 'itos, em suma, da mesma matéria.
Gostaria de propor um exemplo concreto do qu e acaba de ser dito, ti1'lIdo ainda uma vez da minha pesquisa. E le se r efere à análise da formação ti' lima identidade de grupo entre os comerciantes de Turim na primeira 111'ras -;I los em o bservações minuciosas, em que a amp liação no mi1111 '()pio P 'J'mic' su blinhar a mu ltiplici lade dos elementos em jogo, Pens tlllt' ho 1 pal'l' 10 I bate "mi r o"/"ma 1'0" pode ser entendida nessa per sli 11 i I. l\IIil1ha I)I'Ó' ria 's 'olha de IITla an,ílis minuciosa ela eom plexidade 11 1ti 1.1 1:111)1)- , I Ia onstaração d' 'lU' os 11'0 e limentos de en ralização ltillllldo .. 1111hisl )ria - nas ,i n ias so 'iais não apcl as I monsrr an slla fraI, 'Ol1las, ni () s 'r ia r i o gr av '-, 11111/,11 (l (/11 ',af'inal mas Si o I"aml) '11) r 'sI'tlll.l ,i .. pOI' si/.!,IliI'i 'al;< 's I I' 'nh 's I' 'ons 'qU n 'ias i 1 'ol6gi 'as ' aI' 111 111 0 polli " .., I\s 1'1I1SilSi1llulogillS PIOI oSlas 'In 110111' 10 'ol11p aralivismo 1" "I Id,'I(OJiol',1 di 1 I 'vi ..iolli.11 1\11 1\/'111111111:1..: O 111\1 h0111 (', 'Illplo disso, N 0111 i'lIil'i 11(, ~t' 1'"111", (;II,~I"lill ti' 111(' d('hlll,'11 'lIi1,,' 11111(', ('lllplll d' /'11111 i11 1 'll1l1l1l1ll1 Illlti 11(11(111,( 1/11( 1I1111111111l 1l«llIllilllIlll 1'11111'dllll'liIJ 1 .11, d 111 11111,1 111111 11 11 1II/IIIIItllIll.lllll" ('1/11 \11 1 1,11111 1IIIIIdl 1I111t '1IIl Ilti .tlll 1,1 111111 111111111 1IIIIIdl 111 11dll 111 11111 11/1,
Braud el cons truiu so bre bases sólidas um a imag '111 dol),ti 2, Fernand do mundo mediterr ânico na época moderna, ao me smo tem po "li 111' pr opunha um a série de ponto s fundam entais a par tir dos quais pod 1111111 tentar estabelecer um a comp aração e m escala mundial.! No nlalllo, til I11 de O Mediterrâneo, algum as das sínteses em qu e cora josam enL' s' 1,111,011 pro põem um a versão fortem ente funcionalista dos processos 'vo llll ivo \ dif usão e a t ransmi ssão dos elementos da cul tur a mater ial, por' '1IIplll, 11 analisadas, e m sua lenta transform ação, como f enômenos mui to POII('O ('oldll tuosos, e con seqü entem ente as modific ações que elas induz m no 10111'.I 1" I zo são en tend idas e m termo s exage radamente me cânieos , S ll',' Olllllll de Civilização material, economia e capitalismo,2 es pecialmenl " di, ;11111 Iam, por trás de um imp r essionan te acümu lo de leituras e d ' il1r Ollll1 um a visão que me parece demasiado sim plif icada do mun do O 'i'lI 1(' '(III( 11 do, por exemp lo, à oposição entre ricos e pobr es) e um a con p ':to d '111I 1I1 do mecânica dos fe nômenos de difus ão cultur al entr e país s, h '111 ,'11111 11 entre camadas ou grup os sociais, Esse s volum es, que visam um pübl ico a ber to aos não-es p' 'i:"i t", I1 gerem q ue a comp lexid ade social af inal quase não pesa no IlI' c I i~, I H 1111 às transformações lentas do mun d o, Essa e r a, no fundo, a filosof'i:1 d,' 111111 dei e a razão de seu gos to pela história: "Sim, entregar -s ao pra~ 'I I I11 do tempo estreit o, com sua trama fechada, em virtud do <111' o ili,llllIlIllll perceb e mais as aparências que as r ealidad es do passadc, ",1 :0111lido, 1111 mo que o mundo assim evoc ado se ja bastante real, m 'Sl1l0 <1"(' 11 1 '111itl das transf orm açõ es da cultur a mater ial se ja tal que "o t ' mp o, 1\[1 V('I Iltll , I a bolido",4 ainda assim é por me io de diferenças mín imas nos '(11111)(111111111 tos cotid ianos que são construídas a comp lexidade so 'i~11, lIS di!'('I' 11('111(I' locais nas quais se e nr aízam histórias que são elas n "sl11a s i" 'dlll iVI I1I1 1111 diferentes e nas quais se ex pr imem as capacidad 's inv '11Ii ll~ do' 1111111 111 Não o ponho aqui termo a termo macro e micro-história, 11\[1,' '(111 Idl 11111111 1 variação de escala de o bservação dos fenômenos '(lIlSlillli 1111\ill'lllllIll 11111 (I
I F. 131':11 1(1<.;1, L:/ f\Il{c/ir 'rr :lI1é' 'r /(; 1I1011c/<; m '(fi r 'ml/1 < '/I:) /'i 'Jlllio 1(1\\11 12 ita lian o e o fra cass o da grev e gera l na In glaterra em 1926. No 11 111 11ItI '; 11 '1 talista , foi ent r e as du as guerra s que o consumo co meç u a a b ·tI ' "I I 1111 1 mode lo uni fic ado . É pr ec iso po rtanto re petir: a im agem da r 'vo lll ': o ItI ('1111 sum o co mo um fe li z acontec im ento imp ede qu e se entenda pro ' 's 'ti ( 111 tura l su b jacente aos co mp or tam en to s do s co nsum i lores .
6. O terce iro
pon to
que deve
nos ocupar
é a hi póres '
lil'usiolli
I1 I, I
que c ons iste em i m agin ar um a d e scida socia l do co nsum o 10 IOp O '111 dl ll ção à ba se da es ca la so ci al. Ela é i n se parável da co nvi çã( \' <11 1' 111 11 11f i ciedad e es tá pro nt a para consumi r a partir do momento '111 li 11 , "/ lI 1 111 11 reuni das as cond içõ es ma teriai s (da mes ma maneira que 1111 '11111'1I1llilll 1 111 po se co nsiderou qu e tod o at or es tava pr onto para entrar, 111 111\1 '\11 '\111 doi ria I, ou pa r a inter vir no me rc ado , a partir do mom nro '111 1l 1 ':1 ol'( 11 I \11 1 f oss e apr es en tada).13 Or a, um a tal unif ormid ade do s compo rtamentO s, assim '011 10 1\ I /',1,\ dll im itação social, não é a bso lut ament e po nto pa cíf i '0. (~ pr ' 'iso li 11 ' 01, IIl lll1 , Ii nh am razõ es p ara imit ar. As soc iedade s mediev ais c mod 'I'n;\s li,o (" 11 11I III1 tif icadas apenas em fu n ção dos nív eis de f ortun a 011 Ias b:II'I' 'illl' jlll dl (" '1 11 1 def ini am es tatutos. Sua segment açã o se baseav a tamb 'm 11:1 'x i,1 11 ('101di 111 1 turas, de es tratég ias de so br evivência, de formas \c '( nSUl 11 0 dil '11 1I1I ' 11 devemos im agin ar a bu rgues ia em busca do mo I 10 al'isl()" til O, o' 1I1t11011111 dores do modelo burguês, os mendigo s do modelo 10 ,ISS:i1:lli,1I111I II I II pena ele nos in ,pedirm os de enten I r os f el ômenos d ' 11)01 ilid 111 11111 1 7. O interesse b'ísi 'o le um CS tll 10 do 'onSllmO I\l' P III('I" I Idll 11 11 fato de qu e Ic nos o briga a I 'vaI' '11) 'onla 'lel11 ·nt OS '111iIIl':d,' lIlIl 111 1111 '\1
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do 1IIIIIIdo , ,'o '1:11HO menos tem o mérito de nos obrigar a refletir sobre corno ('(111,til 11'Ill llS solidariedades sociais. Os mecanismos da distribuição ro _ « 111I111I 1IIIl/()I'I,11ida le social engendrada pela produção, As relações entre ;_ 1111,' ,(':, Os 'su los, le Vida, os pertencimentos étnicos e culturais, as tradições 11111111:11 's I: O ol'lg 'm_ a formas de solid~riedade que não se sobrepõem àqueIIIS hll,'t'lIdas nas rela oes de produção. E nessa perspectiva que o estudo dos 11HltI '1(IS ~', 'onsumo 6 deeisivo: ele pode nos permitir entender em que p,i1~'o, ,'o 'llIlS atllam a inveja, a imitação, a solidariedade e o conflito, Numa IIl'I ':; 'rv:lVlI 'lU" 'om o :111111 'lHO da r 'nda, O 'OnSUl110 'I' ','(", (' II 111'1I I1Iilll',itlo I 'Ild' 11:;' torllar irr 'v 'rsfv 'I; 110 'aso I, <111'(/11 da I '11dll, 1/ \1111.111110 J l '1'1ll1111 ' " 'Sl:ív '1011 s l S ' mov ' /111 11\a proporç: o nlllllO Ill\li~1 lillll
1I I ," IllII 1I111i111 " IIII'UIII 111'('/1/1\11111 (1,111111111" 11, " ,\ /I ,'ul: !I/ltlllI' 1111'/1 1\' 1 11(11//1111( "111',11111111111 IIlIllIl'lilv 1'11s, 1111')), IH(; 1li\', 11/11111111111111111 1111111\rllll \1"1,"""111111,111,1'1111),1' \1\, \ fl IIIIIIi 111111 ••IIII""J, ,•. '"\ /111 1 ' / 1 1 1 / 11 1/11/,1\li"ltll,"ldlt '/11111/1 (1'11111111111,1'1111111"'11'"1 1 111 li' \ "
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tada,19 Duesenberry,20 em compensação, avançou a hipótese I'qll' I1 1"1 ferências dos consumidores são interdependentes e de qu e, por '011 )'1111111. as variações do consumo global dependem dos rendimentos r 'I:li iVII I 11,111 absolutos: seria isso que tornaria , segundo ele, o crescimento 10 '011 1111111 11 reversível, pois que o efeito de imitação atua mesmo quando (111t'llli(II/'l11J 111 vê sua renda aumentar, e não todos, Em 1954 , novamentc, rvI( di/,Ii,1I11 1'1" pôs, junto com Brumberg,21 um novo el emento de e xplicação; 's j"dl\ dllll inclinam-se a igualar seu consumo ao longo da vida mesmo IU:lIHIII 11 /I 11 dimentos tendem a crescer na parte central do ciclo de vida p:lla d I 11 I I I depois. A propensão média a co nsumir seria portanto relativam '111('1IIIIi I I ca (e inferior à renda) no primeiro caso, e mais forte (chegan 10:1,'('1 '1II1U1II11 à renda) no segundo, Esse fenômeno daria conta da inércia r '1:1/i 11,11\1tli I como na baixa, do consumo em face das variações da renda. !Cri 'dllllll, 1IIIItI rnente,22 em 1957, distinguiu uma parte permanente da ren Ia CJ II' ('1111111111111 ria o consumo e uma parte aleatória: as quedas de renda s 'ri:11I1 '1111',1I ti 'onsideradas transitórias e não afetariam imediatamente o nív ·1do ('OIl,illlIlIl Obviamente não é fácil pôr à prova essas diversas hi, 6t 's 's Il" i l 11111/ sociedade do Antigo Regime, assim como não é fácil medir O nfv ',I do, 111111/ mentos, suas variações, a evolução dos consumos ao lon o do I '1111", III 111\11 mo ao longo do ciclo de vida, a partir de uma documelHaç< O f'ra '111('111 11111, I ) qu' acontece é que essas questões nem mesmo foram '010 'adas, '<1,111I I1 s: O essenciais tanto para os historiadores sociais como para os "011111111I I
J O . Se nos eolocamos na interseção desses dois ponlos d' i. 11, Il dlllll Illriador e o do eeonomista, chegamos a uma certa 0'1' '11'ill apc'l, 111111 1111/1' I , 'qllên 'ia de simplifieações decepcionantes. Tanto par:1 111\\<111:111111 11111/1111 110,o 'onsumo - quando sc tenta perccbê-Io em sua 'VOlll\I~O IIi, Illlil 1 11/ 10'a probl 'mas d ifí 'eis c contraditórios na me Ii Ia '111q 11~.. ' Pl I 11til 11111 III '01110urna reali lade IIniform c homo rên 'a. ~Ol v '(11, pOli 11111/,11111til 111 1\(1plurali Ia I' 'omplexa los mo I -Ios CllltLlI"li' 'da:; pl',lÍei" ,11('1\11 1)111111 11\01','I' I's 'l11p 'nha UI11pai I I'r 'rminal1t· na lIf'irl11ill';: o di" IIII11I1I111 I 1\ 11l' I)ld 'ns '/!;rllpos:;o 'iais.
