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Livro Candeiamanejo Sustentável Da Candeia: O Caminhar De Uma Nova Experiência Em Minas Gerais

Description: As espécies Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish e Eremanthus incanus (Less.) Less. pertencem ao gênero Eremanthus o qual inclui tanto Eremanthus Less. (sensu Schultz-Bip.) como Vanillosmopsis ...

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As espécies Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish e Eremanthus incanus (Less.) Less. pertencem ao gênero Eremanthus o qual inclui tanto Eremanthus Less. (sensu Schultz-Bip.) como Vanillosmopsis Schultz-Bip., mas exclui Albertinia Sprengel, Chresta Vell. Conc., Glaziovianthus G. Barroso, Prestella Schultz-Bip., Pycnocephalum (Less.) DC., Sphaerophora Schultz-Bip., e Stachyanthus DC. O nome Eremanthus é derivado do grego eremos (solitário) e anthos (sustentação de flor), em referência aos capítulos, que sustentam flores simples. Vanillosmopsis refere-se ao odor de baunilha, característico desse grupo de plantas; esse gênero é localmente chamado de candeia, vela, que se refere à sua capacidade de queimar produzindo chamas (MACLEISH, 1987). As candeias Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish e Eremanthus incanus (Less.) Less. são espécies florestais geradoras de renda e, contraditoriamente, não existia um sistema de manejo consolidado, seja para as áreas nas quais sua ocorrência é natural, seja na geração de tecnologia para viabilizar plantios puros ou mistos, buscando o uso comercial das espécies. Assim, a apropriação da candeia nativa, anteriormente ao ano 2000, era predominantemente predatória e clandestina e os agricultores que se sujeitavam a tal prática recebiam entre R$30,00 e R$40,00 pelo metro “stere” de madeira de candeia. Motivado pela necessidade de gerar conhecimento e tecnologia para a espécie, de forma a se contrapor à clandestinidade usual na apropriação da espécie, foi proposto um projeto, em 2000, pela Universidade Federal de Lavras, por meio do Prof. José Roberto S. Scolforo, que contou, inicialmente, com apoio do Ministério do Meio Ambiente - IBAMA. O objetivo era gerar conhecimentos e tecnologias que possibilitassem aos produtores rurais praticar o uso sustentável de uma espécie nativa de alto valor. Outra motivação foi a expectativa de estimular a divulgação de outros trabalhos, de forma ordenada, relacionados ao sistema de produção de espécies florestais nativas que contribuam para o desenvolvimento do setor florestal brasileiro, especialmente no segmento da agricultura familiar. Com o projeto, foi possível agregar renda aos agricultores que detêm candeais nativos com a utilização da técnica de manejo sustentável. Com a adoção dessa prática, os produtos da candeia passaram a ser comercializados por preços relativamente altos no mercado. Como exemplo, pode-se citar o caso dos pequenos empreendimentos que extraem o α-bisabolol e que pagam entre R$ 100,00 e R$130,00 pelo metro “stere” (empilhado) de madeira. Já os produtores rurais pagam R$ 120,00 pela dúzia de moirões, que serão empregados na construção de cercas. Para atingir as características comerciais desejáveis, esses moirões devem medir 2,20 m de comprimento e, no mínimo, 7 cm de diâmetro. Já, para a produção de óleo, a madeira de plantas com diâmetro maior ou igual a 5 cm, a 1,30 m de altura do solo (DAP), ou todas as demais partes da plantas não utilizadas para a produção de moirões são adequadas. Duas foram as linhas básicas para o desenvolvimento da pesquisa: o desenvolvimento de metodologias para promover o manejo sustentável dos candeais nativos e com os conhecimentos adquiridos desenvolver um sistema equivalente para os plantios comerciais da candeia que são a outra vertente desse estudo. Por esse motivo, o desenvolvimento de tecnologia que viabilize o manejo de candeiais nativos e de plantios, com o subsequente manejo dessa espécie, foi a principal finalidade deste estudo. A base desse objetivo está no fato de que o manejo possibilita uma constante revitalização dos candeiais, o que gera renda e impede que os povoamentos existentes sejam de alguma maneira substituídos por pastagens de baixíssima produtividade. Assim, além da alta relevância econômica da espécie, tem-se a clara convicção de que a adoção de planos de manejo com base em critérios científicos não trará nenhum problema ambiental e, sim, será uma