111I ': 1\1111111',11111\1, 'd, Ili li' A, AlI( I,,', Ildlll 1111 TIl<' C'ol/('I'/t'tillllll '''8 01' 1 "/1 1 11 'o f \l u lf ,'/: f ,'l/t li, (( :1111111,111,:1', I\IIIN " ,,11'1'\'1 '~~, IIIIHO H'II), '11I, ,', 1)11~ IdlI 11" /11 1'11 111 " 'I \ ,'11/"" 'I I' "11II1II'.I1i111Í 11I1ll1V'II'1 11111 l'IIII'/IIIIIPIÍIIII l'tlllllillll ,11111111 I ' I{ IIIIIIIIIH 'I', I !tllll\' d\( 1'11111111111111 1111 /11111111111,1, 111I 11111111111 (111 , I'II~I 1\1\'II/'\hlll 11111111111/ (r~1l' \ 1111111 wlll , HIIII" 1 1111111 I li\' 1'11 ,1'1'1) 1'111 tllI\llIl, \ "'111/\ / 1 1 1 1 1 ' /11111111111IIIIIIIH'I/ 111/1 (1'11111111111,1'1 1111 I li\( 1111 111 11' to "I 1 '1 1 ,1'1, /)
i; sso qlle, a ITleu ver, deve nos estimular a deslocar nosso ponto de obI~ \., Vil,': O, r '11un 'iando à hipótese de uma dicotomia entre duas fases nitida11H'1I1' S 'pilrnuas por uma revolução dos consumos, Mais vale nos atermos ao IlItlgo pl'O' 'sso, ainda inacabado - se é que ele deve acabar algum dia, de uniIIIIIlIi'/'OÇlO progressiva das práticas de consumo e dos modos de gestão da rendll rlllllili~lr, assim orno das relações com os bens e as mercadorias, Importa 11111111111 0 'obrir a rclação entre as formas de consumo e a segmentação d,1 I 's c,'JIItIIIIl'11 so 'ial: as lógicas que comandam os comportam entos têm valências dir,l' 'ill '1'1l1i O apenas em contextos diferentes, mas também em meios sociais dil It"ill 's no intcl'ior da mesma sociedade, As coisas são investidas de uma pllll IIida I, d ' significações,2,l e os elementos subjetivos que governam as es('111111,',tiS >pol'cuni Ia les e as expectativas contribu em para diferenciar a vaIois,24 i/,II~'to sO 'ial dos bens das diversas esferas sociais e cultura I'lII'll illlsl'l'al'
'sscs problemas,
utilizarei
alguns resultados
de uma p 's-
1J 11i,I litl' 'stOlI realizando sobrc os orçamentos familiares em Veneza enll" C\ ,~'Ii/OS V, XVIII, T rata-se mais de intuições e de hipóteses do CJ u d' ('1111,1111'1'1'11 " 'hauas, Elas mc parecem, contudo, suficientemente conclu 1 'li 1'1'r '/11 apresentadas aqui, Sua base documental é uma fonte pou 'li il'r p 11'11 II l!lil II~", I~ ;'omllm encontrar balanços familiares concernentes, na maiol'ill cilt' VI'I', '1'1,il I'al'nflias aristocráticas quc conservam seus livros de cont'lS 'il\ Ili' illqllivos, I~m Veneza, cm compcnsação, dispomos de uma série origillal, 'nte rica e coerentc: algumas centcnas de balanço", bastanll' I 1IIIIIdiil:tI'iail1 di 111I'III'i Ido,' do ponto de vista social, que foram reunidos e vcrifica los pOI 11111 11I1'I',i.'ll'tI 10 (o gil/C/i" li pcc izio n), Cabia-lhe, entre outras tarefas, 'OnllO Iill 11.1pl 'SIII\,Õ 's I, 'OlHas de tutor s que 'eriam os patrim6ni s I pupilo" tic' IH'" o IS jlll'idi 'lllTIentc incapazes (os loucos, por excmplo) ou aus nl 's, ( , 111'111,d' ('ontas 11'Ili','m informa 'ões em "ral diárias sobr as I'sp 'sas ('0111 IIilll '111U;I () , v 'sl'ullrio, a aquisição le bens ullráv 'is, a 10 ação ou g 'SI: o dll' 1llIlIlldill." so!>r' os gasros liga los ~ instrução' à qualifi ',IÇ: o profissional, 111\ Iil/,('I ,"Ill 'sll"" 'r os inv 'stim 'nros ' il g 'stão los n 'g >'ios, a loju ',11 IIl1ldo IlIlis g 'I'al, u alividlld' "Oll )111i 'U, 11:1I('OlllrllllOs 11111"prim ,ira lislinylO 'nlr' '0l1S111110' d 'sp 'SII.', NII 111111'11 lI\od\'lIlil, nlll)) 'rosos b 'nS I, (:onSllIlIO l1i o '1'<1111 adquiri 10,' POI 1111ill lil 1111111111111,'11,'10 11\'I' 'ullIil, illll,' P '!o IlIlIOpl'ovinl 'illO, Viii P WIIII\ '1110d(', i11 liol 1111111'1 '1lllodllS, viu ('illid"d' 011lIindll pOI illl 'I'll1~dio d' 1'011111,' di' ('1111
'\ (:1 1\1, I llllll:lilll I'\' lI, IIIIC'III'CIIIII, ','I",
lI'II I"/l/l'i:IIII"I,
peração recíproca, Quanto mais importantes eram e sses fw)l' 's. 111I cll I II distância que constatamos em nossas fontes entre as despcsas qu' '11'111/',1 tram e o consumo real; e esse fato, é preciso enfatizar, vale tanto pai' I 11('Itlltil quanto para o campo. E ele tem importantes conseqüências nUllll1 i/O li tllllr em que as trocas mercantis se tornavam cada vez mais intcnsilS. M IS 11"1111I crescente dos bens de mercado não tem um efeito unf vo 'o no ,'('lllitill til uma melhoria global: ele traduz, em geral, a disponibiliz'aç, o d' 111111 /'111111 mais ampla de bens entre os quais escolher; é acompanhado talllll Iil till 1111 recimento de bens de qualidade inferior que podem subsl'illdl 11111111lil qualidade superior antes obtidos por meio de práticas não m 'r ,tlllli" 1',111111111 tante, mais uma vez, não tirar uma conclusão mecanicamenl" jlo, lilVI dll multiplicação e da diversificação dos recursos disponíveis, p is o qti' I' tlc 11I minante são as formas da apropriação nos diferentes meios sO 'iais. Um exemplo significativo disso é dado pela difusão do millH 111Iilillll 11 tação popular na Venécia,25 A introdução maciça da nova cultllrll ,"!lI dlll'llill provocou um crescimento quantitativo da disponibilidade alim '11(:11'dllli 1'\1111 poneses; mas, inversamente, estes se viram - graças a uma rl'lInSfOlllll1 '111J lIII grcssiva dos contrato s de exploração da terra - privados de umll 1'111'( 'til (11 r 'cursos em grãos, que iria dali em diante engordar a 10 propri 'llÍrio " ,'11111 qüentemente, as quantid ades em circulação no mercado, r' rilll 'Iililll 111111 I, uma grande parcela da população iria basear-se dali 'm lianl' llillll I" 11,i1 :\0 qual faltavam várias vitaminas essenciais (com a difusão 'ons' 'lItiVlI di J I lagra~, Um outro exemplo poderia ser o da difusão, na Ingllll: '1'1'11, do ('1111'/1111111 do há e do açúcar em detrimento do pão: ele revela uma m 'Ihori 1 lu (1'1i11111 d' I vi Ia caracterizada pelo progresso rápido de novos prod 111 o,'; 11111.' 111'11111 Illmbém quc, no século XVIII, o regime alimentar d vários 'rllpOIJ illllltill lia ',IITlacla inferior da escala social se dcgradou, na lngllll '1'1':'('01110I11 V I1 'ill, ranto em varicdade quanto em qualidade, mcsmo qu' a pllll ' di tll 111 SlIS 'om alil entação fosse I'clativamcnte 1T1aislimit,\ Ia no 01''11I1\('lltCI1111111111 os novos produtOs eram mais I aratos e eCJ uiv,t1ent 's 'Jl) pod 'I' I' tillIilll, 1111 II\i1is I obr 's 'n vitl\1 inas do qu o pão le tri'o e 1 "nl 'io, ~onv 'm notar tlIml ém qlle a import'1n ia Ia 'ari lat i' 11'11 'ava alirn 'nco 011 'nl'l () abrigo - na "ononlia d011l ,\1'11 lill ('i', ',' signifi 1I111i,'pohr '1'1il1lrO IIIi'.ia 1111'sCrutllrll Ias U 'SI 'sas 11m ,1'11\ '11(0 d' illl 1',11111 dlld ' 1111' 111o ~ 'ollsid '1':ldo na 1'1'01'1''SSI o 1 'sfas S ''lIndo 111 ,i ti ' 1';111',I,1 li. I I \'tll illlll " ) ~IlpllclV ,I: paI'(' da popltla\,1 o qll ' po lia 'Ol1tlll' '01111111\1111 1111 I dll 11" ti podi I di,'por d ' 1111111 'irl! 11'!l11 i VIII1\ 'lI( 'lIlIl 11011\11. Ao,' 111Ih d I'ICIVI J
'/lIII'III I/IIIIII/lI/I I/l/II/ /I//P'1/ /11/ 1I
(NIII' \'11rI\ , 1111' , 111/11) il 1111111\ 11111,(,'1/11/11111"1111 NIII' 'I/rI, NIIIIII 1/1/111111r1, J !J H II I/r /l'II /' 1 1 /1 11 t 1 l1 1 ( 111'11111111111 111I1I"i/lr/lilltll/lI'(( :lllIrllllrI/ll, (:IIIII1I1Ir1I',' 111111111\' 1'11 ,llltU) \'11111/1/111111 \ I I 11111'111, ,1'/11/1/(1 /111 ) 11/\,li/I 1/1
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dos, onstantemente confrontados com o subemprego ou o desemprego, a ca11m ' a mesa eram asseguradas mais ou menos bem por instituições de (' lI'i lade como os hospitais ou as Scuole grandi (as poderosas confrarias vene:I,illl1as). Os que mendigavam nas ruas podiam também dispor de rendimentos o(,lIsionais, que por sua vez davam lugar a despesas ocasionais, a respeito das !Ill:1is seria difícil extrair uma lei. Isto para dizer que a estrutura dos orçamenIOS familiares numa sociedade do Antigo Regime, em seu nível mais baixo, I 'fl) provavelmente um caráter aleatório muito diferente da estrutura do con111110I lima sociedade mais mercantil e mais homogênea. I~nfim, a predominância de um sistema difuso de crédito informal ' ti ' p 'qu 'na escala, baseado na possibilida de de se obter empréstimos el11 110' I I, um penhor ou de uma garantia qualquer, sugere que pode ter exisI ido, 11:1f:ltia relativamente pobre da população veneziana, razões p ara adCJ llidi I>'IIS duráveis de boa qualidade, não para seu próprio consumo, mas para "11'11) 'mpenhados em tempos difíceis, É isso sem dú vida o que expli '(I 'n 'ontrem nos inventários ou nas contas de venezianas pobres t' ,j l j!1 ' ," dllN li, !Iualida Ic, lençóis, jóias de va lor, em q uantidad es que parecem I 'I IHIII(,II I '1:ly~O com o que constitui seu estilo de vida quanto ao resto. Pod ' IllIlI illHlginar que os dotes pudessem ser parcialmente utilizados para Cl, 111 'Il\Cl, l'il1s, 'l'édito em pequena escala é um dos aspectos menos estlldll tio, dI! 1'('ol1omia dos séculos modernos,26 mas dispomos de testemlll1ll(1, 1IIIIIIId 1111 'S, of'r cidos pelas mais diversas fontes, da existência de umll ti 'li r 1 I('dl' d' 11'1 i 'roem préstimos contra penhor e conhecemos igualm '111 I I IIlplo, ,'lIrr)l'eendentes de trabalhadores pobres que, no século Xl , UI ili I,IIV 1111 ('0111 frllncle habilidade ob jetos de valor para obter crédito. Quan 10 o', ( 1I1llH)lt('S 's da regi'ío de Biella, no Piemonte, se tornaram oper'Íri si' \111111 I lI)li('11 n ~ss' "ntro industrial prcc ce, mantiveram a propri 'd'ld' ti, ,"11' 111'''11\'0,'d' r 'rrll 'm suas aldei;)s de orig n , que esp 'ravam po I 'I' l'llIl" lI!till pllri! ohl 'I' 'r6dito, 7 Assim tlln b6m, a pes(l'lisa I Bill "Villi,lIt1s ,'0111( (I' op 'li l'ios ju I 'us I' Man ,h 'SI' 'I' mostra orno, no iní io 10 s' '1110 IIIV Id('il I,' IWllhllm Os I 'nç6is IIU' Ih 's hilviilm sido 'nrrep;1I 's para laval 1111 IH ,,1101'dlll'lIl1l ' ;tI fllns lias ant 's d' I' 'slilll(-105 11S 'IIS propri 'l~rios, 1 lilll ti, 111I11H'111:II' Sllll li(lIiÍ 1 'Z, H 1';111SIII11I1, 'SSIlS 'I'am so 'i 'datl 's '111(111('11:III!
'I, (:1. I1 IIllil',lIN d' V, 1'1'1:.1 'I" I', ,'pld'l'flld, I" )llIlIll"II(', 1',,'t'1 lti" (:, 1\ 11111 '(:, I h /1111 11IIlIldll'l 111111111\11 I, I /1\'1111 di ('li dll 1111':11111111', ;\VI 'VIII :111 l'li ,.1'111/1/8, / / 1 I)
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da sobrevivência baseava-se para muitos na 'apa 'itlad ' ti, ,', I"(H '/',"1 ('1111 tra a ameaça permanente das flutuações co njuntllrais ou das 'V('nllllllid:ldl' ligadas ao c iclo de vida, Donde essas estranhas d s ob 'rt':1s 110~illv 'nl dll dos bens dos pobres, Os exemplos dados referem-se apenas a grup s situa los na 'llltt ItI 1 In ferior da hierarquia social. Eles visam a mostrar que é difícil 'slildar o .'isl '1111 do consumo, a organização dos patrimôni os e a lógica das desp(,;~ils uil ('1111111 aparecem nos balanços familiares na ausência de uma contextualiza 'I o PI'\'l'I I numa sociedade dada, no interior de um grupo e numa situação pal'li '111111. Não poderíamos portanto aplicar a Lei de Engel tal e qual I1IlIttll ,(H'ii dade global. Isso não significa que seja preciso recusá-Ia em blo '0: '1;1d( v, ser posta à prova para cada segmento social, sendo os ,cgm 'nlos ti ,l'illidil como os grupos que, no interior de um conjunto social, tên 'm 'Olttlllll 11111 mesmo estilo de vida e uma mesma estratégia de consun o, 1':Sla " '1)( I11I uma hipótese de trabalho, análises mais pertinentes,
mas ela p ode nos ajudar, p nso 'tt, 11 I'~'11 111",I
11. Passemos ao estudo de um caso concreto a parti r I' tloi~ Il:d 111,f i familiares feitos em t orno de 1620. Os livros te contas 1111' ,I" 11"1111)(111, simplificando os dados, co brem em ambos os casos mai~ I' 1011IIOSti, I" r; o diária das despesas com cada um cios filhos. 1I'ata-s' I' I'anl lills (,Iljll I' li 111rreu quando os f ilhos ainda eram pequenos. As 'ont'lIs rOI'111I1\111(11 lilll P ,Ias tutores legais encarregados de velar sobre SU'I '<..hl';í '[ O ' di' F ,( II1 til 111'Ihor forma possível o patrimônio familiar. NOluadro < 1 11' 1I','IIII\( " \ dlldos (cf. p, 221), lemos horizontalmente O tOtal Ias d 'sp 'Sll~ '()Itt \'1111 \ II lho; lida verticalmente, a última c luna recapitula ti pal'li 'ipa '110dI ('11111I 111 I tllI II1II I li 'I 's na lcspesa ylobal, ou, se se preferir, o inv stim '1110 ('011,i('11 ('1I(\a ttm com o objetivo ele asse YLWU sell lestino prof'issiolllll, . primeiro caso di/ respeitO a lois m 'ninos - 1I11\anl 'nillll, () 1"111111111 lilho ' 1 stinil 10 a L I 111'1'arreira de comer i~lI te 'iI r 'IOI1WI' 11, 1111,,1i111111 1I1 11\'r 'iais 1" - s 'u pai mantinha '(lm AI 'xandria, no I~gilo, ond(' II 'i( hdll segllndo' 1('(' 'I' aOs O anos d ' i Ia I', ti 'stina 10 ~s finnll 'li.': 1011111' 11111 'X/l 'I'/ '111mar ria ti, 'fiml io 'nl'l" V'n 'za 'a f' -ira d' 1\01:1,11110, A 11111111111, .10!lU ' par" " ,ti 'SI il1l1da ao ':ISal11'lHO (n1l1s S'II 101' 1110ap:lI 'I'(' 1111 IlIillllI "O p()Iqll' O 'IISIII)\ '1\10 (\ 'V' ( 'r sido pOS( 'rior [10 p 'r ollo li' o!>.'('IVII\, o , , 1)0,' tI:ulo,' I' '('\Ipillillldos no !I"lldl'O, poli 'lHO,' I iral li.' , '/',Ititll 'ill\ I
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mesmo não acontece com as roupas comerciante) nem com a educação q ue faz es tudos
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111;1:1part·
1IIIItI '10 proposto
limitada
por M ocligliani
dos patrimônios. em
1954 -
Seriam a poupança
portanto e os r
-
segun ursos
1011
< J ' vi h til" 'omporiam sua parte mais substar ial: liglllllO' ' , umtner29 inv<.:rtcnm ssa r 'Iaçl o, 11 0%. EITlI9tll, I otlikoff
111111111('o ,i '10
HO"t, ('Ollll'lI
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I illtlo '111 ' 1i I ollpança 'on~ritllfda dlll'anr o i 10 I vi Ia r 'spon lin IIp "li 1'01 11111qllilllO Ia riqll 'í',a 'xisl 'nl', Est, ':> 'J n IClvida um pr ol 1 -11111"llllld, 1:11111)('11\1\1i ~I Ol'a 1110 I 'rna. IV' 'li S 'nlirn 'lHO' f' 'lu - a I11:lior ri 'i I 'Z tio 01
"I I, I, !'ollilol'l' '. I" 11. .'11111\111", 'I'hl' I()le 01' 1111 ','/\ 'li '1'IIliOIl:d I"IIII,I'("~ 111"1'1\111"111 1111'1111/ 1II'I'lllIllIllIlioll, .111/11/1//1 (11' 1111/i,i('lI/ 1':('(III(I(lI\~ <'N/OI/ \ , I')HI: II I '~llíl'llll di I\llIdl /dhllllllllllld\1 "I I,il ('Yí 1(', 1,"IiI/llil,.1I Ihlil'lllllíllh' '\/II'lil'I/I/ WI IIlh 01'1111111111'" /rI 1\'1111111 1'"11 I 1'111111 11/ 111111 11'11'lil li 111111 "1 ,I' 'I ',I 1 / , I, 'I'1111111111 1111111111 111I1111'/'1 11111/11'11 "li 111111 I Ililill I 111111111 I I" 11 .' 111111111 Ii I 111111111/ II 1 1
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ANTES
DA
"REVOLUÇÃO"
DO
CONSUMO
(:OIlV '1)1nos determos ainda num aspecto particular surgido no decor1(" d ssa lis 'IIS 'ã , J\. diferença de recursos entre os fi lhos está estreitamenII liga Ia ; nawreza das regras de transmissão dos bens: os sistemas de 111, 111\'"in livisível, que beneficiam um linico filho pelo princípio da primo1',111i( 11li, I 1'0luzem, é claro, uma maior desigualdade entre os filhos diante tio ('olljunto 10 patrimônio, Mas uma tal hipótese em geral não leva em con1,1il 'Sll'Illllra Ias patrimônios em toda a sua complexidade, Alguns indícios IIIO~lln')l qll(;', gestão pessoal do patrimônio nem sempre coincide, para o f i111(1lIII ' ~ S 'u herdeiro principal, com uma preeminência efetiva sobre esse J lIII i'l1 nio, Não é CCrto tampouco que a exclusão das filhas da herança por Ill('i(l do dot, s mpre signifique um valor menor deste em relação à parte rcI 'vada nos herdci ros homens, importante, Se11,)) asp , 'to do debate me parece ser particularmente 1'.I(lltlO 1\ ' 'k 'r e Tomes,31 ao longo da v ida os pais intervêm para igualar o ((lII,lllnO 'n r 'nda dos filhos; ao morrer, eles se utilizam da herança para ate1111111 1I,~dif"I' 'nças xistentes entre os filhos quanto à capacidade de obt er r _ ( 111 ~(I: 'SI' S 'ria O efeito, ou ao menos a intenção, das partes desiguais da 11(,,111\'1,";SSlI igualação das oportunidades seria hoje a prática mais d ifu n' dltlll, ,"111 pI'O 'lIrar penetrar mais nessa discussão, extraio dela a seguinr' ((111(111,'110:lia longa duração parece que passamos de uma estratégia de li~'I1 111'1"' o dlls I 'spesas entre os herdeiros homens de uma mesma família paI I IlIllil I 'nd -n ia i uaJ itária (ou para uma diferenciação compensatória), 111111 1I vOlltad ' de asse urar aos filhos condições de início de v ida eompar:'!I' IN o,' pllis 'onsi leram essas condições desiguais e procuram portanto '()I'111', 1 li" ,
"l'/"lInda 'on 'Iusão: a igualação das condições e das possibilida I 's 01" 111'It1,1~IIOS 111-ninos ',S meninas é um processo de duração ainda mais 1011 I ', '" IIlli. Ilcio s' tr·lta ,q enas de uma realidade jurídica, c não s' d' I' illl '/',illllJ qll' 'Ia r "1'1'te à generali/,ação de um sistema de herançn qll ' 11'1/1 1 1/',lIlillll('1I1 ' os dois S 'xos, L e fato, o problema é duplo: é preciso I 'V:II' ('111 111111".til' 11I11lado, n c1if'r 'n aios onsumos para a Ia setor Ia alin1 '111.1 ,'\tI) il1,llIl\'1 o ,1111' P 'rman" 'u muito force até um perío 10 I>ailal\ll 1II/\lIIlIIHII,II1 'o; ti' 01111'0Ia 10, a lransformação mllilo lenra ( 11"' "'I:í 1(111 ( I
1',1dI ('ol/\pl '111Ia)sil11pl d:1 so's,i i'dali' sist 'ma 's,'r rrallsI'CHIIIII\'1 qlll v 1',1111' li 1IIIlÍlo 111'111da '1I:"dad, '10mon 'I(lria d'dasv 'n '/ 'io I, 'lida IIJ lI dos filhos, S 'jll dllrunl 'o ,i '10 d' vid". I I" 1 1111(11111,10d,1 11('1\111 'li, 1';J l('Ollll,IIIIO,' 110 :11/\'111'111/\11 'voltl\';ío I '111I t' 11111
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ga que leva de uma estrategla não-igualitária, e que conc 1'11' :I 11111111 li I mulheres, a um modelo igualitário, A segunda família presente no quadro é ma is pobre e L '1111111111111111 11I maior de meninos, Ela confirma o que foi dito acima: uma di/' 'I '11' I lllilll 1 da entre os filhos, Os três primeiros se tornarão frades e t 'r' ~il() di qlllll di um cargo público (que, ao que tudo indica, não exercerá 'I, pi'('lpdll) '1"1 é o quarto filho que é destinado a se r o herdeiro único e para ) qll,tI I' dI pesas com alimentação e roupas - mas não com educação - ,'('11111 1111/ " tas durante a adolescência, É interessante notar a diferença 'J lII' .11I 11 irmãos mais velhos: eles se destinam a três ordens religios:ls di/' I 1111,11 que implica uma diferenciação marcada das relações e d'l trad i ' I' 1111 111 de uma estratégia familiar de diversificação, mesmo que seu d 'SI i111111t 11111 te pareça ser comum, Eles implicam também custos e co nsumos dll, I 1111 conforme se trate de um elegante convento de agostinianos, U111:1'li I tlllIlll nicana um pouco menos prestigiosa ou um mosteiro francis 'ano; li,' til '111 11 com os livros e as lições são elas também muito diversas, Estamos aqui diante de uma herança indivisa c de uma 'SIIi\l 1'1'111 gorosamente não-igualitária, Todos os itens de consumo são ri '0111,111111111 hierarquizados no interior do grupo familiar em função de 1111111 ','11111",111111 mum, como o eram para a primeira família - mas aqui a h '1'1111\'11 IH'III1IIII1 eerá indivisa graças à exclusão dos que entrarão para a Igr 'ja. AllllÍ, 1"'1"11 111, nos encontramos num momento intermediário de urna longa IllIjelllll,l Ipll - em virtude da obrigação de dividir a herança entr os 11" '11 '1111 111tllIl I to clue será instituída pelo código Napoleão, mas tamb "11 1 ('I/"/'I til 1II11I , e profunda mutação das mentalidades , III I'nta - levar'í a IlIlla "I' I'1111111',1111 ção dos destinos individuais. Em resumo, trata-se de processos long s ' '1"'III'a"/\ 'li\( 1'lIlllpll 11, 1111' nã passam por uma ruptura definitiva mas 101' P 'r odo, dI I' I I I ~S'olhas misturam aí as preo upações patrimoniais ' o P" ',I ",ill 1111ti11111I P , "OS psi 016 ri os, tais corno a pr 'o 'upação d ' prnl" ,,' o,' l'illllIl 111111, til provi los, t raços ulturais e so iais <)IIC r m 't 'm a 11111:1 ('IHII I p,'11 ti, 1I111n10 ou d 'I 'rminam O 'staruto das J 11ulh 'r 's ' los IHJ I)l '11\, NI ,I 111111111, IOIlIlI-S' lil'r 'i/ abor lar 11I'li l ',.' 'iro asp' '10 ql1 ' foi v; I'ia,' 1/,1 'I 1111111111111 II:IS p: ginas p,.." I '111'S: s' 'XiSLil1 11mpro' 'sso d ' i IlIlila\'lio ('1\11(' /111111111 110," , 11111 01111'0,mais I 'I1tO, 'nlr' m 'ninos ' 111'lIina,' /10 qlllcll/l 1111111111, ('(l1\,'Ii1!:11110Slalllh 'Ili Ill11a IIniformil',i1\';o 1'n "n 'ial da '1I!t'Il:\ cllI '/111IllIlil '11111'" '~',Ill 'lItoS ,'(J ('i;,j,' qllV dllllllll(' I1111ilOI 'I11PO 'Sl i '1:11111"1itl,1I11 111' I 1',,1,110 , (), ('slil/l, d(' idl', 11111', 1,'1I11i~1I1os ()\)it'li o,' (' 11,' 'XI)('I'I"III'III .11 11I1,'IIIIIII( tlift'l '1Il'Í\llill, IIlI illli I i/ll di' 111111 1111',11111, lIl'il'cllti " I',L 1'111'1 \ 1 • 11 1IIIIIlI/l 1\111 1)111'1',11. 1.11,I 11111111'1li 111' 11111'.tI(' ('/1111111111 11'1,11 Itll N /I 1'0111111 1IIIIIIIdll 111"J '1I1111 111/1 I \llllill 1 .1/11111111I11 "tiI () t I I li' til 1111I 1/1111111111/1 dI 1111\11 Z I 11/1 1I I1I 11 1 11111 ti llil tI/I 11111\/1 11'1'11111 ,1111 I1
, ~'37 '01 servam sua lmportancla. - Resta o fato de que os consumos tendem a se igll:dar e de que as barreiras entre os grupos sociais progressivamente desapar' eram, Par a e ntender esta última transformação, se rá preciso nos dedil'armos ao estudo das modalidades do consumo b em como à evolução dos 'stilos de vida e d os valores sociais. Ex istiu realmente um "momento feliz" qll' seria o da revolução do c onsumo?
A biogr afi a c o mo pr oblem a
"Numa
verdadeira trag'\<.liil, o herói IUC n ()rr',
d ' I'lilll, 111111 ','il" 11111111"
1, A apo sta biogr á fica A fronteira que separa a b iografia da h istóri''J s '11pr' foi !lil, 1I111 111\ pr 'cisa. E m relação a esse ponto, assistimos re enten nt· i\ 111\\I 1 i V II\I\IIII I rll li aI. Após um longo período elc desgraça, durante O qlli\1 (l,' lIi 11111,1111111 s' interessaram pelos destinos co letivos, o indivíduo VO IIO II IlliÍl ,I 1111'1111 11m lugar central elTI suas preocupações. A 'reelescoberta Ia biografia remcte principalm 'nl ' :\ 'i11)\IO da história atentas ao " o tidiano", a " subj 'Iivid:ld , '1Y l1 10, a história ralos studos sobre a ultura P O P Ullll' Il\lilh 'r 's. ( i's 'jo d' estender o ampo da hisl6ria, d' Il'a:l, 10 plano os 'x '!tlf los hm 'm6ria, r 'abriu o ti '\)al ' sol r' o llioJ (f: ri 'o. Nos 11I10S ant 'riol' 's, a mllioria dos historia 101'','
\' '111'1 1I 1111'11, pIIII"1 111'11'11111 I'~ 11'11111(111"1111111 I, :,1'11 111111,1'>11"111111\\11111111 1'.\ 111.11111111'411111'\1 11"1 I I 111111'/. 111'11' 1111d,l 1111111111 \ 1'1111 di 11111d,lIh 11111111111'111111111, '1"1 1111111I11\'11di I' 1'\1111111I I' ~II di 111111 1111\1\11(:1, I' 11111111111 11, I 1/1111(:1/ di 1111/111 111/11/1'1/1/ {li 1111111/(1'1111,1\11111111,111/11) , 11 1111111111111 I ,(: 1'11 111111,11' /I{1I11 I/'{1 I1 1/111111111 I, /111111111'"1111 1111I/li 111/' 1/1/ \ " "11 1 1', 1I I' "" "11 ,,, ( 1'111 , 1\111I111i,111/0)
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do camponês
ou do operário
para
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às pesquisas sobre as culturas subalternas ou dominadas a relogo se estendeu a toda a disciplina his~órica. 1',1.1I 'spond 'u nesse ponto a motivações profundas. Como o sugeriu LawII Ul' SlOn " levemos ver aí uma conseqüência da crise da "história científiI I", I)[IS 'lI Ia nos conceitos totaJizantes de classe social ou de mentalidade Ifll(' I 'Iil/iam a reduzir o sentido das ações humanas apenas a um subprodu~ 111d ' 1()l'ças produtivas e de meios culturais.2 A crise, de gravidade e de impllll. II ,ia I 'siguais, da interpretação marxista, do modelo estrutural e da 11111 li. ' 'liol1 6trica estimulou a estender e a aprofundar a noção histórica d illdl dlIO. I ' epcionados e insatisfeitos com o uso de categorias interpretaI iVII I'" I 'r 'I'minadas, os próprios historiadores sociais, tradicionalmente 111li, I1 'lHOS à limensão coletiva da experiência histórica, começaram a reIlllil ,'O!>I" os destinos individuais.~
li X.lo sobl' ' a subj tividade
I 'sp 'it dessas motivações profundas, a redescoberta recente Ia IlIt 11',1,11 li! rlli por vezes vista como uma capitulação. Alguns historiadores assiII d,lllllIl '1" ' s' estava correndo o risco de abandonar a "história-problem')" 111111 oltlll' a lima história cronológica, baseada numa conceituação frágil ' 111'1li ('\111(ullla 'on cituação dissimulada, além do mais, em meio à finali lad( I IIlpol':d '1 " ' estrutura a narrativa).4 Fo i sem dúvida por essas razões (íll ' 1I('lfll ',' I,'C io rr 'xprimiu recentemente, e nquanto ele próprio escrevi'l UIllI \'Id I ti' S: o I ,llís, sua perplexidade diante do novo furor biográfico." '111' 1111t1','oli! na atllal proliferação de biografias", cscreve ele, "é que muitas d' 11' I" o IlIlia vol a pura e simples à biografia tradicional superficial, an ' III i 'I, 111111111 '111' 'I'olológi a, quc se sacrifica a uma psicologia ultrapassa Ia, illl'i! p 1 1 ' , li' IllOs[l'ar a signifi ação histórica geral le uma vida indivi luaJ .'" 1\111.' loi 11P:lllil do 'ampo Ia so iolo ia lU' foram formuladas as ríti as mais, ' VI I I '. I'i '11" BOIII' li 'u a 'usou 'om 1111 'za ' as ,i 'n 'ias so iais d ' s 'I' '111111 i 111111 1111,'d ' UI11i1illlsão 'ara 't 'rísti 'a 10 s ns( 'omul1, qu' "d 's 'I"V' li id,l \ 1111111 11111'11Iííi1l110,lima 'scl'ilda, lima 'a1'1',ira 'om SllilS 'n '1'IIzill1a 1:ls II I 111111 'llIl' o ví 'jo . li vil'l'ud '), suas '1IIhost'II Ias 1 .. . 1 'ompo IlIndo 11111 ('Oll\(
ço ('uma estréia na vida'), etapas e um fim, no duplo s ntitlo d 1i 111111 I di objetivo".6 E, num a rtigo em que transparece uma "1'1'111111\1111',111.1, 1I II1 Claude Passeron sublinhou os p erigos metodológicos '()Il1ido 111111111111 conversão biográfica: "A superação [...] das formas n'l'lis 111" Itil.1 111111 111 abstratas de um naturalismo determinista constitui incJ is '111j 110111111 [1111 avanço teórico; mas sob a c ondição de que se faça melhor 10 lIlll 1111111111 11"' se superou, ou seja, de que se acrescente regras e limit 's: illll 11'" I I 1\11 7 não que se volte atrás, ou seja, que se as s ubtraia". Estamos aí diante de objeções complexas às qllais r '101111111 I 1111I Idl ante, Parece-me porém importante ass inalar desde já qll' ,1 :1 : - 11111111 \ 1'11 se alimentaram d e argumentações utilizadas em favor 111I 10)'.1t i 111, d 11 raras exceções, as razões profundas (mais ou menos Ol1s ,i 'nt', qlll 11I 1\ temente reconduziram à frente do palco os destinos in lividlllli 11111111 I quecidas em benefício de uma retórica ligada unicam 'nL' :to "vi idll"," I, história sem a biografia seria algo como um r epouso 'm r ,Ia 1111\(11111, 11111I comida sem gosto, quase como uma história de amor s 'm III)\()I", 111\'1I Victor Albjerg em 1947.9 Quase 40 anos depois, por asi,o" 11111 ('11111'111I na Sorbonne, a biografia foi apresentada corno algo q LI S' po Iia "ti 1111111 111 falta de coisa melhor, como o sinal de um cansaço, e h 'goll-s' 1id('11111!tI \ li mo "uma modesta ferrament a, que ajuda a melhor 01, 'rVllr 0\1 ti i"l 11111I t'cndências longas, as estruturas, as forças de peso; em hip)1 's' :d",111111I 1 I 'd er tornar-se uma aI'avanca Inte Iect Ia.I" tO N's s I pl'l III I 11 ", 'o d·ena preten a história de v ida teria simplesmente uma função s Ig 'si iva d (, pltll H. 11 preliminar do problema) ou ilustrativa (nes e ca so as hi, 61 'S', I '11111I III 'stabelecidas graças a outros procedimentos Ic p s luisl1, • i! .IIlI 11111.1 1'1 80'11seria de alguma mal)eira um enfeite coroando Q I'odo . I
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voc a bu lar ,
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çõe s, aos cortes m orf ológicos: a prim or ar am a or ganizaç ão
I,id
"I)
10.
de ·~ )J't .• ("/,I ( I 11 11 d LO lllS I\o lllli 111 I 111 111 1
defini çã o da histón a co m ~~ I n". 1 d,Il': 1111 1,\" "a ob ser va ção das cons lcn 'Ias II ldl Idll\l I
ati ngi a até mesmo Mon t aign e, Pascal,
a um a
1'111111 1 1I
S I 'I iII I11 11 I lati d,1 I1 1 If llll IIl \iv('1 ti, 11 111 1 '
da r w ini ana, Pa r a os hi storiad or es pO SltlVlstas , as ,qllalttlad' IlI' 11111, as dos gr and es hom ens, não bastava m par a cxpiJ ';Ir o '11 1',o ~111 1111111
enf oque
r um
lil ),'011)', Idl',1I11 IlI ai"
das m ,()s
d?e a~ edotas, croni s~a s Tnn ta anos dep OI S,
tec im entos, e e r a pr ec iso lev ar em co nsider ação a nação, a ger aç ão etc,), Sua atitud e tev e por ém
P
pelos in divi
evoc ados
os destin os
se re ve laram os m ais di s postos" hum an a em n om e d a co ntin lli a s lei s do desenvolvim ento
te r entendido a s "r az õe s I'' um co njun,to po Itl CO coe r en te _ O sacrifício d a dim ensão
nu m
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par a
ve ze s lado
qu e a hi stória er a "algo mais qu e a biog r af ia": o ho m em , "se us pe nsam ento s ~ suas aç~ 's
crít ica soci ológi ca tão adm ir ado por
im po rtante
o br a"
O
eco,
e nq ua nto
têm qu alqu er cia is rel egav a
volu ção inclu sive
d e
1857, qu er er
em
W illi am Ja mes , tante qu e se ja
de vVa ter pe ja
d eixa ram
e colec ion ad ore s de mundanid ade s",2 -
faz iam-lh e
da glóri a",
pr ' 'iso 111 (:1 1,'llldd ('ill\l-ill'('I',
tam b ém
hi stori ador es po sitivist as qu e rát er fini t o e pes so al da vida Com o int uito de est abe l ecer
17
enviados
e f az
pe-
contin gência.
de
os Welt-plan, tant as
a br aç ar
qua non, o pr elúdio
a neg açã o
na noite
P ar a histori ad or es
não
gê nero
era es m aga do
com
r -Jugo , a lgun s
I r ma nece I S5
ise nta
se mp re o r esult ado
chu va
de Victor
que
o indi vídu o
porq ue quase
pr ovi -
pe r s pe cti va
necessá rio
teleológica
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su-
bio gr áfica
da r az ão , der. 20
dev ir ,
para se re-
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a par ec er am como in strum entos ' po dIam nem m esm o compr ee n do
pa ra a
de es ca la
nu ma
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em
do s m ais di versos
di aletic am ente infinito
eio,
dime ns ão
do mu nd o,
já
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sin gular es ,
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sé cu lo
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co m o u m m
de via
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do
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históri a
da es péc ie
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vi::; ta: "Deus
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V, I I\, I ,10 \l'lIS0, " por 11 \11 li II\P O todas
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1I('i I hist )r i · tI... As palavr as
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11\'nre das especificidades
nacionais.
Leopold
'1\ "r rica dos povos e dos E stados devida
von Ranke lembrava
à sua especificidade"
Se designamos por A tudo o que um homem 6, posslli ,1'111"I \ I Iill mado de a + x, onde a representa tudo o que lhe v '111do, 11111\111111I teriores, a saber, de seu país, de seu povo, I' SII:I 11111111 I 1I , I 1I pequenino x constitui sua contribu ição pessoal, fi obr:1 dt, '0111111111 1111I vre. Por menor que seja esse x, ele tem um valor infinilo 1 • . , 1 r-.I1 111111 '1111 as estatísticas mostrem que num determinado país h:'! 11\1\10 I" 1111"I "111 mos, mesmo que nessa fórmula, A =a + x, o a c nt 'nl1:1 1(ldll'l I1 11\1111\1 11 tos que explicam como, em mil mães, 20, no máxin () :W , \('1111Itlllll 1111 I do casamento - cada caso tem sua história, cada LI111:1'OIIIIIVI 111I I 11Ij'l ca, e entre essas 20 ou 30 infelizes, será difícil que POSS:II\\tHI,111(1111111111 I uma delas, imaginar a explicação de seu caso pelas I 'i~ 111t'sllll f III( 11,~~II remorsos e nas lágrimas de suas noites, cada uma 'Slar(1 !lIOl'llIldllllll 1111 convencida de que, na fórmula A =a + x, o minús ulo x ( '11111111 11 (I dt medido, que contém todo o valor moral da pessoa ..'I1
a "ação
e Barthold
Ni 'buhr afirmava: "Cada povo recebeu de Deus sua própria voeação e sua l\iar 'a particular, ligada a seu destino" .2S Do l ado de cá do Reno , Micheler , alcava o elemento egotista, o "vigoroso trabalho de si sobre si' realizado 11'Ia~ nações, e declarava que "o homem é seu próprio Prometeu" .26 Era I1'~sa perspectiva que eram afirmadas as particularidades pessoais, aquelas 11" • Ilcgel tinha desdenhosamente chamado de "ninharias": o homem era IlIli
'ri'ldor
dinâmico,
P:lnl 'I'homas
uma potência
Babington
('omo J ames Gairdner
Macaulay
animadora,
uma força viva da hisrória.
e para muitos
outros menos conhecido
ou J ohn Morley),
o espírito
de uma época ou de uma
'ivili~ação não podia ser entendido a não ser por intermédio da realização p 'ssoal Ias grandes protagonistas.27 Mesmo qualificando Macaulay de "jo'111 'xtremamente refinado, desesperadamente c onvencional", 2R Thomas (:i11'i I, 'ompartilhava
seu ponto de vista e, e m 1830, observava que "a vida
~o 'i:i1 r sulcado de todas as vidas individuais qu e compõem a soeiedad •••. Ii I [Ira ele, "a história é a essência de inúmeras biografias": a única maIlt'il I
ti'
p nerrar na intimidade
do passado era se interessar
11(1 '1Impo~ le baralha, no parlamento ou nas antecâmaras t' ,Ip 'nas li onteeimentos fortuitos e superficiais.:lO I\~ações individuais
constituíam
a base da hisrória
pelos hom 'n~; reais produziam-
principalm
nc' no
1111 IlIdo anglo-~axão, po voado 11\11I 'li' !\Ifred Tennyson,
pelos heróis de Percy Shclley, de lV I anh 'W mas continuaram a ser igualmenre celebra Ia.'
1111'Olllro~ país 's da Europa.
Numa
:11,ttl
I roysl:n
insistia no "peso
eélebre
lesmedido
Ainda no começo do século XX, os herdeiros I Lcopold VOII I 11ti I , reunidos em torno da Historische Zeitschrift (e da a '\111' I lis/IIJ 11/1/1 111 França), sublinhavam a importância dos acontecimenlos 'Sl~' 'lIi 'o I tlll feitos dos homens célebres. A periodização, quas sempr' arll'ld:1(1,1 11111111 no dos reinados, era uma das numerosas maneiras d' p 'rsollldiY,\I II1I IllIill nacional: os 18 volumes da Histoire de France d p llis I 's uri t(ill 's //1 ·. 1/1 1 " /1 Révolution, publicados so b a direção de E rnesr Laviss' 'nll" I t)() ~ ( 11)1 1, são assim pontuados pelas figuras imponentes de ully I i ,h ,li '111111 (:01111I1
página do seu H isc ori k , .!ohal\ do minús
ulo x":
As tonalidades heróicas, ar6 mesmo tirânicas, lOI'IHII:1I11 1 1'11111111111 'nrc vivas na merade do século XIX. Por opasi ,~o a 1111111 ('011", 111111 11" I IIVIS a Ia história, baseada n princípio I:, n" '~~i lati', .I 111111111111 tllI "i~tOriadores obsrinou-se em valorizar no hom '111SlIaS ';lp;l 'idlld ~I 1111111' 1 , S 'U I O( 'n 'ial I, ação. r,il,itaram-~' 'onlll 10 a r·i ilHli '\11()' tlllt 11l! til! "0111'n io/',I,ill.I 'o t IOlllil . il',lIil'i ':IIIl(' 11:1II1('dill,l '11111111'.1 "('xi. I 1\(·i:1pc., o:tI 11111)'.1111\ I til
ri, . 1,1IIpoll von 1{i1l1k" I\I/S 1-11.'1'1\: '1/. 'd. 1'111 un c / :1 'hlass. /\~ \I(}fI'sl/l1~s 'ilJl'iuI/IM VII1\ I Doll 'IIV 'j'l1 'W. 1'. 10'11 'l1s (1'vlilll'li ·11.\vi'11,H. ( 1(1'l1bolll'g, 1975), p. H7: Il.\Ill 11 11 1I1d\ IIllltilllld ;. Ni '1111111', /lI/o SI )ricisl/lO I 11111,1 d. 1:lllvio 'I"sSilOl", /I/II'O(/I/:ÚOI1' 111111,1'1111'1/,11.11)/)1), p. ().l. ('(IJI//lh ICS, elc 1"1'111/1' '. il1() 'I/\II'\'S 'I, 11111 'I r-./li('11 ,I 'I, I'I'~J 'II~' d IH(,(). 1/;sllIil" ('d. I'llf I' IltlllllI'ix (l'llli,~, FI:II11Ill:lfilll1, 1(n/I ,v. 'I, p. I,~. 'I (:1 'J 'lilllllll~ IIllhillj',(llll 1.1'lIl1lil', :, ; I ;C ." 1111" / '; ,1 111 1;1 '1 11 '11111 I, n ,IIII'.I 1,lIlId(lll, 1,1111 Ili I\),11I1~ 01111. 'I( 1111/"1'1 '1'111H(llItl, 'J 'IIIIIIII~ (:lIlyll"~ IiI~lllIi\'lil pltil(l,llilIi', '/1,111°\/''''('II/I\',t,'I/I '/'/1 1111 111,'li IIIII( 11 11\I, 11 I \ I ," "I 1'1111111111 (:11111'11. ()II 11I~IiIlV,1I1 ,'1/1/1'11/1/""1111111 """1111/1 I \\lll'v (1,1111111111, (:111'111111111 I 111111,111111"111,1 ',11 ' \1 1
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/'/111'.1"/1I/III! 1 I tll'"/II/11 '11 1 I1\/). 11 \0/1 I
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11\ 'nsão histórica un iversa l" .32 Mas o i n térprete mais ap aixo na do da biog raf 'ill heróica foi Ca rlyle, qu e, op on do -se àq ueles qu e "tom am as medida s do "ornem" e faze m dele "um pr od ut o d a su a ép oc a" ( Helvécio à fren te), afirIllava qu e a penas o gran de ho m em, expressã o do livre-arbít rio, se mostr ava ':I paz le enfr entar a multidã o passi va, pr isioneira da nec es sidade: " Tud o o 111 1' o bserva mo s de firmem ente esta belecido nã o é senã o [0 0 .] a encarna ção dos pensa me ntos n ascidos no es pírito dos gran des ho mens ". 33 Ho je, a pó s a polêmica co ntra "a história historiza nt e" qu e fez da bi oI,ruria um emb lema da história tra d icional e événementielle,34 po de no s p aI ' ,'r es tranh o qu e algu ns hi storiado res do século XIX tenham podido v er Ilil biografia um instr umento p ara esc ap ar da f a scinaç ão do s f atos . Mas assim I()i. úlrlyle descon fiava daqueles qu e pretend iam co mp reend er o pa ss ado "('01 tando os fa tos c om o se f oss em as pé rolas de um co lar" ,35 e vis av a ao "IOS su b jacente, pr ofund o e obs cur o do d evi r: homem ma is bem do tad o n ão po de senã o or ganiz ar em sé ri e suas pr ópria s im pres sões , e é po r is so que sua observa ção ten de a ser cronológi '1 1 1 0 0 .1 cnq uanto o qu e aco ntec eu, freq üent emen te acontec eu de m ane ira si· mil/nine,): os f atos não se encadeiam nu ma seqü ên cia, ma s se agrupam. N:I história escrita, não é co mo na história vivid a: os acontecimento s rc,tis n: () < .:stão simp lesmente ligados uns ao s o utros co mo o est ão pai s e f ill Os; ':1 1 :1 ::t ontecim ento é f ruto nã o d e um aco ntec im ento par ticu lar, mas ti . lodos os a c ontecimento s prece dentes ou co ntemp orâneos , e se co mb inarrt por sua vez co m todo s os o utros para dar origem a um f ato novo. É 11 11) (:aos 10 Ser, perpetuamente ativo [' 00 ] que se rep rod uz a partir d e inúm '. I'OS ,i<.; m < .:n tos" ..'\6 :ol1sid 'rava a 01' lem cronológ ica L) ma sim pl s a parência c tinh n 'OIIW I ivo Iran smitir O volum da história. Da í brot'llYI ai ]um as c nsid 'raç( " illl 'I''ssalll' 's so bre a narração hist6ri a, enqu' lnt es rita triclimensiOl1al, q llt
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Um his toriad or d eve escr ever , por ass im diz er, em linhl/s; 11 lllr \' t il I 1III Iil I I I ment o é u ma superfície; na ver dad e mes mo , se pI'O '11 I'1I11 11W 1I11 11111I , um volume: don de um def eit o fun dame nta l e incuráv ·11111111 1(lil rJ, 11 1 1,111, qu e o melh or dentre todo s po de ap en as rem e d"lar maiS 01\ 1111'111'I11 111 \ R ecusan do -se a ca ir na a rm ad ilha da hi stó ria rol1ol 1 1 ',1 (' I, li 'Iv1I11 11 II pu rita no " (co mo o cha ma va m seu s con tem porâneo s) a 'I' 'di! I Ii 111 11 I 1" meira qu alidade do historiado r er a a compaixã o. Tomara 'Oj)IO 11)(lllt III 1111 II tauro Quiron: o historia do r devi a "cho rar, rir , amar, I 's ','pl'l 111 I", 111 38 mesmo tem po qu e seus pers onagen s. Ness e po nto ao rn 'no,', (:1111 11 11 111 cordav a co m Michel et, qu e algu ns an os depo i s iria de 'Iarar alto' IIlIIII 11111 ter exum ad o "m uitos mo rtos, esqu ecidos d e pressa demais", ( " 1)(111 )(11 tllI pas sad o for nec iam um a oc asi ão privil egiada de int ervir n a hisl )I i 1 I1 I I mo lda do po r el a : "A hist ória ", escr evia Mich elet, e "o hisrorilld()I: 111111 1 rám nesse co n f ronto [ 0 0 . ] É que a hi stóri a, na prog ressão \0 I 'l\íPO, 11/, 11 I I' tor iador , mu ito mais do qu e é feita por ele. Me u livro I 'ri< 11 . 1 1 :11( '1 111 111 1 ob ra del e".39 Semelh ant e at itud e , no ex trem o o postO Ia 'Ol\ípr ' ll\, 11 IIIIJI tiv a defendida na me sma époc a po r Ranke , na Alemanh a, iria I 'VIII ~IIIII let a definir a hi stória c omo um a po de rosa qu ímica moral, "'1\\ 111 1 1'Iltlldl ll' paixõ es in dividu ais v iram generalidad es, em que min has g '11 'I'ldid Itll 1111 nam-s e paixões , em que meus po vo s tornam -se eu; em JII' (l 1\1 'li III VIIIIII 1 anim ar os povos" .40 Me nos inclin ado que o hist riador {'rllI1C, I 111111111 I I inev itáve is troc as de id entid ade em todo tra balho h ist ri 'o, ( : 111 Ii 1'1 1'1111 zava ain da ass im qu e "não devemos a penas julg'lr O h '1' li, 11111,11111\1111 111 1 nele nosso pró prio ser".41 A simp atia Ih par 'ia ser, ,
'lho'l11
:arlyl',
14.,1.\,1),
-r . .I11'qll's (::11)1111 ,
'f'h()lIl,I,1
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II (:1 1.1,11, \wilh, fllcllllil1l( i" h isc(JI> ~ .. , "llp. .l. I 1(1111'''\V,lIdo 1',111'IMII!, 1'; "I:/ish (1IIi(~, 1('/)/ 'S t'/Ic l/(i,)(' 111'11I//Ic/ m h'/
5 Ibl,)h W 1I1(io 1';111'I'SOI1, /i/l/l/i"h IIllic", 1('/11 ',' '/Il 1l1il'(' /lI 'li" •• p, 1(1·170 1/11 1:1111" h'c/lc/c' \/" ,'1/"1 '1' 1""1'/, (:11111 1111,11111li, \ <:1 ', Ili, polYl' 'Ihill', /:il/ " h " /I IH 111), p, 1),\ 110, I, '1I1l1( 111•. 111d., !,tll( 11/111),11'111111, /111111//1 II/CII 111111/ 1\111.11111,1.11111"1111 1,1'111 I, 1'1 IIdllllllllli'i dlll,/,/l"PII'I/II/ldl/lldl//l 11111//111/ " '/1 1 11 / 1 / 1 /) '/ 1 / /1 1 ' 1I111t11\1I11,111\11I11I1I, I' 10'1 ,'lIll1l "1'"111 "d. IIt /11"11//1 1\ 11 1di 1 ""1'1 ,liI I, 11 1>1111111111 I1 11I"111" \lII H I, 1111111,/1 111 /,/,,//11 1\1111 1111I,/II//./lI'/'/I' "I' I//I'/I/11I1t (I'lliI,(1,lIlIlIllld,I'I/ll, 11.111
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111I111('IlSs: o in lispcnsáveis para que "o movimento da história possa periodi1,ltll '111. s' libcrtar das formas de v ida puramente exteriores e mortas, assim «IIl\l) do palavr6ri raciocinante" ,55A exemplo de Carlyle, ele também defi1\111,\ )'l'[ln I 'za histórica como um "enfrentamento final entre o homem e o II IIlpO", SlI ri 'j ntemente misterioso para evocar o icros gamo s (o casamento 1II'IIIdo), ' 1" nhecia no herói uma força vital e uma tensão capazes de re( 11,11o lilllndo em redor, mais que a expressão ou a encarnação de uma épo1'\1," •'11:1 d 'f'sa da grandeza permanecia contudo incerta e a pa rente, A 11)',111 I do h 'r6i lhe I arecia inatual (a cultura moderna não podia produzir se"Iíí 'c\"IOCI'I"\ ade mc . Iia d"a )S7" e as ' ., I1 o 1111111 vezes mesmo uma Impo stura Ideo10/'.i1'I l'lljos dramáticos limites humanos eram forçados ao silêncio: era um 1 Ii1 1 i p:lI:t lrarar os "sofrimentos de inúmeros indivíduos [...) com uma fria intl l I 'lIy:t, 'onsid rados como uma 'desgraça passageira",.58 :(1 ))
:1 noção de exceção, tentação
mortal da decadência,
era a idéia
d 1'1o!',\' 'sso que estava sob acusação, Um dos traços destacados da reflexão d 1\111" !lllr It, que detestava "o orgulhoso nariz torcido dos filósofos",59 era lIlI 1' 'II,'~I das c odi éias (em especial a de Hegel), às quais ele opunha seu III( lodo p~1101)gi ,baseado no sofrimento dos homens, As existências indi\'ltlll li, d 'lí1onscravam o quanto a "teoria da perfectibilidade cr escente", '111/ id '111iri 'li va o presente com o progresso, era ridícula e pretensiosa:
1\1'111' hun ana não esperou o passar dos anos para conhecer a pleniculI;1n[() l pt:sCjuisa sobre os moral progresses, deixamo-Ia de bom grado I1 1111 '1<1" qllC se cspanta ingenuamente de não constatá-Ias, já qu' o J lIOJ '''''sso moral n10 p dcria se aplicar a um período, mas somente à vida ti' 1111)in livfduo, J á na Anti üidade, a ontecia de um homem se sa riri('111por ()lIrr 'm; não onseguimos fazer melhor em no sos dias,60
di"
111101,1111 '1IliIrdl, :lInsi(/~l'IIli()//s Slll' 1'!J;sroil" t\lillllllld I'I';~, 1'0 Ol, I( 71), p. 75 (I 'd.: 1(06), I, 111111 ,11, ,I, 7" I (:1 11111 I, willi, S (1//1 (iel/(' SeI/I'if)e", \ 1/1 , .loco / ) IJ"r e/dl/m (l . I '1' /\If '/I,'i(.!J ;/lII"iIlC'" ,!lI (,'I\ldlidilC' .'lllllg:If'I,.I,II.M,tzl'I'~'I1',I(J HI), '1'1" (I 'd.: 19,11:'irnc;dos'/',llIlIlo I I 111111\'111 Illtl lilllll, 1,111 '1/,\1,11)1)I, lI, " ,,'11ill' , o pl01''I iS1\1Of i 's~il\l iS111 ti ' 1\II1'I li 11di, I I (li 111111111 ,'II~~II, '1/,11111111111 di '1 11 1 1 Iilll, I :i!1 'li di "(1/11/:''S.III" f i.1 )(((1(' '''111 (' NOI'!'('(""" 11111111\1111,11 t\ildll\lI, liIH'I), 1,71 H'I; I: IIx (:t111li, lli"'II/)': IlIililil'l (11 ',J il"'(', /( II"'I/om /111 /(1111/, "/1/ /l1I1i'/,/Wtlt I'dlll'( tlll', 1'1111('( 11111 lilli ",/1 11, ,~, I'I')() ,1'1111, ,I ( " 11'11Idl 1\11111 Ili11 til , (:,,/11 /11 < "111t1l11 ,I/li I'f t/"",,1 I " 'I p, ~H,, 1,llI'lill, 11/1 ,I'IIJ I I (Il til\ lil 11'111111111\ 11,111 IlliI, J I H Il 'I (:1 I 1111 li/I 1I / l II'/,f tlllt/1 1,11 1111111 111I1111t.odt, '''li 1'/'1" 1 /111 11 I I " '1 '1 , 'H' I (:t, IlIltI'lllI 1//1 /'//1 1111/1 ,I' 11111111111.11 11 11 / ,,\ 111//1 /1 1 1 /'/'11 (" 111" I )111, 1 11/,d, 1I1'1111 11111 Ilu H1
À história do espírito (e da liberdade), que de enrolavll 1tlll'.t.11111 1111 mistas da evolução do mundo, opunha-se portanto para ,1, li l1i'lllIll tlll 1111 mem uma história concreta enraizada na existência, I1I 1I , I 'i[1 I,(111111,1 de a~orias e de paradoxos: ;'nossa própria vida". As vi"issilllti , dll 11111111hi, inexplicáveis à luz dos projetos metafísicos, eram enten li Ias plll 111[111111 tllll dos destinos individuais, marcados pela angústia da lib 'rdlld ' (' di Idll I I' ta é a intuição fundamental do método patológico. Para I1lll' 'I 11111 di (/111\11I'1II Soren Kierkegaard, o ce ntro permanente da história era () 110111 '1111111111 ,d, I1 ralmente sofredor, "o homem com suas dores, suas ambiç( 's ','111.1IIhlll • I ti como ele foi, é e será sempre".61 Não o homem da provi I Ilcill do,' lilll'Hdl e nem mesmo essa impostura romântica que é o herói, mas tini 's o illtliv t11111 independente, livre em seu ser limitado, que conhece a Imil 'slll\ li1'111 dência em relação aos acontecimentos ge rais do mundo. I01' inl '1111dto di 11, Burckhardt e sperava ir além dos fatos consumados c des 'obrir o,' li, pc 1111' emocionais do s acontecimentos, Num momento da sua vi h, li '0111'('t 11 1111 "um fenômeno muito estranho": tinha tomado consciên ia da S(II>IIII d""ldll ção de todos os dados históricos puros e simples e enten lido '011\0 '1,1111111111 tante trabalhar com os desejos e as imaginações dos hom ns.(' Tratava-se aí de uma etapa realmente decisiva m 'smo 10 1)()lllt' lil VI'lhl narrativo: o homem patológico poderia se tornar um obstá 'ulo :1 I' 'I liÍt'l ( 1111111 duzir ao menos alguns elementos de sensações concretas. N: o ' L'I ' IlIlIdqlll I indicação explícita a esse respeito, mas as o bservações d' Bur 'I 11111 di IIhll I pintura italiana do século XV I são esclarecedoras no qu' '011' 'li\(' I1I 1111 1I1t111 de pesquisa histórica.6~ Refiro-me especialmente às páginas d 'di 'Id'lll 11111111111 ção do uso da metáfora na arte do século cio Renas im '11(0, '1\111'11'\I I 1'11111 I neidade da Estância da Ass inat ur a é contrapo ta 'IOS ' "s,'o, ,tlt ",1111111ti I paisagem da Giocond a e aos efeitos sublimes cla ,lP 'Ia ,S' isr illll" '1'1',11111111111111\ hardt, Leonardo ainda estava profundamente impr 'gnlltio 111' I' 11111tli "1111111, c Miguel Ângelo, o " homem do lestino", clava muito 'Sp:I\O :111.illlllll\1I11 11/11/ % 0 final era um tema demasiado prometeano para s 'I' ti :,' '.I: I. 11II', 1111111111 "j!;rande (efeitO" ligava-se sobrerud à ausên ,ia de tlif"r 'I\ça vi v( II 1\1ti I 111 lividualidades dos santOs, dos b m-av 'ntllrados ou dos lll\llIldi '(),Idll' Ilt 11111 1 0 inverso, Rnfa I rinha inv 'nC'110 11m pomo ti, '(1I1i1\liÍo lli d e 1111111111 simbolismo' hisc6rill; pintav:1 'om um r 'alisli\() 'x' 'P 'iOlllll, 110 ',11 '11101'1"1'\lI da vldj!;l\ri Ia I' 1111' '01 sisti:1 'Iii "1(11'1)1\1' \,..tI til 10 O 1111' ',L'l' , IlltlO II 11111 1\'olll" ,", I ()I'lI\1 ' ,"p~III1VII 'Ol\l jl t. H'I"I o' t '1\1:1.'ri: ssico,,, 't'lI to t'lll i 1,101111
.Ill1'lIlJ 111111,1 11111 IIi , (,'1111"1 /1 IIII/PIII /11 /'/I/~/III" "I' \\ '1 , ,,' (:1 I 11111.\\'1111,/1/1'11/1/11/1 / /1"1/// 1 ,11'1' 1(1Itil~11I 1IIIIIdilll 1111.1 li 111,JI Iflfl) 1,\ (:1 111"dlll \ 11111, 111,tllh/1I11I\ltllllIllIlI 1.1111111111, Ildlll 11111'1111 11111\11IV 1'11
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Id)I)I(III~ '111in livi lua!. Com esse procedimento, "o detalhe ganha uma tal força 1111'IlpIII" ". omo. a I~rte essencial; no entanto, o encanto do conjunto reside 1'11\,'tI:I I>, 'mp nhado em apreender o indi~íduo num princípio unificador I (11,1111'1-/0 sobrc II.n pano de fundo ideal.6R Apoiando-se sempre em suas 11111,I I '111 'o 'S sobre a pintura, como exemplo de sua concepção historiográfiI I, IlIHI('1l1oS IlTIaglnl1I11til Veneza entre 1520 e 1576, o Século de Ouro espanhol e um r '( ra!o ,'I 11111li. Voltaire - em relação ao séc ulo XVIII, este era o único cema qll( 1111111 teressava, por suas "aptidões desconhecidas e profundas",70 (:()Ill() (11 !,III prio havia sublinhado alguns anos antes, os sentimentos c as id ti\l, di \'1\111 ser observados, em sua variedade, "nos indivíduos, atrav6s Ias d i I 1\ 1111 épocas e raças, seguindo o exemplo do verdadeiro zoólogo ou 10 Ili II 1IIIr li, que passam a vida construindo monografias", Para Taine, a úni 'a li/, 1111111 \I lida devia basear-se na psicologia, e não existia contradição cntr ' o Pllllil I t i 111 e o geral. Seu ponto de partida, confessava ele em 19 de sccemhl'fl dl' IH'II, não era uma idéia a priori ou uma hipótese sobre a naturcza, Inas 'I (1)11( 1\11 ção experimental: toda noção abstrata devia ser separada c analislld I I1 P 11II1 de uma situação particular ou de um indivíduo concreto,71 O historiador "científico" admirado por Stefan Zwcig n, o 'S!II 11 I 111 cum de um herói, menos ainda de Prometeu, Ao contrário, '1'11o III1:1:l lil 'ratura contemporânea afirma a ausência de sentido unitário da vidll, d, valor ao qual vincular a multiplicidade da experiência e descobre asilll (/11' o h mem é um arquipélago, Um choque psí~uico introduz 11,111111111,' 'nte em cena as unidades mínimas: o personagem-homem, que haVIII IIlflllo levava uma existência miserável, é obrigado a ceder lugar ao perso11,/' 'Ill-pal'tf 'ulaB2
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N or m a e possibilidade j\
'ris'
10 heroísmo,
anunciada
por Carlyle,
atingiu
desde então um
Essa transformação democrática mostrou, e ainda mostra, S 'r 111"11111111 sa, A biografia coral deveria empenhar-se em exprimir a mul ipli 'id,ltll ti I experiênci a reivindic ada por Virginia Woolf quando caçoava \0 111111111 ti, biógrafos de "explicar seis ou sete 'eus', quando uma pessoa pod(' 1'"' '1Iil milhares deles",84 A dupla mudança (para o homem comum ' pai I I1 1111 mem múltiplo) foi claramente enunciada, há 40 anos, por Lewis rvlt 111illIlI I "O novo sujeito", escrevia ele, "possui ao mesmo tempo sup rff 'j, 'pll ti 1111 didade: o indivíduo tal como era concebido outrora, um ser feito ti ' I I'" 111,'I gor e reflexão, era como o universo newtoniano;, o n ovo [.. ,I, sol> ('I 1111 aspectos, se comporta como um corpúsculo em movlm~nto e, sob 011I IO~j,, 11 mo uma onda",85 Ao longo deste século, numerosos historiador 's s,d,111I111 ram a importância dessa passagem, No entanto, suas proposiç •. ('11111 freqüência permaneceram letra morta: aceitar as incertezas do pa~slldll (' 1 nunciar ao simulacro da integridade individual é um empreendllll '1110 1111
A1enschen dincentes, ie Geschichte machen, 'XI I'lria, 'mo, não Os são os homens mais conv e talvez nem mesmo sejamquemaifas II'1I11!O i 111II Idsl 'I V( IS , j\ IlH)ltc cio herói não eliminou contudo a exigência de se estudar os Illdi dllllS, Iloj a aposta não é mais no grande homem (conceito banido e " ('Z '" ti 'sprczaclo), e sim no homem comum, Este último é o objetivo 1"lllI'i" 1 1 dos 'seu dos sobre a cultura popular, dos trabalhos de história oral 1111di "i.~t )I'i:l Ias mulheres, O caminho foi aberto, nos anos 60, por Edwar I I','I '1IOIlIJ >.'on qll" em oposição tanto ao marxismo ortodoxo quanto ao estru1111iliNIlIO, ti 'volveu sua dignidade pessoal aos vencidos da história, às víti1111'd" p I.'SII lo, Desde então, a noção de experiência começou a erodir a de I IIIIIIII!!, ";11) 1976, Carlo Ginzburg invocava a c élebre pergunta de Bertolt 1111('111(" 11'11) 'onstruiu Tebas das sete portas?") para dar a palavra a um 1II/lI('i, o 1'1' ilIla no do sé u10 XV I; nos anos segui ntes, alguns historiadores foIillll llilldll Ill:lis 101g ': seM 'nocchio ainda deixa transparecerem alguns si11111d,' II '1'0 Sll)O, Marein Guerre, Giambattista Chiesa ou }acques Louis 1\11111(I I Silo v -r Ia I 'iramente hom ns comuns.8:1
0 1' 1/11 mínimo complicado, Para Havelock Ellis, os artigos do DiccÍ(, nltl tional biography estavam povoados de personagens "lisos, de ol'alivo" ('1111 vencionais, bem penteados, e sobretudo cuidadosamente f1nlp~lllIdo dll cintura para baixo", 86 Podemos, infelizmente , dirigir a mesma '~'rfl,'li 10 I critos biográficos de André Maurois, de Francis I-Iackett ou d ' I',mil I ","IIVI)! (que; Benederro Croce comparava com Guido da Verona, "o, 1'j\'"11~"1'.1I1 11, costureirinha s",87 em moda na Itália nos anos 20!), O próprio NlIílll ",1',1\111 de admirador de Freud, deixou-nos páginas muito ingênuas sobr' li lII/',1iI"", a elegância e o individualismo do s pares ingleses,88 Parece-me que o es tudo do passado continua a pl'ivil "i[ll 1111\11,"1111 cepção aritmética do indivíduo, pr é-psicanalítica, e m smo pl't- dw 11111 '" kiana - concepção que não oferece ao personagem-hom 'llI ,'('11\11 IIIII1 alternativa: desempenhar o papel de um ser conscient' " 'oç, '111('011I 1111\11 o de um peão no tabuleiro de xadrez da necessidacl ',H) OS S('I(', 1/11 1'11 VOam tantos livros de história deste século aparecem 'OlHO 1\\('111)/ 111111
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11\('1I0~ ilu stres qu e seus ancest rais do sécu lo XIX l'il',11 \ 'U:), ma s sã o, e les tamb ém , prisioneiro s de u ma I ('ia., ,omp artilham o me smo de stino aritmé tico: I '11I)ll 1am com um po nt o fina l , a diferenç a residind o Ild Id '. Enquanto os per son agens celeb ra do s pOr plll as , Ia vontade, eles hoj e aparec em como com un s, 1111 ' 'f luade pessoa l nã o te m ma is nad a de ex cepc iona l, 10 I·s-':rie.
BIOGAAFIA
COMO
PAOBLEMA
(E me rson os ch am aria de un idad e de s e ntido fic pens ar com frases qu e em se u grau de n or ma Car 1 yle eram ex pre ssões pa ssivos , pr ev isíveis. A é ap en as um pr od u -
Nesse senti do, as c ons ide raç õe s de Bo urdieu sobr e a ilusão b iográfica ,to ' (r 'mame nte pertin entes . Enclausurar a ex istênc ia (com o f reqüen te1111'111' () f azem os historiadores) em bu sc a de um a imp rov áv el un ida de de '11 1i 10 ,r ve la um a ing enu ida de imp erd oá ve l, aind a ma is po rqu e , neste sé, Iilo, :1 111''ratura nã o se c ansou de r ev elar a na t urez a desco nt ínu a e provisó 1111do "'ai ("Re pu gna-me fazer o sumár io das m inh as im pressõ es", escrev ia IH I I'' (,."uC. <)0 P arece-m e no en tan to qu e, mes mo send o fu nd am en tal, essa ," 1 / '~':10 'orre o risco de no s at rair p ara uma armad ilha . E is so po r du as ra I( ,Em prim eiro lugar, o p erigo d e ca ir na hi stóri a crono lógi ca, événemen/I /I, , I)()ll o pro blemátic a, não es tá in scrito no gênero biog rá fico : co mo me I 1111(',j p:lra 'u blinh ar nas l inhas a cim a, as ciên cias sociais nã o pro duziram 111 11I ,o ' (1I1i a f igura de indivíduo , e o enunci ado biog rá fico nã o te nd e sem11" , "1 11ol11:tticamente, par a a for ma tradi cion al da biog raf ia. <)1 Por outr o latI'l, ,I I ,!' 'I' n ia à lit eratura tal co mo no s é a pre sen tad a me pa rec e po uco li 11111('11 1., pois o caso pessoa l não tem a me sma fun ção na li terat ura e na 111 IlId,l " I'toda fo rm a, o camp o críti co de Bo urdi eu é profund amente di'1 II 11 1' 10 uos grandes rom ancistas do iní cio do século XX. Por int erm édio 111 li I 'I'li 'a, o sociólog o tende a homologa r as co ndut as in dividu ais e a re1111\'1 I os laços nor mativo s, a f orça do habiws.n Ao contr ário, Gide, Mu siJ ou Vd, I para 'ica r a penas os mais rep resentativ os) criciea vam a biografia com ,I 1111'11,': o I,aprof undar as va riaç ões do eu: uma ve z admitid as a fragmenta'ilo do ,"I' , a divisão do olhar indivi lu al, eles pI'O uravam reve lar o virtual e 11 IIIjUII 1i 'o, N 'ss ' ~ 'ncido , é possível tirar I suas ob ras um ensin amenc IIH lllo di!"r '111 ' do pro posLO por Bourdi 'li: a sab r, utilizar O eu para romp r 11 I ('(', , o I, 'ti 'r '11 'ia 10 di~ 'ur~o hiscóri '0, ou s~ .ia, para se interrogar n: o , I )
:;1 /' ,II I/Ii (11d', :\dli'l, d'I.II 'I·Ii(-I)'"II(', :lIhins/ll/rlf("r,'Í(/', 1 :7 " 1'/7\11(),1 1,1') 1 /. 1,1 ()I"'I I, ',Ii"'"I1., 1,1 II.IIIHIII ' li - lIillj:l>lph i -~, 1,(',1 r:IIIJi('/I til l'hilu.'III,hh'o lI): 1 7.\ (\, I'II!()
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apen as so bre o que foi, s ob re o qu e acon teceu, ma s tam bém SO"I ':1 11111I tezas do pas sa do e a s p o ssibilida des perdid as. Dev emo s pr ov av e lme nte proc urar em outra p arte as ,'a:l,( " I' 11 quais os his tori ado res têm dific uldade s em elab orar a mul ti pli ,i Ia 11 illdl \ I dual. Os pequ en os ho me ns coeren te s, im erso s nu ma norm a 'ólida I' ~I 111I1 lha, po dem às v ez es se i n screver num jul ga men to críti co so br' I I' 11111 \11 histórica (co mo na célebre "b iografia " de Pierre Ri vicr' ('mil '('iILI 111 11 M . FO llcault); ma s, na ma ioria da s vez es , eles sã o o simp les resull :\do d 11 111 11 antiga regra do o fício que imp õe q ue se e nraíze a pess oa en s 'li llllll Ji 1111 Ao co ntrário da biografia , gênero literá rio sere namente b asea do l1a IIl1 i 'ltlll de de uma existênc ia, a história de ve rec ons titu ir um tecido so 'ial 'l'ltllll ral ma is vasto . Trata-se de u m p r incípio fu ndame ntal, qu e no '111:lIl lO 111 1 muitas vezes confundi do com o da r epr esen tatividad e: o trabalho I, 1'011 text parece modun o dain qu ietan co m a pela h molo di umaualização amost ra est atística .en tão, A razãdeo prof dessate, o bsessão r 'pl' '[I 's '110 '11 1111 vida de (defin ida po r Jean -Claude Pa sseron co mo " ex ce 1e~ nCla. I ) 'I. ':I ,,'11 I manifes ta claram en te nu m tex to célebre d e Max We ber, analisando II di d tinç ão en tre person ag en s "operantes ", enqu anto "e lementOs 'ti11 , li um a cadei a rea l", e "indivíd uos indiferent e s", co nsiderado s ai '111\, ('1111111 u~ locLIs de conhec imen to, que permite traçar a s caraeterf sti 'as I' 1111 11',111 po so cial.<)4 Um a v ez pr iva do s de su a fa cu lda de de agir, le SU:I ('Ort,tI di 1111 tiea a f im de s erem h istoric amente int eressa ntes, os " pigm 'IIS" n: o pIH I, 11I ser ~e não ho men s típicos e próx im os da média es tatísti aY s Todo s os qu e tra balharam co m fontes biográf i 'a~ (di rtlio' lltilllll, co rrespond ência, memó rias etc.) sabem o qu anto é fru s 1':101 ' 'SS :I !lll I' 1 til É sem dú vid a por isso q ue é tão te ncador 'm bo lar:l norm alid ade. ', pl'l'illl HIII de dos dest in os pessoa is: de maneira aparentemente ioo~'nsivi\, 1)1111'11 1 1111111 na prática histó rica limit ar, quando não co rrigir, sei n "' (OS -goli , 1.\ dlllllll raf ia - proc dim ento qu e lemb ra a limin ação das i liossin '1,\'11 II ldl\ 1 duais pr po sca pelos pos itivistas. Em tod aso, os d I oim "11 0, pl IIIIl 11 gllar lados no d 'urso da pesqu i a do umcnl'al c a 'citos '011\0 '11'1111111111111 lI':ll'ivo s (, guisa I' , 'm plo d' lima argum 'ol'aç: ) g ·ral). Ma s 'I 01111llilll ., I" I I I" I" m 'nL' lIl'iliz:! los p:tl'a :tpl" 'n I 'I" os atos so 'I:II S, ,,o panll o 'o I o ,111 1111( 11 :1',' '111 :l.llli!' 1',1 ~111l1I,1 \IIII' ,iIpl\ll '1,1111 ,IIIIHI,III '" Illli('llliÍl 'I •• , P 1I "11\", \ 1!lII,lli'lillhe ,'lIllillll'llIl 111111 (;\111I li 1 Iltl lllI 11 '111 1111Il\dll\l 11111 1.111,11,1 11 " 1// \\"\\1 //I( 11111/\11 (,'( 11///11/1 /U'{\"/IIII ( / 1 /, (I' 1111 11',111, I (;, ~IIIIII, 1 1 I I), I' '1,l)lI '1, (:1 1111111 1)1111 11111, (:/1/11/11 /", llil /1/1 1// 1(/1/\ (~~III ' 11i11'1li, \'111 1 11ti 1'11 IV 1'11 I1 1\ ' 111\'1'11 1,1 (11111,I :11111111 11 11i I illI 11 111111I/ \lll pll I li /'"111'1111 ,11 Irlll 11'11I I11 di I 11 111111 (11 11111111 1, I, 11 11(111 I (I d ,1 1 11 1 "' // 1 1 ' / .1 1 /1 1 ,I' \H ""/11 11\
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(assim o ch amava CharIes Firth, o historiador da guerra civil inglesa): um pouco de contexto, um po uco de existência individual e ou tra camada de contexto ... 96 O resultado desse trabalho cotidiano de censura é melancólico: o tempo histórico aparece como um fun do de cena fixo, sem impressões digitais. Encontraremos um e xemplo particularmente significativo disso na experiência francesa da ego-história, que bane abertamente o eu d a reflexão sobre o passado. A discrição relativa à sua vida pessoal, adotada pelos historiad ores reunidos em torno de P ierre Nora - claramente expressa por Georges Duby quando ele declara de saída q ue esse "eu" não é "eu" _97 é sob certos aspectos louvável, mas reduz a existência individual a um curriculum vitae, "a força de um espírito num resultado", escrevia Paul ValéryYs Trata-se aí de uma mutilação vio lenta, que acarreta não apenas a morte do h erói mas t ambém a do homem pato lógico (descoberto por Bu rckhardt), que esporadicamente transforma seu sofrimento em aç ão, Com o homem patológico desaparece o sentido mais pro fundo da biografia coral: o fato de re pensar os laços entre as partes, assim como entre as par tes e o todo . Esse gênero de bio grafia não tem (não de veria ter) senão um valor democrático: seu verdadeiro objetivo é refletir sobre tudo o que a g eneralização não consegue perceber. Wilhelm von Hum boldt fazia alu são a i sso quando declarava que se sentia "atraído não para o Um, que seria um todo, novo conceito errôneo, mas para uma unidade na qual se imbricariam as diferentes contribuições humanas".99 Suas palavras anunciavam um conflito r ecorrente na historiografia moderna, quc opõe à totalidade a multiplicidade da experiência. Co ntrariamente a Carlyle, que visava o todo, uma minoria heterogênea de esc ritores do séc ulo XIX procurou, e alguns pro uram até hoje, Icscascar a rcalidadc históri 'a I ara examinar seus laços e e us a::q ect s parei uhlres. 1~les quer 'm ir ai m Ia ontinuidade aparente do devi r para rccuperar os d svios, as fissuras ' os a 'id 'ntes, mas também as potencialidadcs do pas ado. Numa tal perspectiva, elaborada nos últimos anos pela mi ro-hiSl )ria, não é necessário que o in div íduo represente um caso típico; ao c I rário, vidas que se af astam da média levam talvez a refletir melhor sobrc O 'quilíbrio entre a especificidade do destino pes soal e o conjunto do sistema so-
Cf. Codfrey Davies, Biography and hi story, Modern Lilngu:lge QII:/rcerl, 1:7 1 _1)11, 1940. Cf. também Oscar Handlin, The history in men's livcs, Vilf.:Ítl:l , 11:11'1 '1'1' U '\li '\I', 30:534-41,1954. (Paris, Gallilll:II''1\11/1 111111/111 I 1\
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à herança do idealismo'
co m
essa p roposição
d a historiografia
dor, em perfeita das dinâmicas
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forte
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das ideologias
so lidamente
lução mais ampla
teórica
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no seio
comunidade
Essa vi são se o punha
ela existia
ao re inado
m icroanalítica
numa
exigê ncia
a nalíticos.
história-síntese. "história
da proposição
inicialmente
tal como
pol ítico
a m ic r o -h i s tó ri a? ' * '
nl'S
na proposição
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11" lIi,' "mi 'ro", O U sc ja, mu ito ampliad a -, qu e, enq uanto ta l e de mod o 111 11 1,', provo 'a lar, ratif icav a a disso lução da hist ória -síntes e e ca us av a ao me s1110 I 'IllPO uma cs péc ie de e scâ ndalo n a co rpora ção . Em con seqüênci a, até 1111pl ) pria ' ' plosão institucion al e talve z mesmo p ara além dela, os "micro 111 lori~ld Hes " dcsco brir am que f orm ava m, a desp eito de sua vontade , um a " p ~ 'j , li, 'scudc ria, Es se traço é em parte parado xa l, se o bservarm os que til' ' '110 11 1's faltava o conjunt o d e po ntos d e acordo (bases te óricas , um pro i '10 Jrlo b:1i -tc.) qu c teria po dido lhes dar o s en tim ento de cons tit ui , um a (' ('0111 '111', Ic f ato, é im po ss ível id entific ar po r trás desse rótu lo. Po r i sso é tlil 'il -n 'onu ar os "tcxtos fund adores " da micro-hi stória, quer se tr ate de O "discurso 1(' 'IOS I' )ri 'os ou de pes qui sas exe mp lares _ micro-histórico " 11 11 ' 'om 'ço u a ircular de modo inf orm al no me ado da déca da de 70 in screl'i:1 ," 'ons 'i 'ntcmc nte num a evo lução temá t ica pró pria da his tori ografia
aspecto ma is conforme ao g osto d a époc a pela pr op os i ': o Illil'l 111 1ti 11f i 11 I1 ao enco nt ro de um a "história vista de bai xo ": história fr 'q( '111 '111 111 1 '111 ca da naq ueles an os ,' qu e pa rtiria em bu sc a do nom e pró prio 1\ ) I 111 11111 "lliI'I das font es, qu e se dedic aria à "reco nstruç ão do vivido"." ' pi, IIdlll, 11 I I " - tant o mai s ri co na medid a em qu e se for n ecia a crôni -'m (; ve rdade qu e essas tem ática s permanece ram exte rior es a III S' I ,ixarm os de lado um a orientaçã o m ais in stitucionalista des sa JlI odlli,'; O ,H 1':s slI pa ssag 'm , le um a Iro blem átiea li "/',11 11' 'li) •1:1 r 'prL:s 'ntaçiio, 6 provavelm ( 1H'li
'ill hisloriogrH i
11
da produção e da troc a para a da nte um elem ento decisivo da
'a da ( tlri, a d' 'ad a,
I~ ,n sse se nti
vo qu e a in s pir ação m i eroa nalítica tenh a sido mais j'. '\llI lill, 1111 11 111 111111 1 çã o, no camp o da hi stóri a políti ca , Ne sse ca so pa rli '\Ilill, II 1111 11 1II1 111 vinh a tam bém de um a confront açã o cont in uada 01 11 1 1 l1i tOIII//',1 dll 11111 111 e de um deb ate muit o antigo so bre a fo rm ação do I\S III 1 0, 1'111 (1 \11 111Ildl', 1 li ' (,itl ", d 1.1 i11'ldllll ref erê nci as ant rop oló gica s (em term os de clientelas, etc.) eram de ce rta m aneira de uso mais f lexív el, rcqll 'ri lill 1 I1 11I1 \1 11/ 1" " cedime nto d emonstr ativo rigor oso, e nq uanto a o pção 11 i 'ro-Iti (011 1i ( 1 111111 naturalm ente a se exprimi r n o pri vilég io dado ao esC LI 1 0 1 11"('O Illilllld lld l " M uito s jov en s m icro-hi storiadores po diam se se rvir do me ) 1 '10 pl ')'Il,IIlI( m uito na m oda) dos f enôme nos de co muni ca ção , ass Ll ' ind o 'O lH O IIlll' 111 I rec ons truç ão do s "idi oma s pol ític os", entendid os co m o O I' 'S ldl lldo ti 11111 11 A 11)i CI'O ('1I1l11 1l1 l1 1 int eração entr e cultur as loc ais e in stâncias de leg itim açãoY lid ade loca l e as int erve nçõ es co nsec utivas das aucorid ad 's "lIlll1i~, di 11 1'1 ori ge m a um a acumul aç ão no táv el da s f ontes, Esta, p r sua V''/" P '11 I1hl 1I con stru ir os di s pos itivo s loca is, as frentes de co nf lito 's 'IIS d 'slo '11111 1111 11, rec ortando aliás outr os testemunh os - sem fa lar da rôni ';1 plllll I ,llIlp ll , qu e, ne ss e cont ex to, pode im ed iata mente se r in vest idn " v d011 I 1111111 1 licos, A pe squ isa foi ela borada, com o já f oi dito, 01 on lo-s(' di 11 1111 1 111 mente à visã o etnoc êntrica de uma co nstru ção progr 'ssi VII til! I': 1111111l.tI com o a co nce bia a históri a-s ínt ese. M a s há um a f órmula li 1 1" 11 I1 111111 1 11 do s Quaderni Storici dedic ado ao s "idi om as políti os" , r 'li11 'I 1 111 1111 111 1 1 tár io: trata-se da exp ressão "p rática s so ciais" , Exist 'n Ipr~ I i '\S III 1I I pll líti ca s, ac ionadas pelas comu nidad es , qu e são de nal.\l r ''/,:1 f illlld 1111 1,1'" 1 isso, particip am plenam ente da cultura loca l ao m 'S nlO t '11 11111II1 1 11111 I' 1111 1\ 1111 /1111'1111 constitu em uma fo rm a de com unicaçã o: sã o as f orm as gera l. 10 Deter-m e-e i aqui so bre a dif usã o ace lerada d 'ssa r 111 I1Iill, I1 1 11 11 1 1 lizaç ão e, por fim , sua ev entual co e rên 'ia com a prn posiçlío 1I III'IIIIIIIIilII I 1 De iníeio, a palavra " práticas" Irovave lm ente est v :1ss ()c illu I 11 I 1 11111d ll céc nicas, d ntm do 'lua 11 '0 d lima histó ria do cra ba lh o tlll' plllllll 11'I I1
10, (; sigl ifi 'arifi
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vldv 'Inll1, ao m esm o tempo , um a not áv el ca pa c ida de de observação e a lin1'Iln/' '111 tlllL: 'onvinha a esse tipo de pe sq uisa e m histór ia socia l. É ev ide nte qll ' 1I ob s 'rvação de um vest íg io ou d e uma fo rma cultu ral co nstitui inici al11 1'11l ' il pi sc a, pontua l e particu lariza da, de u m tra balho. Faze r de la um obem i '10 ti' hisrória po de, é clar o, pass a r pel a ins e rçã o de ta is rea lida des ( pl atlros ma is Tcrais, de tipo clas sificató rio ; ma s e las po dem tam bé m se r o bi '10 I, 'ontex tualizaçõ es locai s, part icu lares - ou se ja, m icr oanalít icas . Isso vII' par a a ex pe riência camp onesa ass im com o par a as pr áticas dos a rtesãos. 1'. 11 1q ualqu er do s cas os, fa z-se ref erên cia a um g r u po ou a um a com un idade: II pm " lim ento se c ontrapõe c laram ente a cer tos pr es s up os tos da histór ia 1/;1' rill Ou da geo g raf ia da pa isa ge m, e a re co ns tr uçã o topog ráf ica torna-se 11 1\1 J n 'io de af in ar sua dimens ão cr ític a.ll Po dem os not ar , a lém di sso, q ue
f orm as dive rsa s da possess ão de be ns; aqu elas por m ,in d 11 '1"11 I I I" me m ao me smo tem po o " pertencime nto" e a m i ro 'ol1llillllll!d 1111 11 1I toriais etc, E va le a pen a notar até q ue po nto tod as 's s 1,' I'llllll ll di I 11 ex plícit as, que pos tu lam esquema s e va lores so cialm '111' 'llllll' 11 1111 111111 (d onde a im portânc ia de não red uzir o "cultur al" ao "m 11 111", I 11 I II I I tam ente asso ciadas ao espaço , ao lu ga r, ao te rr itório, ou s '.ia, I I '11I1t/11I11 11 qüen tem ente des pr ez adas pe la trad ição historiogr áf ica . Par" , 11 11 I !dl 11 11 qu e esse ti po de análise é in se paráv el de um a pe rcep ção da :111'dtlld dll periência histór ica, de uma ab or da ge m do pa ssa do co m o "r -ri' I ',11 li' ! I1 I ", que pode s er a ga ranti a de um a pr ática ex eg é tica correta. Pa rec e-m e portanto útil reg istrar a ex istência de p 'rs p 'I i I: ti i II I1 11 teso A rec onstru çã o das pr ática s de t ra ba lho, m uitas ve zes f ,iw il Pllllil dll 11 11
1111111 tud o earqueo II IIn-s'p 's quisa portantodesse de tipo uma, freqüen pe sq uisatem ente po ntual, assoc sobiada re umao es"sítio") às lógico pr ática s ti' I ' 'onsrrução histórica qu e ele su põ e, em ge ral imp lica que se ja dada um a !lI iO I'i lad à análise das relaçõ es so c iais na r est i tuição de um co ntex to. Nes" ' S '111i 10, fa lar em "s abere s ca m po neses" é sem d úvida de ma s iad o alusivo , III 's t)) o qu e se ja um a ma neira de reivind icar a ex istê ncia de u m a cu ltur a irI '(1111 v ,I ~orto lox ia agronômi ca.
jet pica m ente ql; 1I 11I\\1 1 11111 11 simos,bólicaap, arecepor comamiso naumam odopa e ração q ue est iteja, a cresce nterea list a,mu itas ' n 'ois;l; ' ( 11111Ili çã o de o utr as pr áticas s ociais, co m f req üência ef etuada a pa ri i I' ti 'I I 1111 1 nh as, s up õe em co m pensação um a leitur a sim bólica qll' , n ,(' '" : "I P,II I II inte r pretação das co ndut as rea is. Co ns ta to q ue es ta p d' s 'r 1I1 l1,I till', 11'"1 I cações do oxí moro excep ci onal/n orm al: o testemunh o-do 'IInW llIII Plltll II excepcio nal po rque ev oc a um a norma lid ade, um a rea li Ia I, Id( 11 11111 1111 ti1 1i ela per m ane ce hab itualme nte ca lada. 12 M as enco ntramos 1:lIl\h ~lll, ( I , I um ca so f re qü ente, prát icas a rquido cum entadas . I\lém liss o, () plll' 11111 1111 11 nã o é tão dif erente daque le que consistiu em retom ar () m :1I 'rilll 1'11 1('1(1 11 111 1111 ma pe rspec tiva histórica, de sem baraça ndo- o do se I 'xor isnw p 1 1 I I( 'flll I1 li 111 no se u contexto relac ional e soc ia l. Se um a tal o peraçf ío sup (' 1111 111I1I 1 11 111 vista "de ba ixo " (pe nsem os e m E. P. Thomp so n no 1 '111 11 lil \\'il' l/I ,'\ não po deremo s neg ar qu e a tom ada em co nsideraç;: jo d' 1:1i .' pl ri(' I1 plIlI a pr es entada co m o um res ultado es pec íf i o d a a o rda).!;'11\ Illj '1(1 111 ti1 11 1 I re onhec erem os se m dif iculdade qu e, co ncenrrand o-nos 11111 \\ I( 11 111111111 11 t 'stcmunh os literário pr odu zidos p r um gru po sO 'ial dll(l O, 'Iu/'. li \1111 11 r 's ultados comp aráv 'is. I ara rom arm os um 'x 'n pio, C. W til ('I II 11 11 11111 11 'n )nrrou t sour IS do '11 01 'nwis n) I''orr r I, sua p 'sql li,' I; '1, I( illl 11(1)',I ,
Sll blinh ,i h,) pouco a ge neraliza ção da e x pressão, significat iva m ente ('lll 'Iiv:l, " pr áticas soc iais". Na des ordem de um a cr ônica (po licial, ju dici al), ql l 1," " 'mp re basta nte alusiva , po dem os de tect ar os vest ígios ou as lóg ica s ti ' pn 1 i 'as o/et iva s cuj a not<ível pertinência simb ólica perm ire carac rerizar I ,il'. llil'i 'açi o cu/tural. N es se se nrido, a palavra " co stum es" evoca es po ntaI1 .tlll '111 ' :IS pdr icas jurídi ca s m ais ca nônic as (na me dida em que fo ram re1',isll I IlIs ' rrans rira s), m as ta m bém os valor es culturais do ce rim onial , rão 1', 11 ,illll11 '11 1' liga dos à ex pr cssão política (e não a penas a e la). É evident qll ' 1 1 p' s p , 'riva tiu se dc senha aqu i é bem dif erente daqu ela na qu al s 11 ('I 'v' () indi vi 11 1:1li,mo 1T1er odológico, que parte da s relaçõe s int q 's 1111 . I ,ti 'S , I'r 'nl 's, n diaçõ es 't c.). I rm an' em os em rodo asa nu m I' IllI pO "lIl1t ro pol )gi o" : a r' 'o nsrrllção de uma 'ultura por meio 10 inv 'ndIIlI d 111 pdli 'as so 'iai s. (~ possível assim , por l,;. 'mp lo, apr n I 'r as f orm as ( PI " ,~iV :IS da 'on '(lrr n 'in 1 'rrilori:1I (, 'Ia 1I IIa 'm lom ( t i' I'ro nl 'iras ; 11,'
II I) 1\111 111 11"'I 11ti I I 11 1'11'1I 111p ,111 1'1I 1(~ lltll', 1111 1/" '111 1(", 11,111I) 1\1111111 11,1',1'111~I ," I) 1 1111111 \111 I ti , , / l1 I' o1 ' ! 1 /. \tllltll I' 11/ 1'/1 1'11 /(1 ):11/, 11 I '1 1' til //11" 1/1/' ,'Út / / /I " /11,/ 1'1, IIIH' 1\111 1'111 111111 \11 11 ( : 1'11 11 , /"11\\ 11 1'1/11"11)'11 1/1 1 1 11 "'111 11 /1 1.I/I II'i1l'l/l 1101111'11 11 II 1\IlilIIIO,
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I~ I';" . 11 , 111 01'0,qll' 1'11 11 11 11111 11 111 11I1 11 11\ 11 ,1 \11('1111 11 I1tI, (' I11t i 1 (li' lil, //11" 1111/ ,1,:,0(, ,.0, I'JII/, 1'11 1111 1" 11 11111 "1" 1'11111 ' 111 Il 1II IIIIlh I \ I';, I', ' 1'1111 11 11' 1111, :11 1/1 111 1/ 111 1/11 /1/11 ,1/11 '/ 1 /1 1 1 / //1 /1111111/ 11 1/1 1111 / 1/ 1 / 1/ 1 / 11 ' 1 , / / 1 1 1 ' (I,tlllllllll,
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qu e ac ab a de se r dito pode se rvir pa ra esclarecer min ha próp ri a po,'iç: () so bre a matéria: a micr oanáli se re pre se ntou um a espéci e de "v ia ita li a11I" para um a histór ia soc ial m ais ela bor ada (e m ais bem fund am entad a I 'ori 'amente) num co ntex to particular , fechado às c iênci as soc iais e domin ado por uma ortodoxia histori og ráfica que h i erarqui za va de m aneira rí gida a jmp ortância do s o bjetos. Num tex to rec en te, Ca do Gi nz bu rg m e pa rece confirm ar a análise <111' faço da sua "vocação " para a m icr o-hi stóri a:15 trata-se para ele d e um a .'Im pl 's indi caçã o de tra balho, de um a fórmul a que ele enc ontrou no ca m inho, qlle lh e agrad ou e que e stava em har moni a com a sua próp ria direç ão I' P squisa, mas à q ual , afin al, talvez nã o se deva c onf erir uma im p ortân'ia ti· isiva . A versão q ue dela pro pôs G iov anni L ev i ao evoc a r sua pró pri a " biograf ia científ ica" 16 é muit o difer ente e mu ito ma i s idio ssincr átic a: traI a-s' U um histor iador ex periment ador por voca çã o, qu e nã o se sent e O pró prio C ar'ollsrra ngid o pela tra jetó ria lon ga de um tem a de pe s qu isa. 10 Poni, ujos interesses c ru zava m (e co ntinu am a cr uza r) com a s tem áticas tlll' a ':l bo te evoca r (co mo a reflex ão so bre as prátic as so ciai s), preferiu '.'1 'n I r analog icam ente a a bordage m a temas ca racterístic os da história "(1 ) mi a, como os e m pree ndiment os ag ríco las se nh oriai s ou a proto17 111 1t'lstria. Encontraremo s aí um a co nfirma ção s uplement ar da het eroI'.'11 ,ida I, do ca ráter prof un da mente inf orm al do grup o dos "m icrolIil'l Iria lores" . Podem os , de maneira m ais ge ral, re co nh ece r a influ ência da 11\i 'I'o-h istória na s pá gin as da rev ista Quademi Storici, es pec ialm ente nos ,('111' a I1(lS rad iosos, diga mo s entre 19 76 e 19 83? Po de ríam os adia ntar qu e '111 S 'rvill Iara rein ter pretar os sistemas de a ssistência da E uropa pr éIlldllSI rial 'm termos políticos, ou se ja, co mo um a relação de d u plo sentido \'111 1" b 'nr'itores e benef iciários da ca ridade: "E sses ca s os podem se r to11 \Id ol' 'omo 'xe mp los de uma prática in ter pesso al da carida de que f oi () I". IR !\ . d d e a ca nc. Ia d e Instltuclona . . . IIp orl ' in lis p 'nsá vel e a pró pna . rea lida illl '1I'Ogl1 " o m i ro-histórica serviu Iara pôr m qu estão I ", 'ligiU J po pu lar", vin ul and -a a um a sé rie d aso s
a noç ão an bígua de situa Õ 'S par -
ticula res ( "as re ligi ões po pu lares") q ue faze m a pa r •. 'I 1I ", 11 \11 li I1\ I va ried ade das re laçõ es existentes, na Europa do A ntigo I{'1' 1111 ti 111I I II ses dom in antes e c las ses s ub alternas no terren o rei igil)l'() ,i'j 11 11 I 11 11 111 . sslma , . ga ma d e pOSS 'b'l'd nqul I I I a d"es as soc d.ia a a essa s r' I:l') '/ I)1'1 I '.1 I I1 I1 rou tam bém a pro po sição de um grup o de historiadoras - ti 1 1• , 11111 11 1 I ram delib era dam ente à mar gem da rev ista - d 'S ltlei:11 "11\1 111 11 111 11 histór ico s da biog rafi a f em ini na", da nd o luga r a um a. 'ri ' d . ('S i 11 1111 I li I I so de dica do s à se du ção -in ic iaç ão , à grav id ez e ao parto, ~ pl illl 11 I IltI 11111 e ao a leitam ento, ou se ja, aos mo me ntos mais signifi iltivo l' I' lillll 1 111 til pol ític a e sim bólica em torn o do co ntro le da sex uali Ia I, 'dll "li' 11111 111 !\ 011 I I I1I 11 11 dade" fe mini nas?2 0 Po deríamos m ulti plica r os exe mp los. teri a co ntud o muit o se ntido , precisa m ente porqu e pro 11 :1" 11111 11'1I I1 1 \ 11 post ular por trás dessas propos ições um a ins pir ação un f vo' I, I1 tlllI I mais, co mo f oi dito, na ausê ncia de um par adigma ex plf 'ilo • 11I1'1I lil di pes quisas modelos. Co nvém, em c o m pe nsação, in sistir no caráter du plo qllt' I 1'1 IIlfl I1 1I1 mic ro-hi stórica a pres en ta de s de o in ício. Ela tradu z, d um IlIdo, 111 111 I1 1 11 çã o c ontinu ada à s cond içõ es teóricas dos proce dirn ntos 111p ','tlld \ I 11 \ 1I I tória, por an alog ia co m os es qu emas op erac ionais da a nrr o polol',i I 1111 t'lli, I I1 in duz po rtanto urn a ate nção p articular às 111 0dalida I S U: l l'rllOI\' Ir,l '1 0 I'I1 es tá, de o utro lado , assoc iad a a abo rdage ns e a té cni as '1"' r()l,1I11 '1IdlO l ttll em ou tros co ntex tos e estão m eno s liga das à " s p' 'iri· j IlId ' Illil'l lIllIllIlll ca" : por exe m plo, a ate nção dada ao s "e pisó dios iluSlrlllÍvo. ",1 111' Ill tllI de ca so", cu j a im po rtância analítica é ce rta mas r'm 'I' a 011111 111\\111 I I~ outro s parad igm as histo riog ráf icos. Essa dualidad' n: o irl1 pl" lill, 111111,1111 1 existisse toda um a dialética de em préstimo' , d' lroC:\" 1(" pro I I I' m os, aliás, com o a alternativa origin al entr 'onl" 'xIII:tli/',I,'i 1Il'111 1 li.! I 11 1111 1 tualização c ultural havia [erm anecido rclativam 'lIl ' d),~11 11 \1 I 1I 1t11 1 s 'g uir ce lido lugar a Lim a sLl peraçã , ao rn nos 1 ar .j:t1. I " 111111 1'11 ti 1 1\1 1I sã o Ia I ro pos i ão, n 'ontram os o 'f'ito, prog r~s sivllm '11 1' ,11 111'1111 l1eill ti,
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"'11 i, V. M llh'r '. (;.111 1111 111 1''(\" I'IIJ(J • 11I11I('l'IIil • 1\1111,11'11// i1dhl /, /I /I'/lIIII;II;lc,,) '~ p.d· 111111'llIih'/l/Ilei, //.IIIHO, Ili "I'~IIIIII',lh 1'IIIIII'II IIIIIItlllltlII IIhllll' 11I1,.,llIiz1 11111 1Ill I': 1\111 11I I 11 1'1' 1'li, ' '(., 1/1111:('11 111'/ i/I "'1(11 111 1///111 /" 1\ llli"111 1 , 'lill'l ~ 11111'11111111 11 1 li\" 1'11 ,IIIIH ) 'I (1111 11111 11 1,111VI, "1 111 1 I 1111 111 1111 1til "li 1I /\IIt11111IIIItlllI": 1111 I1 1 Ill plll til 111 I di 111 111I 11 \11IIItlII Il 11111111i,>11 1 I ,111I 1I 1t111til I II 1111111 11 ti 111 111 di 1111 111 11 111\ 11 li I
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co n junt ur a
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ger cont r a
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r elativismo
pr o blem as
de
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lib ertação
à ex pe r iênci a
f eito
mu ito
"M icr os torie"
diag nó m ínim"
sentido
c ir cun stanciadas, tico que
es per ar
dese m penh ou
italia-
pode
de um a
par ecer
s ão asp ectos
uma
im agem ,
outr a
de
e or ganiza
de
de pois
escala
r ed utor ,
mas
I 'i, no 'om 'ço d 'sta anális
par r in , d s·
par a
ao mesmo
a poiar , ada ptar , . nstrui r
esses
par a
f azê-Io,
inventar tod o
um
qu e
asso ciada
temp o.
O hi stor iador inter pr etativo s int eligíveis. das
pr ocedim entos le p squi sa
co locam.
visív 'is
II 111 - III 11 '
-I I ',pllllll
pr ov'ilo,
IIIIII/',illlll
pode,
co m
por m eio
los q Ulli.'
o f ar á tanto soc iais:
de an~lise, unívoco
" ( II
o plO! lll\l1
'lU '
situação
ciências
I:.ISS ;lr p ,111illl!
é a penas
a um a
Ele
ssi li,' 'o t;11111l, !,It'lo
q ua is IIS Iy
dos
não
ex pr Entr
poder ia
soci ais
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esq uem as
itinedr io
r lllllH'
J ' 'Iil I 'sS II.' rOI
ex pr ess ividad'
históri ca
d e pr ocess os
na tr adição
\;lS 111' 1
cul tur a entr e
mais
'li
P'
in;r ,1 " 11 ',
qu e an alítica
as f or m as
elas
da re alida de
tam bém
tam bém
c a •
se u di scur so
pela
ignor and o
hi stóri ca
uma
pr oces sos
co m pe nsaçã o,
ex ibe
esse nci ais:
está
pôr à pr ova tor nar
ambient e
n a análise
m esmo
a bordagem
das tend ências
ela
e hisr or io ineq uívo
disso é a a pre ensão da f ont e com e "i 'XiO" como ilusão. 24 Nã o poder íamos no.' 11 101
hi stórica
an alítica
formas
expressões
pa pel
e pisó-
defesa
d essas
tr a jetos seu
a co nf igur açõe s
a pr o posição
a melhor
gr ação
pa r ticular.
ter ia
qu e
da realidade
co nsigo
I,
'111 '
ao seu tr aba
hi stórico
comp l exa e ntr e da s articu la çõe s
Um a q ue
a ve r são e xtr ema
a per ce pção
podi a
Essa
elas engend r am . é o int er ess e
da hi s-
de ago ra e m di ant e
esp ecífi ca s.
q ue
atual
repr esent açõ es:
historiogr á-
os atr asos
que
que
viam-s e
ideológ icos
qu e evoca va tal
Eis
analític as
a temáticas
aqu elas
num a
de e st ud os ,
de pesqui sa
de esco lha s
pesa da,
de diagnos ticar
inovaçõe s.
sua signi f icação
b -m
' alam
setor
o pção
a r econ str ução
já disse,
o há bi to
ac adêmicos
1'1 ',(llli,' I lIolTlog0 neos : I 11d i, Idor
de
er a um a pa r a
li"
'as
su gestivam
à afirm açã o
i nterpesso ais":
111'
'pll
em num a
" ill
cu\w
e met od ológ i ligada s
nele,
'111,
d'
"m icro-hist ória
estreit am ente
ac r edito,
int er ess ado
G. Ru ggi es pécie
de hi stor iado l',
teó ri cas
a coe r ênci a
ce inter no às for mas exp r essivas, à r elação cultura p o pular , à anál ise e à recon strução
('('liam
um a
sensíveis,
l,illlilriS . da velha hi erarqui a da impo r tância. Uma idé ia d a his tória cer tamenli' lIova par a a Itália, e qu e autorizou a conv icção, e ntr e os hist or iadores
I
d o of ício
nu pr o blema
ex egét ica: N ão
com uma
e sua f or mu laçã o
estar
So m os
pessoalm ente
com
me p ar ece ,
int eir ame nt e
da "auto-re velação".
tenha
e teór ico
As pr o pos içõe s
m e pa r ecer am
hon estid ade
pu blico u
no s pro põe
ca r acterística
se inscr eve
d as "f orma s
qu e
Muir
histor iador
esp ecífi cos. 23
com -
de um a
E dward
Ginzbu r g,
se riam
alternativa gr áfico
mic r o-históricos
ao me smo
tr aços
lho pr óp rio,
um caso crimin al;
de atingir
de tr a balhos no rte-am ericano
dividuali zando
q uase
em
etc. O qu e
ca rna valesca
e ca paz
um
Trat a-se
pintor ;
ção à antol ogia o histori ador
inteir amen-
p r of ission ais,
m édi o,
per ce pção
de es pecialistas,
co nstitui
dos miEinaudi. 22
Ed itora
um a ope ra ção
ou de um política
va lor d e ilustr açã o
1 1 II I ai ~m 10 q uadro
italiano:
sóc io- políticas
uma
implí cito
com
título s,
de pesq uisa
ou de tamanho de um a
,I ('1111,ir a ele um ex or cista; 111
22
cont a
ini ciativa
pela
por tr ês histori adores
ou as din âm icas
II'I11i r oi () onvite
na seg und a
publ icada
ho je
no mun do
ci entífic o
a biog r afi a
, ':; il1 IIlstr iais
por isso -,
"M icros tori e",
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